Rt
4.7-12
INTRODUÇÃO
Nesta lição
estaremos destacando o significado de duas palavras principais para o melhor
entendimento do assunto que são: desconstrução e masculinidade; mencionaremos
três principais áreas onde a masculinidade bíblica vem sendo descontruída; e
por fim, elencaremos características da verdadeira masculinidade à luz das
Escrituras.
I. DEFINIÇÃO DOS TERMOS DESCONSTRUÇÃO E MASCULINIDADE
1. Definição do
termo desconstrução.
A palavra desconstrução
é tem suas origens e tem sido muito popularizado na filosofia e que basicamente
quer dizer: “ato ou efeito de descontruir; é destruir ou desfazer;
desfazer para reconstruir (o que está construído, estruturado)” (HOUAISS,
2001, p. 970 - acréscimo nosso). Quanto a desconstrução da masculinidade ou
desmasculinização, entende-se como sendo a inversão dos papéis do homem na
sexualidade, na liderança e prática de seus deveres.
2. Definição do
termo masculinidade.
De acordo com o
dicionarista Antônio Houaiss, masculinidade é: “qualidade de masculino ou
de másculo; que denota por sua vez, qualidades consideradas próprias do homem” (2001,
p. 1862 - acréscimo nosso). Embora a palavra masculinidade não apareça
na Bíblia, o seu conceito é claro nas páginas do Antigo e Novo Testamento. A
cultura da masculinidade bíblica é baseada nos princípios e valores da Bíblia,
que orientam o modo como os homens devem se comportar e viver suas vidas (Gn
1.26-28; 2.15). A masculinidade bíblica é entendida como o comportamento e as
características que são consideradas adequadas apenas para o homem, segundo a
perspectiva da Bíblia. Essa cultura valoriza a integridade, a responsabilidade,
a honra e a lealdade, e busca formar homens que reflitam a imagem de Deus e
sejam um exemplo para os outros (1Rs 2.1,2; 1Co 16.13). O conceito de
masculinidade na Bíblia vem do termo hebraico “zakhar” que denota
um ser “macho” que é totalmente oposto de “neqêvah” que
aponta para a feminilidade, ou seja, “fêmea”.
II. A DESCONSTRUÇÃO DA MASCULINIDADE
BÍBLICA
1. A desconstrução
da masculinidade na sociedade.
Alguns estudiosos
das ciências do comportamento têm afirmado que o Ocidente experimenta, na
atualidade, uma severa crise de masculinidade. A prova disso é vista nos mais
variados grupos sociais que, aos poucos, têm desconstruído a ideia do que
significa ser homem. Ademais, nossa época também tem sido marcada pela remoção
dos marcos judaico-cristãos que nortearam os valores do Ocidente por séculos a
fio, de modo a arruinar toda a nossa concepção acerca do significado de
masculinidade. Nessa perspectiva, a masculinidade foi relativizada, o
comportamento firme comum aos homens (que não deve ser confundido com
machismo) foi “suavizado” e, a postura, outrora máscula, foi distorcida; há
também uma preocupação exacerbada e incomum com a aparência estética hábito
conhecido pelo termo metrosexualidade (uso de cosméticos ditos
para homens, sobrancelhas feitas, cabelos estilizados, roupas apertadas), a
moda a serviço dessa desconstrução; além de uma nítida inversão de papéis
(VARGENS, 2020, pp. 13,14 - acréscimo nosso). O que contraria frontalmente o
princípio de diferenciação que há nas Escrituras quanto a determinados aspectos
entre o homem e a mulher (Lv 18.22; Dt 22.5; 1Co 11.6,13-15; 1Pe 3.1-7).
2. A desconstrução
da masculinidade na família.
Em nome do
politicamente correto, a atual geração tem sido bombardeada com conceitos e
valores que têm proporcionado certo “desequilíbrio da sociedade”,
o que, por conseguinte, tem produzido o enfraquecimento da família. A crise de
masculinidade tem gerado homens extremamente sensíveis e inseguros, incapazes
de liderar a família e de ser a linha de frente contra os perigos e os males
que atacam o lar. Dessa maneira, a ideia bíblica de que o homem é o cabeça do lar
(1Co 11.3-12; Ef 5.22-23), tem sido considerada, pelas feministas, um
verdadeiro absurdo, fruto de uma sociedade patriarcal e primitiva, algo a que
se deve resistir com todas as forças. Uma prova disso é que nosso tempo tem
sido marcado pelo conceito de que a esposa, em hipótese alguma, deve
submeter-se à autoridade do marido. O que também contraria claramente os
princípios de Deus (Ef 5.22-33).
3. A desconstrução
da masculinidade e o seu reflexo na igreja.
Devido à severa
crise de masculinidade vivenciada pela sociedade brasileira, acrescida da
omissão masculina em algumas comunidades evangélicas, os papéis de liderança
outrora desenvolvidos por homens começaram a ser preenchidos por mulheres. Por
causa do marxismo cultural, do feminismo e do empoderamento da mulher, os
homens têm sido desestimulados a liderar suas casas e, consequentemente, a
igreja. Desde então, tem crescido no Brasil o número de “pastoras”, “bispas”,
“presbíteras” e até “apóstolas”; o que contraria frontalmente o padrão bíblico
de governo de igreja: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef
4.11).
III. A MASCULINIDADE À LUZ DAS
ESCRITURAS
A Bíblia é clara
ao afirmar que Deus criou o homem (Gn 1.27) e que o fez distinto da mulher,
concedendo-lhe atributos particulares que, de forma clara, o distinguem dela.
De acordo com Vargens (2020, pp. 34- 38), vejamos, portanto, algumas
características do homem segundo as Escrituras:
1. Ser homem,
segundo a Bíblia, é assumir a missão de proteger família.
De Gênesis a
Apocalipse, a Bíblia nos mostra que um dos papéis do homem é “sustentar,
guardar, proteger e livrar a sua família do mal”. Gênesis nos instrui
no sentido de que o Senhor orientou o homem a cuidar do jardim e a guardá-lo,
onde, juntamente com Eva, deveria viver (Gn 2.15); mesmo antes de criar a
mulher e instituir a família, o Criador definiu que um dos papéis do homem
deveria ser o de protetor de sua casa, guardando-a de qualquer ameaça que porventura
pudesse aparecer. À luz dessa verdade, aliada ao ensino de Paulo, que nos
mostra que o marido deve amar sua esposa da forma como Cristo amou a Igreja,
dando sua vida por ela (Ef 5.25), chegamos à conclusão de que uma das
responsabilidades do homem é cuidar de sua mulher e toda a sua casa, assim como
quem cuida de si mesmo.
2. Ser homem,
segundo a Bíblia, é assumir a responsabilidade de liderar a sua casa nos
caminhos do Senhor.
A Palavra do
Senhor é clara em ensinar que o homem tem de estar pronto e apto a liderar sua
esposa e filhos de um modo que honre a Deus, glorificando, assim, seu santo
nome. Deus colocou o homem como o cabeça do lar, e a mulher, como sua
auxiliadora (Gn 2.18), e o Senhor em sua soberania, determinou que a condução
dos rumos da família deveria ser um dos papéis do marido (Ef 5.23; 1Co 11.9). O
homem é chamado para ser o líder, para orientar, proteger e estar à frente de
sua família. Deus concedeu-lhe esse mandato, portanto é preciso que entendamos
que essa é uma responsabilidade que não pode ser negligenciada (Js 24.15).
Assim, o homem deve ser aquele que traz o ensino dentro de casa.
3. Ser homem,
segundo a Bíblia, é entender a responsabilidade de ser o provedor e sustentador
de sua família.
As Escrituras nos
ensinam que um dos papéis do homem é o de provedor do lar. Paulo ensina que,
assim como Cristo cuida de sua igreja, alimenta-a e sustenta-a, o marido tem a
responsabilidade de prover à sua esposa o sustento necessário. Em outras
palavras, o ensino paulino afirma que um dos papéis do homem é trazer ao lar
provisão e sustento, o que nos leva ao entendimento de que, ao criá-lo, Deus
lhe concedeu tanto o atributo como a responsabilidade de ser o provedor de sua
casa (Ef 5.28-30). Vale a pena ressaltar que foi Adão quem ouviu do Senhor que,
do suor do rosto, ele comeria o pão, e não sua mulher (Gn 3.19). O que
naturalmente não quer dizer que a esposa não possa em hipótese alguma trabalhar
(desde que o casal chegue a um bom senso, e que isso não fira os
princípios bíblicos quanto ao cuidado da família). Contudo, o que não dá para
negociar é o fato de que o homem é quem deve ser o provedor do lar e da família
(Sl 128.1-3).
4. Ser homem,
segundo a Bíblia, é usar de virilidade e coragem.
A Bíblia relata
que Davi foi um homem segundo o coração de Deus (At 13.22) e que reunia
virtudes fantásticas, inclusive a coragem. Um exemplo claro disso é que, ao
perceber que o exército de Israel estava sendo humilhado pelos filisteus, num
ato de intrepidez, resolveu enfrentar o gigante Golias (1Sm 17.11-46). Essa
ação corajosa de Davi aponta, eminentemente, para uma virtude que caracteriza a
personalidade masculina. Após a morte de Moisés, o Senhor chamou Josué,
dizendo-lhe que ele deveria ser forte e corajoso: “Não foi isso que eu
ordenei? Seja forte e corajoso! Não tenha medo, nem fique assustado, porque o
SENHOR, seu Deus, estará com você por onde quer que você andar” (Js 1.9
- NAA). Em 1 Pedro 3.7, as mulheres são apresentadas como sendo a parte mais
frágil de um casamento. Portanto, homens são chamados por Deus para serem
fortes e úteis à sua família e comunidade.
CONCLUSÃO
Deus criou o ser
humano com dois gêneros: masculino e feminino (Gn 1.27). E a diferenciação dos
sexos é um princípio determinado pela criação divina (Gn 2.23). Dessa forma, a
sociedade, a família e a igreja anseiam por homens que honrem a sua
masculinidade.
REFERÊNCIAS
Ø BAPTISTA,
Douglas. A Igreja de Cristo e o
Império do Mal. CPAD.
Ø BAPTISTA,
Douglas. Valores cristãos.
CPAD.
Ø GRENZ,
Stanley, J. Pós-Modernismo: uma guia
para entender filosofia do nosso tempo. VIDA NOVA.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø VARGENS,
Renato. Masculinidade em Crise e seus
efeitos na Igreja. EDITORA FIEL.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário