Êx
20.7; Mt 5.33-37; 23.16-19
INTRODUÇÃO
Veremos nesta quinta lição, que a
finalidade do terceiro mandamento é afirmar a santidade de Deus. Não podemos
profaná-lo e nem tratá-lo irreverentemente. Não se deve pensar em Deus ou em
seus mistérios sem a devida sobriedade e reverência. Estudaremos que na Bíblia,
o nome está intimamente ligado à pessoa, indicando o seu próprio caráter, ou
ainda denotando a posição e função de quem traz o nome (Êx 23.21). O terceiro
mandamento nos diz que quando lembramos do nome de Deus, devemos preparar-nos
para render-lhe culto porque as verdades que sabemos sobre alguém são
despertadas quando pronunciamos o seu nome.
I
- NÃO TOMARÁS O NOME DO TEU DEUS EM VÃO
Este mandamento nos diz que é
errado usar o nome de Deus em coisas vã. A palavra vão, significa: “algo insignificante,
vazio, oco, inútil, sem valor; ilusório, sem fundamento real, fútil, frívolo,
falso, ignorante, ineficaz” (FERREIRA, 2004, p. 2035). O nome de Deus
só era pronunciado uma vez por ano, pelo sumo-sacerdote, ao abençoar o povo no
grande Dia da Expiação (Lv 23.27), e isso com extrema reverência e adoração. Os
escribas por exemplo; quando tinha que escrever o Nome de Deus em uma obra, eles
paravam, lavavam-se, mudavam de veste e caneta, e somente assim escrevia. Logo
em seguida, eles depositavam a caneta usada em um lugar onde nunca mais poderia
ser usado por ninguém para escrever outra palavra. Ainda hoje muitos judeus
ortodoxos para não usar o nome de Deus em vão, nem sequer dizem o nome Jeová ou
Javé. Ao invés disso, eles usam a palavra Deus, ou Adonai.
1.1 “Não tomarás o nome do
SENHOR teu Deus em vão [...]” (Êx
20.7). No judaísmo mais recente, esta proibição envolvia qualquer uso impensado
e irreverente do nome YHWH (pronuncia-se YHAVÉ). Em sua forma original,
o terceiro mandamento refe-se a jurar falsamente pelo nome do SENHOR (Lv
19.12). Este parece ser o verdadeiro sentido do texto hebraico. A lei permitia
abençoar e amaldiçoar em nome de YHWH (Dt 11.26), isso equivalia a proclamar
Sua vontade e Seu propósito para com várias classes de indivíduos. Jurar pelo
Seu nome era, então, permitido, embora fosse proibido por Cristo, séculos mais
tarde (Mt 5.34). Na verdade, jurar pelo Seu nome (e não pelo de qualquer outro
deus) era um sinal de que tal pessoa era um adorador de Jeová (Jr 4.2), e por
isso era algo digno de louvor (COLE, 1981, p.151).
1.2 Toda lei carrega uma
penalidade para aquele que a desobedece. Este mandamento traz consigo um aviso específico.
Sem dúvida isto é mencionado devido a tendência insolente do homem pensar a
respeito deste pecado. Observemos que o mandamento traz
dentro de si uma severa advertência de Deus a respeito da desonra ao Seu nome: “…
o SENHOR não terá por inocente...” (Êx 20.7). Essa fala demonstra que
Deus não aceita a falta de reverência diante de Seu nome.
II
- O TERCEIRO MANDAMENTO E A BANALIZAÇÃO DO NOME DE DEUS
- Por hipocrisia. É Quando se faz uma profissão do nome de Deus, mas não vive à altura de tal profissão. Aqueles que mencionam o nome de Cristo, mas não se afastam da iniqüidade, como este nome os obriga a fazer, o mencionam em vão. A sua adoração é vã (Mt 15.7-9), as suas oblações são vãs (Is 1.11,13) e a sua religião é vã, (Tg 1.26).
- Pelo rompimento do concerto. É quando se faz promessas a Deus, e não cumprirmos os juramentos ao Senhor, estamos tomando o seu nome em vão (Mt 5.33). Isto seria uma falta de sabedoria de nossa parte, e Deus não se alegra de tolos (Ec 5.4), nem se deixa escarnecer, (Gl 6.7).
- Por juramentos precipitados. É quando se menciona o nome de Deus, ou qualquer dos seus atributos, na forma de juramento, sem nenhuma ocasião apropriada para isto, nem a devida concentração da mente para isto, mas como simples palavras, sem nenhum objetivo nem boa intenção
- Por falsos juramentos. Pensam alguns teólogos que este é o objetivo principal do texto deste mandamento. Uma parte do respeito religioso que os judeus eram ensinados a prestar ao seu Deus era jurar pelo seu nome (Dt 10.20). Mas eles o ofenderiam, em vez de honrá-lo, se o chamassem para ser testemunha de uma mentira.
III
– O TERCEIRO MANDAMENTO E A CULTURA
IV
- O NOME DE DEUS E O NOME DE JESUS
Em várias ocasiões, Jesus refina
os temas do AT e estende suas aplicações. Ao tratar dos juramentos no sermão do
monte, ele nos aconselha a não jurar. Devemos ser pessoas de tal integridade
que um “sim” ou um “não” basta para indicar nosso compromisso ou nossa recusa
(Mt 5:33-37). Uma razão mais profunda para tal proibição pode ser vista no fato
de que Deus era a única realidade viva para a mentalidade israelita. É por isso
que Seu nome era sempre envolvido nos votos e juramentos, normalmente na
fórmula “ tão certo como vive o Senhor” (2 Sm 2.27). Usar tal frase e depois deixar
de cumprir o voto era questionar a realidade da própria existência de Deus. A
Bíblia não nos proíbe pronunciar o nome de Deus. Ela nos encoraja a invocá-lo
de coração e com temor: “Cantai a Deus, salmodiai O SEU NOME; exaltai o
que cavalga sobre as nuvens. SENHOR é o seu nome, exultai diante dele” (Sl
68.4). Aqui também se pode descobrir o poder moral para a injunção feita aos
cristãos, isto é, não tomar o nome de Cristo em vão.“E tudo quanto
pedirdes EM MEU NOME, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho”
(Jo 14.13). Com esse nome, fazemos ao Pai uma petição e assinamos com o
Nome daquele que tem autoridade nos céus e Terra, sabendo que o Pai não negará
nada ao Seu Filho primogênito. “E tudo o que fizerdes, seja em palavra,
seja em ação, fazei-o EM NOME DO SENHOR JESUS, dando por ele graças a Deus Pai”
(Cl 3.17). Aqui somos colocados frente à responsabilidade que esse nome
traz àqueles que o carregam.
V
- O NOME DE DEUS - UM NOME VENERÁVEL
"Uma vez que a frase
hebraica também pode ser traduzida como: “não pronunciarás o nome do
Senhor”, os judeus do período pós-exílio interpretaram esse mandamento
como uma proibição de até mesmo proferir o nome de Deus “Javé”. Assim, até
hoje, nunca se referem a Deus pelo nome, substituindo-o sempre por um termo
alternativo, geralmente “Adonai”, traduzido como Senhor em várias versões da
Bíblia. No entanto, esse mandamento não visa proibir o uso do nome de Deus, mas
sim proteger a integridade desse nome" (ADEYEMO, 2010, p. 112).
Esse mandamento é para os
indivíduos que fazem promessas falsas e procuram lhes dar credibilidade invocando
uma autoridade irrepreensível, entretecendo em discurso expressões como “diante
de Deus” ou “em nome de Deus”. Ninguém deve invocar o nome de Deus com o
objetivo de enganar outra pessoa. Esta proibição é apresentada de forma ainda
mais explícita em Levítico 19.12: “Nem jurareis falso pelo meu nome, pois
profanaríeis o nome do vosso Deus” (ver ainda Dt 5.11; SI 139.20). Nos
dias de hoje não é incomum ouvir pessoas invocarem o nome de Deus ao fazerem
promessas que não são capazes de cumprir ou, por vezes, nem sequer pretendem
tentar. Trata-se de uma profanação do nome de Deus, um nome que deve ser
reverenciado. Quem explora esse nome para seus propósitos egoístas não deve
esperar ficar impune (ADEYEMO, 2010, p.113).
CONCLUSÃO
Podemos concluir dizendo que o
nome é muito mais que um rótulo que mostra a identidade de uma pessoa. Vimos
que o nome engloba todo o ser da pessoa, quem ela é, como ela é, seus
atributos, particularidades, atitudes. Assim, aprendemos que o terceiro
mandamento está claramente nos mostrando que Deus deseja ser honrado por tudo
que Ele é, que Ele fez, que Ele representa, que Ele revelou e manifestou ao ser
humano.
REFERÊNCIAS
Ø HAMILTON, Victor
P. Manual do Pentateuco. CPAD.
Ø HOFF, Paul. O
Pentateuco. VIDA.
Ø REIFLER, Hans
Ulrich. A Ética dos dez mandamentos: Um modelo de ética para os nossos
dias. VIDA
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil de
Comunicação
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