2 Ts 2.1-15
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
veremos a definição do termo “anticristo”; traremos algumas informações sobre a
pessoa do anticristo; pontuaremos a sua atuação no mundo; e por fim;
mencionaremos alguns aspectos do “espírito” do anticristo.
I. DEFINIÇÃO DA
PALAVRA ANTICRISTO
1. Conceito do termo anticristo.
O nome “anticristo”
vem da expressão grega “antichristos”
significando: “contra Cristo” formados pelos termos “anti” que significa “contra”
e “christos”,
que significa “ungido”. Será o opositor de Cristo e o maior representante de
Satanás, no futuro. Também chamado de: “a besta que emerge do mar” (Ap
13.1). Será um homem comum, nascido de mulher; mas, revestido de um “poder
satânico”, que terá uma capacidade demoníaca extraordinária (2 Ts 2.9;
Ap 13.2,4), de modo que exercerá uma poderosa influência sobre a humanidade com
seus discursos (Ap 13.5). Ele será um homem personificando o diabo, porém,
apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11.36). Sua sabedoria e capacidade serão
sobrenaturais, pois, além da ação diabólica em seu apoio, outros fatores
contribuirão para a implantação de seu governo, tais como: poder político (Dn
7.8,25) e comercial (Dn 8.25; Ap 13.16,17). Ele será uma pessoa influente que
atrairá até mesmo os judeus (Dn 9.20-27; Mt 24.22-27). Promoverá a mentira (2 Ts
2.11-13); o pecado (2 Ts 2.3); o culto a Satanás (Dn 11.45; 2 Ts 2.4); e, uma
economia única no mundo (Ap 13.16-18).
II. A PESSOA DO
ANTICRISTO
1. A identidade do anticristo.
O anticristo
será a mais completa personificação de Satanás e o seu mais autorizado
representante. É o ditador que assumirá o comando do mundo após o arrebatamento
da Igreja. Ele será uma personificação do mal, um líder mundial de habilidades
e capacidades desconhecidas até o dia de hoje, possuirá um carisma irresistível
e uma oratória extremamente persuasiva. A Bíblia dá vários outros adjetivos a
este personagem: a) o pequeno chifre
(Dn 7.8); b) príncipe que há de vir
(Dn 9.26); c) homem vil (Dn 11.21); d) o rei que fará segundo a sua vontade
(Dn 11.36); e) homem da iniquidade
(2 Ts 2.3); f) filho da perdição (2 Ts
2.3); g) iníquo (2 Ts 2.8); h) anticristo (1 Jo 2.18); i) abominável da desolação (Mt 24.15); j) assolador (Dn 9.27); e, l) besta (Ap 13.1,2,18; 19.20).
2. As estratégias do anticristo.
De acordo com as
Escrituras, no início, o anticristo fará um pacto com Israel, restaurando a
antiga prática de sacrifícios no Templo em Jerusalém (Dn 9.20-27). Todavia, na
metade deste período, ele quebrará este acordo, tornar-se-á um governante
mundial, declarar-se-á Deus, proibirá a adoração ao Senhor e perseguirá
terrivelmente aqueles que desejarem ser fiéis a Cristo (2 Ts 2.4). Conforme as
profecias bíblicas, o filho da perdição realizará, por intermédio satânico, “poder,
sinais e prodígios de mentira” (2 Ts 2.7-10). Este período é chamado de
Grande Tribulação (Ap 7.14), um tempo de grande perseguição e oposição a tudo o
que se chama Deus (Ap 12.17; 13.15).
3. O tempo do governo do anticristo.
O governo do
anticristo será de sete anos dividido em dois momentos. Primeiro ele reinará
por um período de “quarenta e dois meses, ou três anos e meio, ou ainda mil duzentos e
sessenta dias” (Ap 13.5). Nesse período de falsa paz, os homens,
inclusive Israel, hão de pensar que ele é, de fato, o Messias prometido. Findo
esse tempo, ele romperá o acordo que firmara com Israel, e passará a
persegui-lo por outro período de “quarenta e dois meses, ou três anos e meio”
(Dn 9.27; 1 Ts 5.3).
