sexta-feira, 3 de março de 2023

LIÇÃO 10 – O AVIVAMENTO NA VIDA PESSOAL





 
Sl 63.1-8




INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, estaremos refletindo sobre o avivamento na vida pessoal. Contrariamente ao que algumas correntes teológicas defendem, alegando que o “avivamento” só pode ser vivenciado “coletivamente”, esta lição vai mostrar o avivamento na vida pessoal do salmista, servindo como paradigma para nossa análise, além de refletirmos sobre algumas disciplinas espirituais que nos ajudarão a mantermos uma vida avivada. E por fim, aprenderemos que precisamos manter o equilíbrio e entendermos que o fruto e os dons do Espírito Santo devem estar presentes todos os dias de nossa vida.
  

I. AVIVAMENTO NA VIDA DO SALMISTA
1. Contexto do Salmista.
Este Salmo tem sido chamado de “Cântico de confiança”. Atribui-se a Davi quando no deserto de Judá. Isso tem sido interpretado como a fuga de Davi de Saul, ou de Absalão (I Sm 22 e 23, ou II Sm 15 a 17). Seja qual for as circunstâncias, o Salmo é uma expressão de profunda devoção, comunhão e dedicação a vontade de Deus.
 
2. “Ó Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei (...)” (v.1).
O Salmista expressa sua comunhão com Deus. Sua intimidade é demonstrada em seu relacionamento de profunda devoção, e seu anseio por sua presença. Buscar de “madrugada” tanto pode indicar o sacrifício de uma vigília, quanto o da metáfora de um momento de dificuldade.
 
3. “A minha alma tem sede de ti, a minha alma te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água,” (v.1).
Neste texto, o Salmista faz uso de elementos da natureza para descrever seu clamor e anelo desesperado por sua presença. Reconhece sua debilidade, sua condição diante de Deus, deixando claro que Seu Deus, é o maior bem de sua vida. Ter sede por Deus e sua presença, é uma característica de um servo avivado.
 
4. “para ver a tua fortaleza e a tua glória, como te vi no santuário.” (v.2).
Por força das circunstâncias, o salmista estava distante do templo no deserto, entretanto, seu coração desejava experimentar o sobrenatural de Deus em Sua vida. Desejar experiências profundas com Deus, é um indicativo de uma vida avivada.
 
5. “porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.” (v.3).
Para o escritor sagrado, o Senhor é a razão de sua existência. A benignidade de Deus se constitui num bem maior, por isso, em gratidão, fará de seu coração e vida, um verdadeiro santuário de adoração e gratidão a Deus (v.4).
 
6. “A minha alma se fartará(...) e a minha boca te louvará com alegres lábios, (...)” (v. 5).
Fé, esperança, confiança, gratidão e adoração, são frutos de uma vida avivada por Deus. Não se pode demonstrar tais expressões, sem que se tenha uma vida de intimidade com Deus.
 
7. “quando me lembrar de ti na minha cama e meditar em ti nas vigílias da noite. (...)” (v.6).
Priorização de momentos devocionais com Deus, oração, meditação em sua Palavra, são atitudes de verdadeiros crentes avivados. O salmista sabia que, viver sem nutrir uma comunhão com Deus, seria o seu maior erro.
 
 
II. DISCIPLINAS ESPIRITUAIS CRISTÃ PARA UMA VIDA AVIVADA
Disciplinas espirituais são os exercícios espirituais, prescritos na Bíblia Sagrada, cujo objetivo é proporcionar ao crente uma intimidade singular com o Pai Celeste, levando-o ao avivamento e mantendo-o nele, com o fim de glorificar a Deus (Mt 5.16). Eis algumas disciplinas espirituais:
 
1. A Oração.
A vida consiste de hábitos, tanto bons quanto maus. Os hábitos mais produtivos são fruto da disciplina, prática e aplicação. Enquanto a oração não for um hábito bem firmado e não tiver se tornado parte do estilo de vida do crente, sua vida será infrutífera e sem efeito apreciável. Os grandes homens de oração da Bíblia foram pessoas de rígidos hábitos de oração. O rei Davi escreveu: “De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei; e ele ouvirá a minha voz” (Sl 55.17). A respeito de Daniel foi escrito: “Entrou em sua casa (ora havia em seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como antes costumava fazer” (Dn 6.10). Daniel tinha hábitos de oração tão fixos, que nenhuma circunstância da vida tinha permissão para interrompê-los. Orações regulares era um costume habitual entre os judeus, pois estabeleciam três períodos de oração para todos os dias como nos casos citados de Davi e Daniel. Nos tempos neotestamentários, esses horários eram às nove horas da manhã, às três da tarde e ao pôr do sol. Embora, para alguns a prática tivesse se deteriorado para nada mais do que um ritual (Mt 6.5,16). Para a igreja primitiva, os horários fixos de oração foram seguidos fielmente. Somos informados de que “Pedro e João subiam juntos ao templo à ora da oração, a nona” (At 3.1). O apóstolo Paulo exorta: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17).
 
