quarta-feira, 25 de setembro de 2024

LIÇÃO 13 – ESTER, A PORTADORA DE BOAS-NOVAS






Et 8.4-8; 9.29-31; 10.1-3
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta última lição, observaremos a coragem de Ester que é evidenciada em sua decisão de arriscar a própria vida para interceder pelo seu povo, desafiando a lei persa e entrando na presença do rei sem ser convocada. Pontuaremos sua bravura que é acompanhada por uma sensibilidade notável ao sofrimento dos seus compatriotas, o que a leva a buscar soluções que garantam a preservação e o bem-estar dos judeus. E por fim, veremos também a instituição da festa de Purim que comemora a salvação dos judeus e promove a alegria, a solidariedade e a generosidade.
 
 
I. DEFINIÇÕES DAS PALAVRAS CHAVES DA HISTÓRIA
1. Definição do termo boas-novas.
O dicionário Houaiss (2001, p. 470) define boas-novas como: “notícia muito boa; novidade feliz”. Essa palavra vem de duas palavras gregas, eu, advérbio, “bem”, e, angelia, que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim, a palavra “euangelion” quer dizer “boas novas, boas notícias, notícias alvissareiras”.
 
2. Definição do termo humildade.
O termo humildade segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 1555) significa: “qualidade da pessoa humilde, modesta, simples, sem vaidades; simplicidade; escassez de ostentação; sobriedade; qualidade de quem tem consciência de suas limitações; modéstia; demonstração de fraqueza diante de algo ou alguém; inferioridade; uem expressa algum tipo de submissão em relação aos seus superiores; subordinação”. A Bíblia diz que a humildade vai diante da honra (Pv 15.33). O Senhor Jesus também afirmou que o Reino dos Céus pertence aos humildes (Mt 5.3). Ele é o nosso maior exemplo de humildade, e nos ensinou que, no Reino de Deus, o maior não é quem está sendo servido, e sim aquele que serve (Mt 23.11).
 
3. Definição do termo súplica.
O dicionário Houaiss (2001, p. 2643) define súplica como: “oração feita com insistência e submissão; prece, rogativa; solicitação em que se pede um favor, graça ou esmola; qualquer pedido que se faz insistente e permanentemente, geralmente por desespero”. A Bíblica nos ensina a suplicar pelo favor de Deus: “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18). A palavra também é a mesmo coisa que “intercessão”. Intercessão latim “intercessionem” que é uma “súplica em favor de outrem”. A intercessão pressupõe sofrer com os que sofrem; chorar com os que choram.
 
 
II. A NOVA LEI TRAZ CONSIGO BOAS NOTÍCIAS, TRAZENDO ESPERANÇA E ALEGRIA
Naquele mesmo dia o rei presenteia a rainha Ester com a casa de Hamã. Ele está falando de todas as posses de Hamã, inimigo dos judeus, adversário do povo do Senhor. Mas agora tudo pertence a Ester, que é Hadassa do povo do Senhor. Por certo uma quantia vultuosa. A situação mudou radicalmente. Os vastos recursos que pertenciam a Hamã agora são de Ester (Et 8.1-2) (Neto, 2021. p.133).
 
1. Embora Hamã tenha desaparecido, o decreto ainda permanece em vigor (Et 8.3).
Hamã estava morto, mas o decreto ainda continua bem vivo. O edito estava escrito, tinha que ser feito e era irrevogável. Os judeus morreriam no mês de dezembro. Sabendo disto, Ester chora. A situação continuava complicada para o povo de Deus. O povo judeu estava sob ameaça de genocídio e isso não mudou com a execução de Hamã.
 
2. O cetro de ouro como símbolo de autoridade e favor (Et 8.4).
A extensão do cetro é um gesto de aceitação e benevolência real. Na cultura persa, o cetro simbolizava a autoridade do rei e a extensão do cetro indicava que Ester havia encontrado favor (Et 4.11). Este ato é comparável ao favor divino que Deus concede aos seus servos, como mencionado em Salmos 84.11: “Porque o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória”. O gesto do rei, portanto, pode ser visto como uma manifestação do favor divino, permitindo a Ester interceder com sucesso. O ato de Ester se levantar e se posicionar diante do rei demonstra sua coragem e o papel de intercessora. Isso é um reflexo do papel de mediação que alguns personagens bíblicos desempenharam em situações críticas. Por exemplo, Moisés intercedeu pelo povo de Israel diante de Deus (Êx 32.11-14).
 
3. O pedido decisivo (Et 8.5).
A rainha Ester inicia seu pedido com uma solicitação condicionada ao favor real: “Se bem parecer ao rei, e se eu achei graça perante ele […]”. Esta abordagem demonstra a compreensão de Ester sobre a importância da graça real. Seu pedido reflete a ideia de que a intercessão eficaz depende do favor e da aceitação por parte do soberano. Em termos teológicos, isso é paralelo à intercessão de Cristo por nós. Como Paulo afirma em Romanos 8.34, Cristo intercede por nós junto ao Pai, evidenciando o papel de mediador que garante nossa aceitação e favor diante de Deus (Swindoll, 1999. p. 171). “Nós, que vivemos numa cultura em que tais coisas ocorrem com certa frequência, dificilmente nos surpreendemos quando alguma autoridade muda de opinião. Mas, naquela época, nunca se ouvira falar de coisa como essa no reino persa”.
 
4. Empatia e compromisso com o povo (Et 8.6).
A dor e a angústia de Ester refletem uma profunda empatia e compromisso com seu povo. Ester está tão identificada com a situação de seus compatriotas que o sofrimento deles é visto como uma extensão de seu próprio sofrimento. Esse lamento demonstra um desejo genuíno de fazer algo para mudar a situação. Este sentimento é consistente com o mandamento bíblico de amar o próximo como a si mesmo (Lv 19.18). Este tipo de empatia também é um reflexo da liderança justa e responsável encontrada em outros líderes bíblicos, como Moisés, que intercedeu por Israel durante crises graves (Nm 14.13-19).
 
5. Justiça e recompensa (Et 8.7-8).
Segundo o dicionário Houaiss o termo justiça significa: caráter, qualidade do que está em conformidade com o que é direito, com o que é justo(2001, p. 1696). O rei Assuero declara que deu a Ester a casa de Hamã e que Hamã foi executado devido à sua ação contra os judeus. A execução de Hamã é uma demonstração de justiça e retribuição pelo mal que ele havia planejado contra o povo de Deus. Este conceito de justiça retributiva é um tema recorrente nas Escrituras, onde Deus garante que o mal será punido e a justiça será feita: “O fazer justiça é alegria para o justo, mas é terror para os que praticam a iniquidade” (Pv 21.15). A decisão do rei reflete a ideia bíblica de que a justiça deve prevalecer sobre a injustiça. O rei não poderia revogar seu édito por meios legais, mas era possível publicar um novo decreto favorecendo os judeus. Esse novo decreto informaria a todos no império que o rei desejava que todo seu povo tivesse uma atitude diferente em relação aos judeus e que os tratasse de modo favorável. Este é um exemplo clássico, mostrando porque devemos opor-nos com firmeza e lutar em prol da verdade, embora pareça que as leis existentes nunca mudam (Is 1.17) (Swindoll, 1999. p. 172).
 
 
III. A INSTITUIÇÃO DA FESTA DE PURIM
A criação e a confirmação da festa de Purim por Ester e Mardoqueu são um ato significativo de preservação da memória e celebração da libertação do povo judeu. Purim é instituído para recordar a intervenção divina e a salvação dos judeus da ameaça de extermínio planejada por Hamã. Em Dt 16.3, Deus ordena a celebração da Páscoa como um meio de recordar a libertação do Egito. Assim como a Páscoa, Purim serve para manter viva a memória dos atos de salvação de Deus.
 
1. A transformação de tristeza em alegria (Et 9.22).
O texto menciona que os dias de Purim são uma transformação de “tristeza em alegria e de luto em festa”. Essa mudança é emblemática da capacidade de Deus para transformar situações adversas em ocasiões de alegria e celebração. Em Isaías 61.3 é prometido que Deus “trocaria a tristeza por alegria”. A festa de Purim é uma celebração desta mudança divina. Além do mais o texto enfatiza que durante a festa de Purim, os judeus devem dar presentes uns aos outros e oferecer dádivas aos pobres. Esta prática de generosidade reflete o valor bíblico da caridade e da solidariedade. Em Provérbios 19.17 fala muito bem sobre esse gesto. A doação durante Purim é uma forma de expressar gratidão pela salvação recebida e de demonstrar cuidado pelos necessitados.
 
 
IV. ESTER: UMA MULHER DE SENSIBILIDADE E CORAGEM
A rainha Ester demonstra uma coragem excepcional ao se arriscar por seu povo. Em Ester 4.16, ela toma uma decisão ousada para interceder perante o rei Assuero, apesar do risco de morte. A coragem de Ester é evidente em sua disposição de desobedecer à lei persa, que estipulava que se alguém entrasse na presença do rei sem ser chamado, poderia ser executado. Sua disposição para enfrentar esse risco em prol do bem-estar de seu povo reflete um compromisso profundo e uma coragem que transcende o medo pessoal.
 
1. A coragem de falar verdade ao rei (Et 7.3-4).
A rainha Ester também mostra coragem ao confrontar o rei com a verdade sobre Hamã e seu plano maligno. Em Ester 7.3 ela revela sua identidade e a ameaça que paira sobre os judeus. Ao se revelar como judia e expor o plano de Hamã, Ester arrisca sua posição e segurança pessoal, mas age com coragem e sinceridade para proteger seu povo.
 
 
CONCLUSÃO
A coragem e a sensibilidade de Ester são aspectos centrais de sua história e são fundamentais para entender seu papel como heroína na narrativa bíblica. Sua disposição para arriscar sua vida por seu povo, sua empatia pelo sofrimento dos outros e sua capacidade de liderar com compaixão demonstram qualidades que são não apenas admiradas na Escritura, mas também são exemplares para a vida cristã. Estes atributos fazem de Ester uma figura de inspiração, cuja história é rica em lições sobre coragem, liderança e sensibilidade. Tenhamos também a coragem de Ester!
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  HUBBARD JR, Robert L. Comentário do Antigo Testamento. CULTURA CRISTÃ.
Ø  NETO, Emilio Garofalo. Ester na Casa da Pérsia. FIEL.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  SWINDOLL, Charles R. Ester: uma mulher de sensibilidade e coragem. MUNDO CRISTÃO.
Ø  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRÁFICA.   
 
Por Rede Brasil de Comunicação.

 

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