Lc 2.40,42-52
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
veremos a projeto de Deus para as famílias; pontuaremos a família e a educação
de Jesus; e por fim; elencaremos alguns conselhos práticos aos pais.
I. O PROJETO DE DEUS
PARA AS FAMÍLIAS
1. O papel dos pais na educação dos filhos.
Deus delegou aos
pais a responsabilidade de educar os filhos no temor do Senhor (Dt 6.5-9; Sl
103.13; 2Tm 3.3). Eles são os principais responsáveis por reproduzirem e
perpetuarem os princípios divinos na formação do caráter das crianças (Êx
20.12; Lv 20.9; Pv 1.8; 6.20; 2Tm 1.5). O propósito da instrução bíblica pelos
pais é ensinar os filhos a temer ao Senhor, a andar em todos os seus caminhos,
a amá-lo, ser-lhe grato e servi-lo de todo o coração (Dt 10.12; Ef 6.4). Os
pais devem proporcionar aos filhos uma educação baseada nos princípios da
Palavra de Deus (Gn 18.17-19; Êx 10.1,2; 12.26,27; 13.14-16; Dt 4.9; 11.19;
32.46).
2. Exemplos de famílias que souberam educar os seus
filhos saudáveis.
Encontramos nas
páginas da Bíblia diversos exemplos de famílias que souberam educar os seus
filhos no temor do Senhor, tais como: Noé (Gn 6.8-10); Elcana
e Ana (1Sm 1.20-28); Anrão e Joquebede (Êx 2.1-10; Hb
11.24-26); Loide e Eunice (2Tm 2.5; 3.15), além de outros. Porém, o maior
exemplo de educação é o de Jesus. Ele foi instruído de tal forma por seus pais
que se percebia o seu crescimento em todas as esferas, tanto secular quanto
espiritual (Lc 2.40,52). Ele também frequentava o templo durante as festas
judaicas a fim de aprender a Lei do Senhor (Lc 2.46,47). Isso nos ensina que os
pais devem instruir os seus filhos dentro de casa, mas também não podem deixar
de levá-los a Casa de Deus.
II. A FAMÍLIA E A EDUCAÇÃO DE JESUS
José e Maria foram escolhidos por Deus para criar e educar
Seu filho Jesus. Maria recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe informou que
ela daria à luz a um filho, e que seu nome seria Jesus (Lc 1.26-38; Mt
1.18-25). Assim, aquele casal recebeu da parte de Deus a incumbência de criar o
Salvador do mundo. Eles tiveram uma experiência que nenhum outro casal teve:
criar e educar, no aspecto humano, o próprio Filho de Deus.
1. O
nascimento de Jesus.
O nascimento de Jesus ocorreu da forma mais simples possível.
Ele não nasceu em um palácio e muito menos em um berço de ouro. Ele nasceu em
uma estrebaria. José e Maria, que moravam em Nazaré, foram até Belém da Judeia
para um recenseamento. Mas, ao chegarem em Belém, não havia mais lugar na
hospedaria. Então, eles entraram naquele local onde os animais dormiam, e ali,
Maria deu a luz, e envolveu o menino em um pano e o deitou em uma manjedoura
(Lc 2.1-7). “O nascimento do Salvador, o maior evento de toda a História,
ocorreu em circunstâncias as mais humildes. Jesus, o Rei dos reis não nasceu
como rei e nem viveu como rei aqui na terra” (STAMPS, 1995. p. 1503).
2. A apresentação no Templo.
Mesmo sabendo que Jesus era o Cristo (Lc 2.8-20), José e
Maria não deixaram de proceder conforme a Lei. Por isso, como qualquer criança
judia, Jesus foi circuncidado ao oitavo dia e apresentado no Templo (Lc
2.21-35). Após o período da purificação das mulheres que davam a luz, segundo a
Lei de Moisés (Lc 2.21-23; Lv 2.1-6) José e Maria levaram Jesus para ser
apresentado no Templo. Quando ali chegaram, encontraram Simeão, um homem justo
e temente a Deus, que lhe havia sido revelado pelo Espírito Santo que ele não
morreria antes de ver o Cristo. Simeão, então, pegou Jesus em seus braços e
disse: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua
palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste
perante a face de todos os povos, luz para alumiar as nações e para glória de
teu povo Israel.” (Lc 2.29-32). José e Maria, então, ficaram admirados
com o que ele lhes falara (Lc 2.33).
