sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

LIÇÃO 03 - NÃO TERÁS OUTROS DEUSES




Dt 5.6,7; 6.1-6




INTRODUÇÃO
O primeiro mandamento da Lei, além de anunciar a existência de um Único Deus verdadeiro, proíbe terminantemente a idolatria e o politeísmo. Lamentavelmente, a história dos israelitas foi marcada por esta prática pecaminosa, o que provocou a ira e o consequente juízo divino. Estudaremos nesta lição a definição do termo idolatria; suas práticas nos tempos do Antigo e Novo Testamento; veremos porque não devemos adorar a ídolos e as diversas formas de idolatria praticadas ainda hoje no mundo.


I – DEFINIÇÃO DE IDOLATRIA
O Aurélio define idolatria como “culto prestado a ídolos” (FERREIRA, 2004, p. 1067). Teologicamente “a idolatria pode ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa, ou objeto. Amor este que suplanta o amor que se deve devotar, voluntária, incondicional e amorosamente, ao único e verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220). “Essa palavra vem do grego, “eidolon” que significa “ídolo”, e “latreuein” que quer dizer “adorar”. Esse termo refere-se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p. 206).

1.1 Antigo Testamento. Quando os israelitas saíram do Egito, com destino a Canaã, Deus lhes deu a Lei (Êx 20; Dt 5), que lhes advertia para que não aprendessem as práticas idólatras dos povos de Canaã (Êx 20.2-4,23; 23.13,24,32; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3). Após a conquista da Terra prometida, os hebreus não expulsaram completamente os pagãos como Deus havia ordenado (Jz 2.1-3). Isto se tornou um laço para eles, pois aderiram facilmente ao culto idólatra (Jz 2.11; 3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1). Nos períodos de apostasia, os profetas foram levantados por Deus para advertirem aos israelitas que se abstivessem do paganismo (I Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16). Porém, o povo de Deus não os ouviu, e, por isso, experimentaram, o amargo cativeiro (II Rs 17.1-23; II Cr 36.11-21).

1.2 Novo Testamento. Se a idolatria era combatida com rigor no AT, não foi diferente no NT. O Senhor Jesus condenou o amor à riqueza, que é uma forma de idolatria (Mt 6.24). A recomendação apostólica feita no Concílio de Jerusalém condenou severamente a adoração a ídolos (At 15.28,29). Os apóstolos combateram veementemente o envolvimento dos cristãos com essa prática pagã. Paulo, por exemplo, exortou aos cristãos de Corinto a fugirem da idolatria (I Co 10.14); e condenou a avareza, que também é uma forma de idolatria (Cl 3.5). O apóstolo Pedro e João também condenaram as práticas idólatras (I Pe 4.3; I Jo 5.21).


II – O FASCÍNIO DA IDOLATRIA
Se a Bíblia diz que o ídolo, em si, nada é (Jr 2.11; 16.20; I Co 8.4; 10.19,20) e as imagens de escultura são abomináveis (Is 44.19); pedras de tropeço (Ez 14.3); e vaidades (Jr 14.22; 18.15); por que a idolatria era tão comum ao povo de Israel? Vejamos os dois principais motivos:

2.1 As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus. Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofra influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer aos mandamentos divinos, no sentido de se manter santo e separado delas (Js 24.14,15) (STAMPS, 1995, p. 446). Por isso, muitas vezes, Deus advertiu o seu povo. No Decálogo, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à idolatria (Êx 20.3,4; Dt 5.6-8). Esta ordem foi repetida em outras ocasiões (Êx 23.13,24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; II Rs 17.35,37,38). O Senhor Deus ordenou também a destruição dos ídolos das nações que habitavam na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).

2.2 Os deuses pagãos não requeriam das nações vizinhas de Israel o tipo de obediência que Deus requeria. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa em seus cultos, tendo para isso prostitutas espirituais. Essa prática, sem dúvida, atraía o povo de Israel” (STAMPS, 1995, p. 446). Por isso, muitas vezes, o povo de Israel deixou de servir e adorar ao Único Deus Verdadeiro (monoteísmo) e passou a prestar culto a outros deuses (politeísmo), como podemos ver em (Êx 32.1-18; II Rs 17.7-23; Is 1.2-4; Jr 2.1-9). Por intermédio dos salmistas e profetas, o Senhor Deus não apenas condenou as práticas idólatras, mas, também demonstrou que os ídolos são vãos e inúteis e não podiam garantir a Israel o que eles almejavam (Sl 115.4-8; 135.15-18; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5).


 III - FORMAS DE IDOLATRIA

NOME
DEFINIÇÕES, EXEMPLOS BÍBLICOS E REFERÊNCIAS



Angelolatria
É a adoração aos seres angelicais. Escrevendo aos colossenses, o apóstolo Paulo condenou esta forma de idolatria (Cl 1.18). Os anjos são criaturas de Deus (Sl 33.6; Ne 9.6); são enviados por Deus para servir aos santos (Dn 6.22; Hb 1.14); e são nossos conservos (Ap 22.9). Por isso, não devem ser objetos de adoração (Ap 19.10).




Autolatria
A palavra autolatria é formada por dois vocábulos gregos: autos, que significa “a si mesmo” e latria, que quer dizer “adoração”. Logo, autolatria significa “adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é conhecida como egolatria. Encontramos alguns exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is 14.12-14) e o rei Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21).





Avareza
A Bíblia ensina claramente que a avareza, ou seja, o amor ao dinheiro é idolatria (Cl 3.5). O Senhor Jesus ensinou que ninguém pode servir a Deus e a Mamom, que é o deus da riqueza (Mt 6.24). E, o apóstolo Paulo diz que o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males, e que os que querem ser ricos caem em muitas tentações e concupiscências (I Tm 6.9,10). Por isso, o cristão pode até ser rico, e possuir muitos bens, mas, jamais deve amar o dinheiro e a riqueza!




Mariolatria
É a adoração à Maria. Ela é venerada como “mediadora”, “advogada”, “intercessora”, “mãe de Deus”, “sempre virgem” além de outros títulos absurdos. Mas, a Bíblia declara que só existe um mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5) e um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo (1 Jo 2.1). Somente Ele foi concebido sem pecado (Hb 7.26) e jamais pecou (Hb 4.14,15).





Zoolatria
É a adoração a animais (Êx 32.1-18; Rm 1.23). Este tipo de idolatria pode ocorrer de duas formas distintas: (1) A adoração a animais, como se eles fossem reencarnações ou manifestações de divindades, como na Índia, onde a vaca, o macaco, o elefante e até mesmo os ratos são reverenciados como deuses; (2) entre aqueles que, apesar de não prestarem cultos aos animais, os têem em grande estima, a ponto de tratá-los como se fossem seres humanos.

 
IV - PORQUE NÃO DEVEMOS ADORAR A ÍDOLOS
4.1 Porque Deus é uno. Apesar de a Bíblia mencionar a existência de deuses estranhos (Gn 35.2); novos deuses (Dt 32.1); e deuses fundidos (Êx 34.17); ela é enfática em revelar o monoteísmo, ou seja, a existência de um Único Deus verdadeiro, que subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 3.16,17); e que deve ser o objeto exclusivo do amor e obediência (Dt 6.4; Is 42.8; Mc 12.29,32; Jo 17.3; I Co 8.4,6). Estes e outros textos das Sagradas Escrituras também tornam-se a base da proibição da adoração a outros deuses (Êx 20.2; Dt 5.6-9).

4.2 Porque Deus é espírito. Sendo Deus um ser espiritual (Jo 4.24), Ele não está sujeito as limitações às quais estão sujeitos os seres humanos dotados de corpo físico. Ele não possui partes corporais e não está sujeito às condições de existência natural. Logo, é impossível que uma imagem possa representar sua glória e majestade. Além disso, Deus é transcendente e insondável, ou seja, Ele ultrapassa a compreensão humana, e, por isso, não pode ser representado por um ídolo feito de madeira, prata ou ouro (Is 40.18,25; 46.5). Por isso, Deus proibiu terminantemente que os israelitas fizessem imagem de escultura (Êx 20.4; Dt 4.15,16; 23-28; 5.8,9).

4.3 Porque adorar a ídolos é cultuar aos demônios. A Palavra de Deus nos revela que quem oferece sacrifícios aos ídolos, oferece aos demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; II Cr 11.15; Sl 106.37; I Co 10.20,21). Por trás das imagens de escultura existem entidades demoníacas que ouvem as preces dos fiéis, e até operam favoravelmente por eles, com o intuito de aprisioná-los cada vez mais na idolatria. Eis o porquê de tantas pessoas pagarem promessas nos denominados “dias santos” e nas festividades dos padroeiros. Satanás, como “deus deste século” (II Co 4.4) tem poder para realizar benefícios físicos e materiais com intuito de enganar as pessoas (Ap 13.2-8,13; 16.13,14).


CONCLUSÃO
A Palavra de Deus proíbe terminantemente a adoração a outros deuses. Este mandamento foi ordenado não apenas no Decálogo, mas, em toda a Bíblia. O povo de Israel não atentou para este mandado divino, e, por isso, sofreu as devidas consequências. Ainda hoje, muitas formas de idolatria são praticadas no mundo, como a angelolatria, mariolatria, zoolatria, além de outras. Mas, jamais devemos adorar ídolos, pois, Deus é Único, é um ser espiritual e quem adora a ídolos, na verdade, está adorando aos demônios. Por isso, o mandamento divino permanece de pé: “não terás outros deuses diante de mim” (Dt 5.7).




REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teoogia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.


Por Rede Brasil de Comunicação


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