Dn
12.1-4; 7-9,11-13
INTRODUÇÃO
Em Daniel, capítulos 10-12, o
profeta recebe a revelação dos últimos acontecimentos com a nação de Israel. A nação
escolhida fará um acordo de paz por sete anos com o Anticristo - o chifre
pequeno (Dn 7.8). Na metade do tempo proposto, o Anticristo desencadeará uma
grande perseguição contra o povo judeu. Todavia, Deus protegerá os fiéis. Nesta
lição destacaremos o cuidado divino com o Israel fiel durante esse período
turbulento; veremos informações sobre a Grande Tribulação; e, ainda pontuaremos
como se dará a conversão dos judeus durante a angústia de Jacó.
I
– O CUIDADO DIVINO COM ISRAEL DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO
“As profecias de Daniel até 11.35
podem ser com relativa facilidade relacionadas a acontecimentos da história antiga,
os quais lhes deram cumprimento, mas, a partir daí até o final do capítulo 12,
não encontramos qualquer correspondência com a história passada, pois dizem
respeito a eventos que ainda estão porvir” (GILBERTO, 2010, p. 62 – acréscimo
nosso). O capítulo 12 do livro de Daniel inicia mostrando que Deus dará
proteção ao remanescente judeu:
1.1 Proteção espiritual (Dn
12.1). Deus
protegerá o seu povo remanescente através do arcanjo Miguel no período sombrio
da Grande Tribulação. “Este ser angelical é citado nas Escrituras como um anjo
guerreiro; seu nome significa: “Quem é semelhante a Deus?”. Ele é
sempre citado em conexão com a guerra (Dn 10.13,21; 12.1; Ap 12.7). Em Dn 10.13,21,
ele é apontado como o anjo guardião da nação de Israel (Dn 12.1). Miguel é o
chefe, o comandante, o capitão dos exércitos celestes, em oposição as hostes
espirituais das trevas. A expressão o “Arcanjo” designa algum altíssimo poder
angelical, dotado de autoridade sobre larga área, celestial ou terrena;
“arcanjo” ou “arca”, como já ficou demonstrado, sugere um “anjo
comandante”, principal e poderoso” (SILVA, 1986, p. 195 – grifo nosso).
“Miguel não só aparece num momento especifico, mas há um tempo em que ele será
ativo, um período que coincidirá com a época do Anticristo (Dn 11.45). Miguel
também se levantará quando o Anticristo começar sua carreira (Dn 11.36), ou,
mais provavelmente, no meio da carreira do Anticristo, quando ele volta sua
atenção para a terra gloriosa (Dn 11.41). Ele está pronto para lutar, pois é um
momento crítico para Israel. O agente de Satanás, o Anticristo, está prestes a
desatar o mais horrendo genocídio jamais experimentado na história da
humanidade” (TOKUNBOH, 2010, p. 1038 – grifo nosso).
1.2 Proteção física (Dn 11.41). Tanto o profeta Daniel como João
o escritor do livro do Apocalipse nos mostram que, durante o tempo da Grande
Tribulação haverá uma área demarcada por Deus, diante da face do destruidor,
que ele não terá acesso. Esta área servirá de “refúgio” para o seu povo:
o remanescente. “Tanto no Antigo como no Novo Testamento, esse lugar de
“refúgio” tem vários nomes: (a) O lugar preparado por Deus (Ap 12.6); (b)
O refúgio (Is 16.4); (c) O quarto (Is 26.20); e, (d) O
isolamento (SI 55.5-8). Na simbologia profética, isso significa “o
deserto dos povos” (Ez 20.35). Será, sem dúvida, o que está depreendido
do presente texto: “Edom e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom”.
Esses países serão os únicos a escaparem da influência do Anticristo. Essa
região será demarcada por Deus naqueles dias sombrios da Grande Tribulação e
servirá de “refúgio perante a face do destruidor” (Is 16.4). O
monte Sião será também demarcado (Ob v.17; Ap 14.1). Todos esses lugares acima
mencionados se transformarão no “deserto de Deus”, preparado para
a “mulher” (o Israel Fiel) durante a época da Grande Angústia (Sl
60.8-12; Is 16.4; 26.20; 64.10; Jr 32.2; 40.11; Ez 20.35; Dn 11.41; Os 2.14; Mt
24.36; Ap 12.6,13-17) (SILVA, 1986, pp. 222,223 – acréscimo e grifo nosso).
II
– QUANDO E COMO SERÁ A GRANDE TRIBULAÇÃO
A Bíblia nos diz que o Anticristo
aparecerá logo após o Arrebatamento da Igreja (II Ts 2.6). Ele proporá a algumas
nações e a Israel um pacto de sete anos “E ele firmará aliança com muitos
por uma semana” (Dn 9.24-a). Todavia, após o término da primeira fase
do seu governo (três anos e meio), o Anticristo irá se voltar contra Israel, rompendo
a aliança de paz que havia feito com os judeus por sete anos e desencadeará uma
grande perseguição contra este povo e sua religião “e na metade da semana
fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o
assolador, e isso até à consumação [...]” (Dn 9.27-b; cf. Dn 7.25).
2.1 A grande tribulação (Dn
12.1-b). É a
“provação a que será submetida a descendência de Israel durante a Grande Tribulação.
A expressão usada pelo profeta Jeremias nos dá uma ideia desse momento difícil:
“Ah! porque aquele dia e tão grande, que não houve outro semelhante! É
tempo de angústia para Jacó; todavia, há de ser livre dela” (Jr 30.7). Angústia
fala de um aperto sem referências, quer na história sagrada, quer na história
secular do povo de Deus. É o sofrimento dos sofrimentos! (ANDRADE, sd, p. 21 –
acréscimo e grifo nosso). Em Marcos 13.19, Jesus acrescenta ainda mais
informações. Eis algumas informações sobre este período de tentação que há de
vir: (a) durará três anos e meio (Dn 7.25; Dn 12.1,7; Ap 11.2; 13.5,6); (b)
será um tempo de angústia incomparável (Jr 30.7; Dn 12.1; Mc 3.19; Lc 21.25
) e, (c) alcançará Israel e o mundo gentio (Dn 7.24,25; Ap 3.10).
2.2 Haverá salvação durante este
período (Dn 12.1-c). É
importante destacar que durante o período sombrio da Grande Tribulação “muitos
judeus e gentios aceitarão a Cristo no período posterior ao
Arrebatamento da Igreja, mas serão martirizados. Em Apocalipse 7.1-8, o
apóstolo João foi informado de que 144.000 israelitas, 12.000 de cada uma das tribos
enumeradas, seriam selados por Deus no decorrer da Grande Tribulação. Em
Apocalipse 14.1, eles aparecem sobre o monte Sião. Em Apocalipse 7.9-17, muitos
serão martirizados, crentes de todos os países e raças. Estes
aparecem triunfantes, nos céus. Eles serão mortos na Terra, durante a Grande
Tribulação, pelo ditador mundial, que exigirá que todos o adorem sob pena de
morte (Ap 13.15)” (WALWOORD, 2002, p. 240 – grifo nosso).
III
– A CONVERSÃO DE TODO ISRAEL NO PERÍODO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Alguns teólogos afirmam que Deus
rejeitou para sempre a nação de Israel, que a mesma está debaixo de maldição, e
que a Igreja tomou o lugar de Israel no plano e propósito divinos.
Consequentemente, essa APLICAÇÃO ERRÔNEA de termos, significaria
que a nação judaica está eternamente separada de Deus. Jamais poderá voltar a
gozar do favor divino. Mas em Romanos caps. 9 a 11, o apóstolo Paulo claramente
revela a restauração da nação e que no plano de Deus o povo judeu ainda será
muito abençoado. Israel será por “cabeça das nações e não por cauda” (Dt
28.13).
3.1 Primeira parte (Israel
confessa o pecado). “Naqueles
dias, os lideres de Israel por fim reconhecerão o motivo de a tribulação ter
vindo sobre eles, o que deverá ocorrer por intermédio do estudo das Escrituras,
da pregação dos 144.000, das palavras das duas testemunhas. Muito
provavelmente, será uma combinação de todos estes fatores, mas os líderes, de alguma
forma, dar-se-ão conta do pecado da nação. Embora, no passado, tenham levado a
nação a rejeitar o messiado de Jesus, agora farão com que a nação o aceite. A
regeneração da nação, portanto, virá através da confissão nacional. Então, toda
a nação será salva, cumprindo a profecia de Romanos 11.25-27. “Todo o
Israel” significa exatamente isto, ou seja, todo judeu que estiver vivo
naquele momento. Será o terço sobrevivente dos judeus que estavam vivos no inicio
da Grande Tribulação (Zc 13.8-9)” (LAHAYE, 2010, pp. 115,116 – acréscimo e
grifo nosso). (Cf. Ez 37.11).
3.2 Segunda parte (Israel clama
pelo Messias). “O
segundo aspecto que conduz a segunda vinda é a súplica de Israel pela volta do
Messias, a fim de salvar a nação dos exércitos do mundo, os quais tencionam
destruí-la e encontram-se reunidos nas cercanias de Bozra. A intercessão dos
judeus é abordada em muitas partes das Escrituras. Zacarias 12.10-13.1 descreve
este evento. O rogo pela volta do Messias não ficará restrito aos judeus de
Bozra, mas também se estenderá aos judeus que ainda estiverem em Jerusalém.
Eles confessarão o pecado da nação e orarão pelo retorno de Jesus, para que os
salve das aflições daquele momento. Clamarão por aquEle a quem crucificaram.
Este será o resultado do derramar do Espirito Santo (Zc 12.10), da lamentação
de Israel pelo Messias (Zc 12.11-14) e da purificação dos pecados da nação (Zc
13.1)” (LAHAYE, 2010, p. 116). (Cf. 37.9-14).
IV
– A SEGUNDA FASE DA SEGUNDA VINDA DE JESUS PARA IMPLANTAR O SEU REINO
A segunda fase da Segunda Vinda
de Cristo é conhecida como a “manifestação gloriosa” (veja Tt
2.13), e é descrita em detalhes em Apocalipse 19.11-20. “A Bíblia nos mostra
que finalmente chegará o “grande dia do Senhor” e a pedra cairá “nos
pés” da estátua (nos dias do Anticristo). Então... “o ferro, o
barro, o cobre, a prata, e o ouro, serão esmiuçados como a pragana das eiras,
no estio” (Dn 2.34,35; 8.25; 9.27; 11.45; M t 21.44; 2 Rs 2.8; Ap
19.20.) Todos sabemos que este império de ferro tem atravessado séculos e até
milênios, mas “chegará ao seu fim” como está predito na
“Escritura da Verdade”. Cristo (a grande pedra) como sabemos, não cairá na
cabeça (Império Babilônico) da estátua, nem em seu peito (Império Medo-persa),
nem no ventre (Império Grego), nem nas suas pernas (Império Romano) compreendendo
de 754 a.C. a 455 d.C. Todos sabemos que, quando Jesus veio a este mundo como
meigo Salvador, não destruiu o Império Romano, pelo contrário, este poder de
ferro o crucificou, e prosperou ainda por cinco séculos. Mas, como já ficou
demonstrado acima, chegará o dia em que a pedra cairá “nos pés” da
estátua (no Armagedom), e tudo que diz respeito a esse sistema político mundial
terminará no vale de Armagedom pelo triunfo de Cristo (Ap 19.11-21)” (SILVA,
1986, p. 226 – acréscimo e grifo nosso).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a nação de
Israel pagou um alto preço por ter rejeitado o Jesus, o Messias. Setenta
semanas de anos foram determinadas sobre o povo. Todavia, o povo judeu não foi
rejeitado por Deus. Quando o seu povo se sentir acuado pelo Anticristo e seus
exércitos no vale do Armagedom, eles clamarão por livramento e o Cristo a quem
eles haviam crucificado descerá para lhes proporcionar livramento e implantar o
Reino Milenial como anunciado pelos santos profetas.
REFERÊNCIAS
Ø ADEYEMO,
Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
Ø GILBERTO,
Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
Ø LAHAYE, Tim.
Enciclopédia Popular de profecia bíblica. CPAD.
Ø OLSON, Nels
Laurence. O plano divino através dos séculos. CPAD.
Ø SILVA, Severino
Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
Ø STAMPS, Donald
C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø WALVOORD,
John F. Todas as Profecias da Bíblia. VIDA.
Por Rede Brasil de
Comunicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário