Lc 4.14-22
INTRODUÇÃO
Nenhum outro
avivamento que ocorreu no passado pode ser comparado ao avivamento que ocorrido
durante o ministério de Jesus. Um genuíno avivamento marcado por pregação,
ensino, conversões, curas, milagres extraordinários, libertações e a ação
poderosa do Espírito Santo. Nesta lição estudaremos a ação do Espírito Santo
durante o ministério de Jesus; os propósitos da unção do Espírito Santo na vida
de Jesus; e, finalmente, as características do ministério avivado de Jesus.
I.
A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DE JESUS
O mesmo Espírito
que atuou no AT na vida dos juízes, profetas, reis e sacerdotes (Jz 3.9,10;
11.29; 13.24,25; 1Sm 16.13; 2Sm 23.2; 2Cr 20.14; 24.20; Is 59.21; Ez 3.12),
atuou também na vida de Jesus. Vejamos:
- Quando Jesus foi batizado no rio Jordão, o Espírito Santo desceu sobre Ele (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32,33);
- Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo Diabo (Mt 4.1; Mc 1.12; Lc 4.1);
- Jesus pregou e operou milagres pelo poder do Espírito Santo (Mt 12.18; Lc 4.14; Lc 4.18; At 10.38);
- Jesus ensinou sobre o Espírito Santo (Mt 10.20; 12.31,32; Mc 3.29; 12.36; 13.11; Lc 12.10,12; Jo 3.5,6,8,34);
- Jesus prometeu enviar o Espírito Santo (Jo 14.26; 15.26; 16.13);
- Jesus soprou sobre os discípulos o Espírito Santo (Jo 20.22).
II. OS PROPÓSITOS DA
UNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE JESUS
Durante o seu ministério, Jesus foi até a sinagoga de Nazaré,
onde leu nas Escrituras uma profecia do livro de Isaías acerca de si mesmo e do
seu ministério (Is 61.1-3; Lc 4.16-19). Lucas registrou ao menos seis
propósitos da unção do Espírito Santo na vida de Jesus, como veremos a seguir:
1. Jesus foi ungido para evangelizar os pobres (Lc 4.18a).
O primeiro propósito da unção de Jesus foi para evangelizar
os pobres. Evangelizar, significa “pregar ou anunciar as boas novas de
salvação”. Jesus dedicou grande parte do seu ministério a pregação do evangelho
(Mt 4.23; 9.35; Mc 1.14,39; Lc 8.1). Quanto ao termo “pobres” não significa que
os ricos não deveriam ser evangelizados, pois, o próprio Jesus pregou para
pessoas ricas, como Zaqueu (Lc 19.1-10) e o jovem rico (Mt 19.16-22). Jesus
enfatizou a evangelização dos pobres porque, geralmente, os pobres são mais
humildes, mais dependentes de Deus e mais sensíveis ao chamado divino (Is
57.15; 66.2; Mt 5.3; 11.5; Lc 6.20; 7.22). Além disso, diversas vezes Jesus
ensinou sobre o perigo das riquezas (Mt 19.23,24; Mc 10.25; Lc 6.24;12.16-21;
16.19-22; 18.25).
2. Jesus foi ungido para curar os quebrantados de coração (Lc
4.18b).
Jesus foi ungido, não apenas para curar enfermidades físicas,
mas, também, emocionais. Um coração quebrantado quer dizer um coração cheio de
humildade e disposição para submeter-se à vontade de Deus. É o contrário de um
coração endurecido, cheio de orgulho e autossuficiência. Esse tipo de coração
agrada a Deus: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e
salva os contritos de espírito” (Sl 34.18). Na missão de Jesus, Ele
veio para ‘curar’ os que são ‘quebrantados de coração’. A sua Palavra, cheia de
misericórdia e de amor pelos que sofrem as adversidades da vida, promove a cura
interior, trazendo paz e descanso para a alma: “Vinde a mim, todos os que
estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28) (RENOVATO,
2022, p. 45).
3. Jesus foi ungido para apregoar liberdade aos cativos (Lc
4.19a).
Após a Queda (Gn 3.1-19), o homem tornou-se destituído da
glória de Deus e escravo do pecado e do Diabo (Jo 8.34,44; Rm 3.23; 6.6,17,20;
Tt 3.3; 1Jo 3.8a). “Com a Queda, a humanidade passou a ser seduzida, enganada e
voltada para a prática de tudo o que é contra a santidade de Deus. Na ilusão do
pecado, o ser humano pensa que é ‘livre’. O Diabo prende as pessoas com uma
‘falsa liberdade’, escravizando-as através de vários meios de destruição, tais
como vícios, fornicação, adultérios, prostituição, violência, falsas religiões,
heresias e outras coisas que lhes prendem de tal forma, que são prisioneiros do
pecado e da corrupção” (RENOVATO, 2022, p. 45,46). Porém, Jesus foi ungido para
proclamar liberdade aos cativos, ou seja, para anunciar que, os que se
encontram em prisões, poderão obter a liberdade (Jo 8.32,36; I Jo 3.8b).
4. Jesus foi ungido para dar vista aos cegos (Lc 4.19b).
Durante o seu ministério, Jesus curou muitas pessoas que
sofriam de cegueira (Mt 9.27-30; 11.5; 12.22; 15.30,31; Mc 8.22-26; 10.46-52;
Lc 7.21,22; Lc 18.35-40; Jo 9.1-10). Mas, a Bíblia fala não só de cegueira
física, mas, também, a espiritual (2Co 4.4; 2Pd 1.9; Ap 3.17). “A cegueira espiritual
é a causa de todos os males morais e humanos que afligem a humanidade. Ela leva
a maioria das pessoas a serem dominadas pela incredulidade, que é a mãe de
todos os tipos de pecados. Sem crer em Deus, ou os homens tornam-se os seus
próprios deuses ou, então, elegem outros ‘deuses’ nas suas vidas. A cegueira
espiritual seduz as pessoas para acreditar e praticar falsos ensinos e heresias
das mais estranhas” (RENOVATO, 2022, p. 46). Porém, Jesus foi ungido não apenas
para curar a cegueira física, mas, principalmente, a espiritual, como ocorreu
com o cego de nascença. Depois de curar a cegueira física (Jo 9.1-7) curou a
sua cegueira espiritual (Jo 9.35-38).
5. Jesus foi
ungido para pôr em liberdade os oprimidos (Lc 4.19c).
Jesus foi ungido
não só para anunciar a liberdade aos cativos, mas, principalmente, para
libertá-los. Durante o seu ministério, Jesus libertou muitos que viviam
endemoninhados. Dentre os muitos exemplos, podemos destacar o endemoninhado de
Gadara (Mt 8.28-34; Mc 5.120; Lc 8.26-39); o jovem lunático (Mt 17.14-23; Mc
9.14-29; Lc 9.37-45); a filha da mulher cananeia (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30); e a
mulher encurvada (Lc 13.10-17). No entanto, devemos entender que, além das
prisões espirituais provocadas por espíritos demoníacos, existem outros tipos
de opressões, que causadas por problemas psicológicos e emocionais, tais como:
ansiedade, depressão, síndrome do pânico, além de outros. E, o mesmo jesus, que
libertou no passado, continua libertando pessoas em nossos dias, como ele mesmo
prometeu: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu
vos aliviarei.” (Mt 11.28).
6. Jesus foi
ungido para anunciar o ano aceitável do Senhor (Lc 4.19d).
É interessante nós
observarmos que, na profecia de Isaías, o texto diz: “A apregoar o ano
aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus...” (Is 61.2).
Jesus não incluiu ‘o dia da vingança do nosso Deus’ quando ele leu esta
profecia na sinagoga de Nazaré (Lc 4.19) porque o Dia da vingança só ocorrerá
no futuro, no período da Grande Tribulação (Ap 6.12-17). Porém, enfatizou que
Ele veio para anunciar o ano aceitável do Senhor. A NVI (Nova Versão
Transformadora) traduz assim: “[…] e proclamar o ano da graça do Senhor”.
Ou seja, Jesus é a manifestação da graça de Deus (Tt 2.11-13) que veio
ao mundo, para nos trazer o perdão dos pecados, a salvação e a vida eterna para
todos aquele que nEle crerem e O receberem como seu salvador (Mc 10.45; Lc
19.10; Jo 3.16,17; At 16.31). Para os contemporâneos de Jesus, o ano aceitável
era aquele período em que Ele viveu aqui na Terra. Para os que viveram depois
dEle, o ano aceitável é aquele em que o pecador ouve a mensagem do Evangelho e
o convite à salvação (Is 49.8; 2Co 6.2; At 10.13-17).
III.
O MINISTÉRIO AVIVADO DE JESUS
A Bíblia registra
diversos avivamentos que ocorreram na História do povo de Deus, como ocorreu
nos dias de Esdras e Neemias (Ed 9.1-15; 10.1-11; Ne 8.1-18; 9.1-38; 13.1-31);
durante o reinado de Josias e Ezequias (2Cr 29.1-36; 30.1-27; 31.1-21; 34.1-33;
35.1-19); nos dias da Igreja primitiva (At 2.37-46; 5.14-16; 19.11-20); além de
outros. Porém, o maior de todos os avivamentos, sem dúvida, ocorreu durante o
Ministério de Jesus. Vejamos algumas características do Ministério de Jesus:
1. Um Ministério
marcado pela oração.
A vida de Jesus
foi marcada não apenas pela ação do Espírito Santo em sua vida, mas, também,
por muita oração. Muitas vezes Ele passava à noite em oração, e, outras vezes,
ele acordava cedo para orar (Mc 1.35; 14.35; Lc 5.16; 6.12; 9.29; 22.41-44).
Jesus não apenas orava, mas, também ensinava seus discípulos a orar (Mt 6.5-13;
Lc 11.2-4; 18.1-8). Se queremos viver uma vida avivada, precisamos viver em
constante oração (At 1.14; 3.1; 4.31; Ef 6.18 1Ts 5.17,25; 2Ts 3.1; Hb 13.18;
Tg 5.16). Devemos clamar como o profeta Habacuque: “Aviva a tua obra, ó
Senhor” (Hc 3.2).
2. Um Ministério
marcado pela pregação e por muitas conversões.
O ministério de
Jesus foi caracterizado pela pregação do Evangelho. Ele pregava, tanto
individualmente, como pregou para a mulher samaritana (Jo 4.5-42); para Zaqueu,
o publicano (Lc 19.1-10); para Nicodemos (Jo 3.1-21); como pregava também às
multidões (Mt 4.23; 9.35,36). Jesus também comissionou os seus discípulos a
pregar o evangelho (Mt 28.19,20; Mc 3:13,14; 16.15-20; Lc 10.1-10; At 1.8). Foi
través da pregação do evangelho que milhares de pessoas se converteram a
Cristo, no passado (Jo 4.41; 8.30; At 2.37-41; 5.14). Uma das principais
características do verdadeiro avivamento é o abandono do pecado e a conversão a
Cristo (At 8.1-8; 19.17-20).
3. Um Ministério
marcado pelo ensino.
Grande parte do
ministério de nosso Senhor Jesus foi ocupado com o ensino (Mt 4.23; 9.35; Lc
20.1). O que distinguia os ensinos de Jesus com os ensinos dos escribas e
fariseus era a autoridade com que Ele ensinava. Os evangelistas afirmam que
todos se maravilhavam de Sua doutrina (Mt 7.28,29; Mc 1.21,22). Jesus ensinava
com tanta autoridade que até mesmo àqueles que iam prendê-lo, chegaram a
confessar: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46).
A autoridade da mensagem de Cristo era decorrente do fato de Ele exemplificar
em sua própria vida. Ele viveu o que ensinou e ensinou o que viveu! Por esta
razão, o médico Lucas, ao relatar o ministério do Mestre, coloca em primeiro
lugar a ação e depois o ensino, quando diz: “Fiz o primeiro tratado, ó
Teófilo, acerca de tudo o que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar” (At
1.1).
4. Um Ministério
marcado por milagres extraordinários.
Jesus operou
muitos milagres durante o seu ministério. Ele deu vista a cegos (Mt 9.27-31; Mc
8.22-26; Lc 18.35-43; Jo 9.1-8); fez paralíticos andar (Mt 8.1-8; Mc 2.3-12; Lc
5.18-36; Jo 5.1-15); purificou leprosos (Mt 8.2-4); libertou os endemoninhados
(Mt 8.28-34; Mc 1.21-28; 5.1-20; Lc 4.31-37; 9.37-45; 13.10-17); acalmou o
vento e a tempestade (Mt 8.23-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25); multiplicou pães e
peixes para alimentar multidões (Mt 14.13-21; 15.29-39; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17;
Jo 6.1-14); andou por cima do mar (Mt 14.22-36; Mc 6.45-56; Jo 6.15-21);
transformou água em vinho (Jo 2.1-12); e também ressuscitou os mortos (Mc
5.21-23,35-43; Lc 7.11-17; Jo 11.1-45).
CONCLUSÃO
Embora outros
avivamentos tenham ocorrido desde os tempos do Antigo Testamento, foi durante o
ministério de Jesus que o mundo experimentou o maior de todos os avivamentos.
Um ministério marcado pela ação do Espírito Santo, pela oração, pela pregação e
ensino da Palavra de Deus e por milagres extraordinários.
REFERÊNCIAS
Ø BERGSTÉN,
Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø GILBERTO,
Antônio. Bíblia com Comentários de
Antônio Gilberto. CPAD.
Ø RENOVATO,
Elinaldo. Aviva a Tua Obra. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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