domingo, 30 de março de 2014

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2014

           

  Uma Jornada de Fé –
A formação do povo de Israel
e sua herança espiritual 




Lição 13

1. Em que livro da Bíblia encontramos o último cântico de Moisés?
R. Deuteronômio.

2. De acordo com a lição, o que fez Moisés antes de morrer?
R. Moisés abençoou cada uma das tribos de Israel (Dt 33.1-29).

3. Por que Moisés não teve permissão para entrar na Terra Prometida?
R. Moisés havia desobedecido a Deus ferindo a rocha (Nm 20).

4. Descreva sobre Moisés como homem de oração.
R. Moisés era um homem muito ocupado com seus encargos, mas conseguia levar sempre muito tempo em oração pelo povo. Era com a sabedoria do Alto que Moisés orava.

5. Cite três coisas que podemos aprender com a vida de Moisés.
R. Cultivar a comunhão com Deus e com os outros crentes.


LIÇÃO 13 – O LEGADO DE MOISÉS




Dt 34.10-12; Hb 11.23-29



INTRODUÇÃO
Finalmente, chegamos ao término de mais um trimestre de Lições Bíblicas, e consecutivamente, também ao destino da nossa “Jornada de Fé”. No entanto, em se tratando do livro de Êxodo, que foi o livro base de nossos estudos neste trimestre, ele termina sua narrativa com elevação do Tabernáculo e a Glória do Senhor sobre o mesmo (Êx 40.17,18,34). Assunto este visto na lição 09, onde estudamos sobre ‘Um Lugar de Adoração a Deus no Deserto’. Porém, em se tratando de Moisés, que foi o Libertador, Legislador e Grande Profeta do Povo de Deus, a jordana para ele termina exatamente na região de Moabe. Moisés é, sem dúvida alguma, um grande personagem para as três maiores religiões do mundo: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Portanto, nesta aula, abordaremos a definição de legado, em seguida, trataremos do breve resumo da biografia de Moisés, depois, falaremos sobre as características e qualidades de Moisés, e por fim, mencionaremos Moisés como tipologia de Cristo. Que todos tenham uma excelente aula!


I.  DEFININDO O TERMO “LEGADO”
O que se entende por legado?  O que é legado? A palavra “legado” vem do latim “Legatum” e significa “Algo deixado em testamento”. Assim sendo, legado é a disposição feita por testamento em benefício de alguém; herança. Desta forma, no contexto desta lição, o legado aqui se trata de herança moral, ministerial e espiritual deixada por Moisés. Logo, percebe-se que muitas foram as contribuições de Moisés, pois como agente de Deus: 

   ü  Moisés escreveu o volume dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, a revelação histórica fundamental a partir da qual toda a Escritura se desenvolve (Êx 17.14; 24.4-7; 34.27; Lc 24.27; Jo 1.17).

   ü  Moisés libertou o povo judeu da escravidão do Egito (Êx 12.37-51).

   ü  Moisés entregou a Israel um código de leis incomparáveis por sua alta moral e caráter espiritual, as quais moldam o conceito do ocidente da obrigação que o homem deve ao Senhor e aos seus semelhantes (Êx 20.1-23.19).

   ü  Moisés também transmitiu o plano de um sistema religioso oferecendo aos pecadores um caminho para se aproximarem do Todo-Poderoso e adorá-lo (Êx 26-29).


II. A BREVE BIOGRAFIA DE MOISÉS
Com o nascimento de Moisés, a história do povo hebreu deixa de ser geral para ser pessoal; deixa de ser sobre uma família, para ser sobre uma pessoa. Assim, seu pai chamava-se Anrão e sua mãe Joquebede, os quais eram da tribo de Levi (Êx 2.1; 6.20; Nm 26.59). Até onde se sabe, Moisés é o único personagem das Escrituras em que sua vida é dividida em três partes, de quarenta anos cada parte, sendo assim distribuída:

   Ø  40 anos no Egito (At 7.23);
   Ø  40 anos no deserto aprendendo (At 7.30);
   Ø  40 anos conduzindo o povo à terra prometida (Dt 34.7).

Portanto, vejamos num relance, todos os acontecimentos ocorridos na vida deste grande homem de Deus:
   ü  Moisés nasceu no Egito, Êx 2.1-4;
   ü  Foi adotado pela filha de Faraó, Êx 2.5-10;
   ü  Foi educado na corte egípcia, At 7.22;
   ü  Matou um egípcio para livrar um hebreu, Êx 2.11,12;
   ü  Fugiu para Mídiã, Êx2.15-20;
   ü  Lá se casou com Zípora, Êx 2.21,22;
   ü  Lá, em Mídiã, é chamado por Deus, Êx 3.1- 4.17;
   ü  Por ordem divina volta ao Egito, Êx 4.18-31;
   ü  Moisés trata com Faraó, Êx 5.1;
   ü  Ele atravessa o Mar Vermelho, Êx 14.1-31;
   ü  Compõem um cântico de triunfo, Êx15.1-18;
   ü  Designa dirigentes entre o povo, Êx 18.13-26;
   ü  Esteve com Deus no monte Sinai, Êx 19.3-13; 24.9-18;
   ü  Levantou o tabernáculo, Êx 25-31; 36-40;
   ü  Revoltou-se com a idolatria de Israel, Êx 32;
   ü  Falou com o Senhor, Êx 33.34;
   ü  Levantou o censo do povo, Nm 1;
   ü  Foi criticado por Miriã e Arão, Nm 12.1-8;
   ü  Mandou doze espias a Canaã, Nm 13.1-20;
   ü  Consagrou a Josué seu sucessor, Nm 27.18-23; Dt 31.23;
   ü  Ele recapitulou a história de Israel, Dt 1.3;
   ü  Exortou Israel à obediência, Dt 4.1-40;
   ü  Compõem seu próprio cântico, Dt 32.1-43;
   ü  Contemplou a Terra Prometida - Canaã, Dt 3.25-27; 32.48-52; 34.1-4;
   ü  Abençoou as tribos de Israel, Dt 33.1-29;
   ü  Morre e é sepultado em Moabe, Dt 34.5-7.


III. AS CARACTERÍSTICAS E QUALIDADES DE MOISÉS

Moisés pode ser considerado um herói humano. Era um homem profundamente conhecedor da sua impropriedade (Êx 4.10,13), um homem “mui manso, mais do que todos os homens que havia na terra” (Nm 12.3). Moisés demonstrou essa humildade em sua alegre submissão à vontade de Deus (Êx 3.10 cf 4.20) e obteve louvor como fiel em toda a casa de Deus (Hb 3.2). Moisés sentiu profundamente a tensão ao liderar um grande e indisciplinado povo. Entretanto, o firme compromisso a sua chamada, a esperança ao orar e sua total confiança em Deus permanecem como exemplo a ser seguido por todo o líder espiritual. Além destas virtudes, Moisés também possuía as seguintes qualidades:

Integridade – Durante os 40 anos em que peregrinou com o povo de Israel pelo deserto, Moisés em momento algum se corrompeu como Israel, mas sempre manteve-se íntegro diante do Senhor. Por isto, no episódio da idolatria no deserto, ele foi implacável ao ordenar: “Quem é do Senhor, venha a mim... Cada um ponha a sua espada sobre a coxa. Passai e tornai pelo arraial de porta a porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho” (Êx 32.26,27).

Fé em Deus – A vida de Moisés é completamente norteada por essa virtude. Por isso, ele é chamado de "meu servo" (Ml 4.4), e de "Moisés, servo de Deus" (Ap 15.3). O autor da carta aos Hebreus é bastante enfático ao tratar desta virtude na vida deste Homem de Deus, pois diz: “Pela fé deixou o Egito... Pela fé celebrou a páscoa e a aspersão do sangue... Pela fé passaram o Mar Vermelho, como por terra seca” (Hb 11.26-29).  

Santo – Uma vida de santidade é essencial para se ter um profundo e estreito relacionamento com Deus. Assim, a comunhão que Moisés usufruía com o Senhor é suficiente para mostrar quão santo era a vida deste grande servo de Deus, pois “...quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que falara com Deus(Êx. 34.29,30).   

Corajoso – Depois de ficar refugiado por 40 anos em Midiã, Moisés não apenas regressa da terra de onde fugiu, mas vai ao encontro do governante daquele país para lhe entregar a mensagem divina: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êx 5.1 cf 4.21).

Intercessor – Este foi um ministério bastante exercido por Moisés durante toda a ‘Jordana de Fé’ pela deserto. Principalmente, por ocasião do episódio do bezerro de ouro, quando o Senhor quis destruir todo o povo. Moisés, então, intercedeu ao Senhor dizendo: “Ora, este povo cometeu grande pecado fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Êx. 32.31).
 
Comunhão – Como dissemos acima, a vida de santidade de Moisés revela claramente a comunhão que este servo de Deus mantinha com o Senhor. Na verdade, sua comunhão com Deus era algo ímpar em sua vida, pois “E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo...” (Êx 33.11). Belíssimo exemplo!!

Humildade – Esta virtude é percebida no momento em que Moisés precisou tomar a decisão mais difícil da sua vida, porém, importantíssima: “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus...”. “E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra" (Hb 11.24).


IV. MOISÉS, UMA TIPOLOGIA DE CRISTO.
Além de ser um dos maiores vultos do Antigo Testamento, Moisés é o melhor personagem que tipifica a pessoa de Cristo em muitos dos acontecimentos de sua vida, ou seja, em obras e ações. Vejamos:

   ü  Moisés nasceu durante o jugo egípcio (Êx 1.14); Jesus nasceu durante o jugo romano (Lc 2.1).

   ü  Moisés recém-nascido escapou da morte (Êx 1.22, 2.1-10); Jesus também recém-nascido escapou da morte (Mt 2.13-18).

   ü  Moisés, para não morrer, refugiou-se no deserto (Êx 2.15); Jesus também se refugiou no deserto para escapar da morte (Mt 2.14,15).  

   ü  Moisés fora enviado por Jeová (Êx 3.10-16); Jesus também fora enviado por Jeová (Mt 10.40; Jo 5.36,37; 20.21).

   ü  Moisés libertou os filhos de Israel do cativeiro egípcio (Êx 12.37,41); Jesus também libertou a todos nós, porém, de um cativeiro pior – o das trevas (Jo 8.31-36; Cl 1.13; 1 Pe 2.9).

   ü  Moisés realizou grandes e espantosos milagres (Êx 14.21-31; 15.27; 17.6; Nm 12); Jesus também realizou grandes sinais e milagres (Mt 11.5; Mc 5.38-43; Lc 7.11-15, 18-23).

   ü  Moisés fora o mediador da Antiga Aliança no deserto do Sinai (Êx 19.3-9). Jesus é o mediador da Nova Aliança consumada no Calvário (Lc 22.20; Hb 8.6; 9.15).

   ü  Moisés jejuou durante 40 dias no deserto (Êx 34.28); Jesus também jejuou 40 dias no deserto (Mt 4.1,2).

   ü  Moisés demonstrou extraordinária mansidão e humildade (Nm 12.3); Jesus também demonstrou extraordinárias virtudes (Mt 11.28-30).

   ü  Moisés fora um grande profeta do Senhor, porém, ele mesmo testificou de Cristo dizendo: “O Senhor teu Deus te suscitará um profeta como eu, do meio de ti, de teus irmãos. A ele ouvirás”. (Dt 18.15). O Senhor se agradou das palavras de Moisés e acrescentou, dizendo: “Eu lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti; porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. Eu mesmo pedirei contas de todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome” (Dt 18.18,19).



CONCLUSÃO
Diante do exposto, vimos o quão relevante foi à pessoa, a obra e o ministério de Moisés. De fato, Moisés desempenhou fielmente seu chamado e missão, de forma que ele também poderia dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). Assim sendo, durante nossa longa ‘Jordana de Fé’ nas trezes lições estudas neste trimestre, aprendemos preciosas lições práticas, além das teóricas, para melhor servirmos ao Senhor! Realmente, o estudo do livro de Êxodo foi uma bênção para todos nós; por isso, quero agradecer a você que juntamente conosco peregrinou por tantos desertos e padeceu muitas dificuldades, mas não desistiu da caminhada. A você, querido (a) internauta, irmão (ã), amigo (a) e leitor (a) meu muito obrigado pela compreensão, carinho e companhia... A maior lição que podemos extrair da nossa ‘Jordana de Fé’ é essa: “Mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.13). Que Deus em Cristo abençoe a todos vós!



