Pv 31.10-31
INTRODUÇÃO
Nesta lição
traremos as definições das palavras feminilidade, feminino e feminismo.
Mostraremos o quanto pernicioso é o movimento feminista na desconstrução da
feminilidade bíblica; apresentaremos um resumo histórico do movimento.
Apontaremos a perspectiva bíblica para as mulheres, e por fim, apresentaremos
um esboço bíblico de feminilidade baseado em Provérbios 31.10-31.
I.
DEFINIÇÕES DOS TERMOS FEMINILIDADE, FEMININO E FEMINISMO
1. Definição do
termo feminilidade.
De acordo com o
dicionarista Antônio Houaiss, feminilidade é: “qualidade ou caráter de
mulher, atitude feminina; feminidade; o conjunto das mulheres; o sexo feminino”
(2001, p. 1324 - acréscimo nosso). Embora a palavra feminilidade
não apareça na Bíblia, o seu conceito é claro nas páginas do Antigo e Novo
Testamento. Segundo MacArthur (2018, p. 201), a cultura da feminilidade bíblica
é baseada nos princípios e valores da Bíblia, que orientam o modo como as
mulheres devem se comportar e viver suas vidas (Gn 1.27; 2.18). As Escrituras
estão repletas de orientações claras que instruem a mulher cristã a demonstrar
sua feminilidade para que seja uma ajudadora idônea (Gn 2.18), exibindo
graça (Pv. 11.16), vivendo uma vida pura (1 Pe 3.1,2), vestindo-se
modestamente (1 Tm 2.19; 1 Pe 3.3), desenvolvendo um espírito manso e
tranquilo (1 Pe 3.4), submetendo-se ao seu marido (Ef. 5.22) e
ensinando as mulheres mais jovens (Tt 2.2-5). De todos os trechos das
Escrituras que abordam esse assunto, Provérbios 31.10-31 é o único que
apresenta um esboço literário completo da mulher, definindo o que é a
feminilidade cristã.
2. Definição do
termo feminino.
De acordo com o
dicionarista Antônio Houaiss, feminino é: “relativo ou a próprio a mulher
(ardis, trejeitos, comportamento, os traços físicos) oposto a
masculino; relativo a ou a próprio de fêmea” (2001, p. 1324 - acréscimo
nosso).
3. Definição do
termo feminismo.
De acordo com o
dicionarista Antônio Houaiss, feminismo é: “doutrina que preconiza o
aprimoramento e ampliação do direito das mulheres na sociedade. Movimento que
milita neste sentido. Teoria que sustenta a igualdade política, social e
econômica de ambos” (2001, p. 1324 - acréscimo nosso).
Entretanto, o que o dicionário não contempla é dito pelo comentarista da lição
Baptista (2023, p. 51) que o movimento feminista é uma ideologia que busca
desconstruir os valores bíblicos, em que o modelo de família bíblico é tratado
como opressor do homem para com a mulher. A visão maxista adotada pelo
movimento feminista é de desconstrução da família patriarcal, promoção da
liberdade sexual e dissolução do matrimônio. Dessa maneira, ratifica-se que o
ativismo radical rejeita a maternidade, faz apologia ao aborto, banaliza o
divórcio, considera ofensivo o papel da mulher como auxiliadora do homem,
enaltece a lascívia e engaja-se numa luta de gênero contra os homens.
II.
UM RESUMO HISTÓRICO DO MOVIMENTO FEMINISTA
1. Primeira Onda - Século XIX,
acontece na Europa e nos EUA, a primeira onda do ativismo feminista. Nos
Estados Unidos destacam-se as americanas Elizabeth C. Stanton e Suzan
B. Antony. Lutavam pela proibição da escravatura, pela
criminalização do álcool e pelo direito feminino ao voto.
2. Segunda Onda - Século XX, a
segunda onda do feminismo passa a lutar pela emancipação da “domesticidade”,
pelos direitos reprodutivos e por liberdade sexual. É nesse período que nos EUA
as mulheres levantam da pauta de controle de natalidade e aborto “seguro”, a
emancipação de seu próprio corpo. Destaca-se nesse período A Mística
Feminina (1963) o bra publicada pela americana Betty Friedan(1921-2006).
Esse livro é o estopin para essa fase do movimento. Nesse livro, as
mulheres são incentivadas a abandonar os deveres do lar e a seguir uma carreira
professional fora do ambiente doméstico. A identidade de uma mulher não deveria
ser o papel de procriadora e administradora da casa. Entre as pautas
ideológicas, defendem-se a libertação da maternidade e a legalização do
divórcio.
3. Terceira Onda - Ativista
francesa Simone de Beauvoir (1908-1986), em sua obra O Segundo
Sexo (1949), estabelece uma das máximas do feminismo: “ninguém nasce
mulher, torna-se mulher” Esse feminismo avança e incendeia a discussão de
gênero transgeneridade. Atualmente, a filósofa norte-americana Judith Butler,
apresenta-se como uma das maiores defensoras do feminismo e da teoria Queer (Contrário
a heterocisnormalidade). Judith Butler publica uma obra com o título
“Problemas de gênero: Feminismo e subversão da Identidade (1990), e nela,
defende que gênero é socialmente construído. Em 2011, em nome da autonomia do
próprio corpo, a partir de Toronto, introduz-se o slogan “Meu corpo,
minhas regras”. Nesse diapasão, o movimento toma conotações de
“empoderamento” da mulher, desconstrução de identidades e notável aversão à fé
cristã. A fé cristã reconhece a importância do movimento em prol dos
direitos das mulheres e no combate à discriminação. Porém o feminismo erra
quando se posiciona contrário aos valores bíblicos (BAPTISTA, 2023, pp.
79-81 – grifo nosso).
III.
PERSPECTIVA BÍBLICA SOBRE AS MULHERES
1. Homens e
mulheres são iguais diante de Deus, detentores da mesma importância e dignidade
aos olhos do criador. As Escrituras
ensinam que Deus criou tanto o homem como a mulher a sua imagem, dando a ambos
domínio sobre a terra (Gn 1.26-28), concedendo-lhes as mesmas capacidades
intelectuais e espirituais.
2. Apesar de
iguais diante de Deus, homens e mulheres possuem papéis diferentes diante de
Deus. Apesar de homens e
mulheres terem igualdade, eles não são iguais. Igualdade e identidade não devem
ser confundidas. Somos diferentes uns dos outros e nos complementamos por meio
das qualidades distintas de nossa sexualidade, tanto psicológicas quanto
fisiológicas (Gn 2.18).
3. Segundo as
Escrituras, assim como o homem, a mulher foi criada a fim de ser um instrumento
para a glóra de Deus. Mesmo após a
queda, a mulher em Israel experimentava uma liberdade atípica, diferentemente
de outros povos. As Escrituras registram que, embora o marido fosse aquele que
liderava a família, a esposa podia avaliar um campo, comprá-lo ou mesmo
cultivar nele um vinhedo; e, caso soubesse fiar e tecer, poderia ter seu
próprio negócio (Pv. 31.11, 16-19).
4. Mulheres devem
ser honradas e tratadas com dignidade. O propósito de
Deus nas Escrituras é que a mulher seja tratada com dignidade. Ninguém
valorizou mais a mulher que Jesus. Ao encontrar a mulher pecadora, ele
demonstrou compaixão e misericórdia (Jo 20.15). Ao encontra a viúva de Naim,
ele sofreu sua dor (Lc 7.11-17). Ao conhecer a mulher samaritana, concedeu-lhe
dignidade, perdão e vida (Jo 4.5-29). Ao lidar com Marta e Maria, viu nelas
amigas e discípulas (Lc 10.38-42). Ao conhecer a mulher adúltera (Jo 8.1-11),
concedeu-se perdão. Ao se relacionar com sua mãe, ele cuidava dela e a protegia
(Jo 19.26-28). Ao ressuscitar dente os mortos, foi às mulheres que,
inicialmente, ele apareceu (Jo 20.11-14).
5. Deus deseja que
as mulheres o glorifiquem com uma vida de piedade. As Escrituras nos
ensinam que Deus deseja que homens e mulheres vivam uma vida santa e piedosa (1
Pe 1.16). Os valores cristãos não podem ser negociados sob nenhuma hipótese (2
Cor 7.1; Hb 12.14; Sl 119.9; Rm 12.1; 6.22).
IV.
UM ESBOÇO BÍBLICO DA FEMINILIDADE
Provérbios
31.10-31 é uma pintura literária que melhor retrata o conceito de feminilidade
bíblica, nos presenteando com onze características que compõe e destacam o
caráter da mulher virtuosa, são elas:
a) Virtuosa (Pv
31.10) -
Excelência moral, atitudes corretas, pensamentos verdadeiros, honestos, puros,
amáveis, de boa fama, que possuem virtudes dignos de louvor (Fl 4.8,9);
b) Sendo confiável
(Pv 31.11,12,23) -
O caráter da mulher digna motiva seu marido a corresponder com confiança(Pv
31.11);
c) Sendo
determinada (Pv 31.13-16,18,24,27) - Ser determinada sugere que a força ou
poder é exercido eficientemente.
d) Estando
fisicamente em forma (Pv 31.17) - Ela cuida de sua saúde física, mas se
preocupa mais com as prioridades de seu caráter (1 Pe 3.3-6).
e) Sendo econômica
(Pv 31.18) - A
mulher digna de Provérbios 31 percebe que o dinheiro envolve economia
doméstica. Com olho clínico, ela procura ofertas que resultem em vantagem.
f) Sendo
altruísta (Pv. 31.19,20) - No caráter da mulher virtuosa, há ausência
de atributos egoístas. Ela não está ocupada demais com seus próprios afazeres
para não ter tempo de ajudar a outros.
g) Estando
preparada (Pv. 31.21,22,27) - Colocar eventos, objetos ou pessoas em
ordem e agir adequadamente e ser receptivo são frases que descrevem o princípio
de preparação em ação. A mulher sábia não permitirá que a urgência tome o lugar
do que é mais importante.
h) Sendo honrada
(Pv. 31.25) - Ser
honrada é sinônimo de ter integridade, e isso é evidenciado pelo grande
respeito que os outros demonstram pela mulher sábia.
i) Sendo prudente
(Pv. 31.26) - O
discurso da mulher sábia exibe bom juízo e discrição (Cl 4.6), gentileza (Pv
15.1) e compaixão caracterizam suas palavras (Pv. 25.1).
j) Sendo amável
(Pv. 31.28,29) - O
seu amor é concentrado em sua família, que pode ser visto pela consideração por
eles demonstrada. Ela serve de exemplo para as qualidades de caráter que deseja
incutir na vida de seus filhos, percebendo que eles assimilarão os
comportamentos que ela demonstra na prática (1 Co 11.1; Ef. 5.1,2).
l)Temendo a Deus
(Pv. 31.30) -
A mulher que adota o princípio de temer a Deus permanecerá em temor e honrará,
adorará e amará seu Senhor com todo o seu coração (Mt 22.37).
CONCLUSÃO
Homens e mulheres
foram criados por Deus com dignidade idêntica, por isso, devem se respeitar,
amar, servir e não se desprezarem mutuamente. Porque foram criados como seres
complementares, devendo reconhecer suas diferenças e não tentar eliminá-las ou
usurpá-las um do outro. Matthew Henry ao descrever a criação de Eva comentou: “não
foi feita da cabeça, para não o sobrepujar, nem dos pés, para não ser pisoteada
por ele, mas de seu lado, para ser igual a ele. Sob seu braço, para ser
protegida, e próxima do coração, para ser amada” (STOTT, 2011, p.352).
REFERÊNCIAS
Ø BAPTISTA,
Douglas. A Igreja de Cristo e o
Império do Mal. CPAD.
Ø BAPTISTA,
Douglas. Valores cristãos.
CPAD.
Ø MACARTHUR,
Jonh. O Resgate do Pensamento Bíblico.
HAGNOS.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø STOTT,
John. O Cristão e os desafios
contemporâneos. ULTIMATO.
Ø VARGENS,
Renato. Feminilidade em Crise. EDITORA
FIEL.
Ø VARGENS,
Renato. Masculinidade em Crise. EDITORA
FIEL.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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