Fp 3.13,14,20,21; Ap
21.1-4
INTRODUÇÃO
Nesta lição
estudaremos o céu – o destino do cristão, para isto definiremos a palavra céu,
em seguida veremos uma breve descrição de como esse tema aparece nas Sagradas
Escrituras. Elencaremos também a natureza do céu e a conduta exigidas dos
salvos em Cristo. E por fim, pontuaremos as bênçãos reservadas para igreja do
senhor.
I.
DEFININDO O TERMO CÉU
Nas traduções da
Bíblia para a língua portuguesa cerca de 700 ocorrências da palavra céu (s).
Sendo que, a maioria dos textos bíblicos usa a palavra hebraica: “shamayim”,
que é traduzida literalmente como: “as alturas”, ou a palavra grega:
“ouranos”, que é traduzida como: “o que está elevado”.
Estes termos são usados em toda a Bíblia, referentes a três céus. Notemos:
1. O primeiro céu
(inferior): É
o céu atmosférico, onde sobrevoam as aves e os aviões; onde passam as nuvens,
desce a chuva e se processam os trovões e relâmpagos: “Ele é que cobre o
céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra e que faz produzir erva sobre
os montes” (Sl 147.8; ver Dt 11.11,17; 28.12,24).
2. O segundo céu
(intermediário): É
o céu estelar ou planetário, chamado também de céu astronômico: “E disse Deus:
Haja luminares na expansão dos céus [...]” (Gn 1.14; ver Gn 15.5; Sl
33.6; Jr 10.2; Hb 1.10).
3 O terceiro céu
(superior): Este
céu é o ponto central do nosso estudo. Podemos chamá-lo de “céu dos céus” por
estar acima de todos (Ne 9.6; Jo 3.13). É este céu que o apóstolo Paulo
denomina de “o Paraíso” (2Co 12.2-4), e que o Senhor Jesus mencionou, muitas
vezes, em suas pregações e ensinos (Mt 5.12,16; 6.1,9,10; 7.21; 8.11;
10.32,33).
II.
A DESCRIÇÃO DO CÉU À LUZ DAS ESCRITURAS
1. Paraíso: Este título nos
lembra a felicidade, contentamento e comunhão que os nossos primeiros pais desfrutavam
com Deus, no Éden, antes da queda (Gn 3.8). Escrevendo aos coríntios, o
apóstolo Paulo afirma que foi arrebatado até o terceiro céu, que é o paraíso
(2Co 12.2-4).
2. Casa de meu
Pai: Em
um dos seus últimos discursos, o Senhor Jesus descreveu o céu como a: “casa
de meu Pai” (Jo 14.1-3), trazendo-nos a ideia do conforto, descanso e
comunhão do lar.
3. Cidade
celestial: Assim
como Israel peregrinou no deserto, com destino a Canaã, a igreja está
peregrinando, com destino a Canaã celeste. O escritor aos Hebreus disse: “Porque
nós não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hb
13.14); e o apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses, afirma: “Mas a nossa
cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus
Cristo” (Fp 3.20).
III.
A NATUREZA DO CÉU À LUZ DAS ESCRITURAS
O céu não é um
lugar místico e nem um conceito filosófico. O céu é um lugar real, onde Deus
habita; de onde Jesus veio, para tomar forma humana, e para lá voltou, após a
sua ressurreição, e de onde Ele voltará, para buscar a Sua igreja. Vejamos como
a Bíblia informa a natureza do céu:
1. O Céu é um
lugar real. O
céu não é um lugar imaginário, e sim, um lugar real, onde a igreja estará para sempre
com o Senhor (1Ts 4.17). Jesus descreveu o céu como um lugar onde existe muitas
moradas (Jo 14.1-3);
2. O Céu é um
lugar indescritível. Apesar
das muitas referências bíblicas sobre o céu, cremos que não é possível descrevê-lo
por completo, pois não se pode descrever a sua beleza e sua realidade com
palavras humanas. O apóstolo Paulo diz que “[...] as coisas que o olho
não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que
Deus preparou para os que o amam” (1Co 2.9).
3. O Céu é um
lugar espaçoso. As
testemunhas de Jeová afirmam que apenas 144 mil irão para o céu. Porém, o apóstolo
João, na ilha de Patmos, teve uma visão dos mártires na glória, e escreveu: “Depois
destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de
todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante
o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Ap
7.9). Se João descreve os mártires da grande tribulação como: “uma
multidão, a qual ninguém podia contar”, imagine o que será a igreja, em
sua totalidade.
