Dn
9.20-27
INTRODUÇÃO
Em Daniel 9.3-27 vemos a oração
do profeta, para que Deus desse inicio ao regresso de seu povo, do cativeiro Babilônico.
Diante do clamor insistente de Daniel, Deus lhe envia um mensageiro angélico
com a resposta da sua petição, mostrando-lhe o panorama profético, por Deus
estabelecido para restaurar completamente a nação de Israel.
I – O CENÁRIO HISTÓRICO DA PROFECIA
“No ano primeiro de Dario, filho
de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos
caldeus” (Dn
9.2). “A expressão “No primeiro ano de Dario […] constituído sobre o
reino dos caldeus”, nos mostra que Daniel não o confunde com Ciro. Ele
(Dario) não era constituído rei sobre o império medo-persa, mas apenas sobre a Babilônia.
Este registro histórico data aproximadamente de 539-538 a.C. sessenta e sete
anos depois de Daniel ter sido levado no verão de 605 a.C.; cerca de cinquenta
e nove anos do começo do cativeiro do Rei Jeoaquim (II Cr 36.9,10; Ez 1.1); um
pouco menos que cinquenta anos a partir da destruição final de Jerusalém em 586
a.C. Isto explica o interesse de Daniel em Jerusalém (Dn 9.2). Ele imaginou que
o tempo já estava sendo contado” (MOODY, sd, p. 57).
II – A ATITUDE DE DANIEL ANTE O TÉRMINO
DO CATIVEIRO DE JUDÁ
O texto de Daniel capítulo 9 nos
mostra que o profeta desejou compreender melhor a vontade de Deus a cerca do povo
de Israel. Para tanto, ele resolveu tomar duas sábias decisões:
2.2 Daniel intercedeu pela
restauração do seu povo (Dn 9.3). A
oração, na vida de Daniel, era um costume regular. No seu aposento de janelas
abertas, na direção de Jerusalém, ele podia ser encontrado orando três vezes
por dia (Dn 6.10). “Nesse tempo desta oração, quase setenta anos que Daniel
fora levado para o cativeiro. Ele tinha mais de oitenta anos de idade, e breve
iria “pelo caminho de toda terra”. Mas o coração ainda ardia pela
revivicação espiritual da obra do Senhor, pelo retorno do povo de Deus à terra
da promessa, pela reedificação da cidade querida e pela reconstrução do seu
Templo
em ruínas” (BOYER, p. 73, 2009).
III – CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS SETENTA
SEMANAS REVELADAS A DANIEL
3.2 O porque deste tempo de
castigo. A
Bíblia nos mostra que Deus puniu o seu povo com o cativeiro por pelo menos dois
motivos: (1) eles haviam dado as costas ao Senhor e serviram aos ídolos
(Jr 3.13; 18.11; 19.13; 25.5,6; 35.15); e, (2) os setenta anos de
cativeiro sobre a nação foi para “que a terra se agradasse dos seus
sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se
cumpriram” (2 Cr 36.21). “Deus ordenou a Israel, no deserto, que trabalhasse
seis dias em sete e, semelhantemente, seis anos em sete (Êx 20.9,10; Lv
25.1-7). A guarda do sábado a risca foi observada por Israel logo no deserto, e
um homem foi morto porque o violou (Nm 15.32-36). A segunda ordem de Deus para
que se guardasse o ano sabático só entraria em vigor com a entrada da nação na
terra prometida (Lv 25.2-4) Isto significa que todo o “tempo pertence a
Deus”. Durante esse ano de repouso, a terra não era lavrada, o fruto
era livre, e a confiança do povo em Deus era provada. Aprendemos de
Deuteronômio 31.10-13, que este ano era empregado para dar instrução religiosa
ao povo. Durante os 490 anos da monarquia, esta lei não foi observada, como
devia ter sido por 70 vezes. Por isso, foram dados ao povo 70 anos de
cativeiro” (SILVA, 1986, p. 166).
IV – CRONOGRAMA JUDAICO DOS
ACONTECIMENTOS PROFÉTICOS ACERCA DE ISRAEL
Além do cronograma gentio (Dn 2;7;8), Daniel também
recebeu um cronograma judaico dos acontecimentos proféticos sobre Israel (Dn
9). Essas profecias são muito mais exatas quanto aos anos e dias, e localizam
os acontecimentos principais da redenção e restauração de Israel. Esta profecia
é o futuro de Israel no plano de Deus.
SEMANAS
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REFERÊNCIA
BÍBLICA
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MOMENTO
HISTÓRICO
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1ª período
(7 semanas – 49 anos)
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“Sabe e entende: desde a saída
da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá
sete semanas, e sessenta e duas semanas: as praças e tranqueiras se reedificarão,
mas em tempos angustiosos” (Dn 9.25).
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As Setenta Semanas tiveram
inicio com a ordem expedida por Artaxerxes, em 445 a.C. para que os judeus
voltassem à sua terra e reconstruíssem o Santo Templo e reerguessem os muros
de Jerusalém (Ne 2.1-6). Nessas sete semanas, ou quarenta e nove anos,
puderam os judeus, sob a liderança de Neemias, Esdras, Zorobabel, Ageu,
Zacarias e o sumo sacerdote Josué, reaver parte da glória que lhes tirara
Nabucodonosor. Os tempos porém eram de angústia, aflição e apertos.
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2º período
(62 semanas
– 434 anos)
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“E depois de sessenta e duas
semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe
que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma
inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações” (Dn
9.26).
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Desde a reconstrução de
Jerusalém até a morte do Cristo, passar-se-iam sessenta e duas semanas, ou
seja: 434 anos. Este foi o tempo transcorrido desde a ordem de Artaxerxes até
a crucificação do Filho de Deus. Apesar de algumas pequenas divergências
entre os vários estudiosos, a profecia cumpre-se de maneira surpreendente. Em
seguida, o profeta fala da destruição de Jerusalém por Roma, o que se deu em
70 d.C.
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3º período
(1 semana -
7 anos)
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“E ele fará um pacto firme com
muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação;
e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada,
a qual será derramada sobre o assolador” (Dn 9.27).
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Último período das Setenta
Semanas, durante o qual terá lugar o reinado do Anticristo e a Grande
Tribulação. Esta semana será inaugurada logo após o arrebatamento da Igreja
(2 Ts 2.7; Ap 3.11). Como as demais, terá a duração de sete anos; será dividida
em duas partes de três anos e meio cada: a primeira de uma aparente paz e
segurança; a segunda será marcada pela Grande Tribulação (Ap 11.2,3, 12.6).
No final dessa semana, aparecerá o Senhor Jesus, juntamente com a sua Igreja,
para implantar na Terra o Reino Milenial.
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V
– O QUE ACONTECERÁ COM ISRAEL DURANTE A ÚLTIMA SEMANA DE 7 ANOS
“Essas semanas tratam das
provações e sofrimentos pelos quais Israel terá de passar antes que o seu
Libertador apareça, para que, como diz o final do versículo 24 da profecia em
estudo, os pecados de Israel tenham fim, e para trazer ajustiça eterna. Estas "semanas"
não se referem à Igreja, mas a Israel. "Sobre o teu povo [o povo de
Daniel], e sobre a tua santa cidade" (a cidade de Jerusalém - v. 24)”
(GILBERTO, 2010, pp. 48,49). Nesse período seriam realizados os seguintes seis
importantes eventos (Dn 9.24):
(a) “fazer cessar a
transgressão”.
Esta declaração indica por fim à rebelião secular de Israel contra Deus. Israel
crucificou o Messias quando Ele chegou ao mundo, e consequentemente foi castigado.
Sua incredulidade será transformada em fé à Segunda Vinda de Cristo, quando
essa nação aceitará Jesus como Messias. Toda a nação “nascerá de novo” (Rm
11.25-29; Is 66.7-10; Ez 36.24-30);
(b) “dar fim aos pecados”. Isto é, por um ponto final aos
muitos pecados e à rebelião de Israel, evento que se realizará depois da Tribulação
(Ez 36.24-30; 37.24-27; 43.7; Zc 14.1-21); (c) “expiar a iniquidade”.
Realizar a expiação em favor desse povo espiritualmente perverso. Isso
aconteceu na cruz do Calvário em favor do mundo todo, mas Israel, como nação,
até hoje não se valeu dessa maravilhosa providência divina. Mas à vinda de
Cristo, Israel se arrependerá dessa atitude (Zc 13.1-7; Rm 11.25-27);
(d) “trazer a justiça eterna”. Isto é, a justiça que Cristo
proveu pela morte na cruz (Is 9.6,7; 12.1-6; Dn 7.13,14,18,27; Mt 25.31-46; Rm
11.25-27);
(e) “selar a visão e a
profecia”.
Isto é, chegar ao cumprimento das profecias concernentes a Israel e Jerusalém.
Todos conhecerão ao Senhor, desde o menor até ao maior deles (Jr 31.34; Is
11.9); e,
(f) “ungir o Santo dos Santos”. Está claro que isto significa a
purificação do lugar santíssimo do templo dos judeus e a cidade de Jerusalém
dos efeitos da “abominação da desolação” e demais sacrilégios praticados pelos
gentios durante a Tribulação. Incluirá também a consagração do templo milenial
previsto em (Ez 40-43; Zc 6.12,13).
CONCLUSÃO
Através das visões concedidas a
Daniel, aprendemos que Deus não desistiu de Israel. Pelo contrário, ele tem estabelecido
um plano onde irá restaurar física, moral e espiritualmente o seu povo
escolhido, cumprindo assim as suas palavras anunciadas através dos seus santos
profetas.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário de Escatologia Bíblica. CPAD.
Ø GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
Ø OLSON, Nels Laurence. O plano divino através dos séculos. CPAD.
Ø PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
Ø SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário de Escatologia Bíblica. CPAD.
Ø GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
Ø OLSON, Nels Laurence. O plano divino através dos séculos. CPAD.
Ø PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
Ø SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação
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