1 Sm 16.1-13
INTRODUÇÃO
Introduziremos
esta lição definindo o verbo “ungir”
e explicando que aqueles que eram escolhidos por Deus para serem reis em Israel
eram ungidos com azeite; falaremos da rejeição do rei Saul e da escolha divina
de outra pessoa para ocupar o trono real; veremos informações detalhadas sobre
Davi o escolhido de Deus para substituir Saul; destacaremos três verdades sobre
a unção; e, por fim, concluiremos falando sobre o reinado de Davi, o rei
segundo o coração de Deus.
I. DEFINIÇÃO DO
TERMO UNGIR
O verbo “ungir”
significa: “untar ou friccionar com óleo” (HOUAISS, 2001, p. 2804). A
expressão hebraica deste verbo “mashah” que significa: “untar,
ungir, consagrar”. O AT usa a expressão “mashah” comumente para
indicar “ungir” no sentido de uma separação especial para um ofício ou função
(VINE, 2002, p. 318). No AT, reis, sacerdotes e profetas recebiam a unção com
óleo, literalmente falando, para ocuparem suas respectivas funções (Êx 29.16;
1Sm 9.16; 1 Rs 19.16). A unção do rei era oficializada por um representante
divino, geralmente um profeta ou sacerdote (1Sm 10.1; 1 Rs 1.39,45; 19.16; 2Rs
9.6; 11.12). O azeite era derramado sobre a cabeça do rei como símbolo de sua
consagração ao ofício. Devido ao costume de se ungir os reis, a frase “ungido
do Senhor” tornou-se sinônimo de “rei” (1Sm 12.3,5; 24.6,10; 26.9,11,16,23;
2Sm 1.14,16; 19.21; Sl 20.6; Lm 4.20).
II. A REJEIÇÃO DO
REI SAUL E SUA SUBSTITUIÇÃO
Por causa de sua
rebeldia (1Sm 15.10,11), Saul foi rejeitado para não mais exercer o reinado
sobre a nação de Israel (1Sm 15.26,28; 16.1). Ele ficou ocupando o cargo, mas o
Senhor já não era mais com ele, pois o tinha rejeitado (1Sm 16.1,14). O reino
de Israel seguia a regra da hereditariedade, ou seja, era de pai para filho. No
entanto, quando pecou, Saul perdeu a hereditariedade do seu reino e Deus
concedeu o trono a outro, que não era seu parente: “Porém agora não subsistirá o teu
reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração, e já lhe
tem ordenado o SENHOR, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não
guardaste o que o SENHOR te ordenou” (1Sm 13.14).
III. A ESCOLHA DE
UM NOVO REI PARA ISRAEL
O Senhor
incumbiu a Samuel a tarefa de ungir um dos filhos de Jessé (1Sm 16.1). Ao
chegar na casa de Jessé, os sete filhos foram apresentados ao profeta, mas,
nenhum deles foi escolhido pelo Senhor. Samuel, então, perguntou: “Acabaram-se
os moços? E ele lhe respondeu: Ainda falta o menor, que está apascentando as
ovelhas” (1Sm 16.11). Jessé, então, mandou chamá-lo, e, ao chegar, Davi
foi ungido pelo profeta, e o Espírito do Senhor se apoderou dele (1Sm 16.13). A
escolha de Davi contrariou a lógica humana pelos seguintes fatores: a) Davi não era o primogênito (1Sm
16.11); b) Na época, Davi não fazia
parte do exército de Israel (1Sm 17.13); e, c) Davi era um simples pastor de ovelhas (1Sm 16.11; 1Cr 17.7).
Abaixo destacaremos algumas informações importantes sobre Davi. Notemos:
1. Seu nome.
O nome de Davi
significa “amado”. Sua história está registrada em mais de sessenta
capítulos da Bíblia; cerca de 60 referências são feitas a ele no Novo
Testamento, além de figurar na genealogia do Senhor Jesus (Mt 1.1); até hoje
ele é lembrado como o maior rei de Israel e, por duas vezes na Bíblia ele é
chamado de “homem segundo o coração de Deus” (1Sm 13.14; At 13.22).
2. Sua família.
As Escrituras
trazem a genealogia de Davi várias vezes, sendo a primeira vez em Rute 4.18-22.
Ele é descendente direto de Judá, Perez, Esrom, Rão, Aminadabe, Naassom,
Salmom, Boaz (o marido de Rute), Obede (filho de Boaz e Rute) e Jessé, seu pai
(1Cr 2.5-16; Mt 1.3-6; Lc 3.31-33). Davi era o mais novo dos oito filhos de
Jessé, um efrateu de Belém (1Sm 17.12-14).
3. Sua Ocupação.
Davi tinha como
principal ocupação pastorear as ovelhas de seu pai (1Sm 16.11). Como pastor
aprendeu a cuidar dos animais, bem como a protegê-los dos predadores. Essa
experiência o ensinou pelo menos duas coisas: a) depender do Senhor, conforme ele mesmo diz ao rei Saul (1Sm
17.37); e, b) lhe deu chance de
aprender a coragem que ele veio a usar em seus anos como guerreiro (1Sm
17.34,35).
4. Suas Habilidades.
Davi possuía
muitos talentos e quando Saul estava atormentado por um espírito maligno, seus
servos lhe aconselharam que ele mandasse chamar alguém que tocasse harpa.
Então, ele mandou que lhe trouxessem alguém que tocasse bem. E, um dos moços
lhe disse: “Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar
e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente
em palavras, e de gentil presença [...]” (1Sm 16.18a). Davi
destaca-se por seu talento musical, sua bravura, eloquência, boa aparência,
mas, sobretudo pela presença do Senhor em sua vida “o Senhor é com ele”
(1Sm 16.18b). Davi possuía um total sete características de alguém muito
especial.
IV. DAVI FOI UNGIDO
REI DE ISRAEL
Acerca da unção
de Davi como rei de Israel devemos destacar três aspectos na sua vida: Vejamos:
1. A unção separou.
A unção separa a
pessoa ungida para o seu ofício, falando sobre o caráter sagrado de sua chamada
e comissão. Assim foi com Davi. Ele foi ungido no meio dos seus irmãos: “Então
Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos” (1Sm
16.13).
2. A unção marcou.
Davi jamais
esquecera o dia em que foi ungido. A expressão bíblica diz: “e
desde daquele dia em diante” (1Sm 16.13), mostrando quão marcante foi
essa experiência (Sl 23.5).
3. A unção capacitou.
A pessoa ungida
ritualmente recebia a virtude divina em nome do Senhor. Era-lhe conferido o
Espírito de Deus (1Sm 10.10). Foi o caso de Davi também: “Então Samuel tomou o chifre do
azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o
Espírito do SENHOR se apoderou de Davi” (1Sm 16.13). A unção indicava a
preparação para o serviço (1Sm 10.1,9; 16.13; Is 61.1; Zc 4.1-14).
V. O REINADO DE
DAVI APÓS A MORTE DE SAUL
Após a morte de
Saul, Israel enfrentou um período de turbulência e o reino foi dividido. Isto
porque, comumente, o herdeiro do trono deveria ser um herdeiro de Saul. Mas, o
Senhor havia escolhido a Davi, que não era seu descendente. Vejamos alguns
incidentes desse período:
1. Isbosete reinou em Israel.
Depois da morte
de Saul, Abner, seu general, colocou o quarto filho de Saul, Isbosete (também conhecido como Esbaal), no trono
de Israel. Ele reinou sobre Israel, Gileade e sobre as tribos
de Efraim
e Benjamim
(2Sm 2.8-10).
2. Davi reina em Judá.
Embora Davi
soubesse que um dia se tornaria rei (1Sm 16.13; 23.17; 24.20), e que Saul já
estava morto (2Sm 1.1-16); e, pesar de tudo parecer favorável e oportuno, Davi
não partiu em busca do apoio dos israelitas, nem se precipitou em subir a
nenhuma cidade de Judá, sem antes consultar ao Senhor: “Subirei a alguma das cidades de
Judá? E disse-lhe o Senhor: Sobe. E falou Davi: Para onde subirei? E disse:
Para Hebrom” (2Sm 2.1). A cidade de Hebrom ficava na região montanhosa
de Judá, cerca de trinta quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Nesta cidade Davi
reinou sobre Judá por sete anos e meio antes de se tornar rei sobre todo o
Israel (2Sm 5.5).
3. Guerra entre Judá e Israel.
Com a existência
de dois reis, Davi reinando em Hebrom sobre Judá; e Isbosete, filho de Saul,
reinando sobre Israel, em Maanaim (2Sm 2.8-10), os homens de Davi e Isbosete se
enfrentaram em uma batalha sangrenta. O exército de Judá, liderado por Joabe; e
o exército de Israel, liderados por Abner saíram à peleja (2Sm 2.12- 3.1).
Nessa batalha, Davi saiu vencedor e a Bíblia nos diz que: “Houve uma longa guerra entre a
casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi ia se fortalecendo, mas os da casa de
Saul se iam enfraquecendo” (2Sm 3.1). Abner foi morto à traição por
Joabe, general de Davi, sem que Davi soubesse do fato (2Sm 3.22-30); e Isbosete,
herdeiro do trono de Saul foi assassinado por dois dos seus servos (2Sm
4.1-12).
4. Davi reina sobre todo Israel.
Após a morte de
Isbosete, todas as tribos de Israel vieram a Davi e lhe disseram: “Eis-nos
aqui, somos teus ossos e tua carne. E também outrora, sendo Saul ainda rei
sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o Senhor te
disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel, e tu serás príncipe sobre Israel”
(2Sm 5.1,2). A Bíblia diz que Davi reinou por quarenta anos, sendo que, sete
anos e meio em Hebrom e trinta e três anos em Jerusalém (2Sm 5.4,5). Era Davi
de trinta anos quando começou a reinar sobre Israel (2Sm 5.4), e com a coroação
de Davi sobre todo o Israel, o reino estava finalmente unificado mais uma vez.
A unificação do reino foi um marco importante para a nação israelita. Vejamos:
· Com a unificação, um único rei,
Davi, tornou-se chefe de todo o Israel (2Sm 5.3);
· A unificação pôs fim à batalha
entre Judá (no sul) e Israel (no norte) (2Sm 5.1);
· A unificação trouxe crescimento
para o reinado de Davi (2Sm 5.10-12);
· Com a unificação, Israel e Judá
deixou de ser um grupo de tribos rivais para se tornar uma força política unida
e respeitada por todos os povos da região.
CONCLUSÃO
A escolha de
Davi para ser o segundo rei de Israel nos mostra que ninguém é insubstituível
na obra e que Deus conta até mesmo com o mais humilde dos homens para
estabelecer o Seu propósito na terra.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø TENNEY,
Merril C. Enciclopédia da Bíblia. CULTURA CRISTÃ.
Ø VINE,
W. E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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