Ec 11.1-10
INTRODUÇÃO
Eclesiastes 11.1-10 apresenta reflexões a respeito do excesso
de cautela em nossa vida e naquilo que faz parte dela. Salomão trabalha questões
como as incertezas da natureza (v. 3), as incertezas a respeito dos desígnios
de Deus (v.5), as incertezas do nosso trabalho (v.6) e outras. Todas essas
incertezas não devem nos fazer apelar para um excesso de cautela que busque
concretizar o que queremos, antes, devemos trabalhar e viver a nossa vida com
sabedoria e fé, sem ansiedades prejudiciais e que não resolvem nada. É nesse
contexto que esta lição está inserida.
I – ANALISANDO O
TEXTO DE ECLESIASTES
Esta citação está em Eclesiastes 11.1: “Lança o teu pão
sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” Não há uma
interpretação precisa a respeito do significado dessa expressão. Assim,
precisamos observar um pouco o contexto e as hipóteses que se levantam a
respeito do que o autor através do escrito quis comunicar. Vejamos o que
podemos aprender de alguns versículos de Eclesiastes 11:
1.1 "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de
muitos dias o acharás" (Ec 11.1). Precisamos semear com fé. Este verso faz referência a
maneira de como era plantado o trigo naquela época, que consistia em semear os
grãos sobre a água na época da cheia dos rios e que quando as águas baixassem
haveria uma grande plantação. Isso demonstra uma confiança de que mesmo sem
saber qual semente vai germinar, a certeza é que a colheita será abundante. A
lei da semeadura pode ser aplicada a todas as áreas da nossa vida, “porque
tudo o que o homem semear...” (Gl 6.7b).
1.2 "Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não
sabes que mal haverá sobre a terra" (Ec 11.2). Podemos aplicar isso a nossa vida;
tomando uma atitude de generosidade com as pessoas, pois talvez algum dia vamos
precisar da generosidade de alguém (Pv 21.13; Mt7.12; At 20.35; Gl 6.9).
1.3 "Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a
terra, e caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore
cair ali ficará " (Ec 11.3). O homem é limitado e com toda tecnologia existente, e todo
conhecimento adquirido, não pode prever com exatidão o que pode acontecer. Se
Deus determinar uma coisa, quem é o homem para impedir ."agindo Eu,
quem o impedirá?" (Is 43.13-b).
1.4 "Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha
para as nuvens nunca segará.” (Ec 11.4). Olhar para os acontecimentos ao nosso redor, esperando
melhorar, só vai atrasar o que temos que fazer, ou talvez não faremos nada.
Muitas pessoas esperam ganhar um salário maior, para passar a ser dizimista e
ofertante na casa de Deus. A palavra de Deus nos diz que devemos “ser
fieis no pouco e sobre o muito Ele nos colocará”. (Mt 25.23).
1.5 "Assim como tu não sabes qual o caminho do vento,
nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes
as obras de Deus, que faz todas as coisas." (Ec 11.5). Hoje nós já até sabemos como muitas
coisas funcionam, mas não sabemos na essência como Deus fez tudo o que fez ."Pela
fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que
aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11.3)
1.6 "Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não
retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará , se esta, se aquela, ou
se ambas serão igualmente boas" (Ec 11.6). Nós devemos semear em tempo oportuno,
pela manhã e pela tarde, pois não sabemos qual semente dará bom fruto. Vale a
pena lembrar que ao nosso redor existem muitas pessoas que precisam que
lancemos a boa semente sobre suas vidas, a começar dentro da sua casa com seus
filhos, marido ou esposa “Pois o que o homem semear certamente ceifará”
(Gl 6.7). "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o
que semeia em abundância, em abundância ceifará." (II Co 9.6).
II - POSSÍVEIS
INTERPRETAÇÕES DO SIGNIFICADO DO TEXTO DE ECLESIASTES 11.1
"Lança o teu pão
sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás" O que será que
Bíblia está nos ensinando aqui? Vejamos algumas opiniões:
Ø Alguns estudiosos afirmam que esse
texto possa se referir à caridade, ou seja, devemos “lançar” o pão para
abençoar vidas que precisam dele. Ajudando os outros, a bênção voltaria às
nossas vidas mais cedo ou mais tarde como consequência da nossa liberalidade e
amor ao próximo.
Ø Outros estudiosos apresentam a
interpretação de que mesmo uma atitude que não parece tão sábia – nesse caso
lançar o pão sobre as águas – tem as suas recompensas ou consequências em nossa
vida. Assim, temos que ter cuidado com nossas atitudes, principalmente aquelas
absurdas, pois acharemos os frutos delas.
