sábado, 5 de agosto de 2023

LIÇÃO 06 – A DESCONSTRUÇÃO DA MASCULINIDADE BÍBLICA


 
 
 
 
Rt 4.7-12  


INTRODUÇÃO
Nesta lição estaremos destacando o significado de duas palavras principais para o melhor entendimento do assunto que são: desconstrução e masculinidade; mencionaremos três principais áreas onde a masculinidade bíblica vem sendo descontruída; e por fim, elencaremos características da verdadeira masculinidade à luz das Escrituras.


I. DEFINIÇÃO DOS TERMOS DESCONSTRUÇÃO E MASCULINIDADE
1. Definição do termo desconstrução.
A palavra desconstrução é tem suas origens e tem sido muito popularizado na filosofia e que basicamente quer dizer: “ato ou efeito de descontruir; é destruir ou desfazer; desfazer para reconstruir (o que está construído, estruturado)” (HOUAISS, 2001, p. 970 - acréscimo nosso). Quanto a desconstrução da masculinidade ou desmasculinização, entende-se como sendo a inversão dos papéis do homem na sexualidade, na liderança e prática de seus deveres.
 
2. Definição do termo masculinidade.
De acordo com o dicionarista Antônio Houaiss, masculinidade é: “qualidade de masculino ou de másculo; que denota por sua vez, qualidades consideradas próprias do homem” (2001, p. 1862 - acréscimo nosso). Embora a palavra masculinidade não apareça na Bíblia, o seu conceito é claro nas páginas do Antigo e Novo Testamento. A cultura da masculinidade bíblica é baseada nos princípios e valores da Bíblia, que orientam o modo como os homens devem se comportar e viver suas vidas (Gn 1.26-28; 2.15). A masculinidade bíblica é entendida como o comportamento e as características que são consideradas adequadas apenas para o homem, segundo a perspectiva da Bíblia. Essa cultura valoriza a integridade, a responsabilidade, a honra e a lealdade, e busca formar homens que reflitam a imagem de Deus e sejam um exemplo para os outros (1Rs 2.1,2; 1Co 16.13). O conceito de masculinidade na Bíblia vem do termo hebraico “zakhar” que denota um ser “macho” que é totalmente oposto de “neqêvah” que aponta para a feminilidade, ou seja, “fêmea”.
 
 
II. A DESCONSTRUÇÃO DA MASCULINIDADE BÍBLICA
1. A desconstrução da masculinidade na sociedade.
Alguns estudiosos das ciências do comportamento têm afirmado que o Ocidente experimenta, na atualidade, uma severa crise de masculinidade. A prova disso é vista nos mais variados grupos sociais que, aos poucos, têm desconstruído a ideia do que significa ser homem. Ademais, nossa época também tem sido marcada pela remoção dos marcos judaico-cristãos que nortearam os valores do Ocidente por séculos a fio, de modo a arruinar toda a nossa concepção acerca do significado de masculinidade. Nessa perspectiva, a masculinidade foi relativizada, o comportamento firme comum aos homens (que não deve ser confundido com machismo) foi “suavizado” e, a postura, outrora máscula, foi distorcida; há também uma preocupação exacerbada e incomum com a aparência estética hábito conhecido pelo termo metrosexualidade (uso de cosméticos ditos para homens, sobrancelhas feitas, cabelos estilizados, roupas apertadas), a moda a serviço dessa desconstrução; além de uma nítida inversão de papéis (VARGENS, 2020, pp. 13,14 - acréscimo nosso). O que contraria frontalmente o princípio de diferenciação que há nas Escrituras quanto a determinados aspectos entre o homem e a mulher (Lv 18.22; Dt 22.5; 1Co 11.6,13-15; 1Pe 3.1-7).
 
2. A desconstrução da masculinidade na família.
Em nome do politicamente correto, a atual geração tem sido bombardeada com conceitos e valores que têm proporcionado certo “desequilíbrio da sociedade”, o que, por conseguinte, tem produzido o enfraquecimento da família. A crise de masculinidade tem gerado homens extremamente sensíveis e inseguros, incapazes de liderar a família e de ser a linha de frente contra os perigos e os males que atacam o lar. Dessa maneira, a ideia bíblica de que o homem é o cabeça do lar (1Co 11.3-12; Ef 5.22-23), tem sido considerada, pelas feministas, um verdadeiro absurdo, fruto de uma sociedade patriarcal e primitiva, algo a que se deve resistir com todas as forças. Uma prova disso é que nosso tempo tem sido marcado pelo conceito de que a esposa, em hipótese alguma, deve submeter-se à autoridade do marido. O que também contraria claramente os princípios de Deus (Ef 5.22-33).
 
3. A desconstrução da masculinidade e o seu reflexo na igreja.
Devido à severa crise de masculinidade vivenciada pela sociedade brasileira, acrescida da omissão masculina em algumas comunidades evangélicas, os papéis de liderança outrora desenvolvidos por homens começaram a ser preenchidos por mulheres. Por causa do marxismo cultural, do feminismo e do empoderamento da mulher, os homens têm sido desestimulados a liderar suas casas e, consequentemente, a igreja. Desde então, tem crescido no Brasil o número de “pastoras”, “bispas”, “presbíteras” e até “apóstolas”; o que contraria frontalmente o padrão bíblico de governo de igreja: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11).
 
 
III. A MASCULINIDADE À LUZ DAS ESCRITURAS
A Bíblia é clara ao afirmar que Deus criou o homem (Gn 1.27) e que o fez distinto da mulher, concedendo-lhe atributos particulares que, de forma clara, o distinguem dela. De acordo com Vargens (2020, pp. 34- 38), vejamos, portanto, algumas características do homem segundo as Escrituras:
 
1. Ser homem, segundo a Bíblia, é assumir a missão de proteger família.
De Gênesis a Apocalipse, a Bíblia nos mostra que um dos papéis do homem é “sustentar, guardar, proteger e livrar a sua família do mal”. Gênesis nos instrui no sentido de que o Senhor orientou o homem a cuidar do jardim e a guardá-lo, onde, juntamente com Eva, deveria viver (Gn 2.15); mesmo antes de criar a mulher e instituir a família, o Criador definiu que um dos papéis do homem deveria ser o de protetor de sua casa, guardando-a de qualquer ameaça que porventura pudesse aparecer. À luz dessa verdade, aliada ao ensino de Paulo, que nos mostra que o marido deve amar sua esposa da forma como Cristo amou a Igreja, dando sua vida por ela (Ef 5.25), chegamos à conclusão de que uma das responsabilidades do homem é cuidar de sua mulher e toda a sua casa, assim como quem cuida de si mesmo.
 
2. Ser homem, segundo a Bíblia, é assumir a responsabilidade de liderar a sua casa nos caminhos do Senhor.
A Palavra do Senhor é clara em ensinar que o homem tem de estar pronto e apto a liderar sua esposa e filhos de um modo que honre a Deus, glorificando, assim, seu santo nome. Deus colocou o homem como o cabeça do lar, e a mulher, como sua auxiliadora (Gn 2.18), e o Senhor em sua soberania, determinou que a condução dos rumos da família deveria ser um dos papéis do marido (Ef 5.23; 1Co 11.9). O homem é chamado para ser o líder, para orientar, proteger e estar à frente de sua família. Deus concedeu-lhe esse mandato, portanto é preciso que entendamos que essa é uma responsabilidade que não pode ser negligenciada (Js 24.15). Assim, o homem deve ser aquele que traz o ensino dentro de casa.
 
3. Ser homem, segundo a Bíblia, é entender a responsabilidade de ser o provedor e sustentador de sua família.
As Escrituras nos ensinam que um dos papéis do homem é o de provedor do lar. Paulo ensina que, assim como Cristo cuida de sua igreja, alimenta-a e sustenta-a, o marido tem a responsabilidade de prover à sua esposa o sustento necessário. Em outras palavras, o ensino paulino afirma que um dos papéis do homem é trazer ao lar provisão e sustento, o que nos leva ao entendimento de que, ao criá-lo, Deus lhe concedeu tanto o atributo como a responsabilidade de ser o provedor de sua casa (Ef 5.28-30). Vale a pena ressaltar que foi Adão quem ouviu do Senhor que, do suor do rosto, ele comeria o pão, e não sua mulher (Gn 3.19). O que naturalmente não quer dizer que a esposa não possa em hipótese alguma trabalhar (desde que o casal chegue a um bom senso, e que isso não fira os princípios bíblicos quanto ao cuidado da família). Contudo, o que não dá para negociar é o fato de que o homem é quem deve ser o provedor do lar e da família (Sl 128.1-3).
 
4. Ser homem, segundo a Bíblia, é usar de virilidade e coragem.
A Bíblia relata que Davi foi um homem segundo o coração de Deus (At 13.22) e que reunia virtudes fantásticas, inclusive a coragem. Um exemplo claro disso é que, ao perceber que o exército de Israel estava sendo humilhado pelos filisteus, num ato de intrepidez, resolveu enfrentar o gigante Golias (1Sm 17.11-46). Essa ação corajosa de Davi aponta, eminentemente, para uma virtude que caracteriza a personalidade masculina. Após a morte de Moisés, o Senhor chamou Josué, dizendo-lhe que ele deveria ser forte e corajoso: “Não foi isso que eu ordenei? Seja forte e corajoso! Não tenha medo, nem fique assustado, porque o SENHOR, seu Deus, estará com você por onde quer que você andar” (Js 1.9 - NAA). Em 1 Pedro 3.7, as mulheres são apresentadas como sendo a parte mais frágil de um casamento. Portanto, homens são chamados por Deus para serem fortes e úteis à sua família e comunidade.
 
 
CONCLUSÃO
Deus criou o ser humano com dois gêneros: masculino e feminino (Gn 1.27). E a diferenciação dos sexos é um princípio determinado pela criação divina (Gn 2.23). Dessa forma, a sociedade, a família e a igreja anseiam por homens que honrem a sua masculinidade. 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD.
Ø  BAPTISTA, Douglas. Valores cristãos. CPAD.
Ø  GRENZ, Stanley, J. Pós-Modernismo: uma guia para entender filosofia do nosso tempo. VIDA NOVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VARGENS, Renato. Masculinidade em Crise e seus efeitos na Igreja. EDITORA FIEL.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 



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