REFERENCIAS
Ø  RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  THMOPSOM, Bília de Estudo. VIDA.
Ø  SITE:  http://origemdapalavra.com.br/palavras/legado/


domingo, 23 de março de 2014

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2014

      

  Uma Jornada de Fé –
A formação do povo de Israel
e sua herança espiritual




Lição 12

1. Atualmente somos limpos mediante quê?
R. Atualmente o crente é limpo pela Palavra (Jo 15.3) e pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7).

2. O que o azeite simboliza?
R. O azeite é símbolo do Espírito Santo que viria habitar no crente pelo ministério intercessor de Jesus (Jo 14.16,17,26).

3. O que deveria ser feito com o restante do sangue do segundo carneiro?
R. O restante do sangue deveria ser derramado sobre o altar.

4. Cristo era Sacerdote segundo qual ordem?
R. Ordem de Melquisedeque.

5. De acordo com a lição, qual o significado do vocábulo “perpétuo”?
R. O vocábulo “perpétuo” significa “inalterável”.


QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2014

              

  Uma Jornada de Fé –
A formação do povo de Israel
e sua herança espiritual 



Lição 11

1. Quem Deus ordenou que Moisés separasse para o sacerdócio?
R. Arão e os seus filhos.

2. O sacerdócio de Arão apontava para qual Sacerdócio?
R. O sacerdócio de Arão apontava para Cristo.

3. Qual era a principal função do sacerdote?
R. Sua principal missão era apresentar o homem pecador diante do Deus santo.

4. O que era o éfode?
R. O éfode era um tipo esmerado de avental bordado, unido nos ombros e ligados por uma faixa na cintura.

5. Quais as qualificações que você acredita que são indispensáveis àqueles que almejam o santo ministério?
R. Resposta pessoal.


sábado, 22 de março de 2014

LIÇÃO 12 – A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES



Êx 29.1-12



INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, daremos continuidade ao estudo da lição 11, que tratou da separação de Arão e de seus filhos para o exercício do sacerdócio levítico. Depois de prontas as vestes sacerdotais, chegou o grande momento de Moisés realizar a cerimônia de consagração dos sacerdotes. Portanto, nesta aula, abordaremos a definição do termo “consagração”, em seguida, trataremos de cada ato que envolveu a realização da consagração dos sacerdotes, e por fim, mostraremos a superioridade do sacerdócio de Cristo: Perfeito e Eterno. Que todos tenham uma excelente aula!


I.  DEFININDO O TERMO “CONSAGRAÇÃO”
O que é consagração? Como você entende ou define este termo?  A palavra “consagração” provém do verbo “consagrar” que em latim é “consacrare” e significa “santificar inteiramente”. No hebraico, a palavra usada é “qõdesh” e significa “santo”. Este termo (santo) encerra a ideia de alguém separado por Deus para um fim específico. Pessoas e objetos eram separados para o serviço divino, ou seja, eram consagradas (Êx 29.35; 28.41; Lv 7.37; 21.10; Nm 3.3; 7.11; Js 6.19). Sendo assim, este era o ato pelo qual se separava reis, profetas e sacerdotes para realizarem uma tarefa específica (1 Sm 13.14 cf 16.13; 2 Rs 9.1-3; Jr 1.4-10; Êx 28.41). Por isso, o autor da carta aos Hebreus enfatiza que “ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus” (Hb 5.4). Portanto, consagrar é tornar sagrado, separado, santo. E, este ato não está restrito a simples momentos devocionais como pensam alguns, mas abrange toda a nossa maneira de viver. É o que afirma o Apóstolo Pedro: “Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo vosso procedimento” (1 Pe 1.15). Por isso, a consagração é um ato de dedicação e entrega total de nossas vidas a Deus. O Apóstolo Paulo nos adverte a conservarmos nossa consagração com Deus (Rm 12.1,2).


