Gn 14.17-20
INTRODUÇÃO
Na
aula de hoje estudaremos sobre a sutiliza contra a prática da mordomia cristã,
veremos a definição do que mordomia, e enfocaremos a mordomia dos dízimos; para
isso, pontuaremos que Deus é o dono de tudo, falaremos sobre a prática dos
dízimos e ofertas no tanto no Antigo como no Novo Testamento, e por fim,
ressaltaremos as promessas específicas para aqueles que são fiéis nos dízimos e
ofertas.
I. DEFININDO OS TERMOS “MORDOMIA CRISTÔ E “DÍZIMO”
1. Mordomia Cristã.
É a
doutrina bíblica que ensina “a utilização responsável dos recursos que o Senhor
nos colocou à disposição” (ANDRADE, 2006, p. 270). Mordomia quer dizer “todo o serviço que realizamos para Deus e todo
comportamento que apresentamos como cristãos diante de Deus e dos homens”
(RENOVATO, 2019, p. 11). Esta é uma doutrina presente em toda a Bíblia Sagrada
desde o livro de Gênesis (Gn 1.28) até o Apocalipse (Ap 11.18).
1. Dízimo.
No
AT encontramos duas palavras que definem o dízimo: “asar” (Gn 28.22; Dt
14.22; 26.12; 1Sm 8.15,17; Ne 10.37,38); e “maaser”, encontrada em
(Gn 14.20; Lv 27.30-32; Dt 12.6,11,17; Ml 3.8,10), ambas significam: “décima
parte”. No NT existem duas formas verbais e uma nominal: “dekatóo”,
que significa “dar a décima parte”, “dizimar” e aparece apenas duas vezes
(Hb 7.6,9); “apodekatóo”, que significa: “dar a décima parte”, “dizimar”
(Mt 23.23; Lc 11.42; Hb 7.5); e a palavra “dekáte”, significando “décimo”
que aparece apenas em (Hb 7.2,4,8,9). Podemos, então, dizer que a palavra
dízimo tem o sentido de: “décima parte de uma importância ou
quantia” (Ml 3.10).
II. DEUS É O DONO DE TUDO E DEVEMOS RECONHECER ISSO
Ao
homem Deus conferiu o domínio da terra e dos animais: “enchei a terra, sujeitai-a; e
dominai” (Gn 1.28). O salmista assevera isso também: “Os
céus são os céus do SENHOR; mas a terra a deu aos filhos dos homens”
(Sl 115.16). Portanto, o homem não tem nada de si mesmo, pois tudo o que Ele
tem vem do Senhor: “pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as
coisas” (At 17.24). Portanto, o ser humano deve, no exercício da
mordomia dos bens materiais, reconhecer que:
1. Do Senhor é a terra.
Tudo
que há veio a existência por meio de Deus (Gn 1.1; Is 42.5; Jr 10.12; At
17.24). Logo, ele tem o direito como Criador sobre o cosmos: “Do
SENHOR é a terra e a sua plenitude” (Sl 24.1).
2. Do Senhor é a prata e o ouro.
Como
Deus criou a terra, também criou a prata e o ouro (Ag 2.8). Ele é quem
enriquece e empobrece (1Sm 2.7). Ele é quem nos dá forças para adquirirmos
posses (Dt 8.18). Portanto, não podemos jamais pensar que o que possuímos é
resultado unicamente do nosso esforço (Dt 8.17); da nossa sabedoria
(Pv 3.5); ou do acaso (Rt 2.3).
3. Do Senhor é tudo.
Deus
não é somente dono da terra e das riquezas, Ele é dono de tudo. Davi reconhecia
isso: “Porque tudo vem de ti” (1Cr 29.14). Confira ainda: (Jo 3.27; Tg
1.17). Ele é quem dá a chuva a seu tempo (Dt 11.14; Sl 147.8); e faz com que o
sol se levante, sobre justos e injustos (Mt 5.45). Paulo também afirmou isto
aos atenienses quando disse: “Ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a
respiração, e todas as coisas” (At 17.25).