IV
A CONDUTA DE QUEM TEM COMO DESTINO O CÉU
1. Andar em
santidade. A
santidade é a marca característica de um verdadeiro servo de Deus, tanto no AT,
pois, o caráter santo de Deus deveria ser refletido na vida de Israel (Lv
11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é dito que a nossa santificação é a
vontade direta e perfeita de Deus para nós (1Ts 4.3). A afirmativa bíblica é
que os salvos são filhos de Deus (Rm 8.16), sendo assim, temos aqui um
argumento lógico e simples, os filhos herdam a natureza dos pais, logo, sendo
Deus Santo, como seus filhos, devemos ter uma vida santa. Somos participantes
da natureza divina e devemos revelar essa natureza em uma vida piedosa (2Pe
1.4).
2. Andar em
obediência e reverência (1Pd 1.14,17). Antes da conversão a Cristo o homem por
natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo Pedro ressalta que
agora, após a experiência da salvação, não podemos mais viver nas práticas do
passado que determinavam o nosso modelo de vida (1Pd 1.14,15); “não vos
amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo. Originalmente, a palavra
significava assumir a forma de alguma coisa, a partir de um molde de encaixe,
os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a assumir o padrão de Deus (Rm
12.2), vivendo respectivamente de maneira reverente, ou seja, tendo a atitude
de quem fala cada palavra, cumpre cada ação e vive cada momento consciente de
Deus tendo consciência de que nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz
(Dt 10.17; Rm 2.11; 1Pe 4.17).
3. Andar sem
conformar-se com o mundo (Rm 12.2). A expressão “não vos conformeis” tem o
sentido de “não tomar a forma” ou “não ser igual”. Em outras palavras, o
apóstolo Paulo estava dizendo: “não queira ser igual ao mundo”. O cristão deve
reconhecer que o presente sistema mundano é mau (At 2.40; Gl 1.4) e que está
sob o controle de Satanás (Jo 12.31; I Jo 5.19). Aquele que é nascido de Deus
deve aborrecer aquilo que é mau, e amar aquilo que é justo, pois, Jesus disse
que nós somos o sal da terra e a luz do mundo; e, como luz do mundo devemos
resplandecer diante dos homens (Mt 5.13-16).
V.
AS BÊNÇÃOS RESERVADAS PARA A IGREJA NO CÉU
Seria impossível descrever, neste
breve estudo, as bênçãos que estão reservadas para a igreja no céu. Vejamos algumas:
1. Santidade
perfeita. No
céu não existe tentação e nem pecado. Lá os santos desfrutarão, para sempre de santidade
e pureza, pois receberão corpos gloriosos e incorruptíveis, e não poderão mais
pecar (Ap 21.27; 22.14,15).
2. Plenitude de
conhecimento. No
céu não haverá escola nem ciência. Mas, o conhecimento será perfeito. Os
mistérios serão desvendados, temas teológicos de difíceis compreensão, serão,
enfim, compreendidos; e muitas coisas encobertas, serão reveladas (Dt 29.29;
1Co 13.12).
3. Descanso
eterno. Em
contraste com a vida presente, no céu não haverá necessidade de corrermos de um
lado para outro, na luta pela sobrevivência. Estaremos, para sempre, livres de
fadiga, cansaço e dores (Ap 14.13; 21.4).
4. Serviço. O céu não é um
lugar de fadiga e cansaço, mas também não é um lugar de inatividade. Está
equivocado aquele que pensa que a única coisa que faremos no céu é louvar a
Deus. A Bíblia diz: “Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem
de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os
cobrirá com a sua sombra... E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e
nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão” (Ap
7.15; 22.3).
5. Gozo
incomparável. Nem
mesmo o maior prazer experimentado neste mundo poderia ser comparado com o gozo
que desfrutaremos no céu. O céu é um lugar de gozo e de alegria permanente (Ap
19.7; 21.4).
6. Comunhão com
Cristo. No
céu seremos semelhantes a Cristo e O veremos face a face. Por enquanto, a nossa
comunhão com Ele é baseada na fé. Nós oramos, adoramos e O servimos movidos por
fé (1Pe 1.8). No entanto, ao adentrarmos nas regiões celestes, poderemos vê-lo
face a face (Jo 14.3; 2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 22.4).
CONCLUSÃO
O céu é um lugar
real, onde a igreja estará, para sempre, com o seu noivo, o Senhor Jesus
Cristo. Todo aquele que recebeu a Cristo como Senhor e Salvador de sua vida,
deve desejar habitar neste lugar, preparado para o povo de Deus (Jo 14.1-3).
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico.
CPAD.
Ø GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática.
CPAD.
Ø MCGRATH,
Alister E. Teologia sistemática,
Histórica e Filosófica. SHEDD.
Ø MOODY,
D. L. Comentário Bíblico de João.
PDF.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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