4. O julgamento e o fim do anticristo.
Apesar dos seus
feitos e poder, o anticristo já possui um fim pré-determinado na Bíblia (2 Ts
2.8). Sua atividade se encerrará na Batalha do Armagedon quando o Senhor Jesus
vier com a sua Igreja. Naquela ocasião, o Rei dos reis e Senhor dos senhores
destruirá o anticristo, seus exércitos e todos os que o seguirem (Mt 24.30; Ap
19.19-21).
III. O ANTICRISTO E
SUA ATUAÇÃO NO MUNDO
1. O espírito do anticristo.
Ao falar sobre o
anticristo e os “anticristos”, o apóstolo João não estava se referindo
unicamente a um assunto escatológico, ele estava também advertindo seus
leitores a respeito de um espírito que já ameaçava a igreja naquele período e
que ainda está em plena atuação. Um espírito que nega a divindade e o senhorio
de Cristo (1 Jo 4.3). João deixa claro que já é a última hora, ou seja, a vinda
de Cristo se dará em breve (1 Jo 4.18). Muitos são os sinais de que a volta de
Jesus poderá ocorrer a qualquer momento. Um dos sinais é a operação do
anticristo. De acordo com João, o espírito dele já está no mundo (1 Jo 4.3), e
exercerá domínio sobre todas as nações. Daniel fala a respeito do governo do
anticristo, mostrando que este será de grande influência (Dn 11.36).
2. A plataforma do anticristo.
Atualmente
observamos o fortalecimento das grandes organizações geopolíticas e a
unificação dos blocos econômicos através do globalismo. Na verdade, trata-se de
uma preparação para um único governo mundial, pois, de acordo com a Palavra de
Deus, o Anticristo assumirá grande poder político (Dn 7.8), comercial e religioso
(Dn 8.25; Ap 13.16,17). Segundo as Escrituras, ele terá o controle da economia
mundial (Ap 13.16,17).
3. A aparição do anticristo.
Alguns
pregadores e escritores, diante de grandes acontecimentos históricos e
personalidades importantes, acabam afirmando que determinado líder político, ou
religioso, é o anticristo; que tal evento marcou ou marcará a sua chegada e
muitas outras colocações de natureza duvidosa. Tenhamos cuidado com tais
especulações, pois, apesar de seu nascimento ocorrer antes do arrebatamento da
Igreja - tendo alguns sinais precedentes indicados (2 Ts 2.1-12), sua
manifestação pública como tal só ocorrerá após Jesus retirar o seu povo da
Terra através do arrebatamento da Igreja, e ele só se revelará
demonstrando toda sua oposição ao Senhor Deus, na metade da Grande Tribulação
(Dn 9.27).
4. A artimanha do anticristo.
O Anticristo
fará muitos sinais e prodígios, ou seja, obras sobrenaturais para que suas
mentiras sejam confirmadas: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de
Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2 Ts 2.9).
Ele usará destes sinais mentirosos para se impor e atrair seguidores. Porém, só
conseguirá enganar aqueles que rejeitaram crer na verdade de Deus (2 Ts
2.10-12). A Bíblia descreve o anticristo como dono de uma grande habilidade: a) intelectualmente (Dn 7.20); b) politicamente (Dn 11.21); c) militarmente (Dn 8.24); d) oratoriamente (Dn 7.20); e) comercialmente (Dn 8.25); f) administrativamente (Ap 13.1-2); e g) religiosamente (2 Ts 2.4).
