Gn 4.1-16
INTRODUÇÃO
Na lição de
hoje, iremos estudar sobre o início da civilização humana; veremos como Deus a
partir do primeiro casal originou a todos os povos; estacaremos também, a
soberania de Deus sobre as nações da terra; e por fim, pontuaremos o destino
final da civilização humana.
I. DEFINIÇÕES
1.Civilização.
De acordo com o
dicionário da língua portuguesa (HOUAISS, 2001, p. 734) civilização é: “ato
ou efeito de civilizar-se, conjunto de aspectos peculiares à vida intelectual,
artística, moral e material de uma época, de uma região, de um país ou de uma
sociedade”. De modo que a civilização é um conceito da antropologia, da
sociologia e também da história. É o estágio mais avançado de determinada
sociedade humana, caracterizada pela sua fixação ao solo mediante construção de
cidades, daí derivar do latim: “civitas” que designa: “cidade”,
e o termo: “civile” de onde vem: “civil” que é: “o habitante desta cidade”.
Pode-se dizer ainda que a civilização é: “a soma das realizações espirituais,
morais, sociais, materiais e econômicas, que tornam a vida humana possível num
determinado lugar. Foi o que demonstraram Adão e seus descendentes logo após a
Queda” (Gn 4) (ANDRADE, 2019, p. 98).
II. A ORIGEM DA
CIVILIZAÇÃO HUMANA
A civilização
humana teve início quando Adão recebeu Eva como esposa (Gn 2.18-25). A partir
daí, não somente a família, mas a nação, o povo e o Estado tornaram-se
possíveis (Gn 5; 10) (ANDRADE, 2019, p. 98). Após o pecado do primeiro homem,
duas linhagens irão se desenvolver, a de Caim e a de Sete. Essas duas irão
formar a primeira civilização, marcada por pessoas ímpias, como também por
pessoas piedosas.
1.
O início da civilização com Adão e seus descendentes.
O início da
civilização começa com o surgimento do primeiro homem, Adão, (Gn 1.26; 2.7) a
partir dele toda humanidade é criada (At 17.26), pois a Bíblia relata que Adão
teve filhos e filhas (Gn 5.4) e que ele viveu 930 anos. Os filhos de Adão foram gerados
depois da queda, a palavra de Deus não relata uma descendência anterior a Adão,
e nem, a existência de filhos antes da queda do homem, no Éden (Gn
3.28; 4.2) caso contrário, existiria uma geração que não herdaria o pecado
universal e a afirmação bíblica que todos pecaram seria contraditória (Rm
3.9,12,23; Rm 5.12,18). Dessa forma, toda a descendência adâmica, logo após a
expulsão do Jardim, deu origem aos primeiros povos e nações.
2.
A linhagem de Caim.
Os descendentes
de Caim foram os primeiros a se desenvolver em tecnologias, músicas e cidades,
Caim edificou uma cidade (Gn 4.17), Jabal, foi o pai dos que habitam em tendas
(Gn 4.20), Jubal este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão, e
Tubalcaim foi mestre de toda obra de cobre e ferro (Gn 4.22). Porém, essa
sociedade também se destacou pelo pecado; cometeram homicídios e foram polígamos
(Gn 4.23). Um dos descendentes, Lameque, orgulhosamente se proclamou senhor de
seu destino [...] essa alegação titânica é o ponto culminante da lista de
pecados que começou com o egoísmo orgulhoso de Caim (BRUCE, 2003, p. 14). Dessa
maneira, a linhagem de Caim, tanto se destaca pelos avanços em várias áreas,
como também pelos diversos pecados. Isso é muito semelhante à nossa sociedade;
desenvolvida, mas pecadora (1Jo 5.19).
3.
A linhagem de Sete.
É a partir de
Sete, filho de Adão, que se desenvolve uma nova geração. Esta prioriza a Deus,
pois um dos seus filhos, Enos foi o pioneiro da oração e da adoração pública.
Já a família ímpia de Caim buscou a autossuficiência ao desenvolver e centrar
sua vida em torno das artes e atividades seculares. Por outro lado, a família
de Sete invoca “o nome do Senhor” afim de expressar a sua dependência dEle
(STAMPS, 2018, p. 12). É dessa linhagem que surge Enoque (Gn 5.19-22), o homem
que andou com Deus e que o Senhor o tomou para si (Hb 11.5). Judas nos informa
que Enoque se manifestou contra a impiedade e imoralidade daquela época, além
de anunciar o juízo vindouro (Jd 14,15). Semelhantemente, a Igreja do Senhor
vive no mundo, mas não é desse mundo (Jo 15.19; 17.14; 1Jo 3.1; 4.5). Ela
proclama o reino de Deus (Mt 28.19-20; Mt 4.17; Mc 1.15; 16.15) e convoca o
mundo ao arrependimento (At 2.38; 3.19)
4.
Os pecados da primeira civilização.
O texto bíblico
destaca os erros dessa civilização: a) os filhos de Deus casaramse com
as filhas dos homens (Gn 6.2). A expressão “os filhos de Deus” embora
seja uma expressão polissêmica (mais de um significado dependendo do contexto) nessa
passagem referem-se à descendência de Sete, uma vez que esta expressão é
utilizada também nas Escrituras, para se referirem a pessoas que servem a
Deus (Dt 14.1; 32.5; Sl 73.15; Os 1.10). A Teoria de que “os
filhos de Deus” são anjos caídos não tem sustentação bíblica, pois a palavra de
Deus afirma que os anjos não se casam e nem se dão em casamento (Mt 22.30; Mc
12.25); e, b) a Bíblia revela que a maldade dos homens cresceu
extremamente, tanto de ordem sexual como em violência (Gn 6.4-5), de maneira
que Deus declarou que o seu Espírito não “contenderia” ou “permaneceria” mais
com homem (Gn 6.3 ARA), e determinou a destruição daquela geração (Gn 6.7).
Tudo isso evidencia um princípio: quando o pecado de um povo ultrapassa todos
os limites (Gn 15.16; Mt 23.32; 1Ts 2.16), Deus exerce o seu justo juízo (Ez
36.23; 39.21,22; 1Sm 2.25; Jn 1.1,2).
5.
A civilização pós-dilúvio.
O dilúvio foi o
juízo de Deus exercido sobre a maldades dos homens (Gn 6.13-16). Após esse
evento, Noé, o homem justo no meio daquela geração perversa (Gn 7.1; Hb 11.7)
foi o precursor da nova civilização. Seus filhos: Sem, Cão e Javé deram origem
as principais nações (Gn 10.1,32). O propósito desse capítulo é demostrar como
as nações e povos tiveram origem a partir de Noé e seus filhos. Essa expansão
de nações também é explicada pela confusão das línguas na torre de Babel (Gn 11.7,8).
6.
A torre de Babel.
Uma cidade e uma
torre foram construídas para evitar que a população se espalhasse pela Terra,
em rebelião direta à ordem de Deus (Gn 9.1). Esta torre serviu como um ponto de
reunião e símbolos da fama e grandeza daquela civilização. Ao confundir as
línguas, Deus estabeleceu as línguas básicas da Terra, à partir das quais se
desenvolveram outras línguas e dialetos (existem hoje mais de 7.000 línguas
catalogadas). O resultado dessa confusão foi a dispersão da humanidade (RYRIE,
2007, p. 17 – acréscimo nosso).
III. A SOBERANIA DE
DEUS SOBRE A CIVILIZAÇÃO HUMANA
Deus é soberano
(Dt 10.17; Sl 103.19; 135.5) sobre toda sua criação, inclusive sobre as nações.
É Ele que estabelece o lugar dos povos no planeta e intervém nos reinos
humanos. Vejamos:
1.
Deus tem controle sobre as nações.
Deus por ser o
criador dos céus e da terra (Gn 1.1; 2Cr 6.30; Sl 33.6; Sl 124.8; Sl 146.6; Is
66.1; At 7.48; At 14.15; Ap 14.7) tem domínio sobre as nações que compõe a
civilização. Esse domínio é de tão grande majestade que até o local onde as
nações habitam foi determinado por Deus: “Quando o Altíssimo distribuía as heranças às
nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, pôs os termos
dos povos...” (Dt 32.8; ver At 17.26). Ele é quem estabelece os reis
das nações e mudas os tempos. (1Sm 2.8; Dn 2.20). Todas as nações para o Senhor
são como pó miúda da balança ou como uma gota d’água (Is 40.15). Por isso, o
salmista afirma: “[…] Ele domina entre as nações” (Sl 22.29). Nenhuma nação está
fora do controle soberano de Deus.
2.
Deus intervém nas nações.
Como Deus possui
o controle tudo, é fato que o Senhor intervém nas nações: a) destronando reis e
estabelecendo reinos (Sl 75.7; Dn 2.21,44), b) destruindo nações (Jr
51.1), como também c) revertendo o juízo quando existe arrependimento: “No
momento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e
para derribar, e para destruir se a tal nação, contra a qual falar, se
converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava
fazer-lhe” (Jr 18.7-8). A prova bíblica mais contundente que Deus
intervém nas nações é o povo de Israel; quantas nações tentaram destruí-la, mas
Deus não permitiu. Sempre houve uma intervenção do Senhor no sentido de evitar
a aniquilação do Estado de Israel (2 Sm 7.16).
IV. O DESTINO FINAL
DA CIVILIZAÇÃO HUMANA
O destino final
da civilização humana já estar revelado por Deus em sua Palavra. De acordo com
as profecias bíblicas, três julgamentos ocorrerão no futuro em relação a
humanidade, sendo que, em ocasiões diferentes, para propósitos distintos e para
pessoas específicas. Notemos a tabela abaixo:
JULGAMENTO
|
TRIBUNAL DE CRISTO
|
JULGAMENTO DAS NAÇÕES
|
JUÍZO FINAL
“TRONO BRANCO”
|
Quando
será?
|
Após
o Arrebatamento (Ap 22.12).
|
Após
a Grande Tribulação (Mt 25.31-33).
|
Após
a última revolta do Diabo (Ap 20.11-15).
|
Para
quem será?
|
Para
os salvos que serão ressuscitados e arrebatados (Rm 14.10).
|
Para
os que sobreviverem na Grande Tribulação (Mt 25.32).
|
Para
todos os vivos e mortos ímpios e os anjos caídos (Jd 6; Ap 20.12).
|
Quais
os propósitos?
|
Galardoar
os salvos (2Co 5.10).
|
Decidir
quem entrará no Reino Milenial (Mt 25.34-46).
|
Condenação
eterna (Ap 20.12- 15).
|
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta
lição que a partir de Adão e Eva a civilização humana foi originada, vimos que
Deus é soberano entre as nações. E que o Senhor tem traçado um plano de
redenção que envolve toda humanidade: novos céus e nova terra para os que
aceitarem Jesus como Salvador, e condenação para os ímpios.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD
Ø ICE, Thomas. Profecias
de A a Z. ACTUAL.
Ø LAHAYE, Tim. Enciclopédia
Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
Ø RYRIE, Charles C.
A
Bíblia de Estudo Anotada – Expandida.
MUNDO CRISTÃO.
Ø STAMPS, Donald C.
Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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