Ed 5.1,2; Ag
1.1,12; Zc 4.6-10
INTRODUÇÃO
Nesta lição
estudaremos um pouco do contexto histórico que envolveu a reconstrução do
Templo; veremos quem foi Zorobabel e qual a sua importância para esta
reconstrução; pontuaremos os aspectos das mensagens proféticas dos profetas
Ageu e Zacarias em relação ao restabelecimento do Templo e o seu futuro; e por
fim, mostraremos a importância do templo em nossos dias.
I. ENTENDENDO O CONTEXTO
HISTÓRICO
1. O rei Ciro e
o retorno dos exilados.
Em 538 a.C.,
Ciro rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus exilados
voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo, cumprindo, assim, as
profecias de Isaías e Jeremias (Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a
intercessão de Daniel (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar a Jerusalém,
havia lançado os alicerces do novo Templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e
expectativa (Ed 3.8-10). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos
opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando aos trabalhadores de tal
maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C. A indiferença
espiritual generalizou-se, induzindo o povo a voltar à reconstrução de suas
próprias casas.
2. Os profetas
Ageu e Zacarias e a mensagem divina.
A palavra
profeta deriva-se do termo hebraico “nabbi” que significa “falar”
ou “dizer”, e do termo grego “prophete”,
que significa “falar de antemão”. Sua principal função é tornar conhecidas
as revelações divinas e transmitir os oráculos de Deus ao povo (Êx 7.1; Nm
12.6; 1Sm 3.20; Hb 1.1,2). Ageu começou seu ministério da Palavra em 520 a.C.
(Ag 1.1), e cinco de suas mensagens encontram-se registradas no livro com o seu
nome. Um ou dois meses depois, juntou-se a ele um rapaz cujo nome era Zacarias,
um sacerdote chamado por Deus para ser profeta (Zc 1.1). Esses dois homens
transmitiram a Palavra de Deus aos líderes e ao remanescente que “iam edificando
e prosperando em virtude do que profetizaram os profetas Ageu e Zacarias” (Ed
6.14) (WIERSBE, 2010, p. 596). Conheceremos agora dois deles que foram usados
de forma tremenda para a restauração do templo.
II. ZOROBABEL E A RECONSTRUÇÃO DO
TEMPLO
1. Zorobabel e
sua genealogia.
Zorobabel era
descendente da casa de Davi, era filho de Selatiel, neto de Jeconias, da descendência
de Davi por isto seu nome é citado na genealogia de Jesus Cristo (Mt 1.12,13;
Lc 3.27). Porém, o texto hebraico do livro de Crônicas registra que ele era
filho de Pedaías, irmão de Selatiel. Talvez isto tenha sido um erro de copista,
ou mais provavelmente, que tenha havido um casamento levirato. Sua história é
contada principalmente nos livros de Esdras e Neemias, que no Cânon Hebraico
formam um único livro, e nos livros de Ageu e Zacarias. Ele ainda é mencionado
na genealogia de Judá no livro de 1 Crônicas que cita os seguintes nomes como
seus descendentes: Mesulão, Hananias, e Selomite, Hasubá, Oel, Berequias,
Hasadias e Jusabe-Hesede (1Cr 3.19,20). O NT menciona Abiúde e Resá como seus
filhos (Mt 1.13; Lc 3.27) (WIERSBE, 2010, p. 597).
2. Zorobabel e
sua liderança.
Zorobabel foi um
líder israelita que liderou o retorno do primeiro grupo de judeus exilados que
se encontravam no cativeiro babilônico, fato histórico ocorrido após 539 a.C.,
quando o rei Ciro da Pérsia havia ocupado a Babilônia. A origem de seu nome é
incerta; talvez venha do acadiano, “zerubabili” que significa: “semente
da Babilônia”. No livro de Ageu, Zororabel é chamado de “governador
de Judá” (Ag 1.1; 2.2). Ao estabelecer-se na terra prometida, ele
trabalhou pela reconstrução do Templo de Jerusalém, completando a obra com
muita persistência, tendo enfrentado uma interrupção das atividades durante um
período de dezesseis anos, aproximadamente de 536 a 520 a.C.
3. Zorobabel e a
reconstrução do Templo.
No ano 536 a.C.
Ciro apodera-se da Babilônia e ordena o repatriamento dos judeus mantidos em
cativeiro e a reconstrução do seu templo (Ed 1.1-4) que, segundo a descrição
presente no livro de Esdras, terá tido lugar sob o sacerdote Josua, filho de
Jazadaque e Zorobabel, filho de Sealtiel (Ed 3.8). A obra, porém, foi interrompida
durante o reinado de Ciro, e só foi retomada no reinado de Dario (Ed 4.1-5). Em
520 a.C. o profeta Ageu acompanhado pelo profeta Zacarias, conclama Zorobabel e
o povo a retornar à construção da casa de Deus. Quatro anos mais tarde, o
Templo foi completado e dedicado ao Senhor (Ed 4.8-13). A Bíblia nos informa
que Deus usou o rei Dario para confirmar a ordem de reconstrução do Templo (Ed
6.1-12). Os secretários do rei procuraram nos arquivos e encontraram o rolo no
qual Ciro havia registrado o édito a volta do povo de Judá para sua terra (Ed
6.13-22).
III. O PROFETA AGEU E A RECONSTRUÇÃO
DO TEMPLO
1. O profeta
Ageu.
Seu nome vem do
hebraico “Haggai” significa “festividade” ou “festivo”.
Provavelmente ele recebeu este nome porque o seu nascimento coincidiu com uma
das festas judaicas. Seu nome está ligado ao maior objetivo de sua profecia,
que era completar o Templo para reiniciar as festividades religiosas. A
tradição judaica sustenta que ele nasceu na Babilônia e estudou sob a
orientação do profeta Ezequiel. Evidentemente veio para Jerusalém após o
retorno do primeiro grupo de exilados em 537 a.C., pois o seu nome não consta
da lista dos que retornaram (Ed 2.2) (ELISSEN, 2004, p. 329).
2. A mensagem de
repreensão Ageu (Ag 1.1-11).
Por causa do
descaso do povo judeu para com a reconstrução do Templo, Deus os castigou e
lhes sobreveio colheitas escassas, secas e miséria (Ag 1.6). Eles trabalhavam
intensamente, mas não sentiam real alegria e motivação (Ag 1.6, 9-11). Mais do
que qualquer outra pessoa, Ageu foi o responsável por conseguir que a
reconstrução recomeçasse e fosse concluída. Ele insistiu com os líderes e o
povo para atender a essa prioridade, para que Deus pudesse derramar bênçãos
sobre todos os empreendimentos do povo (Ag 1.9,10).
3. A mensagem de
ânimo de Ageu (Ag 2.1-9).
Enquanto o povo
edificava, novo desânimo apoderou-se deles. Os mais velhos, lembrando-se do
esplendor do Templo de Salomão, mostravam-se decepcionados com o novo Templo,
pois era inferior no tamanho e na suntuosidade da alvenaria. Os próprios
alicerces eram bem menores em extensão e os recursos eram muito limitados. Mas
Ageu veio com uma palavra de ânimo, dizendo que Deus derramaria seus recursos
naquele edifício e estaria no meio do novo Templo: “A glória desta última
casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e neste lugar
darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.9).
3.4 A mensagem
de esperança de Ageu (Ag 2.10-23).
Esta mensagem de
purificação e bênção foi proclamada três meses depois que a reconstrução do
Templo foi iniciada. Ageu mostrou ao povo a sua impureza e pecaminosidade (Ag
2.11-14). Mostrou-lhes que as suas orações não eram respondidas porque tinham
protelado por tanto tempo o término do Templo. Por sua culpa haviam arruinado
tudo quanto tinham feito (Ag 2.15-19). Mas, se renovassem o seu zelo,
descobririam que Deus os abençoaria: “Há ainda semente no celeiro? Nem a
videira, nem a figueira, nem a romeira, nem a oliveira têm dado os seus frutos;
mas desde este dia vos abençoarei” (Ag 2.19).
IV. O PROFETA ZACARIAS E A
RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1. O profeta
Zacarias.
O nome Zacarias,
“Zekar-Yah”, no hebraico e: significa “O Senhor se
lembrou”. Os nomes de seu pai e de seu avô têm significados
interessantes (Zc 1.1). Seu pai por nome de Ido significa: “tempo
designado”, e o seu avô por nome de Berequias que significa: “o
Senhor abençoa”. Segundo Elissen (2012, p. 389) “até os nomes
sugerem a mensagem do livro: O Senhor não esquecerá suas promessas da aliança
para abençoar Israel no tempo designado”.
2. A mensagem de
mudança de Zacarias.
A sua atual
condição apresentava um quadro triste, mas Zacarias transformou essa situação
calamitosa em uma cena gloriosa, enquanto ele, por meio de uma série de visões
e profecias, descreve uma Jerusalém restaurada, protegida e habitada pelo
Messias (Zc 8.7,8; 12.10). Sendo ela a capital de uma nação elevada acima de
todas as demais nações.
4.3 A mensagem
de estímulo de Zacarias.
Além da promessa
de glória futura, o profeta Zacarias fez promessas de êxitos e empreendimento
que culminou estimulando o povo, porque assegurava ao remanescente que o seu
Templo seria reconstruído, apesar da oposição. O profeta Zacarias trouxe um
estímulo à nação para servir fielmente ao seu Deus mesmo por meio da aflição
atual, com a visão das glórias futuras do tempo do Messias; e as batalhas que
antecederão este tempo (Zc 9.9,10; Ap 12.6; 13.5; 14.14).
4. A mensagem
escatológica de Zacarias.
Zacarias
concluiu sua profecia com uma descrição da culminante batalha terrena, quando o
próprio Senhor se envolverá na peleja. Esse “homem de guerra”, característica
do Senhor, foi aludido em (Êx 15.3) e dramatizado em (Na 1.2, Hc 2.8-15 e Sf.
3.8). Quando o Senhor sair para a peleja, se confrontará com todas as nações
reunidas contra Jerusalém (Zc 14.2; Ap 19.9). Suas armas não são reveladas, mas
a batalha será ganha (Zc 14.12).
V. A IMPORTÂNCIA DO TEMPLO EM
NOSSOS DIAS
Embora
compreendamos que somos Templo de Deus (1Co 13.16), que também somos o
sacrifício (Rm 12.1) e que Deus está à procura de adoradores que o adorem em
espírito e em verdade (Jo 4.24), não resta dúvidas de que a figura do Templo
tem uma grande importância nas Escrituras e consequentemente para os nossos
dias. Notemos:
Ø O Templo é um
lugar de comunhão (Sl 27.4; At 2.42);
Ø O Templo é um
lugar de adoração (Sl 65.4; At 2.4);
Ø O Templo é um
lugar de oração (2Cr
7.15; At 4.31; At 12.5);
Ø O Templo é o
lugar da manifestação da vontade de Deus (1Sm 1.17; At 13.1-3);
Ø O Templo é o
lugar para buscar refúgio (Sl 18.6; At 12.11-12);
Ø O Templo é o
lugar de louvor (Sl
138.2; Ef 5.19,20).
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta
lição que quando a obra sofre por empecilhos levantados pelo inimigo o povo
pode esperar em Deus uma resposta, e se sua vida e compromisso forem
restaurados haverá uma intervenção divina. Devemos crer que o nosso Deus
continua à frente de sua obra, Ele usará homens e mulheres que se disponham a
fazer a sua vontade e a obra seguirá avante. A Igreja do Senhor também
tem essa promessa e como diz o hino: Ela segue caminhando.
REFERÊNCIAS
Ø STAMPS,
Donald C. Biblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø ELLISEN,
Stanley. Conheça Melhor o Antigo
Testamento. VIDA.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico
Expositivo. GEOGRAFICA.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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