Dt
5.6,7; 6.1-6
INTRODUÇÃO
O primeiro mandamento da Lei,
além de anunciar a existência de um Único Deus verdadeiro, proíbe terminantemente
a idolatria e o politeísmo. Lamentavelmente, a história dos israelitas foi
marcada por esta prática pecaminosa, o que provocou a ira e o consequente juízo
divino. Estudaremos nesta lição a definição do termo idolatria; suas práticas
nos tempos do Antigo e Novo Testamento; veremos porque não devemos adorar a
ídolos e as diversas formas de idolatria praticadas ainda hoje no mundo.
I
– DEFINIÇÃO DE IDOLATRIA
O Aurélio define idolatria como “culto
prestado a ídolos” (FERREIRA, 2004, p. 1067). Teologicamente “a idolatria
pode ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa, ou objeto. Amor
este que suplanta o amor que se deve devotar, voluntária, incondicional e
amorosamente, ao único e verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220). “Essa
palavra vem do grego, “eidolon” que significa “ídolo”, e “latreuein”
que quer dizer “adorar”. Esse termo refere-se à adoração ou veneração a
ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido primário. Porém, em um sentido
mais lato, pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa,
instituição, ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a
honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p. 206).
1.1 Antigo Testamento. Quando os israelitas saíram do
Egito, com destino a Canaã, Deus lhes deu a Lei (Êx 20; Dt 5), que lhes
advertia para que não aprendessem as práticas idólatras dos povos de Canaã (Êx
20.2-4,23; 23.13,24,32; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3). Após a conquista da
Terra prometida, os hebreus não expulsaram completamente os pagãos como Deus
havia ordenado (Jz 2.1-3). Isto se tornou um laço para eles, pois aderiram facilmente
ao culto idólatra (Jz 2.11; 3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1). Nos períodos de
apostasia, os profetas foram levantados por Deus para advertirem aos israelitas
que se abstivessem do paganismo (I Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16). Porém, o
povo de Deus não os ouviu, e, por isso, experimentaram, o amargo cativeiro (II
Rs 17.1-23; II Cr 36.11-21).
1.2 Novo Testamento. Se a idolatria era combatida com
rigor no AT, não foi diferente no NT. O Senhor Jesus condenou o amor à riqueza,
que é uma forma de idolatria (Mt 6.24). A recomendação apostólica feita no
Concílio de Jerusalém condenou severamente a adoração a ídolos (At 15.28,29).
Os apóstolos combateram veementemente o envolvimento dos cristãos com essa
prática pagã. Paulo, por exemplo, exortou aos cristãos de Corinto a fugirem da
idolatria (I Co 10.14); e condenou a avareza, que também é uma forma de
idolatria (Cl 3.5). O apóstolo Pedro e João também condenaram as práticas
idólatras (I Pe 4.3; I Jo 5.21).
II
– O FASCÍNIO DA IDOLATRIA
Se a Bíblia diz que o ídolo, em
si, nada é (Jr 2.11; 16.20; I Co 8.4; 10.19,20) e as imagens de escultura são abomináveis
(Is 44.19); pedras de tropeço (Ez 14.3); e vaidades (Jr 14.22; 18.15); por que
a idolatria era tão comum ao povo de Israel? Vejamos os dois principais motivos:
2.1 As nações pagãs que
circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração
a um único Deus. Noutras
palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofra influência dessas
nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer aos mandamentos
divinos, no sentido de se manter santo e separado delas (Js 24.14,15) (STAMPS,
1995, p. 446). Por isso, muitas vezes, Deus advertiu o seu povo. No Decálogo,
os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à idolatria (Êx
20.3,4; Dt 5.6-8). Esta ordem foi repetida em outras ocasiões (Êx 23.13,24;
34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; II Rs 17.35,37,38). O Senhor Deus
ordenou também a destruição dos ídolos das nações que habitavam na terra de
Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).
2.2 Os deuses pagãos não
requeriam das nações vizinhas de Israel o tipo de obediência que Deus requeria.
Por exemplo,
muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa em seus cultos,
tendo para isso prostitutas espirituais. Essa prática, sem dúvida, atraía o
povo de Israel” (STAMPS, 1995, p. 446). Por isso, muitas vezes, o povo de Israel
deixou de servir e adorar ao Único Deus Verdadeiro (monoteísmo) e passou a
prestar culto a outros deuses (politeísmo), como podemos ver em (Êx 32.1-18; II
Rs 17.7-23; Is 1.2-4; Jr 2.1-9). Por intermédio dos salmistas e profetas, o
Senhor Deus não apenas condenou as práticas idólatras, mas, também demonstrou
que os ídolos são vãos e inúteis e não podiam garantir a Israel o que eles almejavam
(Sl 115.4-8; 135.15-18; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5).
III - FORMAS DE
IDOLATRIA
NOME
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DEFINIÇÕES,
EXEMPLOS BÍBLICOS E REFERÊNCIAS
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Angelolatria
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É a adoração aos seres
angelicais. Escrevendo aos colossenses, o apóstolo Paulo condenou esta forma
de idolatria (Cl 1.18). Os anjos são criaturas de Deus (Sl 33.6; Ne 9.6); são
enviados por Deus para servir aos santos (Dn 6.22; Hb 1.14); e são nossos
conservos (Ap 22.9). Por isso, não devem ser objetos de adoração (Ap 19.10).
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Autolatria
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A palavra autolatria é
formada por dois vocábulos gregos: autos, que significa “a si mesmo” e
latria, que quer dizer “adoração”. Logo, autolatria significa
“adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é conhecida como egolatria.
Encontramos alguns exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is
14.12-14) e o rei Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21).
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Avareza
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A Bíblia ensina claramente que
a avareza, ou seja, o amor ao dinheiro é idolatria (Cl 3.5). O Senhor Jesus
ensinou que ninguém pode servir a Deus e a Mamom, que é o deus da riqueza (Mt
6.24). E, o apóstolo Paulo diz que o amor do dinheiro é a raiz de toda
espécie de males, e que os que querem ser ricos caem em muitas tentações e
concupiscências (I Tm 6.9,10). Por isso, o cristão pode até ser rico, e possuir
muitos bens, mas, jamais deve amar o dinheiro e a riqueza!
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Mariolatria
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É a adoração à Maria. Ela é
venerada como “mediadora”, “advogada”, “intercessora”, “mãe de Deus”, “sempre
virgem” além de outros títulos absurdos. Mas, a Bíblia declara que só existe
um mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5) e um advogado junto ao Pai,
Jesus Cristo (1 Jo 2.1). Somente Ele foi concebido sem pecado (Hb 7.26) e
jamais pecou (Hb 4.14,15).
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Zoolatria
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É a adoração a animais (Êx
32.1-18; Rm 1.23). Este tipo de idolatria pode ocorrer de duas formas distintas:
(1) A adoração a animais, como se eles fossem reencarnações ou
manifestações de divindades, como na Índia, onde a vaca, o macaco, o elefante
e até mesmo os ratos são reverenciados como deuses; (2) entre aqueles
que, apesar de não prestarem cultos aos animais, os têem em grande estima, a
ponto de tratá-los como se fossem seres humanos.
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IV
- PORQUE NÃO DEVEMOS ADORAR A ÍDOLOS
4.1 Porque Deus é uno. Apesar de a Bíblia mencionar a
existência de deuses estranhos (Gn 35.2); novos deuses (Dt 32.1); e deuses
fundidos (Êx 34.17); ela é enfática em revelar o monoteísmo, ou seja, a existência
de um Único Deus verdadeiro, que subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo (Mt 3.16,17); e que deve ser o objeto exclusivo do amor e
obediência (Dt 6.4; Is 42.8; Mc 12.29,32; Jo 17.3; I Co 8.4,6). Estes e outros
textos das Sagradas Escrituras também tornam-se a base da proibição da adoração
a outros deuses (Êx 20.2; Dt 5.6-9).
4.2 Porque Deus é espírito. Sendo Deus um ser espiritual (Jo
4.24), Ele não está sujeito as limitações às quais estão sujeitos os seres
humanos dotados de corpo físico. Ele não possui partes corporais e não está
sujeito às condições de existência natural. Logo, é impossível que uma imagem
possa representar sua glória e majestade. Além disso, Deus é transcendente e
insondável, ou seja, Ele ultrapassa a compreensão humana, e, por isso, não pode
ser representado por um ídolo feito de madeira, prata ou ouro (Is 40.18,25;
46.5). Por isso, Deus proibiu terminantemente que os israelitas fizessem imagem
de escultura (Êx 20.4; Dt 4.15,16; 23-28; 5.8,9).
4.3 Porque adorar a ídolos é
cultuar aos demônios. A
Palavra de Deus nos revela que quem oferece sacrifícios aos ídolos, oferece aos
demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; II Cr 11.15; Sl 106.37; I Co 10.20,21). Por trás
das imagens de escultura existem entidades demoníacas que ouvem as preces dos
fiéis, e até operam favoravelmente por eles, com o intuito de aprisioná-los
cada vez mais na idolatria. Eis o porquê de tantas pessoas pagarem promessas
nos denominados “dias santos” e nas festividades dos padroeiros. Satanás, como
“deus deste século” (II Co 4.4) tem poder para realizar benefícios físicos e
materiais com intuito de enganar as pessoas (Ap 13.2-8,13; 16.13,14).
CONCLUSÃO
A Palavra de Deus proíbe
terminantemente a adoração a outros deuses. Este mandamento foi ordenado não apenas
no Decálogo, mas, em toda a Bíblia. O povo de Israel não atentou para este
mandado divino, e, por isso, sofreu as devidas consequências. Ainda hoje,
muitas formas de idolatria são praticadas no mundo, como a angelolatria,
mariolatria, zoolatria, além de outras. Mas, jamais devemos adorar ídolos, pois,
Deus é Único, é um ser espiritual e quem adora a ídolos, na verdade, está
adorando aos demônios. Por isso, o mandamento divino permanece de pé: “não
terás outros deuses diante de mim” (Dt 5.7).
REFERÊNCIAS
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø CHAMPLIN,
R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teoogia e Filosofia. HAGNOS.
Ø ANDRADE,
Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Por Rede Brasil de
Comunicação
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