2. A Leitura da Palavra.
Priorizar a leitura e meditação das Escrituras sempre foi uma atitude dos grandes homens de Deus. No A.T. Moisés destacou em relação ao livro da lei: “E o terá consigo e nele lerá todos os dias da sua vida [...]” (Dt 17.19); a Josué, o Senhor enfatizou que a meditação em sua Palavra, deveria ser constante: “Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite [...]” (Js 1.8), o que o sucessor de Moisés não o fez apenas de modo pessoal, mas transmitiu também para o povo (Js 8.34,35); o salmista diz que a meditação diária das Escrituras, é decorrente do prazer que se nutre em relação à Palavra de Deus: “Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.3; ver Sl 119.97), como também, parte de uma decisão resoluta: “Em teus preceitos meditarei e olharei para os teus caminhos” (Sl 119.15). No período pós cativeiro, foi de extrema importância o comprometimento do sacerdote Esdras quanto a leitura e meditação das Escrituras para sua preparação espiritual (Ed 7.10), como para o ensino público necessário para a restauração de Jerusalém (Ne 8.5-9). No N.T, o Senhor Jesus critica os religiosos de sua época porque “Não conheciam as Escrituras e nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
 
3. O Jejum.
Essa prática vem desde o AT onde o povo de Israel jejuava por diversas razões (Sl 69.10; 2Sm 12.16). O próprio Cristo praticava a disciplina do jejum e ensinava que a mesma devia fazer parte da vida consagrada do cristão. A igreja do NT praticava o jejum (At 13.2,3; 14.23; 27.33). Antioquia é uma clara demonstração de que os crentes primitivos jejuavam (At 12.2,3; 2Co 6.5). Portanto, o Jejum deve ser realizado com exercício espiritual.
 
4. Cantar Louvores.
O louvor a Deus deve fazer parte da disciplina espiritual, pois o apóstolo Tiago nos diz “Se está alguém alegre, cante louvores (...)” (Tg 5.13). Tanto no A.T. como no N.T., a música esteve presente no culto de Israel e da Igreja primitiva ((Nm 10:1-10; Jz 7:22; Jô 38:7; Ef. 5:19; 1 Tm 3:16; At 16:25). Não é por acaso que o maior livro da Bíblia é um hinário (Salmos).
 
5. O Culto doméstico
O “culto doméstico” é definido como “uma reunião da família, sob a liderança dos pais cristãos, com a finalidade de cultuar a Deus no lar” (RENOVATO, 2013, p. 115). No lar, os conceitos mais importantes da vida são ensinados e o caráter da família e principalmente dos filhos, é formado. Por isso, devemos compreender e ensinar sobre a importância do culto doméstico. Ele se constitui uma importante disciplina, não só para um avivamento individual, bem como, coletivo. (Dt 6.5,7-9; 20.5; Js 7.14; 24:15).
 
 
III. FRUTO DO ESPÍRITO: IMPRESCIDÍVEL PARA UMA VIDA CRISTÃ AVIVADA
É comum algumas pessoas pensarem que ser “cheio do Espírito Santo”, esteja unicamente relacionado ao uso dos dons espirituais pela igreja, conforme (Rm 12.3-8; 1 Co 12.4-11;28-30; Ef.4.11; 1 Pe 4.10,11). Entretanto, observando com mais atenção, verificaremos que viver “cheio do Espírito Santo”, envolve também a produção do fruto do Espírito, pois diz respeito ao caráter do crente que é nascido de novo (1 Cor 13; 2 Co 5.17; Col 3.1-3; Ef. 4,22-6.20; Rm 6.4-23). O apóstolo Paulo escreveu aos corintos “Andai em amor, e procurai com zelo os melhores dons espirituais, principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1). Isso evidencia que, para o apóstolo, o fruto e os dons deveriam andar no mesmo compasso na vida de cada crente salvo. O cristão avivado precisa atentar para o equilíbrio, e perceber que “Andar em Espírito” (Gl 5.16), diz respeito a minha conduta moral, espiritual e o meu testemunho perante minha família, igreja e sociedade. Paulo nos recomenda “E não se embriaguem com vinho, pois isso leva a devassidão, mas deixem-se encher do Espírito” (Ef. 5.18 - NAA). Isso é tão claro nas Escrituras, que o apóstolo, logo após sua ter escrito sobre “ser cheio”, passa a orientar princípios morais e espirituais a serem utilizados no relacionamento entre os cônjuges (Ef 5.22-330); dos pais com os filhos (Ef. 6.4), dos filhos com os pais (Ef. 6.1-3), do empregado para com o patrão (Ef. 6.5-8); e do patrão para com o empregado (Ef. 6.9). Portanto, manter o equilíbrio “dons e fruto” deve ser o propósito de todo cristão avivado. Sem esse equilíbrio, um conceito de uma vida de plenitude no Espírito fica deficitário.
 
 
CONCLUSÃO
Com isso, concluímos que viver “cheio do Espírito Santo” não deve ser uma opção, porém, o objetivo de nossa vida. Deus tem dispensado para sua igreja: os dons e o fruto. Portanto, ele requer que façamos bom uso de tudo que disponibilizou, e acima de tudo, busquemos a cada dia, viver uma vida de plenitude do Espírito Santo.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE. Claudionor Corrêa de. Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento. CPAD.
Ø  BEACON, COMENTÁRIO BÍBLICO, Vol. 3. CPAD.
Ø  BRANT, Robert e Zenas J. Bricket. O Espírito nos ajuda a orar. CPAD.
Ø  CONDE, Emílio. Histórias das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, Norman. O Antigo Testamento Interpretado. Vol 4. HAGNOS.
Ø  KINDNER, Derek. Introdução e Comentário, Sl 1-72. VIDA NOVA.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. CPAD. 
 

Por Rede Brasil de Comunicação.

 


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