Ø Outra interpretação diz que a alusão
aqui possa ser a respeito do comércio marítimo de trigo. Salomão estaria
apresentando essa modalidade de comércio como algo sábio e recompensador,
apesar de arriscado. Esse comércio seria o lançar o pão (trigo) sobre as águas
e, depois da viagem longa e perigosa por mar, obter o seu lucro. Apesar da
demora de muitos dias, o lucro seria achado (recebido), bastando que houvesse
tranquilidade para fazer o investimento no tempo certo e a paciência de
esperar.
Ø Outros estudiosos do AT declaram que
esse versículo é uma alusão a um antigo costume egípcio. AS CHEIAS DO RIO NILO
– Os egípcios jogavam as sementes quando a enchente estava baixando, no final
da baixa, as sementes do trigo e da cevada, floresciam abundantemente por onde
estivesse sementes. “Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se
cada um dos seus próprios pecados” ( Lm 3.39).
III - A LEI DA
SEMEADURA NA AJUDA AO PRÓXIMO
As Escrituras descrevem diversas promessas para quem exerce a
semeadura no socorro ao necessitado. Citamos apenas algumas:
3.1 Jesus equiparou as dádivas
repassadas aos irmãos na fé, como se fossem a ele próprio: “E,
respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40,45).
3.2 Quem se compadece do pobre é
recompensado pelo próprio Deus: “Ao Senhor empresta o que se compadece do
pobre, ele lhe pagará o seu benefício” (Pv 19.17).
3.3 Jesus disse que aquele que dá
esmola, será recompensado por Deus: “Mas, quando tu deres esmola, não
saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja
dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará
publicamente” (Mt 6.3,4).
IV - A LEI DA
SEMEADURA NA CONTRIBUIÇÃO DAS OFERTAS
É preciso investir no AMOR, na CARIDADE, no RESPEITO, lançar
sobre as águas da vida sementes que produzam frutos saudáveis que dão
sustentação a uma vida abençoada. Vejamos alguns exemplos:
4.1 A contribuição deve ser proporcional
ao que ganhamos: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte
o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (I Co 16.2);
4.2 A contribuição deve ser realizada de
forma voluntária, e com alegria: “Cada um contribua segundo propôs no seu
coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com
alegria” (II Co 9.7);
4.3 Quando Deus nos dá em abundância, é
para que multipliquemos as boas obras: “E Deus é poderoso para fazer
abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a
suficiência, abundeis em toda a boa obra” (II Co 9.8);
4.4 A colheita é proporcional ao
plantio. “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o
que semeia em abundância, em abundância ceifará.” (II Co 9.6).
V - A LEI DA
SEMEADURA NA CONTRIBUIÇÃO DOS DÍZIMOS
“Os dízimos, ofertas e votos que eram feitos a Deus no AT
jamais devem ser interpretados como uma prática de barganha. A ideia de que
Deus nos dará algo em troca ou que Ele agora é devedor, ficando na obrigação de
pagar tudo que nos deve, porque como dizimistas nos candidatamos a receber as
bênçãos sem medida, caracteriza sem dúvida alguma a prática da barganha”.
(GONÇALVES, 2011, p. 148). No entanto, devemos entender que existem diversas
promessas nas Sagradas Escrituras para os semeadores dizimistas. Vejamos
algumas:
5.1 A promessa da multiplicação. O Senhor prometeu multiplicar os
bens: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma
bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml 3.10).
5.2 A promessa da proteção. Quando entregamos ao Senhor aquilo
que Lhe pertence, O devorador é repreendido: “E por causa de vós
repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a
vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml
3.11). O “devorador” significa circunstâncias adversativas, que podem nos
sobrevir; mas, se formos fiéis na entrega dos dízimos, ele será repreendido
pelo Senhor.
5.3 A promessa da prosperidade material . Quando obedecemos a Deus, e Lhe
entregamos parte dos nossos bens, Ele nos fará prosperar materialmente: “Todas
as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o
Senhor dos Exércitos” (Ml 3.12).
CONCLUSÃO
A lei da semeadura é um princípio maravilhoso de Deus para a
nossa prosperidade, porém, os seus princípios precisam ser obedecidos e
praticados!
REFERÊNCIAS
ü GONÇALVES, José. Prosperidade à
Luz da Bíblia. CPAD.
ü STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
ü VINE, W. E, et al. Dicionário Vine.
CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação