1Co
6.12-20
INTRODUÇÃO
Nesta lição, mencionaremos algumas considerações gerais sobre
a natureza do corpo; pontuaremos também, advertências sobre o pecado contra
este tabernáculo e suas principais consequências; e por fim, ressaltaremos a
visão Bíblica sobre o corpo.
I. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A NATUREZA DO
CORPO
1. Definição
do termo corpo.
A definição básica de corpo é: “estrutura física e
material que, juntamente com a alma e o espírito, compõe o homem” (ANDRADE,
2006, pp. 116,117). No hebraico, a palavra corpo é “basar” e
no grego a palavra é “soma”. O corpo é apenas a parte tangível,
visível e temporal do homem (Lv 4.11; 1Rs 21.27; Sl 38.4; Pv 4.22; Sl 119.120;
Gn 2.24; 1Co 15.47-49; 2Co 4.7). Como servos de Deus, temos a obrigação de
cuidar muito bem do nosso corpo, pois ele é o templo do Espírito Santo. E, além
disso, é desejo do Pai que desfrutemos de boa saúde física, mental e
espiritual. A mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e
deve ser conservado santo e agradável a Ele (Rm 12.1).
2. A estrutura do corpo humano.
O corpo é a parte que se separa na morte física. A Bíblia
relata a criação do corpo do ser humano (Gn 1.26-28; 2.18-25), e a estrutura
humana revela uma complexidade que a teoria da evolução jamais explicará. A
Bíblia declara que Deus fez o homem do “pó da terra” (Gn 2.7; 1Co
15.47-49). O corpo é importante, pois Deus o ressuscitará (1Co 15.42), ele é o
invólucro do espírito e da alma (Gn 35.18; Dn 7.15), é a parte física da constituição
humana, o homem exterior, que se corrompe, ou seja, envelhece e é mortal (2Co
4.16; 1Pe 1.24). O homem é carne como criatura perecível (1Pe 1.24). A ciência
afirma que o corpo é constituído de vários elementos químicos terrígenos como: (cálcio,
carbono, cloro, flúor, hidrogênio, iodo, ferro, magnésio, manganês, nitrogênio,
oxigênio, fósforo, potássio, silicone, sódio e súlfur), juntos eles não
ultrapassam 6% de todo o corpo e o restante é composto de água, carbono e
gases, concordando assim, com o relato bíblico quanto a constituição do corpo
humano (RENOVATO, 2019, p. 22).
3. Ilustrações tipológicas da natureza material do corpo.
A dimensão material do corpo revela uma obra maravilhosa; a
estrutura do corpo, o arquiteto que o planejou. Podemos de maneira metafórica
dizer com o corpo é comparado na Bíblia aos seguintes tipos: a) Tabernáculo
ou tenda (2Co 5.1; 2Pe 1.13). Esses textos referem-se ao corpo como algo
provisório, assim como o Tabernáculo o era para Israel, em sua peregrinação
pelo deserto; b) Templo de Deus (1Co 6.19), aqui o termo “templo” faz
alusão à adoração e que devemos prestar a Deus por intermédio do nosso corpo
uma adoração (Sl 103.1), e, c) Vaso de Barro (Lm 4.2; 2Co 4.7; 2Tm
2.20,21), essa designação tem o objetivo de mostrar a fragilidade do nosso
corpo e, também, destacar a importância e utilidade desses vasos para a obra de
Deus (CABRAL, 1987, p. 8).
II. ADVERTÊNCIAS SOBRE O PECADO CONTRA O
CORPO
2. O mal uso da visão.
Jesus falou que os “olhos são a candeia do corpo” (Mt
6.22). Portanto, devemos cuidar dos olhos para que sejam luz e não trevas (Mt
6.23). As pessoas são induzidas a pecar através da “concupiscência dos
olhos” (1Jo 2.16). Concupiscência é a força do desejo impuro e lascivo
despertada através do que se vê. É pela visão de algo proibido, que muitas
pessoas pecam contra “o seu tabernáculo” desonrando-o com o adultério, a
fornicação, a imoralidade sexual e o furto (Êx 20.14: Gl 5.19-21). A Bíblia
fala de: olhos altivos (Pv 6.17; Is 2.11); olhos malignos (Pv 23.6); o olho mau
(Mt 6.23; Pv 28.22); olhos zombeteiros (Pv 30.17); olhos cheios de adultério
(2Pe 2.14) (CABRAL, 1987, p. 8).
3 O mal uso do olfato e paladar.
O olfato e o paladar são faculdades físicas ligadas aos
instintos naturais da satisfação da fome e sede, os quais também podem se
tornar condutores de pecado contra o corpo. Os pecados de glutonaria e
embriaguez são estimulados pelo paladar (Lc 21.34). Quando o paladar está sob a
força do poder do pecado o homem perde o controle desse instinto natural de sua
vida (Gl 5.21) (CABRAL, 1987, p. 8).
4. O mal uso do tato.
O mordomo cristão deve administrar, tanto os pés como as mãos
para a glória do Senhor. Nenhum órgão do corpo pratica qualquer ato por si
mesmo, porque todos são comandados pela mente. A Bíblia fala do valor das mãos:
o fruto do trabalho das mãos (Pv 10.4); mãos que engrandecem (Pv 31.31); mãos
que sustentam (Mt 14.31); mãos que abençoam (Mt 19.13); mãos que trabalham (1Ts
2.9). Nossos pés devem ser consagrados para andar em retidão na presença de
Deus (Gn 5.24; 6.9; 17.1). Andar com sinceridade e segurança (Pv 10.9); andar
na luz do Senhor (Is 2.5); não andar em trevas (Is 50.10); andar em Espírito
(Gl 5.16). Nossos pés não devem andar segundo o curso do mundo (Ef 2.2); nem
andar nos desejos da carne (Ef 2.3); nem andar desordenadamente, em dissolução,
concupiscência (2Ts 3.6; 1Pe 4.3) (CABRAL, 1987, p. 9).
III. CONSEQUÊNCIAS DO PECADO CONTRA O CORPO
Os pecados contra
o corpo trazem consequências negativas tanto para a pessoa que o pratica quanto
para outras que são levadas a cometer tais pecados. Vejamos algumas: a)
Doenças sexualmente transmissíveis. São resultado de uma vida promíscua e
sem respeito às leis divinas. Comprovadamente, essas doenças resultam de
relações sexuais ilícitas. Só o pecado pode produzir esses males contra o corpo
e contra a alma. O texto de 1 Coríntios 6.12-20 exorta o crente a não expor seu
corpo à prostituição por ser ele o templo do Espírito Santo (CABRAL, 1987, p.
10); b) Toxicomania. É o uso de drogas narcóticas. A dependência da
droga está vinculada a impulsos psicológicos e emocionais, e provoca conflitos
íntimos, dando origem a neuroses, além de males de toda espécie contra o
usuário, sua família, as autoridades e a sociedade em geral (CABRAL, 1987, p.
10); e, c) Alcoolismo e tabagismo. As bebidas alcoólicas e o fumo são
dois grandes males da nossa sociedade que, infelizmente, fazem parte do status.
A mordomia bíblica do corpo abstém-se e condena formalmente esses dois males
que tanto prejudicam a pessoa no seu todo e não apenas o seu organismo e sua
saúde. A Bíblia está cheia de conselhos para que o corpo humano seja mantido
puro, saudável, pois nele deve habitar o Espírito Santo (1Co 6.19,20; Rm 12.1)
(CABRAL, 1987, p. 10).
IV.
A VISÃO BÍBICA DO CORPO
1. O nosso corpo
foi criado por Deus.
A Bíblia relata a
criação do corpo do ser humano (Gn 1.26-28; 2.7,18-25). Deus criou o homem com
um cuidado todo especial, e disse que era “muito bom”. Somos a obra-prima de
Deus (Ef 2.10), Ele nos criou e nos formou de forma assombrosamente
maravilhosa: “Eu te louvarei, porque de modo tão admirável e maravilhoso
fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl
139.14).
2. O nosso corpo
foi redimido por Deus.
A redenção não
alcançou apenas a nossa alma, mas também nosso corpo (1Co 6.20). Não apenas
nossa alma será aperfeiçoada para entrar na glória, mas também nosso corpo será
glorificado para desfrutar das bem-aventuranças eternas (Fp 3.21). Nosso corpo
foi comprado por um alto preço. Ele não nos pertence; é de Deus. Somos mordomos
do nosso próprio corpo. Se o destruirmos, Deus nos destruirá (1Co 3.17). A
mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e deve ser
conservado santo e agradável a Ele (Rm 12.1; 1Co 6.20).
3. O nosso corpo é
habitação de Deus.
As Escrituras
chamam no corpo de “templo de Deus” (1Co 6.19). O Deus
transcendente que nem os céus dos céus podem contê-lo, deleita-se em habitar
plenamente em nosso corpo. Fomos feitos a “morada do Altíssimo” (Ef
1.20-23; 3.19; 5.18). Nosso corpo é o santo dos santos onde a glória de Deus se
manifesta. Assim como o tabernáculo era um símbolo da igreja e a arca um
símbolo de Cristo, assim, por onde andarmos, levaremos conosco a gloriosa
presença de Cristo, pois ele habita em nós (Cl 1.27; 1Co 6.19,20).
4. O nosso corpo
deve glorificar a Deus.
Devemos glorificar
a Deus por meio do nosso corpo (1Co 6.20; Fp 1.20; 1Ts 5.23). A salvação que
Deus nos deu em Jesus não apenas trouxe bênçãos para a nossa alma e espírito,
mas também para o nosso corpo físico. O mundo apresenta o corpo como um objeto
de realização visual, satisfação dos desejos carnais, e outras práticas
mundanas, malignas e egoístas. A constituição corpo é um ambiente criado por
Deus, e com o qual devemos ter cuidado: “Cristo será, tanto agora como
sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Fl
1.20).
5. O nosso corpo
deve ser consagrado a Deus.
Fomos remidos e
comprados por alto preço, precisamos, agora, glorificar a Deus em nosso corpo.
Devemos dedicar inteiramente nosso corpo a Deus (Rm 12.1,2). Não temos mais o
direito de apresentar os membros do nosso corpo ao pecado (Rm 6.1-23). Devemos,
agora, usar o nosso corpo em santificação e honra (1Ts 4.4). O nosso corpo não
é destinado à impureza, mas à santificação. Devemos comer, beber e fazer
qualquer outra coisa para a glória de Deus (1Co 10.31). Nossos olhos devem ser
puros. Nossos corações devem ser fontes de vida. Nossos pés devem caminhar por
veredas de justiça. Nossos pensamentos devem ser puros e louváveis (Fp 4.8).
6. O nosso corpo
deve ser cuidado.
A Bíblia chama
nosso corpo de “vaso de barro” (Lm 4.2; 2Co 4.7; 2Tm 2.20,21).
Essa designação tem o objetivo de mostrar a fragilidade do nosso corpo. Como
cristãos, temos uma compreensão diferente da finalidade do corpo “O homem
bom cuida bem de si mesmo, mas o cruel prejudica o seu corpo” (Pv
11.17). Devemos manter o corpo em bom funcionamento, mantendo uma alimentação
sadia e suprida de proteínas, verduras, frutas, legumes, cereais, etc., além de
praticar exercícios físicos, dormir adequadamente; e, devemos consultar o
médico em suas diversas especialidades periodicamente. Como mordomos, devemos
cuidar bem do corpo tendo cuidado com o que consumimos (Pv 23.20-21; Fp 3.18-19);
se exercitando com moderação (1Tm 4.6-8; 1Co 9.24-26), e permitindo que o corpo
descanse (Êx 20.8-11; Mc 6.31).
CONCLUSÃO
A despeito dos
conceitos distorcidos da atualidade sobre a natureza e finalidade do corpo
humano, a Bíblia é clara e enfática em ensinar sobre o cuidado que se deve ter
com este tabernáculo temporário, com o expresso propósito de Deus, o nosso
criador, ser glorificado em nosso corpo.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor Correa de. Dicionário
Teológico. RJ: CPAD, 2010.
Ø CABRAL,
E. Mordomia cristã. RJ: CPAD,
2003.
Ø CHAMPLIN,
R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia
e Filosofia. SP: HAGNOS, 2009.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
RJ: CPAD, 1995.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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