segunda-feira, 31 de agosto de 2020

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2020








   OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE –
A Reconstrução de Jerusalém e o Avivamento
Espiritual como Exemplos para os Nossos Dias.








Lição 09

Para Refletir
A respeito de “Como Vencer as Oposições à Obra de Deus”, responda:


Qual a procedência dos ataques contra a obra de Deus?
Os ataques contra a Obra de Deus procedem do próprio Diabo.

Como devemos enfrentar os ataques do Diabo?
Com a armadura de Deus, que são as nossas armas espirituais.

Com que armas o Inimigo nos ataca?
O inimigo nos ataca com as armas do escárnio, do desprezo, dos boatos, das mentiras, etc.

Como os judeus venceram a oposição?
Pela oração.

O que nos recomenda o apóstolo Paulo?
Que oremos sem cessar.



LIÇÃO 09 – COMO VENCER AS OPOSIÇÕES À OBRA DE DEUS (SUBSÍDIO)







Ed 4.8-20; 1Jo 4.4; 5.5




INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos quais as oposições que Neemias enfrentou frente a obra de Deus; e por fim, notaremos como Neemias reagiu para vencer as artimanhas dos inimigos da obra do Senhor para impedir a reconstrução dos muros da cidade.


I. AS OPOSIÇÕES QUE NEEMIAS ENFRENTOU NA OBRA DE DEUS
1. Zombaria.
Uma das principais estratégias dos inimigos foi a zombaria contra Neemias, bem como dos judeus: “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o árabe, zombaram de nós...” (Ne 2.19-a; 4.3,4). Zombar significa: “mangar; debochar; ironizar”. A Bíblia descreve diversos exemplos de zombaria como: Agar que zombou de Sara (Gn 21.9); uns rapazes que zombaram de Eliseu (2 Rs 2.23); e os escribas, fariseus e sacerdotes que zombaram de Cristo (Mc 15.31; Lc 16.14; 22.63). A zombaria tem o objetivo de trazer desânimo ao coração do crente (Sl 35.15,16; Hb 11.36).

2. Desprezo.
Um outro tipo de oposição que Neemias enfrentou foi o desprezo por parte dos inimigos: “[…] e desprezaramnos, e disseram: Que é isto que fazeis?...” (Ne 2.19b). Desprezar significa: “tratar com desdém” ou “desconsiderar”. Dentre os muitos exemplos de desprezo na Bíblia, destacamos alguns: Esaú, que desprezou a sua primogenitura (Gn 25.34); os filhos de Belial, que desprezaram a Saul (1Sm 10.27); Davi, que foi desprezado por Golias (1Sm 17.42); e Jesus, que foi desprezado por Herodes (Lc 23.11) e pelos próprios judeus (Is 53.3; Jo 1.11).

3. Calúnia.
Os inimigos de Neemias o acusaram de rebelião contra o rei da Pérsia, numa tentativa de fazer com que ele fosse punido pelo mesmo. Isto porque, todos que se rebelavam contra o rei eram sentenciados à morte: : “Quereis rebelar-vos contra o rei?” (Ne 2.19c). Acusar significa “culpar; incriminar; imputar falta, delito ou crime”. A calúnia é uma das principais armas usadas pelos inimigos do povo de Deus (Ed 4.1-16; Jó 1.9-11; 2.4,5; Mt 27.12; Mc 15.3; Lc 6.7; 11.54).

4. Difamação.
Como Neemias não caíra ante as primeiras calúnias, Sambalate e Gesém iniciaram uma campanha de difamação contra o servo de Deus (Ne 6.5-7). Tudo isso era mentira (Ne 6.8), e Neemias tomou a atitude certa diante da difamação, pois apresentou ao Senhor aquela causa (Ne 6.9). Não ficou trocando farpas com os opositores, mas confiou naquele que haveria de justificá-lo. Como bem falou o apóstolo Paulo: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8.34). O diabo nos acusa insistentemente e diuturnamente diante de Deus (Ap 12.10), mas junto ao Senhor, nós também temos um Justo Advogado (1Jo 2.1). As acusações estão sempre presentes na caminhada cristã (Mt 5.11,12), devemos estar atento para não desanimar por causa dessas armas satânicas (Mt 5.11,12).

5. Escárnio.
Um outro tipo de oposição que Neemias enfrentou foi o escárnio: “E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito; e escarneceu dos judeus” (Ne 4.1). Escarnecer significa: “zombar; tratar com desprezo”. A Bíblia diz que não devemos assentar na roda dos escarnecedores (Sl 1.1); que Deus não se deixa escarnecer (Gl 6.7); e que nos últimos tempos surgirão escarnecedores (2Pe 3.3; Jd 1.18). Muitos servos de Deus foram alvos de escárnio, mas, nenhum deles foi tão escarnecido quanto o Senhor Jesus (Mt 27.41; Mc 10.34; Lc 23.11).

6. Desestímulo.
Os inimigos da obra e de Neemias, ao perceberem o avanço da restauração dos muros, lançaram uma série de perguntas, pondo em dúvidas o avanço da obra. Seu objetivo era deter a reconstrução por intermédio do menosprezo: “[…] E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeus? [...]” (Ne 4.2). Eles tentaram diminuir a autoestima do povo chamando-os de fracos. Devemos ter a postura de Josué e Calebe, e não ceder as investidas contra nosso ânimo (Nm 13.30; 14.9).

7. Desdém.
Além de duvidar do avanço da obra, eles duvidaram também que a muralha permaneceria de pé. Era uma maneira de fazer com que os judeus desistissem de erguer os muros de Jerusalém: “E estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda que edifiquem, contudo, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra” (Ne 4.3). Se os judeus dessem ouvidos a estas palavras, com certeza, a reconstrução teria parado. Mas, eles não desistiram, continuaram a obra e, em cinquenta e dois dias os muros foram edificados (Ne 6.15). Podemos ver claramente qual era a intenção dos inimigos de Neemias: “E ligaram-se entre si todos, para virem guerrear contra Jerusalém, e para os desviarem do seu intento” (Ne 4.8).

8. Conspiração.
Conspiração é a ação de construir um plano que prejudica alguém, geralmente um governante; é uma maquinação. Ato de quem busca prejudicar alguém, com a ajuda de outrem; conluio. É a combinação secreta com alguém, contra uma terceira pessoa; trama: “Ouvindo Sambalate e Tobias, e os arábios, os amonitas e os asdoditas, que ia avante a reparação dos muros de Jerusalém e que já as brechas se começavam a fechar, iraram-se sobremodo; e coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão ali” (Ne 4.7,8).

9. Astúcia.
Sambalate e Gesém, maliciosamente, convidaram Neemias para uma reunião em que supostamente fariam as pazes, se tornariam amigos e esqueceriam o passado e seriam todos irmãos, mas a intenção deles era a pior possível: “Sucedeu que, ouvindo Sambalate, Tobias e Gesém, o árabe, e o resto dos nossos inimigos que eu tinha edificado o muro […] mandaram dizer-me: Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias [...]” (Ne 4.11; 6.1,2). Parecia que estavam arrependidos de seus primeiros feitos, mas era tudo fingimento. O apóstolo Paulo nos preveniu acerca dos homens maus e perversos, que apenas tinham aparência de piedade (2 Tm 3.1-5). O inimigo sempre procura falsas alianças com o povo de Deus, com o intento de infiltrar-se entre nós, para descobrir nossos segredos e estratégias (2 Rs 20.12-17).


II. COMO NEEMIAS REAGIU PARA VENCER AS OPOSIÇÕES À OBRA DE DEUS
1. Neemias orou a Deus.
A oração é indispensável à vida cristã, principalmente quando estamos fazendo a obra de Deus em meio às oposições: “Porém, nós oramos ao nosso Deus [...]” (Ne 4.9a). Além das grandes lições que aprendemos com Neemias sobre administração, liderança e planejamento, ele nos ensina também que devemos orar, antes, durante e depois da realização da obra de Deus (Ne 1.4-11; 2.4; 4.4,9; 5.19; 6.9,14; 13.14,22,29,31). A Bíblia está repleta de promessas e de exemplos de respostas às orações (1Sm 1.9-20; 2Rs 19.15-20; Jr 33.3; Sl 50.15; Mt 21.22; At 12.5; Tg 5.16).