5. A habilidade do anticristo.
A Besta ou
anticristo será uma personagem de uma habilidade e capacidade desconhecidas até
hoje. Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais, quando consideramos seus
atos à luz do relato bíblico. Além da ação diabólica direta, outros fatores
contribuirão decisivamente para a implantação do governo do anticristo, como
poderio bélico, alta tecnologia e poder econômico. Influenciará decisivamente
as massas com seus discursos inflamados (Ap 13.5). A Bíblia diz que toda a
terra se maravilhará após a Besta (Ap 13.3). Alguns aspectos do seu futuro
governo, segundo a Bíblia: a) não
será admirado no início (Dn 11.21); b)
virá na era que existir vários anticristos (1 Jo 2.18); c) mentirá e negará que Jesus é o Messias (2 Jo 1.7); d) adorará um deus estranho (Dn 11.39);
e) honrará um deus militar com
fortunas (Dn 11.38); f) controlará a
economia mundial (Ap 13.7,16-17; 17.12-13); g) fará um acordo de paz com Israel por 7 anos, mas, quebrará o
acordo após 3 anos e meio e iniciará a Grande Tribulação propriamente dita (Dn
9.27).
IV. CARACTERÍSTICAS
DO “ESPÍRITO” DO ANTICRISTO
Diferentemente
do anticristo que virá, muitos “anticristos” já se manifestam (2 Jo
1.7). Além destes, existem ainda os falsos profetas, homens enganadores que se
fazem de cristãos para, se possível, enganar a Igreja (2 Pe 2.1; 1Jo 4.1). Este
fato atesta a advertência do apóstolo João quanto à realidade de que o “espírito
do anticristo” (1 Jo 4.3) já está atuante e em plena operação. João
apresenta algumas características destes anticristos, as quais merecem ser
estudadas. Notemos algumas:
1. Estavam entre nós.
Estes falsos
mestres se haviam infiltrado na comunidade cristã com o fim de mesclar-se entre
os irmãos para perverter a doutrina dos apóstolos. Pareciam cristãos, mas não o
eram de fato. Abandonaram a igreja talvez por terem falhado em seus propósitos
de desviar o povo. Esta foi a prova que desmascarou sua real intenção. Ainda
hoje há muitos que se dizem cristãos, mas na verdade não o são. Misturados no
meio do povo de Deus, são verdadeiros lobos em peles de ovelha. A Bíblia nos
adverte várias vezes contra estas pessoas (Mt 24.24; 1 Tm 4.1,2; 2 Pe 2.1; Jd
1-19). Cabe a nós apercebermo-nos da existência destes falsos mestres em nosso
meio.
2. Negavam a sã e principal doutrina cristã.
Os falsos
mestres da época não admitiam que Cristo tivesse vindo em carne, negando assim
o próprio Deus, já que Ele mesmo deu testemunho de Jesus (1 Jo 5.9; Jo 5.32-38;
8.18). O Filho de Deus é a mensagem central de toda a Bíblia; o apóstolo Paulo
nos ensina que, em Cristo, todas as coisas serão congregadas (Ef 1.10) e que ao
nome dEle todo joelho se dobrará, e toda língua confessará que Ele é Senhor (Fp
2.10,11). Qualquer ensinamento que negue isso é maldito (1 Co 16.22; Gl 1.8,9).
Assim, esses falsos mestres negavam a Cristo, a sã doutrina e a própria fé.
3. Enganavam os fiéis.
A intenção dos
falsos cristos e falsos profetas é enganar (Mt 24.24; 1 Tm 4.1,2). E só não
conseguiram seu intento entre os leitores de João porque estes tinham o
Espírito de Deus (1 Jo 2.20) e sabiam a verdade (1 Jo 2.21). Jesus, quando
falou a respeito do Espírito que enviaria, disse que Ele nos guiaria em toda a
verdade (Jo 16.13), pois é chamado de “Espírito da verdade”.
CONCLUSÃO
O espírito do
anticristo já está no mundo, usando homens enganadores na realização de falsos
milagres e manifestações, tentando iludir os homens. Nenhum falso mestre terá
êxito em desviar pessoas que conhecem a verdade (Sl 119.105). Pois estes
cristãos, alicerçados na Palavra, farão como os crentes em Bereia, que
examinavam as Escrituras para confirmar se a pregação de Paulo e Silas era
biblicamente confiável (At 17.11).
REFERÊNCIAS
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Claudionor Correia de. Dicionário de Profecia Bíblica.
CPAD.
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Tim. Enciclopédia
Popular de profecia Bíblica. CPAD.
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John F. Todas as Profecias da Bíblia. VIDA.
Por Rede
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