Mc 5.2-13
INTRODUÇÃO
Nesta lição
definiremos o que é a possessão demoníaca; pontuaremos algumas verdades sobre
isto; mostraremos que somente o Nome de Jesus pode proporcionar libertação a
qualquer pessoa nesta condição; e, concluiremos destacando algumas
considerações sobre o ato de expulsar os demônios.
I. DEFINIÇÃO DE POSSESSÃO
DEMONÍACA
A possessão
demoníaca “é a condição daquele que é tomado e controlado psicológica e fisicamente
por espíritos malignos. É um ato invasivo, arbitrário e violento, que leva o
possesso a perder completamente o controle sobre os sentidos, órgãos e
movimentos” (ANDRADE, 2006, p. 301). Sob esta condição a pessoa pode adquirir
uma “grande força” (Mc 5.3,4); “conhecimento da vida íntima
das pessoas” (At 16.16); ou “pratica agressão física” (Mc
5.5; At 19.16); pode “despir-se” (Mc 5.15); “dar gritos
altos” (At 8.7); “retorcer-se” (Mc 9.20), “mudar de
voz” (Mc 5.9; At 19.15), “ranger os dentes” (Mc 9.18);
até mesmo a aparência física da pessoa possessa pode ser afetada, e atitudes irracionais
são assumidas de modo assustador (Mc 5.3; 9.20). Para esta condição espiritual,
não há tratamento, remédio ou isolamento que resolva, somente o poder do Nome
de Jesus (Mc 16.17; Lc 10.17; At 16.18).
II. SOBRE A POSSESSÃO DEMONÍACA
Uma das atuações
de Satanás e dos demônios é possuir os corpos das pessoas. Acerca disto, é
necessário fazer algumas observações. Vejamos:
1. A possessão é
possível.
Há aqueles que não
acreditam que os demônios possam possuir uma pessoa. Alegam estes que certas
manifestações estranhas não passam de problemas mentais ou fingimento. Todavia,
Jesus falou sobre a atuação dos espíritos malignos na vida das pessoas (Lc
11.20-22; 24-26); e, durante o seu ministério terreno, mostrou que a possessão
é algo real. O Mestre sabia fazer a diferença entre as enfermidades e a
possessão. Quando se tratava de enfermidade, Jesus se dirigia ao enfermo: “Então
disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a
outra” (Mt 12.13). Quando se reportava as pessoas possessas, o Mestre
se dirigia ao espírito mal: “espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai
dele, e não entres mais nele” (Mc 9.25). Vejamos alguns casos bíblicos
no ministério de Jesus:
Ø Um homem de
Cafarnaum (Mc 1.25; Lc 4.35);
Ø Dois homens
gadarenos (Mt 8.28-32; Mc 5.8; Lc 8.33);
Ø Um homem mudo
(Mt 9.32,33);
Ø Um lunático (Mt
17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 9.38-42);
Ø Um homem cego e
mudo (Mt 12.22; Lc 11.14);
Ø A filha da
mulher cananeia (Mt 15.22,28);
Ø Maria Madalena
(Mc 16.9; Lc 8.2);
Ø Vários outros
casos (Mt 4.24; 8.16; Mc 1.32).
2.
Há pessoas mais propensas a possessão.
Qualquer pessoa
que ainda não teve o seu encontro pessoal com Jesus pode ficar possessa por
demônios (1 Jo 3.8a). No entanto, as pessoas que se envolvem com espiritismo,
magia, feitiçaria, são mais propensas à possessão demoníaca, pois estão lidando
diretamente com os demônios (At 13.6-10; 19.19; Ap 9.20,21).
3.
A possessão pode ser desfeita.
Todos os casos
de pessoas possessas por demônios que se encontraram com Jesus foram por ele
libertas, e tiveram as suas vidas transformadas. Pedro disse que: “Deus
ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou
fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At
10.38). Vejamos alguns casos pontuais de libertação:
· O gadareno: “[…]
e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em
perfeito juízo, e temeram” (Mc 5.15);
· O lunático: “E,
repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou” (Mt
17.18);
· A filha da
mulher cananeia: “Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é
a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a
sua filha ficou sã” (Mt 15.28);
· Maria Madalena: “E
algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de
enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios” (Lc
8.2);
· A mulher de
Filipos: “Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome
de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu” (At
16.18).
III. A
AUTORIDADE DO NOME DE JESUS CONTRA OS DEMÔNIOS
Um dos sinais
que Jesus prometeu seguir aos que cressem no evangelho foi o de expulsar os
demônios (Mc 16.17). Antes mesmo de ser assunto aos céus, os discípulos já
haviam experimentado o poder que há no Nome de Jesus sobre os demônios (Lc
10.17). Eles conhecem o Senhor Jesus e reconhecem a Sua autoridade suprema (Mt
8.31,32; Mc 1.24; 3.11). Portanto, a autoridade do nome de Jesus sobre os
demônios revela a Sua superioridade acima de todos os nomes (Ef 1.20-23; Fp
2.9,10). Sobre o ato de expulsar os demônios é necessário destacar que:
1. O nome de
Jesus expulsa demônios.
Embora esta seja
uma verdade que muitos crentes sabem, ainda há aqueles que, por
desconhecimento, em vez de invocar o nome de Jesus contra os demônios, clamam
pelo sangue, o qual tem outra finalidade que é a de purificar os pecados (Mt
26.28; Ef 1.7; Cl 1.14; 1Jo 1.7; 1Pd 1.2; Hb 9.14; 13.12); outro equívoco é achar
que é a entonação da voz que expele o diabo. O Senhor Jesus nos ensinou que o
Seu nome é que deve ser usado como arma contra os espíritos malignos (Mc
16.17). Quando enviou os outros setenta para curar os doentes e expulsar os demônios,
eles voltaram cheios de júbilo dizendo: “Senhor, pelo teu nome, até os
demônios se nos sujeitam” (Lc 10.17). Paulo, em Filipos, ordenou que
uma mulher fosse liberta do poder dos demônios em Nome de Jesus (At 16.18).
2. Jesus mandou expulsar
os demônios.
Por influência
do Neopentecostalismo, muitos cristãos substituíram a prática bíblica de
invocar o Nome de Jesus para “expulsar os demônios” pela prática
antibíblica de “amarrar os demônios”. Todas as vezes que vemos
Jesus libertando as pessoas, por Seu poder, vemos Ele expulsando os demônios: “e
ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos” (Mt 8.16); “E,
expulso o demônio, falou o mudo” (Mt 9.33). Ele mandou que os discípulos
expulsassem: “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre
os espíritos imundos, para os expulsarem [...]” (Mt 10.1b). Veja ainda
(Mt 10.8; 12.28; Mc 1.34,39; 3.15; 6.13; 16.17; Lc 11.14). É bom acrescentar que
no momento da libertação não é necessário dizer o nome do demônio ou
entrevistá-lo, basta repreendê-lo no Nome poderoso de Jesus Cristo. O caso do
gadareno é uma exceção e não uma regra que deva ser reproduzida (Mc 5.9).
3.3 O nome de
Jesus expulsa qualquer demônio.
Embora os
demônios estejam divididos em castas e hierarquias (Mt 17.21; Ef 6.12), o poder
que Jesus concedeu aos crentes, lhes dá condições de expulsar todo e qualquer
demônio: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda
a força do inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19). A serpente
e escorpião são simbolismo comum para as forças satânicas ou demônios e até
para o próprio Satanás (Gn 3.1; Is 27.1; 2 Co 11.3; Ap 12.9; 20.2). “O
significado principal deste texto é que os cristãos têm poder para pisar
triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de
Jesus Cristo” (BEACON, 2008, p. 411). Este poder foi concedido por Jesus a
igreja no presente (Mc 16.15). e no futuro “E o Deus de paz esmagará em
breve Satanás debaixo dos vossos pés” (Rm 16.20).
IV.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPULSÃO DE DEMÔNIOS
1. Expulsar
demônios não é termômetro que afere espiritualidade.
Somente um
crente em Jesus tem autoridade espiritual para expulsar os demônios (Mc 16.17;
Lc 10.19). No entanto, é necessário dizer que tal proeza não afere a santidade
do indivíduo. É possível que um crente seja usado com sinais e ainda assim não
esteja vivendo de forma agradável a Deus: “Muitos me dirão naquele dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos
demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi
abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniquidade” (Mt 7.22,23). Diversas vezes, Jesus ensinou que o que afere
o caráter é o fruto e não os dons ou sinais miraculosos (Mt 7.20; 12.33; Lc
6.44).
2. Não devemos
fazer por ostentação e sem o devido preparo espiritual.
O apóstolo Paulo,
foi um instrumento por meio do qual Deus operou grandes sinais em Éfeso (At
19.11); trazendo, naquele lugar, diversas libertações de pessoas possuídas por
demônios (At 19.12). Alguns exorcistas judeus observando Paulo, decidiram
também invocar o nome do Senhor Jesus sobre os demônios, quem sabe também
querendo se tornar notórios por isso, mas não obtiveram êxito, antes foram
envergonhados (At 19.13-16). Destacamos ainda que, os discípulos, certa vez,
ficaram decepcionados, porque não puderam expulsar o demônio de um rapaz (Mt
17.15,16). Jesus lhes advertiu quanto a falta de fé e também da oração e do jejum
(Mt 17.20,21).
3. Não deve ser
o motivo primordial da nossa alegria.
Embora Deus
conceda poder aos seus servos para operações de sinais e maravilhas (Mc 16.17;
Lc 10.19; 1Co 12.8-10); e isto nos traga alegria pelo fato de sermos usados por
Deus; nossa maior alegria não deve ser essa, porque os dons e os sinais
passarão (1Co 13.8). É a garantia de vida eterna que deve nos proporcionar
alegria maior e permanente (Lc 10.17-20). “Ter a cidadania do céu é mais
importante do que atemorizar o inferno” (BEACON, 2008, p. 411).
CONCLUSÃO
Não se pode
negar que a possessão demoníaca é uma realidade, e que somente a Igreja tem a
autoridade de, no Nome de Jesus, orar pelos possessos a fim de que estes sejam
libertos.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø HOWARD,
R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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