2. Neemias confiou em Deus.
Neemias sabia que estava no centro da vontade de Deus, e que o Senhor era com ele. Por isso, tinha a convicção de que seu objetivo seria alcançado: “Então lhes respondi, e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar” (Ne 2.20a). A confiança inabalável em Deus é fundamental para quem está à frente da obra, principalmente em meio às oposições. Deus quer que confiemos nEle em toda e qualquer circunstância (Sl 23.4; 27.4; 46.1-11; Hb 11.1). Depois que a obra foi concluída, até os inimigos reconheceram que Deus estava com eles (Ne 6.15,16).

3. Neemias continuou trabalhando.
Além da confiança em Deus, Neemias motivou o povo a continuar trabalhando. Se eles fossem dar ouvidos aos opositores, ou desviar a atenção da reconstrução dos muros, com certeza, a obra não iria adiante: “[…] e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos [...]” (Ne 2.20b). Assim, Neemias nos ensina que, jamais devemos permitir que as oposições impeçam a continuidade da obra que o Senhor nos confiou. Enquanto os inimigos se levantam, continuemos, pois, trabalhando: “Porém edificamos o muro, e todo o muro se fechou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6). Manter-se animado deve ser o propósito de todo crente em relação ao trabalho do Senhor (1Co 15.58). O ânimo nos leva a prosseguir, a permanecer e aceitar novos desafios de Deus (Ne 2.5,17,18).

4. Neemias preparou-se para a batalha.
Neemias entendeu que era necessário aumentar a segurança: “[…] e pusemos uma guarda contra eles [...]” (Ne 4.9-b,13). Os inimigos dos judeus estavam tão dispostos a deter a obra que intentaram armar ciladas para tirar-lhes a vida (Ne 4.11). Neemias tomou algumas atitudes neste sentido: “Então pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus ao povo pelas suas famílias com as suas espadas, com as suas lanças, e com os seus arcos” (Ne 4.13). Neemias mostrou que é preciso ser vigilantes contra os inimigos (Ne 4.16-18; 21-23).

5. Neemias animou o povo.
O coração do povo não se inclinou a ouvir a zombaria, escárnio e desprezo. O povo tapou os ouvidos ao inimigo e concentrou suas energias físicas, mentais e emocionais na edificação do muro. Se quisermos vencer, temos que tapar os ouvidos a todo comentário que instila desânimo, incredulidade e fracasso: “Assim edificamos o muro, e todo o muro se completou até a metade da sua altura; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6). Neemias conscientizou aos judeus que a vida de seus familiares também estavam em perigo; e, por isso, eles teriam que pelejar também por eles: “[…] e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas” (Ne 4.14). Esta atitude de Neemias nos faz lembrar que o diabo, o nosso maior inimigo, peleja não apenas contra nós e contra a obra de Deus, mas também contra nossa família desejando destruí-la. Por isso, devemos ser sóbrios e vigilantes (Mt 26.41; Tg 4.7; 1Pd 5.8) e, acima de tudo, “pelejar” por eles (Dt 6.5-9; Jó 1.5; Pv 22.6).

6. Neemias teve coragem.
Quando Semaías convidou Neemias para fugir dos inimigos, a resposta foi contundente: “[…] um homem, como eu, fugiria?” (Ne 6.11). A coragem de Neemias procedia da fé no Senhor dos Exércitos. A fé sempre foi uma marca obrigatória na vida dos personagens bíblicos que demonstraram coragem e valor diante dos perigos e das ameaças (Gn 14.12-17; Dt 7.1,2; Jz 6.5; 2Sm 23.8-39; 2Rs 6.14-17). Espalhar medo no meio do povo de Deus sempre foi uma estratégia do maligno (Ne 4.7-13). Devemos, no entanto, estar firmes no propósito de confiar em Deus e permanecer executando suas determinações (Nm 14.1-9).

