terça-feira, 31 de março de 2020

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – 2º Trimestre de 2020





No 2º trimestre de 2020 prosseguiremos o presente Ano Letivo estudando em nossas Escolas Bíblicas Dominicais o tema: A Igreja Eleita – Redimida pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo da Promessa. O comentarista da atual temática é o Pr. Douglas Baptista. Este servo de Deus é Pastor da Assembleia de Deus de Missão/DF, doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Bibliologia, e licenciado em Educação Religiosa e Filosofia; presidente da Sociedade Brasileira de Teologia Cristã Evangélica, do Conselho de Educação e Cultural da CGADB e da Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil; além de diretor geral do Instituto Brasileiro de Teologia e Ciências Humanas. 


Abaixo, você pode conferir os títulos das 13 lições:

Lição 01 - Carta aos Efésios – Saudação aos Destinatários
Lição 02 - A Sublimidade das Bênçãos Espirituais em Cristo
Lição 03 - Eleição e Predestinação
Lição 04 - A Iluminação Espiritual do Crente
Lição 05 - Libertos do Pecado para uma Nova Vida em Cristo
Lição 06 - A Condição dos Gentios sem Deus
Lição 07 - Cristo é a nossa Reconciliação com Deus
Lição 08 - Edificados sobre o Fundamento dos Apóstolos e dos Profetas
Lição 09 - O Mistério da Unidade Revelado
Lição 10 - A Intercessão pelos Efésios
Lição 11 - Atributos da Unidade da Fé: Humildade, Mansidão e Longanimidade
Lição 12 - A Conduta do Crente em Relação à Família
Lição 13 - A Batalha Espiritual e as Armas do Crente



Certamente, você não vai perder nenhuma 
dessas maravilhosas lições! Vai??


QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2020







   JESUS CRISTO –
Filho de Homem, Filho de Deus.






Lição 13

Hora da Revisão
A respeito do tema “A Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo, responda:
                                                            

1. Qual a importância da ressurreição para a fé cristã?
Ela é uma doutrina, na verdade, sem fé na ressurreição não existe qualquer sentido para acreditar em outros aspectos do Cristianismo, tais como céu, arrebatamento, perdão etc.

2. Que relação as Escrituras apresentam sobre a ressurreição do Senhor Jesus e a nossa?
A associação é direta, assim como Cristo ressuscitou, devemos crer que também seremos ressuscitados e venceremos a morte.

3. Cite quatro versículos que fundamentem uma opção escatológica pré-tribulacionista
1 Coríntios 15.51-54; Apocalipse 3.10; 1 Tessalonicenses 4.13-17; Mateus 24.44.

4. Que garantia podemos ter de que a vida eterna será algo maravilhoso?
Através das promessas de Jesus e da certeza de que a plena comunhão com o Salvador já nos fará plenos e realizados.

5. Como viveremos no céu?
De acordo com o plano eterno de Deus, aquele que tragicamente foi quebrado no Éden, mas restaurado no Calvário.


QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2020






  
   A RAÇA HUMANA –
Origem, Queda e Redenção.







Lição 13

Para Refletir
A respeito de “O Novo Homem em Jesus Cristo”, responda:


O que o apóstolo João afiança acerca do novo homem?
No prólogo de seu evangelho, o apóstolo João afiança que o novo homem, em Cristo, é, antes de tudo, uma criação espiritual.

De que forma o novo homem é justificado perante Deus?
Na fé nos méritos perfeitíssimos de Jesus Cristo (Rm 5.1).

Em que consiste a santificação do novo homem?
A santificação é um processo que demanda toda a nossa vida até alcançarmos a estatura de varões perfeitos.

O que ocorre com o pecador no exato instante de sua conversão?
No exato instante de sua conversão, o pecador arrependido passa a ser visto não apenas como justo, mas também como santo por Deus e pela Igreja.

O que é imprescindível na santificação do novo homem?
Na santificação do novo homem, a Palavra de Deus é imprescindível.


LIÇÃO 13 – O NOVO HOMEM EM JESUS CRISTO (SUBSÍDIO)






Jo 3.1-16



INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre falaremos sobre o novo nascimento; definiremos a regeneração; a necessidade que todos os homens tem de nascer de novo; as características deste ato; quais os instrumentos que Deus usa para operar o novo nascimento no pecador; e, por fim, pontuaremos a guerra que existe no interior do crente entre a velha e a nova natureza e o que devemos fazer para subjugarmos a inclinação da natureza pecaminosa.


I. DEFININDO REGENERAÇÃO
Teologicamente o “novo nascimento” ou “regeneração” é: “o milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divina. Através da regeneração o homem passa a desfrutar de um nova realidade espiritual” (ANDRADE, 2006, p. 317 – acréscimo nosso). A palavra regeneração no grego é “palinginésia” formada da expressão “pálin”, 'novamente', e “génesis”, 'nascimento', significa, portanto: “novo nascimento”. O Pastor Eurico Bergstén (2016, p. 174) diz que: “a regeneração ou novo nascimento significa o ato sobrenatural em que o homem é gerado por Deus (1Jo 5.18) para ser seu filho (Jo 1.12) e participante da natureza divina (2 Pe 1.4)”. A doutrina da regeneração é bíblica e foi ensinada por Jesus e pelos seus santos apóstolos (Jo 3.3,7; 2 Co 5.17; Gl 6.15; Jo 1.12.13; Ef 2.1,5; Cl 2.13; Tt 3.5; Tg 1.18; 1 Pe 1.23).


II. A NECESSIDADE DA REGENERAÇÃO
Deus criou os seres humanos em um estado de perfeição: “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29a). Uma das características que Deus concedeu ao homem foi o poder do livre arbítrio (Gn 2.16). O primeiro casal fez uso da liberdade e quis desobedecer a Deus (Gn 3.1-6). O que se seguiu a este mau uso da liberdade humana foi um estado de pecaminosidade, do qual não podemos escapar e reverter sem o auxílio divino. Dentre as consequências que o pecado trouxe ao homem, a principal delas, foi a morte espiritual (Gn 2.16,17; 3.2,3; Rm 6.23). A morte espiritual é a separação espiritual de Deus (Is 59.2). Como toda a humanidade estava representada em Adão, quando ele caiu em transgressão, também toda a humanidade caiu com ele. O apóstolo Paulo deixa isso bem claro quando assevera: “por um homem entrou o pecado [...] por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Confira também: (Rm 2.10-12; 3.23; 5.13-16). Geisler (2010, p. 104) acrescenta dizendo: “todo descendente de Adão — toda pessoa nascida de pais naturais desde o tempo da Queda — também está espiritualmente morto”. Diante de tal situação espiritual de morte, faz-se necessário o homem nascer espiritualmente de novo. Portanto, a regeneração é uma necessidade a todos os homens (Jo 3.3,5). Vejamos:

1. Sem o novo nascimento o homem permanece morto espiritualmente.
Paulo diz que o homem não regenerado “está morto em delitos e pecados” (Ef 2.1,5). Vale salientar que essa “morte” não é a incapacidade de corresponder ao chamado de Deus, mas a separação espiritual da presença dEle (Is 59.2; Rm 3.23). Paulo disse que o homem nessa condição não compreende as coisas de Deus (1 Co 2.14). O pecador só pode ser vivificado, quando exposto a pregação da Palavra que ilumina o seu entendimento (Ef 1.18; 6.4; 2 Co 6.4), até então obscurecido pelo pecado (Ef 4.18) e pelo diabo (2 Co 4.4). No entanto, mesmo sendo iluminado, a pessoa pode optar por aceitar ou rejeitar o plano da salvação (Mt 16.24; Jo 7.37; Ap 22.17).

2. Sem o novo nascimento, o homem não tem acesso ao Reino de Deus.
Por melhor que seja uma pessoa, ela não pode produzir sua salvação (Is 64.6; Tt 3.5). Jesus declarou ao religioso Nicodemos três vezes que “é necessário nascer de novo” (Jo 3.3,5,7). Moody (sd, p. 18) diz que esta “não é simplesmente uma exigência pessoal, mas universal”. Segundo o Mestre Jesus, o novo nascimento é necessário por que: a) sem ele o homem não pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3); e, b) tampouco entrar nele (Jo 3.5). O homem do jeito que está não pode ter acesso ao Reino de Deus, pois é “filho da ira por natureza” (Ef 2.3); e, andando na carne não pode agradar a Deus (Rm 8.8). Somente quando nasce de novo, este homem é criado em verdadeira justiça e santidade requeridas por Deus para que tenha acesso ao Reino (Ef 4.24).


III. CARACTERÍSTICAS DA REGENERAÇÃO
1. Um ato espiritual.
A desobediência humana recebeu como sentença a morte, tanto física quanto espiritual (Gn 2.16,17; Ez 18.4; Rm 6.23; Ef 2.1,5). Essa morte espiritual implica na separação da presença de Deus (Rm 3.23). Portanto, “morto espiritualmente” o homem necessita “nascer de novo” espiritualmente para ter comunhão com Deus. Por isso, no discurso de Jesus com Nicodemos o Mestre lhe diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Segundo Beacon (2006, p. 49 – acréscimo nosso) a palavra traduzida como “de novo” é “anothen”, que tem vários significados e um deles é: “de cima”. Acerca disso Wilmington (2015, pp. 362,363) diz que: “o Messias estaria, então, dizendo que o único requisito para viver nesta terra é ter um nascimento físico; igualmente, o único requisito para viver um dia nos céus é ter um nascimento espiritual”. Esse “nascer do Espírito” em nada tem a ver com a reencarnação, que é um ensinamento que não encontra apoio nas Escrituras (2 Sm 12.21-23; Hb 9.27). Aliás, Nicodemos perguntou se a regeneração era vir de novo a vida fisicamente, voltando ao ventre materno (Jo 3.4). Jesus respondeu dizendo “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6).

2. Um ato interior.
Os profetas predisseram este ato sobrenatural (Dt 30.6; Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27). Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece no novo nascimento. Nestas passagens bíblicas o novo nascimento é comparado a uma “cirurgia interior”. Deixando claro que a regeneração é um ato divino operado pelo Espírito Santo no espírito do homem. Macgrath (2010, p. 525), diz: “a regeneração altera a natureza interior do pecador” (Gl 5.16,17; Cl 3.5; 1 Pe 2.11; 2 Pe 1.4; 1Jo 3.9; 5.18).

3. Um ato instantâneo e distinto.
Diferente da santificação que é um processo, a regeneração é um ato instantâneo. A palavra “instantâneo” segundo o Aurélio significa: “que se dá num instante; rápido; súbito” (2004, p. 1113). O apóstolo Paulo nos diz: “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é [...]” (2 Co 5.17). É bom destacar também que a regeneração é uma etapa da salvação distinta da justificação, da santificação e da glorificação. A ordem segue-se assim: primeiro “o pecador é declarado justo” (justificação); em seguida “ele é feito justo” (regeneração); depois “ele vai se tornando justo” (santificação); e, por fim, ele “será perfeitamente justo” (glorificação).


IV. COMO SE DÁ A REGENERAÇÃO
O novo nascimento não é produzido pelo próprio homem, nem pela religião, centros de ressocialização ou qualquer outro meio terreno. Abaixo destacaremos os meios pelos quais o homem pode ser regenerado:

1. Pela Palavra de Deus (O instrumento da Regeneração).
O Mestre Jesus ensinou que o novo nascimento é operado através da Palavra de Deus (Jo 3.5). A água de que fala o Senhor é meramente um símbolo de purificação, como ensinava o AT. Logo, esta água aqui é símbolo da Palavra (Jo 15.3; Ef 5.26) e não as águas do batismo. O batismo em si não pode lavar pecados nem regenerar o pecador. Na verdade a Palavra de Deus é a divina semente (1 Pe 1.23) e o agente purificador (Jo 15.3; 17.17). Quando ela é aplicada em nosso coração pelo Espírito Santo, acontece o milagre do novo nascimento. É o que Tiago nos diz: “[…] ele nos gerou pela palavra da verdade […]” (Tg 1.18). A expressão “palavra da verdade” refere-se ao Evangelho (2 Co 6.7; Cl 1.5; 2Tm 2.15).

2. Pelo Espírito Santo (O agente da Regeneração).
A regeneração é mencionada nas Escrituras como uma ação do Espírito. No AT os profetas falaram dessa atividade do Espírito Santo (Is 32.15; Ez 36.27; 37.14; 39.29; Zc 12.10). Jesus disse a Nicodemos que o homem precisa “nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5). O apóstolo Paulo também ensinou isto (Ef 4.24; Tt 3.5). O Espírito Santo esteve presente na criação do homem (Gn 2.7; Jó 33.4); de igual modo está presente na recriação deste homem (Jo 3.5; 20.22). A menção ao vento, aludindo a atividade do Espírito mostra que se trata de algo sobrenatural (Jo 3.8). Veja também (Ez 37.9; At 2.2).


V. A VELHA E A NOVA NATUREZA
1. A velha natureza.
Também chamada de carne, no grego “sarx”. Nas Sagradas Escrituras, o termo é usado tanto para descrever a natureza humana, como para qualificar o princípio que está sempre disposto a opor-se ao Espírito. Tal propensão para as práticas pecaminosas herdamos de Adão, que quando transgrediu afetou toda a raça humana (Gn 4.7; 8.21; Sl 51.5; Rm 7.18). Acerca dessa “natureza” a Bíblia nos orienta a não andarmos segundo seus impulsos (Rm 8.1a); mas, nos despojarmos dela (Ef 4.22); e, fazer morrer seus desejos (Cl 3.5).

2. A nova natureza.
Esta nova natureza é fruto da regeneração ou novo nascimento, ato que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divinas. Esta nova vida nos é transmitida pelo Espírito (Jo 3.8; Tt 3.5). Tal ato é concedido ao crente quando pelo Espírito, ele desliga o pecador de Adão e o conecta com Cristo (1 Co 12.13). Paulo ilustra tal mudança de condição quando diz que éramos zambujeiro, mas fomos enxertados na boa oliveira que é Cristo, e por meio da sua seiva, o Espírito Santo, podemos produzir bons frutos (Rm 11.17-24; Gl 5.22).

3. A guerra interior.
Fomos salvos da condenação e do poder do pecado, mas não ainda da presença do pecado (Rm 7.18,23). No campo do nosso interior ainda se trava uma guerra, um conflito permanente entre a carne e o Espírito. Eles são opostos entre si. Paulo tratou da guerra interior que existe em cada cristão com as suas duas naturezas (Rm 7.22.23; Gl 5.17). Nessa batalha “carne versus espírito”, vencerá aquele que dermos a maior preferência (Gl 5.16).


CONCLUSÃO
O pecado atingiu o homem e o destituiu da glória de Deus. Todavia, Deus tomou a iniciativa de restaurar a comunhão outrora perdida com o homem, através do evangelho, que iluminando o entendimento humano, pode vivificá-lo, transformar o seu interior e levá-lo a ser participante da natureza divina. 



REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  MCGRATH, Alister E. Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD.
Ø  MOODY, D. L. Comentário Bíblico de João. PDF.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


Por Rede Brasil de Comunicação.



segunda-feira, 30 de março de 2020

LIÇÃO 13 - A SEGUNDA VINDA DO SENHOR JESUS CRISTO (VÍDEO AULA)






LIÇÃO 13 - O NOVO HOMEM EM JESUS CRISTO (VÍDEO AULA)






QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2020







   JESUS CRISTO –
Filho de Homem, Filho de Deus.
  






Lição 12

Hora da Revisão
A respeito do tema “O Código de Ética de Jesus, responda:
                                                            

1. Quais os dois princípios que Jesus relaciona às nossas disciplinas espirituais em Mateus 6?
Prioridade do Reino de Deus e Justiça.

2. O que são nossos tesouros segundo Jesus no Sermão da Montanha?
Tudo aquilo que atribuímos relevância e prioridade em nossas vidas, sejam coisa, pessoas ou acontecimentos.

3. As palavras de Jesus em Mateus 7 desautorizam-nos a qualquer tipo de julgamento? Justifique sua resposta.
Não, ao contrário, conforme Jesus argumenta nosso dever é garantir a aplicação do justo julgamento.

4. Qual a diferença entre entesourar na terra e entesourar no céu?
Quem entesoura na terra atribui ao esforço humano a prioridade em todas as coisas que faz; já quem entesoura no céu reconhece que vem de Deus toda boa dádiva e todo dom perfeito.

5. Quais os três princípios que podemos extrair das palavras de Jesus sobre o julgamento dos outros em Mateus 7?
Empatia no juízo, moralidade no julgamento e justiça para a promoção do bem.



QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2020







   A RAÇA HUMANA –
Origem, Queda e Redenção.







Lição 12

Para Refletir
A respeito de “Jesus, o Homem Perfeito”, responda:


Discorra sobre a eternidade de Jesus Cristo.
Como Filho do Homem, Jesus foi gerado, pelo Pai, no tempo histórico, através do Espírito Santo (Sl 2.7; Lc 2.1-12). Todavia, como Filho de Deus, Ele é eterno, sem início nem fim (Cl 1.15-17).

Cite algumas evidências da humanidade de Cristo.
As dores e incômodos; a fome e a sede (Mt 4.2; Jo 19.28). No jardim da agonia, Jesus experimentou profunda tristeza (Mt 26.38). À nossa semelhança, a humanidade de Jesus era completa; ele tinha corpo, alma e espírito (Mt 27.58; Mc 14.34; Mt 27.50).

Por que a humanidade do Senhor Jesus não era aparente?
A humanidade de Jesus Cristo não era aparente; era tão real quanto a nossa. Em momento algum, Ele usou a sua divindade para suprir suas carências humanas.

O que podemos concluir quando olhamos para o Senhor Jesus?
Quando olhamos para o Senhor Jesus Cristo, concluímos que a humanidade não foi um fracasso, porque nele e apenas nele, somos plenamente redimidos (Hb 12.2).

Em quê Jesus era perfeito?
Tanto no falar quanto no agir, ou seja, em tudo.



LIÇÃO 12 – JESUS, O HOMEM PERFEITO (VÍDEO AULA)


  



Lc 2.40-52



INTRODUÇÃO
Nesta lição teremos a oportunidade de estudar uma das mais importantes doutrinas bíblicas a respeito da pessoa de Cristo, denominada de Cristologia; veremos também o ensino bíblico da Sua dupla natureza; pontuaremos algumas das heresias ditas durante a história da igreja, a respeito da pessoa de Cristo; e por fim, ressaltaremos à luz das Escrituras, porque Jesus é o homem perfeito.


I. A DUPLA NATUREZA DE JESUS
A afirmação correta da plena divindade de Jesus, bem como de sua plena humanidade, tem implicações soteriológicas fundamentais. Jesus é Pleno Deus e Pleno homem. A doutrina da união “hipostática” é definida pela existência de Cristo em duas naturezas, divina e humana, que não se fundem nem se alteram; por outro lado, não se separam e nem se dividem, compondo e estabelecendo uma só pessoa e uma só “subsistência” eternamente (GRUDEM, 1999, p. 454). Em suma, isso quer dizer que Jesus é plenamente divino e totalmente humano para todo o sempre, visto que, mesmo agora, na eternidade, possui um corpo humano glorificado (At 1.11; Ap 5.6). Vejamos:

1. Natureza divina de Jesus.
O Novo Testamento deixa claro que Jesus é o “Filho de Deus”. Isto foi atestado pelo próprio Pai: “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17 ver ainda Jo 3.17; 12.28). No monte da transfiguração houve igual declaração (Mt 17.5). Jesus mesmo declarou ser o Filho de Deus (Jo 9.35-38); o anjo Gabriel disse a Maria: “[...] o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35); os apóstolos também asseveraram isso (At 3.13,26; 8.37; 9,20; Rm 1.4,9; 1 Co 1.9; 2 Co 1.19; Gl 2.20; 4.4; 2 Pe 1.17; 1Jo 4.9; Ap 2.18). É bom destacar que “Paulo usa o termo “Filho de Deus” tanto em relação a Jesus como aos cristãos. Entretanto, traça uma distinção entre a filiação dos cristãos, que tem origem na adoção, e a de Jesus, que se origina do fato de ele ser “o Filho do Deus” (Rm 8.32)” (MACGRATH, 2010, p. 408). A Bíblia nos mostra que Jesus tem todos os atributos divinos: a) Eternidade (Mq 5.2; Is 9.6; Cl 1.17; Jo 1.1; Ap 1.11); b) Onipotência (Mt 28.18; Lc 4.35,36,41); c) Onipresença (Mt 18.20; 28.20; Ef 1.23); d) Onisciência (Jo 2.24; 4.16-19; 6.64; Mc 2.8; Lc 22.10.12; 5.4-6); e, e) Imutabilidade (Hb 1.12; 13.8). Deve destacar-se ainda que Jesus tinha também as prerrogativas divinas, tais como: poder para perdoar pecados (Mt 9.2; Lc 7.48); receber adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Mc 5.6; 9.38; Ap 5.8;13); e, auto existência (Jo 5.26).

2. Natureza humana de Jesus.
A expressão “Filho do Homem” é usada pelos escritores dos evangelhos sinóticos 69 vezes aludindo a humanidade do Cristo (Mt 9.6; 12.8; Mc 8.31; Lc 9.56; 12.8). João introduz o evangelho dizendo que: “o Verbo era Deus” (Jo 1.1c), mas também que: “o Verbo se fez carne” (Jo 1.14a). O mesmo apóstolo diz que na ceia “recostara sobre o seu peito” (Jo 21.20); e, que “ouviu”, “viu”, “contemplou”, e, “tocou” o Verbo da Vida (1 Jo 1.1). Paulo, por sua vez, declarou que Jesus: “sendo em forma de Deus [...] esvaziou-se a si mesmo [...] fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7). Os escritores do NT deixaram claro que Jesus tinha todos os atributos físicos dos homens, a saber: a) ele nasceu de uma mulher (Rm 1.3; Gl 4.4); b) cresceu fisicamente (Lc 2.52); c) dormiu (Mt 8.24); d) comeu (Lc 24.43); e) sentiu fome (Lc 4.2); f) sede (Jo 4.7; 19.28); g) teve cansaço físico (Jo 4.6); h) chorou (Jo 11.35); i) sorriu (Lc 10.21) e, j) foi tentado (Mt 4.1; Lc 22.28; Hb 4.15). Ao se fazer homem, Jesus tornou-se tríplice, constituído de: corpo (Mt 26.12; Hb 10.5), alma (Is 53.11,12; Mt 26.38; Jo 12.27), e, espírito (Mt 27.50). Em suma, Cristo, desde sua encarnação, é um ser humano completo. Em Cristo, Deus se fez homem e, novamente, se assim não fosse, não poderia redimir a humanidade. Quem recebeu a promessa de morte não foi o corpo de um ser humano, mas um homem completo, com sua constituição material e imaterial. Logo, somente alguém que possuísse uma natureza humana completa poderia sofrer a penalidade estipulada (MORRIS, 2007, p. 83).


II. FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS
Durante a história da igreja, diversas heresias surgiram em relação a pessoa de Jesus. Umas negavam a natureza humana, outras a natureza divina. Vejamos algumas:

1. Gnosticismo.
Um grupo herético do 1º e 2º século, que já na época do apóstolo João, afirmavam que não houve uma encarnação real de Cristo, pois pensavam que o corpo de Jesus fosse apenas uma “semelhança”. Para eles, Jesus era, no máximo, uma teofania (uma aparição de Deus em forma humana). Alegavam que o Verbo nunca se tornou carne, realmente. Em oposição, João fez uma declaração simples, direta e poderosa: “O Verbo se fez carne” (1 Jo 4.2; ver 2Jo 7) (BEACON, 2006, p. 30 – grifo nosso).

2. Arianismo.
Os arianos, ou seja, os que seguiam os ensinos de Ário negavam a divindade de Jesus afirmando entre outras coisas, que Ele teria sido o primeiro a ser criado e por meio do qual, todas as demais coisas vieram a existir. Vale salientar que o arianismo se perpetua até aos nossos dias, principalmente por meio de um segmento religioso heterodoxo, que afirma que Jesus não é Deus, mas que é um ser criado e menor que o Pai. Para apoiar tal afirmação, eles usam uma tradução distorcida da Bíblia, onde as passagens que contém afirmações sobre a divindade de Jesus, foram adulteradas. Por exemplo: em João 1.1 onde se lê: “e o Verbo era Deus” (ARC), eles corromperam o texto traduzindo como: “e o Verbo era um deus”. No entanto, a Bíblia deixa claro o ensino de que Jesus tem em si mesmo plenamente as duas naturezas: divina e humana (Cl 1.19; 2.9).


III. JESUS, O HOMEM PERFEITO
Jesus é incomparavelmente o homem mais célebre que já existiu na face da terra. Nunca existiu e nem existirá, alguém que possuiu um modelo tão completo de todas as virtudes, um tipo tão excelente de caráter quanto Jesus. Vejamos alguns traços do seu perfeito caráter e personalidade:

1. Impecável.
Como homem Jesus se distinguiu dos demais, pois não conheceu pecado (Mt 1.18,20; Lc 1.35). Devido a sua impecabilidade, é chamado de: “[…] o Santo e o Justo” (At 3.14; ver Jo 6.69; At 7.52; 22.14), expressão que o exalta como modelo de caráter. Embora tenha vivido em “semelhança da carne” (Rm 8.3). Ele jamais cometeu pecado (2 Co 5.21; Hb 4.15). Diz ainda a Bíblia apesar de em tudo ser tentado, permaneceu “sem pecado” (Hb 4.15-b). Ele era santo (Hb 7.26), incontaminado e imaculado (1 Pe 1.19; 2.22), Nele não havia pecado (1 Jo 3.5); era justo em sentido absoluto (1Jo 3.7); tal qualidade foi reconhecida e declarada até mesmo pelos demônios (Mc 1.24); tendo Jesus autoridade para desafiar a todos, dizendo: “Quem dentre vós me convence de pecado? […]” (Jo 8.46). Tanto no Antigo quanto o Novo Testamento ensinam claramente a impecabilidade do Messias (Jr 33.16; Is 53.6; 2 Co 5.21; Hb 4.15; 7.26; 9.14; 1 Pe 1.19). Ele nasceu sem pecado (Lc 1.26-35). Viveu de forma irrepreensível durante toda a sua vida (Mt 27.19; Lc 23.47; Jo 18.38). Por isso, sendo perfeito, tornou-se o sacrifício perfeito pelos pecados do mundo (Is 53.12; Hb 7.26-28).

2. Submisso.
Uma outra virtude destacável do caráter de Jesus é a sua submissão. O Senhor Jesus apesar da sua natureza Divina, como homem se matriculou na escola da obediência, para nos deixar o exemplo: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.8). Em vários momentos de sua vida tal atitude pode ser evidenciada: a) em sua encarnação (Fp 2.5-7); b) em sua vida familiar obedecendo seus pais José e Maria (Lc 2.51); c) ao ser batizado nas águas por João Batista (Mt 3.13-15); d) ao fazer e ensinar a vontade de Deus o Pai (Jo 6.38; 8.28); e) em não revidar as afrontas (1 Pe 2.23); e, f) ao entregar a sua vida pela humanidade (Mt 26.39; Fp 2.8).

3. Humilde.
Jesus era humilde de coração (Mt 11.29), ele várias vezes lembrou aos seus apóstolos que, mesmo sendo Mestre e Senhor, tinha se tornado servo (Mt 20.25-28; Lc 22.24-27); e, às vésperas de sua crucificação, Jesus deu o maior exemplo de humildade ao lavar os pés dos seus discípulos, um papel destinado ao escravo da casa (Jo 13.1-17). Podemos lembrar especialmente, a dolorosa série de inesquecíveis humilhações que ele sofreu sem queixar-se, mesmo que as tivesse sentido vivamente (Mt 26.55; Mc 14.48; Lc 22.52). A humildade de Jesus também é expressa quando lhe faziam elogios, e ele atribuía toda a glória ao Pai (Mt 19.16-17; Mc 10.17-18; Lc 18.18-19).

4. Carismático.
Uma pessoa carismática é: “alguém que desperta carisma ou admiração dos demais, encantador, simpático, cativante, sedutor, atrativo, querido, atraente, atencioso, influente e agradável”. Em seu ministério Jesus revelou sua simpatia e admiração ao dar atenção especial a várias classes de pessoas (Mc 10.13-16; Jo 3.1-10; 4.7-30). Até mesmo os seus opositores se admiravam e testificavam do seu comportamento e de suas palavras (Jo 7.32,45,46).

5. Manso.
É uma virtude que se opõe à rudez (Mt 5.5), e o nosso Senhor Jesus Cristo sempre foi manso e benigno (2 Co 10.1; Mt 11.29). Quem é manso é pacificador (Mt 5.9), e por isso, somos conclamados a seguir a paz e, na medida do possível, ter paz com todos os homens (Rm 12.18; 1Co 7.15; Hb 12.14; 1 Pe 3.11).

6. Misericordioso.
É a compaixão pela necessidade alheia (Mt 5.7); Jesus foi misericordioso com os homens em suas fraquezas e privações (Mc 5.19; Hb 2.17; Tg 5.11; 2 Co 1.3 ver Mt 15.22; 17.15). Lembremos, pois, que a misericórdia é um mandamento divino, e que a Bíblia condena a indiferença para com os pobres (Lc 6.36; Mt 12.7). Sejamos misericordiosos assim como Jesus nos ensinou na parábola do samaritano (Lc 10.37).

7. Coração puro.
Outro traço do caráter de Jesus é a pureza de coração (1 Jo 3.3), e quando olhamos para as Escrituras, vemos que o coração representa a personalidade (Mt 5.8), o centro das emoções humanas (Sl 15.2; 16.9; 51.10; Mc 7.21- 23). Ao repreender os fariseus, o Senhor destaca como a pureza interior é necessária, dizendo serem semelhantes aos “sepulcros caiados” (Mt 23.27). Em contraste com a hipocrisia e malícia dos fariseus, Jesus revela a sua pureza de coração, no perdão concedido a mulher apanhada no ato de adultério (Jo 8.3). O Senhor que conhece os pensamentos (Fp 4.8) e as motivações das ações cotidianas (1 Co 4.5), manifestou em seu santo e justo julgamento o pecado dos acusadores (Jo 8.7,9), revelando favor à mulher (Jo 8.10,11).


CONCLUSÃO
O caráter imaculado de Jesus Cristo tem sido demonstrado por toda a Bíblia, mostrando sua aprovação por parte do Pai (Mt 3.17), e confirmado pelos anjos (Mt 1.23) e até dos demônios (Mc 5.7). Mesmo depois de mais de dois mil anos o nome de Jesus e sua vida impõem respeito e tem sido fontes inspiradoras de milhões de vidas em toda terra e em todos os tempos. 



REFERÊNCIAS
Ø  GRUDEM. Wayne. Teologia Sistemática: Atual e Exaustiva. Vida Nova.
Ø  HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Ø  MCGRATH, Alister E. Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD.
Ø  MORRIS, Leon L. O Evangelho de Lucas - introdução e comentário. Vida Nova.



Por Rede Brasil de Comunicação.