III. DÍZIMOS E OFERTAS NO ANTIGO E NO NOVO TESTAMENTO
A
mordomia cristã, como devoção e adoração a Deus, não surgiu com o Cristianismo;
é um ato que nasceu com o homem, e vem perpetuando-se ao longo da História
Sagrada. Na Bíblia deparamo-nos com homens e mulheres que, afetuosamente, tudo
entregavam ao Senhor, pois do Senhor tudo haviam recebido. Notemos:
1. O dízimo antes da Lei.
A
prática do dízimo antecede a Lei, e podemos ver por exemplo Abraão entregando o
dízimo ao sacerdote do Deus Altíssimo Melquisedeque: “E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”
(Gn 14.20b). Outro registro também no Livro de Gênesis muito antes da Lei, nos
mostra Jacó prometendo entregar a Deus o dízimo se caso, Deus fosse com ele: “e de
tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo” (Gn 28.22b). Tais
relatos esboçam os grandes princípios da doutrina: a) Como sinal de adoração e submissão em reconhecimento a Deus, o
Criador e dono de tudo; b) Também
como sinal de gratidão, pois Deus havia entregue seus inimigos nas mãos de
Abraão; e c) Finalmente, como sinal
do crente que serve ao Deus do céu, de que reconhece e sustenta a seu mordomo
na terra.
2. O dízimo no período da Lei.
Embora
o dízimo fosse uma prática feita antes da Lei (Gn 14.18-20; Gn 28.18-22), foi
na Lei, que Deus estabeleceu princípios para a entrega dos dízimos, tais como: a) o que deveria ser dizimado (Lv
27.30-34); b) a quem eram entregues
os dízimos (Nm 18.21-32); e, c) onde
deveria ser entregue os dízimos (Dt 12.1-14; 14.22-29; Ml 3.10). Os judeus
deveriam oferecer a Deus os dízimos dos frutos de seu trabalho (Dt 14.22-29).
Os produtos da terra e tudo o que o homem possui devem ser considerados como
dádiva de Deus e uma décima parte há de ser separada para o Senhor. Por isso
nas divisões dos livros do AT encontramos o ensinamento dos dízimos e das
ofertas. Notemos: Nos livros históricos (2 Cr 31.5,6; Ne 12.44); nos livros
proféticos (Ml 3.8,12); e nos livros poéticos (Pv 3.9,10).
3. O dízimo no período da graça.
Jesus
em seus ensinos não erradicou ou aboliu a prática dos dízimos e ofertas. Muito pelo
contrário, Ele ensinou que estas coisas eram válidas quando acompanhadas por
virtudes como a misericórdia e a justiça (Mt 23.23). Quanto a oferta, o Mestre
elogiou a atitude da viúva que mesmo tendo tão pouco para ofertar, apesar da
sua pobreza, deu tudo o que tinha: “Em verdade vos digo que esta pobre viúva
deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; porque todos ali
deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que
tinha, todo o seu sustento” (Mc 12.43,44). No registro das epístolas,
somos informados que as ofertas eram realizadas, principalmente através de
contribuições. A igreja primitiva, por exemplo, contribuía com regularidade (At
4.36,37; 5.1,2). Em suas epístolas, Paulo ensinou sobre o dever de contribuir
(1Co 16.1-4; 2Co 8,9), e elogiou as igrejas que contribuíam (2Co 8.1-4; 9.2).
Além disso, na Epístola aos Romanos, ele descreve diversos dons, inclusive o de
repartir (Rm 12.6-8).
IV. ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE OS DÍZIMOS
A
entrega amorosa e voluntária do que possuímos a Deus é conhecida, também, como
mordomia cristã. Ou seja: como seus mordomos, cabe-nos administrar, devocional
e amorosamente, o que nos entregou Ele, visando o serviço de adoração, a
expansão de seu Reino e o sustento dos mais necessitados. A mordomia cristã,
por conseguinte, é a administração de quanto recebemos do Senhor. Por isso
requer-se de cada mordomo, ou despenseiro, que se mantenha fiel ao que Deus lhe
confiou (1Co 4.2). Notemos:
a) Em primeiro lugar, o
dízimo é um princípio estabelecido pelo próprio Deus (Ml 3.10);
b) Em segundo lugar, o
dízimo é santo ao Senhor (Lv 27.32);
c) Em terceiro lugar, o
dízimo faz parte do culto (Dt 12.6);
d) Em quarto lugar, o dízimo
é para o sustento da Casa de Deus (Nm 18.21).
V. PRINCÍPIOS DA DOUTRINA DOS DÍZIMOS E OFERTAS
Por
meio das ofertas e dízimos, mostramos a Deus nossa alegria (2Co 9.7). Por
intermédio do dar, expomos a Deus um coração voluntário (Êx 25.1,2), e através
do ofertar, revelamos o nosso desprendimento (2Sm 24.24). Notemos então:
1. Gratidão a Deus.
Como
tudo o que recebemos vem de Deus, nada mais justo que sejamos gratos por tal
provisão entregando-lhe os dízimos e as ofertas: “Entrai pelas portas dele com
gratidão” (Sl 100.2a). Através das contribuições financeiras, honramos
a Deus (Pv 3.9,10).
2. Obediência a sua Palavra.
Como
as contribuições são uma doutrina bíblica, entregá-los ao Senhor, é ser
obediente a Sua Palavra (Dt 6.5).
3. Amor pela sua obra.
Um
dos motivos pelos quais devemos entregar os dízimos e as ofertas são também
para a manutenção da Casa do Senhor: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,
para que haja mantimento na minha casa” (Ml 3.10). Aquele que ama a
obra de Deus contribui para que a evangelização, a obra social, o sustento dos
obreiros que vivem de forma integral e a ampliação da obra de Deus continue.
VI. PROMESSAS ESPECÍFICAS PARA OS FIÉIS NOS DÍZIMOS E OFERTAS
Deus
sempre faz promessas para aqueles que Lhe servem com amor e fidelidade. Com a
prática dos dízimos e das ofertas não é diferente. No livro do profeta Malaquias,
encontramos pelos menos três promessas feitas aos que procedem fielmente com as
contribuições. Vejamos:
1. Provisão.
Deus
prometeu ao Seu povo que se não fossem negligentes com os dízimos e as ofertas,
Ele enviaria sempre a sua provisão: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,
para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz
o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu” (Ml 3.10a).
A expressão “abrir as janelas do céu”, pode estar fazendo alusão a provisão da
chuva e do sol a seu tempo, para que o povo tenha uma excelente colheita (Lv
26.4; Dt 11.14; 28.12).
2. Multiplicação.
A
Bíblia diz que o que plantamos, isso também colhemos. Mas colhemos sempre mais
do que plantamos: “Quem semeia com fartura, com abundância ceifará” (2Co 9.6).
Deus promete literalmente fazer prosperar a quem dá com liberalidade (2Co
9.6-11).
3. Proteção.
Como
o povo de Israel em sua maioria vivia da agricultura, era comum que os
agricultores sofressem em suas lavouras com as pragas que poderiam sobrevir,
causando destruição. No entanto, Deus prometeu que se o Seu povo agisse com
fidelidade na entrega dos dízimos e das ofertas, Deus protegeria a lavoura
deles e lhes daria grandes colheitas: “E por causa de vós repreenderei o devorador,
e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril,
diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml 3.11,12).
CONCLUSÃO
Como
mordomos dos bens terrenos, devemos expressar a nossa gratidão, amor e serviço
a Deus por tudo o que Ele tem nos confiados. Para os que assim procedem,
bênçãos sem medida estão reservadas.
REFERÊNCIAS
Ø ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo
Testamento. VIDA.
Ø LOPES, Hernandes Dias. Malaquias.
HAGNOS.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo
Testamento. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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