7. Neemias teve temor a Deus e discernimento.
Neemias ainda prosseguiu na sua resposta à Semaias, dizendo: “[…] E quem há, como eu, que entre no templo e viva? De maneira nenhuma entrarei” (Ne 6.13). Neemias desconfiou daquele falso profeta, pois sabia que o acesso ao templo era restrito aos levitas e sacerdotes. O seu conhecimento da Lei do Senhor, e do Senhor da Lei lhe deu condições de identificar uma falsa profecia (Pv 2.1-14; Ef 4.14,15). O agravante é que não era apenas um falso profeta, mas vários (Ne 6.14). Neemias estava rodeado de traidores, que se deixavam vender por dinheiro (Ne 6.12-14, 17-19). Eram profetas da qualidade de Balaão (Jd 11) e amigos da estirpe de Judas Iscariotes (Mt 26.14-16), mas Deus deu discernimento espiritual ao seu servo e ele não foi tragado pelos inimigos. De igual modo, o Senhor haverá de frustrar toda e qualquer tentativa do Maligno contra a Igreja do Senhor (Mt 16.18) pois estamos munidos das armas espirituais (2Co 10.4; Ef 6.10-17).


CONCLUSÃO
Todos nós estamos sujeitos à enfrentar algum tipo de oposição, principalmente quando estamos exercendo alguma função de liderança. Somente com uma vida pautada na dependência de Deus e compromissados com sua Palavra é que conseguiremos vencer os grandes desafios que nos deparamos diariamente. Neemias é o exemplo de um líder abnegado, compromissado, intercessor e acima de tudo obediente ao chamado e aos propósitos de Deus. 



REFERÊNCIAS
Ø  BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. Rio de Janeiro: Vida. 2010.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias, Integridade e Coragem em Tempos de Crise. Rio de Janeiro: CPAD. 2011.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 2010
Ø  LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
Ø  PACKER, J. I. Neemias paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.


Por Rede Brasil de Comunicação.



LIÇÃO 09 - COMO VENCER AS OPOSIÇÕES À OBRA DE DEUS (VÍDEO AULA)





quinta-feira, 27 de agosto de 2020

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2020







   OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE –
A Reconstrução de Jerusalém e o Avivamento
Espiritual como Exemplos para os Nossos Dias.







Lição 08

Para Refletir
A respeito de “As Causas da Desunião devem der Eliminadas”, responda:


O que caracterizava os judeus libertos do cativeiro?
A união.

O que simbolizava a união entre os judeus que retornaram do cativeiro e Deus?
A união que deve haver entre Jesus e a Igreja.

O que estava ameaçando a união entre os judeus?
A injustiça social.

O que representa a desunião?
A desunião representa a obra da carne.

De acordo com a lição, o que representa a união entre os crentes?
Representa o selo da estabilidade espiritual e da paz na Igreja.



sábado, 22 de agosto de 2020

LIÇÃO 08 – AS CAUSAS DA DESUNIÃO DEVEM SER ELIMINADAS (SUBSÍDIO)


  



Ne 5.1,6-12



INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos o significado da palavra desunião; analisaremos o contexto socioeconômico pós-exílio; notaremos quais foram as causas da desunião entre os judeus regressos; pontuaremos as medidas adotadas por Neemias para restabelecer a união entre o povo; e por fim, mostraremos a importância da união na igreja.


I. SIGNIFICADO DA PALAVRA DESUNIÃO
1. Definição da expressão desunião.
O dicionário Houaiss da língua portuguesa define o termo desunião da seguinte maneira: “ato ou efeito de desunir, de separar o que estava unido; separação; ausência de união; desarmonia; falta de acordo; desacerto, discórdia” (2001, p. 1020). O retorno do cativeiro foi marcado pela união do povo na construção do altar (Ed 3.1), na preparação e reconstrução do templo (Ed 3.9), e edificação dos muros (Ne 4.6; 19-23). Os judeus regressos vivenciaram momentos de verdadeira união: “o povo se ajuntou como um só homem” (Ed 3.1; Ne 8.1). Entretanto, não demorou muito para que esta união fosse afetada. Neemias lida agora não com um problema externo, mas interno; não procedente dos inimigos, mas oriundo dos “irmãos” como veremos a seguir.


II. ENTENDENDO O CONTEXTO SOCIOECONÔMICO PÓS-EXÍLIO
No meio de uma “grande obra” (Ne 4.19), para um “grande Deus” (Ne 1.5), ouviu-se entre os judeus um “grande clamor” (Ne 5.1). Não estavam clamando contra os samaritanos, os amonitas ou os árabes, mas contra seu próprio povo: “Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos” (Ne 5.1). Judeus estavam explorando seus compatriotas, e a situação econômica havia se tornado tão desesperadora que até mesmo as esposas (que costumavam manter-se caladas) participavam dos protestos (Ne 5.1). Examinando o texto é possível distinguir três grupos de pessoas e qual era o seu clamor. Vejamos:

1. Mercadores e trabalhadores (Ne 5.2).
Os primeiros a reclamar foram os trabalhadores com grandes famílias que se viram sem fonte de renda para se manterem. Eles não possuíam terras, mas precisavam de comida para sobreviverem (v.2). A população estava crescendo, os alimentos eram extremamente escasso e o povo passava fome (Ne 5.3). Estas pessoas não podiam fazer coisa alguma, de modo que voltaram seus clamores por socorro para Neemias.

2.Os fazendeiros (Ne 5.3).
O segundo grupo era constituído de proprietários de terras que haviam hipotecado suas propriedades a fim de comprar alimentos: “as nossas terras, as nossas vinhas e as nossas casas empenhamos, para tomarmos trigo nesta fome” (Ne 5.3).

3. Os que sofriam com os impostos (Ne 5.4).
O terceiro grupo de pessoas eram aqueles que estavam tomando dinheiro emprestado para pagamento de altos impostos ao rei da Pérsia com penhora de suas colheitas, sem possibilidade de pagamento, sendo forçados a venderem seus filhos como escravos (Ne 5.5). No tempo de Neemias, a tensão social chegou a tal ponto, que os israelitas vendiam-se, a fim de resgatar suas dívidas. Alguns acabaram por entregar suas filhas como escravas a povos estrangeiros (Ne 5.1-7).


III. AS CAUSAS DA DESUNIÃO ENTRE OS JUDEUS
1. A avareza dos mais ricos.
A avareza dos nobres e magistrados foi perceptível: “usura tomais cada um de seu irmão” (Ne 5.7). O apego demasiado as riquezas, fez com que os ricos oprimissem seus irmãos cobrando altos juros, atitude esta proibida por Deus (Êx 22.25; Lv 25.36,37; Dt 23.19,20). A lei de Deus estava sendo violada e os pobres ficando cada vez mais endividados (Ne 5.2-5). O exército de Sambalate era menos perigoso do que a avareza dos nobres. A avareza é um pecado que: “submergem os homens na perdição e ruína” (1Tm 6.9-10).

2. A indiferença.
O sofrimento dos menos favorecidos parecia não incomodar a classe rica. Embora todos fossem compatriotas judeus, alguns tiveram de ir ao extremo de vender a si mesmos, e ou, seus filhos como escravos (Ne 5.5,8). Esta indiferença é questionada pelos judeus pobres que ao verem seus filhos sendo vendidos como escravos a outros judeus argumentavam: “nós somos da mesma carne como eles, e nossos filhos são tão bons como os deles; e eis que sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para serem escravos” (Ne 5.5 – ARA). Ainda que legítimo (Êx 21.2; Lv 25.39-41), vender os irmãos era algo desumano e, por esta razão, o plano de Neemias era acabar com esta prática injusta entre eles já que uma das razões que levou o povo a pobreza foi exatamente a exploração dos judeus ricos: “restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, […] que vós exigis deles” (Ne 5.11).

3. A falta de temor a Deus.
Neemias de maneira enfática repreende os nobres: “Não é bom o que fazeis: porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus […]” (Ne 5.9a). A falta de temor a Deus e a sua lei fez que: a) os pobres fossem ignorados ao ponto de passarem fome (Ne 5.3); b) juros exorbitantes fossem cobrados de seus irmãos (Ne 5.4,7); c) seus irmãos fossem vendidos injustamente como escravos (Ne 5.5); e, d) e o Nome de Deus desonrado entre os gentios (Ne 5.9b).


IV. MEDIDAS ADOTADAS POR NEEMIAS PARA RESTAURAR A UNIÃO DO POVO
Quando a comunhão dos santos em Israel era quebrada, instalava-se a injustiça social, a opressão e a violência (Jr 6.6; 25.3). Ao ouvir o clamor do povo contra os nobres e magistrados, Neemias agiu de forma imediata e justa a fim de remover toda a injustiça e opressão em Jerusalém. Como líder habilidoso, Neemias percebeu que a desigualdade social e econômica ameaçava a estabilidade da comunidade e lhe inquietou a tomar algumas medidas. Vejamos:

1. Neemias considerou no seu coração (Ne 5.7).
A atitude opressora dos judeus ricos aborreceu profundamente a Neemias: “Ouvindo eu, pois, o seu clamor e estas palavras, muito me aborreci” (Ne 5.6 ARA). Apesar de irado, a primeira atitude de Neemias foi refletir o que deveria fazer: “e considerei comigo mesmo no meu coração” (Ne 5.7-a). A palavra “considerar” significa: “olhar, fitar com atenção e minúcia; refletir sobre uma coisa, um fato, uma possibilidade, sobre alguém ou sobre si mesmo” (HOUAISS, 2001, p. 809). Neemias como era um homem de oração, é provável que neste ínterim tenha buscado a direção de Deus. Aprendemos com Neemias, que nunca devemos se deixar ser levado pela ira, mas, agir de forma racional e equilibrada. Já diz o proverbista: “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” (Pv 19.2 ARA).

2. Neemias repreendeu os opressores (Ne 5.7).
Depois de ouvir o clamor do povo e considerar no seu coração o que deveria fazer, Neemias vai ao âmago do problema: “depois de ter considerado comigo mesmo, repreendi os nobres e magistrados” (Ne 5.7). Neemias sempre se destacou como um homem sensível, e levava em consideração o sofrimento do seu povo (Ne 1.4; 2.3; 4.14). Diante de uma assembleia convocada por Neemias, os nobres e magistrados são repreendidos por estarem cobrando juros nos empréstimos, violando a lei de Deus e levando o povo a miséria (Ne 5.7-9; Êx 22.25).

3. Neemias pediu que aos pobres fossem restituídos seus bens (Ne 5.11).
A fim de amenizar o sofrimento do povo, os culpados de usura deviam devolver a propriedade confiscada àqueles que não podiam pagar os empréstimos de volta, bem como devolver os juros cobrados (Ne 5.11). Os nobres concordaram em fazer a devolução e cessar seus atos de ganância, o que foi confirmado em juramento diante dos sacerdotes (Ne 5.12), e de um ato simbólico de Neemias (Ne 5.13). Os hebreus não podiam emprestar com usura para seus irmãos (Lv 25.36). Quando da colheita, eram obrigados a deixar, aos mais pobres, as respigas, foi o que aconteceu à moabita Rute (Rt 2.2).


V. A IMPORTÂNCIA DA UNIÃO NA IGREJA
A semelhança dos que voltaram do cativeiro, a igreja primitiva vivenciou uma união singular (At 2.42-46; 4.32-37). Entretanto não demorou muito para surgirem “focos de desunião” entre os membros (At 5.1-12; 1 Co 1.10-13; Fp 4.2; Gl 5.15). Isto aconteceu e acontece, porque a igreja é composta de pessoas falhas e sujeitas a fraquezas. Todavia, o desejo de Jesus é que vivamos em união: “para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós” (Jo 17.21).

1. A união produz bênção e vida (Sl 133).
Quando vivemos em união o óleo e o orvalho, símbolos do Espírito Santo, é derramado sobre nós trazendo bênção e vida: “[…] porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre” (Sl 133.3). É importante também destacar que o orvalho é relacionado à fertilidade (Dt 33.13,28; Gn 27.28), enquanto a unção com óleo é associada à fragrância (Êx 30.34-38), pois a união do povo de Deus é “boa e agradável” (Sl 133.1). Quando vivemos em união estamos testemunhando ao mundo a poderosa realidade do amor de Deus: “para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21). O Nome de Cristo é honrado quando o crente, “não toma parte em questões que tragam divisão, evita fofocas, e trabalha com esforço e humildade na obra de Deus ouvindo e obedecendo a seus líderes”.

2. Atitudes que contribuem para a união na igreja.
O apóstolo Paulo exortou a igreja a viver em união: […] “sejais unidos” (1Co 1.10). Na Bíblia, encontramos várias atitudes que contribuem para que seja mantida a união entre os membros da igreja. Notemos: a) ter um mesmo sentimento (Fp 2.2; 4.2; Rm 12.16; 1Co 1.10; 2Co 13.11); b) considerar os outros como superiores a si mesmo (Fp 2.3; Rm 1210); c) seguir o exemplo de humildade de Cristo (Fp 2.3-8; Mt 11.29); d) se preocupar com o bem-estar do próximo (Fp 2.4; 1Co 12.25,26); e) socorrer nas necessidades (Rm 12.13-16; Gl 5.9,10); f) no que depender de nós, viver em paz com todos (Rm 12.18;); g) não fazer acepção de pessoas (Tg 2.1-9); h) não pagar mal com o mal (Rm 12.17; 1Ts 5.15); i) exercer o amor fraternal (2Pd 1.5-7; 1Co 13.1-8; Rm 13.10); j) praticar o perdão e a misericórdia (Cl 3.12,13; Mt 18.21,22; Lc 6.36); k) suportar, corrigir e restaurar os mais fracos na fé (Gl 6.1; Rm 14.1; 1Ts 5,14; Ef 4.1-3); l) e andar no Espirito (Gl 5.25,26).


CONCLUSÃO
Concluímos nesta lição que quando há injustiças sociais e desordens no meio do povo a desunião aparece rapidamente. Neemias foi usado por Deus para levar ou judeus a manterem-se unidos em um só propósito. Semelhantemente, a Igreja nestes últimos dias precisa de união e uniformidade para que a obra de Deus continue sendo edificada e muitas vidas possam ser alcançadas. 



REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: OBJETIVA. 2001.
Ø  BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz, Vida. 2010.
Ø  ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA.
Ø  WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. GEOGRÁFICA.


Por Rede Brasil de Comunicação.



LIÇÃO 08 - AS CAUSAS DA DESUNIÃO DEVEM SER ELIMINADAS (VÍDEO AULA)





segunda-feira, 17 de agosto de 2020

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2020







   OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE –
A Reconstrução de Jerusalém e o Avivamento
Espiritual como Exemplos para os Nossos Dias.







Lição 07

Para Refletir
A respeito de “O Povo de Deus deve Separar-se do Mal”, responda:


Qual a condição imposta pelos líderes israelitas para a volta dos exilados?
Que provassem ser israelitas.

Na primeira triagem, quantos exilados foram impedidos de voltar?
Foram impedidos de voltar 652.

Por que os judeus não aceitaram a ajuda dos samaritanos?
Porque, como povo de Deus, não podiam se colocar sob um jugo comum com os incrédulos.

Por que os samaritanos procuraram se associar aos judeus?
Para poderem desfrutar do mesmo prestígio que os judeus desfrutaram no que tange ao verdadeiro culto a Deus.

Por que o povo de Deus não deve se misturar com os incrédulos?
Para que não percamos nossa condição como povo de Deus.