II. A CERIMÔNIA DE CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES
A cerimônia em que se consagravam os sacerdotes era celebrada na presença de todo o povo (Lv 8.3,4). Moisés ministrava como sacerdote oficiante. Todos os pormenores da cerimônia assinalam a transcendência de Deus. Ele está com seu povo, porém este não deve tratá-lo com familiaridade. Somente podem aproximar-se dele pelos meios que ele prescreve. O pecado impede aos homens o aproximar-se da presença divina (Êx 19.10,14,15; Is 59.2; Rm 3.23). Os sacerdotes e tudo o que eles empregavam tinham de ser consagrados ao serviço divino (Êx 30.26-29; Lv 8.10). Portanto, Arão e seus filhos tinham de estar devidamente limpos e ataviados e deviam ter expiado seus pecados antes de assumirem os deveres sacerdotais. O Deus vivente não é uma imagem impotente à qual os homens prestam culto segundo suas ideias. Somente ele, é quem determina os "requisitos segundo os quais lhe é possível habitar com seu povo". Em uma cerimônia impressionante e muito bem preparada, Arão e seus filhos foram ordenados para o sacerdócio (Êx 29; Lv 8). Vejamos, então, como se deu esta cerimônia consumada por cinco atos simbólicos:

Primeiro Ato: A Lavagem.
Arão e seus filhos foram submetidos a um banho completo que simbolizava a purificação interna sem a qual ninguém pode aproximar-se de Deus nem servir nas coisas sagradas (Êx 29.4). Semelhantemente, nós também fomos lavados pela Palavra do Senhor, pois Ele disse: “Vós já estais limpos por causa da palavra que vos tenho falado” (Jo 15.2). Ver também Ef 5.26.

Segundo Ato: A entrega das vestes sagradas.
Estas vestes indicavam que Arão e seus filhos estavam investidos de suas funções sacerdotais (Êx 29.5-9). Desta forma, primeiro Arão, o sumo sacerdote, foi ataviado com as vestes santas (Êx 29). A magnificência dessas vestes indicava a dignidade do ofício de sumo sacerdote (Hb 5.4). As vestimentas deviam inspirar respeito aos ministros da religião. Os filhos de Arão, os sacerdotes comuns, foram vestidos com vestes brancas que representavam "as justiças dos santos" (Ap 19.8; Êx 29.8,9).

Terceiro Ato: A unção de Arão e de seus filhos.
Primeiro, se derramou azeite sobre a cabeça de Arão (Êx 29.7). Isto simbolizava a unção do Espírito Santo, ou seja, proporcionava-lhes a graça divina. Os dons e a vocação divina são indispensáveis ao exercício do ministério. No Salmo 133.2 indica-se a abundância do óleo com o qual foi ungido Arão simbolizando a unção do Messias (o Ungido) que recebeu o Espírito sem medida (Sl 45.6,7; Jo 3.34).
Assim, como o azeite da santa unção era um unguento superior, aromático e precioso (Êx 30.22-25), a unção do Espírito Santo produz uma fragrância espiritual e um efeito incomparável. Não se devia derramar a unção sobre "a carne do homem", isto é, sobre o que não é santificado; desta maneira não se dá o Espírito ao mundo (Jo 14.17). E, como não se havia de compor unguento semelhante e colocá-lo sobre um estranho ("uso profano"), assim não se deve imitar a unção do Espírito nem procurar usá-la para fins não espirituais (Êx 30.31-33). Moisés espargia a santa unção sobre os filhos de Arão (Êx 29.21). Assim, a presença e poder do Espírito são para o "sacerdócio real" dos crentes a fim de que ministrem com eficácia e bênção (Lc 24.47-49; At 1.5,8; 2.2-4).

Quarto Ato: Os sacrifícios de consagração.
Nesta cerimônia ocorreram três sacrifícios: Primeiro, um novilho para o sacrifício pelo pecado (10-14), depois, um carneiro para a oferta queimada (15-18), e por último, outro carneiro para a consagração (19-22). Vejamos, então, cada um deles:

   Ø  O novilho da expiação era uma oferta pelo pecado e deu aos sacerdotes "uma expressão oportuna de seu sentido de indignidade, uma confissão pública e solene de seus pecados pessoais e a transferência de sua culpa à vítima típica" (Êx 29.10-14).

   Ø  O carneiro do holocausto era uma oferta queimada que servia para mostrar que os sacerdotes se consagravam inteiramente ao serviço do Senhor (Êx 29.15-18). Assim, o ato de impor as mãos sobre o animal, neste sacrifício, simbolizava justamente esta entrega total ao Senhor, que era aceito como “cheiro suave” (vv.15,18).  

   Ø  O carneiro da consagração era uma oferta de paz que dava a entender a gratidão que os sacerdotes sentiam ao entrar no serviço do Senhor (Êx 29.19-22). Arão e seus filhos punham as mãos sobre o animal oferecido em sacrifício, mostrando assim que eles se ofereciam a Deus. O sangue do carneiro da consagração era posto sobre a ponta da orelha direita de Arão, sobre o dedo polegar de sua mão direita e sobre o dedo polegar de seu pé direito. Assim, seu ouvido devia estar atento à voz do Senhor, suas mãos prontas para executar os serviços do santuário e seus pés prontos para andar na presença do Senhor. Isto é, todo o seu ser devia estar "sob o sangue" e consagrado à obra de Deus. Finalmente, Moisés ofereceu oblações indicando a consagração dos frutos de seus trabalhos. O sangue dos sacrifícios foi espargido também sobre os móveis do tabernáculo a fim de santificá-los para o uso sagrado (Êx 29.44; Lv 8.11).

Quinto Ato: A festa do sacrifício: Este ato encerra a cerimônia. A festa do sacrifício enfeixava três significados: que os sacerdotes haviam entrado em uma relação muito íntima com Deus (Êx 29.27,28), que a força para cumprir os deveres de seu ofício lhes era dada por Aquele a quem serviam, pois comiam de seu altar (Êx 29.31-33; Lv 8.31), e que a festa era uma ação de graças por havê-los colocado em seu serviço, tão santo e exaltado (Êx 29.42-46).
A impressionante cerimônia de consagração dos sacerdotes durou sete dias (Êx 29.35,36; Lv 8.33,34). Durante esse período observaram-se cada dia os mesmos ritos observados no primeiro dia. Desta forma, toda a congregação podia compreender quão santo é Deus e que foi ele próprio quem instituiu a ordem sacerdotal.


III. O SACERDÓCIO PERPÉTUO E PERFEITO DE CRISTO
O sacerdócio levítico era imperfeito (Hb 7.11). Nele, os sacrifícios, as ofertas, o culto e a liturgia eram apenas sombra do verdadeiro sacerdócio, que veio por Cristo (Hb 8.5). O sacerdócio de Cristo, não da ordem de Arão ou de Levi, mas “segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4; Hb 5.6), trouxe a perfeição no relacionamento do homem com Deus. Mas, quem era Melquisedeque?  São poucas, mas profundas as informações da Epístola aos Hebreus sobre Melquisedeque, as quais fazem deste uma personagem enigmática, de difícil compreensão quanto à sua origem, desenvolvimento e consumação de sua obra.  Portanto, a Bíblia não provê detalhes sobre a pessoa de Melquisedeque; daí haver muitas especulações a seu respeito. No entanto, vejamos o que o texto de Hebreus 7.1-4 diz sobre esta personagem:

Ø  Era rei de Salém. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho...” (Gn 14.18a; Hb7.1); “e este era sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18). Esta é a primeira referência bíblica a Melquisedeque. Ele aparece nas páginas do Antigo Testamento, quando foi ao encontro de Abraão, após este haver derrotado Quedorlaormer, rei de Elão, e seus aliados. Salém veio a ser Jerusalém após a ocupação da terra prometida por Deus a Abraão e seus descendentes (Gn 14.18; Js 18.28; Jz 19.10). Rei de Salém que dizer “rei de paz” (v.2b).

Ø  Era sacerdote do Deus Altíssimo. “... e este era sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18b; Hb 7.1). As funções de rei e sacerdote conferiam-lhe grande dignidade perante os que o conheciam. Estas duas funções são relembradas em Hb 7.1: “Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo...”.

Ø  Era de uma ordem sacerdotal diferente. Estudiosos da Bíblia supõem que Melquisedeque pertencia a uma dinastia de reis-sacerdotes, que tiveram conhecimento do Deus Altíssimo pela tradição oral inspirada, transmitida desde o princípio, quando a religião era única e monoteísta e que conservava a esperança do Redentor da raça humana, conforme Gn 3.15. Ele não pertencia à linhagem sacerdotal arônica, proveniente da tribo de Levi.

Ø  Era rei de justiça. Como um tipo de Cristo, Melquisedeque tinha as qualidades de um rei justo e fiel.

Ø  Sem genealogia. O texto afirma ter sido Melquisedeque “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida...”. O que o sacro escritor quer dizer é que não ficou registrada sua ascendência e sua descendência, bem como os dados referentes a sua morte. Pelo contexto, entende-se que ele era um homem com características especiais diante de Deus. Portanto, o primeiro sacerdócio, com suas imperfeições, não era capaz de salvar (Hb 7.11,18,19), mas Cristo como Sumo Sacerdote, mediante o seu próprio sangue deu-nos acesso a Deus, garantindo-nos a salvação plena (Hb 7.21-25). Por isso, o sacerdócio de Cristo sendo “segundo a ordem de Melquisedeque”, é anterior a Abraão, Levi e aos sacerdotes levíticos, e, portanto, maior que todos eles.

Além disso, o texto de Hebreus 7.26 indica algumas das qualificações de Cristo, que o diferenciam de qualquer sacerdote do antigo pacto. “Porque nos convinha tal sumo sacerdote”:
ü  Santo. O sacerdote do Antigo Testamento teria que ser santo, separado, consagrado. Até suas vestes eram santas (Êx 28.2,4; 29.29). Contudo, eram homens falhos, imperfeitos, sujeitos ao pecado. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, era e é santo no sentido pleno da palavra.

ü  Inocente. Porque nunca pecou, Jesus não tinha qualquer culpa. Ele desafiava seus adversários a acusá-lo (Jo 8.46).

ü  Imaculado. O cordeiro, na antiga Lei, tinha que ser sem mancha (Lv 9.3; 23.12; Nm 6.14). Jesus, como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29), não tinha qualquer mancha moral ou espiritual.

ü  Separado dos pecadores. Jesus viveu entre os homens, comeu com eles, inclusive na casa de pessoa de baixa reputação, como Zaqueu, mas foi “separado dos pecadores”. Ele não se misturou, nem se deixou influenciar pelo comportamento dos homens maus.

ü  Feito mais sublime do que os céus. Tal expressão fala da exaltação de Cristo, como dele está predito na Bíblia: “Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus” (Rm 14.11).

ü  Ofereceu-se a si mesmo, uma só vez (v.27). Os sumos sacerdotes do Antigo Testamento necessitavam de oferecer sacrifícios, muitas vezes, primeiro por eles próprios e, depois, pelo povo. Mas Jesus, por ser imaculado, sem pecado, não precisou fazer isso por si. Tão somente ofereceu-se num sacrifício perfeito, uma vez, pelos pecadores.



CONCLUSÃO
Diante do exposto, aprendemos que o ato de consagrar é tornar algo sagrado, separado, santo ao Senhor para um fim específico. Em cristo, nossas vidas estão consagradas para o serviço de Seu Reino (Jo 1.12; 2 Co 5.17; 1 Pe 1.15; 1 Jo 1.7). Quanto à cerimônia de consagração, esta ocorre por meio da Palavra de Deus e do Espírito Santo (Jo 3.5,6; At 3.19; 10.44-48; Tt 3.5). Por isso, embora o sacerdócio levítico tenha tido sua relevância, contudo, ele era “figura e sombra das coisas celestiais”. Além disso, ele também era completamente inferior ao sacerdócio de Cristo! Porquanto, sirvamos a Cristo com tremor e tremor (Fp 2.12) por ter Ele nos feito sacerdotes de uma ordem superior “segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 6.19,20 cf 1 Pe 2.5,9). Que Deus em Cristo vos abençoe a todos!



REFERENCIAS

Ø  HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  DAVIS, Jonh. Novo Dicionário da Bíblia. HAGNOS.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Lições Bíblicas. (3º Trimestre/2001). CPAD.
Ø  Sites:
        http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/consagracao/
        http://www.dicionarioinformal.com.br/consagra%C3%A7%C3%A3o/