3. Jesus no meio dos doutores.
Aos doze anos Jesus foi levado por seus pais para Jerusalém,
para participar da festa da páscoa (Lc 2.41,42). “A ida de Jesus para
Jerusalém, nessa idade, foi um evento significativo. Há entre os judeus um
ritual, celebrado ainda hoje, chamado “Bar mitzvah”, cerimônia de
maior idade espiritual no judaísmo, ou de passagem, em que o menino faz, pela
primeira vez, a leitura da Lei de Moisés – Torah. A expressão aramaica “bar
mitzvah” significa: ‘filho do mandamento’. É a maioridade
espiritual, tornando-se um ‘filho da lei ou do mandamento’.”
(SOARES, 2008, p. 78, acréscimo nosso). Ao retornarem da festa, José e Maria
não se aperceberam que Jesus havia ficado em Jerusalém. Quando eles retornaram,
encontraram Jesus no Templo, conversando com os doutores da Lei, ouvindo-os e
interrogando-os (Lc 2.39-46). Quando Maria lhe disse que ela e José estavam
ansiosos a sua procura, Jesus lhes respondeu: “Por que é que me
procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lc
2.49). Ao menos três fatos importantes observamos neste texto:
A) Anualmente
José e Maria iam a Jerusalém a festa da páscoa (Lc 2.41).
“A Páscoa era naquela época, e ainda hoje, a maior festa
religiosa do judaísmo. Todos os adultos do sexo masculino tinham a obrigação de
frequentar o Templo para a celebração das festas solenes (Êx 23.14,17). Quem
morava numa região fora do raio de 25 km da cidade santa não tinham a obrigação
de ir às festas religiosas e o Talmude -livro sagrado dos judeus- expressamente
isentava as mulheres desse compromisso. Como José e Maria residiam na Galileia,
que ficava a mais de 100 km de Jerusalém, não tinham essa obrigação de ir
anualmente a Jerusalém, mas, não deixavam de ir aos cultos para adoração. Um
exemplo de dedicação e amor a Deus que deve ser seguido pelos cristãos”
(SOARES, 2008, P. 79).
B) O
interesse de Jesus pelas Escrituras (Lc 2.39-46).
Tudo nos leva a crer que, antes de Jesus completar doze anos,
quando José e maria iam para Jerusalém, para a comemoração da festa da páscoa,
Jesus ficava em casa com os demais irmãos e irmãs (Mt 13.55). Possivelmente
Jesus aguardava ansioso pela chegada dos pais, para que eles lhe contassem como
havia ocorrido as comemorações da páscoa em Jerusalém. É possível também que
Jesus interrogasse a José acerca do que as Escrituras falavam a respeito do
Messias. E, quando chegou a sua vez de ir a Jerusalém, aos doze anos de idade,
Jesus ficou tão maravilhado que não se deu conta de que a festa havia acabado e
que seus pais haviam retornado para Nazaré. E ele ficou ali, no templo, junto
aos doutores da lei, ouvindo seus ensinos e lhes fazendo perguntas. Não estava
lhes ensinando, como dizem alguns, mas, “ouvindo-os
e interrogando-os” (Lc 2.46). Porém, todos estavam admirados com as
suas perguntas e respostas. Isso nos mostra que, pesar de não ter uma Bíblia em
casa, Jesus era um adolescente que tinha interesse pela Palavra de Deus.
C) Aos doze
anos de idade, Jesus já tinha ciência de sua filiação com Deus (Lc 2.48,49).
Quando José e Maria retornaram a Jerusalém para buscar a
Jesus e o encontraram no Templo, conversando com os doutores da Lei, Maria lhe
disse: “Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu,
ansiosos, te procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não
sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lc 2.48,49).
Estas são as primeiras palavras de Jesus registradas na Bíblia, e, nos mostra
claramente que Jesus já tinha plena consciência de que ele era o Filho de Deus.
E, mesmo sabendo de sua origem divina e tendo consciência de Sua missão, Jesus
não deixou de honrar aos pais, mantendo-se submisso a José e Maria: “E
desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito” (Lc 2.51).
4. O
tríplice desenvolvimento de Jesus (Lc 2.40,52).
“Como verdadeiro homem, Jesus experimentou o crescimento
físico e mental e espiritual. Crescia em sabedoria, conforme a graça de Deus.
Era perfeito quanto a natureza humana, prosseguindo para a maturidade, segundo
a vontade de Deus” (STAMPS, 1995. p. 1505).
A) Sabedoria
(intelectual).
É bom lembrar que, mesmo sendo a encarnação do verbo e o
próprio Deus habitando entre os homens (Mt 1.23; Jo 1.14), Jesus tornou-se
homem no sentido pleno, e, por isso, como qualquer criança, teve que aprender a
andar, falar, ler e escrever. Quando o médico Lucas diz que o menino crescia em
sabedoria, não está se referindo a sabedoria de Deus, pois esta não pode ser
aumentada, e sim, a sabedoria natural do ser humano, que é adquirida,
principalmente, no seio familiar.
B) Estatura
(físico).
Jesus também experimentou o crescimento físico e passou pelo
curso natural do ser humano. Foi uma criança que cresceu, passou pela
adolescência, juventude e tornou-se adulto. Jesus era uma criança igual a
qualquer outra, exceto pelo fato de não ter a natureza pecaminosa. Com certeza,
quando criança, ele brincava, corria, tinha amigos, e, também aprendeu a profissão
de carpinteiro, pois ajudava Jose, seu pai “adotivo” na carpintaria (Mt 13.55;
Mc 6.3).
C) Graça
(espiritual).
Jesus
crescia em graça para com Deus e para com os homens (Lc 2.52). “O termo grego
usado pelo escritor é ‘charis’ que pode ser traduzido por ‘dom’,
‘presente’,
‘graça’,
‘benevolência’,
‘generosidade’
ou ‘agradecimento’”
(STRONG, 2011. pp. 2457,2458). Quando Lucas diz que Jesus crescia em graça para
com Deus, fala do seu relacionamento para com o Pai, de sua vida de devoção, de
comunhão e de intimidade com Deus. E, quando ele diz que Ele crescia em graça
para com os homens, significa dizer que Jesus era uma pessoa meiga, dócil,
agradável, que se relacionava bem com as pessoas.
III.
ALGUNS CONSELHOS PRÁTICOS AOS PAIS
- Motivem seus filhos a
pern1anecerem separados do inundo (2Co 6.14-7.1; Tg 4.4);
- Ensinem seus filhos sobre
a importância do batismo com o Espírito Santo (At 1.4,5,8; 2.4,39);
- Instruam seus filhos
diariamente nas Sagradas Escrituras (Dt 4.9; 6.5,7; lT1n 4.6; 2Tm 3.15);
- Intercedam constante e
fervorosamente por seus filhos (Jó 1.5; Ef 6.18; Tg 5.16-18);
- Dediquem seus filhos a
Deus, logo no início de suas vidas (1Sm 1.28; Lc 2.22);
- Ensinem seus filhos a
temer o Senhor e desviar-se do mal, a amar a ju stiça e a odiar a iniquidade
(lCr 28.9);
- Ensinem seus filhos que
Deus os ama e tem um propósito específico em suas vidas (Lc 1.13-17; Rm
8.29,30; lPe 1.3-9).
- Protejam seus filhos da
influência pecaminosa, sabendo que Satanás procurará destruí-los (Pv 2.15-17;
13.20; 28.7).
CONCLUSÃO
O desejo de Deus é
que o lar seja um ambiente agradável para que os filhos possam crescer sadios,
e que os pais eduquem seus filhos no temor do Senhor, ensinando a Palavra de
Deus em suas casas, e conduzindo seus filhos ao templo, para que eles sejam
instruídos nos caminhos do Senhor, e possam crescer saudáveis física e
espiritualmente. Ao concluir esta lição, ore juntamente com seus alunos pelas
suas respectivas famílias, para que Deus lhes dê sabedoria na educação dos filhos
e que cada lar seja um ambiente de paz, amor e harmonia, para que os filhos
cresçam sadios em todas as áreas da vida, como Jesus.
REFERÊNCIAS
Ø CABRAL,
Elienai. Relacionamentos em Família.
CPAD.
Ø SOARES,
Esequias. Cristologia: A Doutrina de
Jesus Cristo. HAGNOS.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø STRONG,
J. Bíblia de Estudo Palavras Chave.
CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário