Ef 5.15-20
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra “fervor”;
notaremos o que é ser fervoroso espiritualmente; pontuaremos o que diminui o
fervor na vida do crente; falaremos sobre Laodicéia, uma igreja morna, pobre,
cega e nua; e por fim; estudaremos como resgatar o fervor espiritual na vida do
servo de Deus.
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA FERVOR
1. Conceito
de fervor.
A palavra “fervor” significa: “ação de
ferver, condição do que foi submetido à fervura; grande calor; ardência, brasa”.
Figuradamente significa: “empenho com que se busca satisfazer ou realizar
algum desejo; dedicação” (HOUAISS, 2001, p. 1332). A palavra usada por
Paulo em Romanos 12.11 exorta-nos “a manter o zelo em ponto de ebulição” ou
sermos “incandescentes”. A Enciclopédia de Champlin (2004, p.
718) diz que ser fervoroso é “ser intenso, zeloso e resoluto no propósito
tomado. Uma pessoa fervorosa caracteriza-se por sentimentos e convicções
profundas. Essa qualidade de espírito faz contraste com a atitude de
superficialidade, fingimento e vacilação, tão comum em nossos dias”.
II. O QUE É SER FERVOROSO ESPIRITUALMENTE
1. Ser
fervoroso é um mandamento.
Trazendo vários conselhos práticos da vida cristã aos
cristãos de Roma, o apóstolo Paulo exorta-os dizendo: “sede fervorosos no
espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). A expressão paulina “sede”
é um imperativo para a vida cristã, um mandamento que não pode ser
negligenciado.
2. Ser
fervoroso é uma necessidade.
O fervor é necessário e vital ao cristão, relegar isso é cair
num marasmo e decadência espiritual. O apóstolo Paulo diz que nós devemos
buscar sempre uma renovação a fim de que nossa vida espiritual esteja sempre em
dia (Rm 12.2; 2Co 4.16; Ef 4.23).
3. Ser
fervoro é uma parceria.
É impossível uma vida de fervor sem o auxílio do Espírito
Santo. É Ele que está ao nosso lado nos auxiliando na vida espiritual como
prometeu Jesus (Jo 14.26). É sua habitação e constante renovação que torna a
nossa vida dinâmica, por isso Paulo diz: “E não vos embriagueis com
vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
III. O QUE DIMINUI O FERVOR NA VIDA CRISTÃ
1. O
pecado.
Quando o crente negligencia sua vida de santidade e permite
que o pecado reine em seu coração, o fervor começa a diminuir. E quando isso
acontece, esfria também o amor por Jesus, o amor próprio, e o amor pelo
semelhante, como previu Jesus (Mt 24.12).
2. A falta
de dedicação.
No AT o sacerdote tinha tarefas diárias, tais como:
sacrificar, acender as lâmpadas do candelabro e ofertar incenso, diariamente.
Tais atribuições apontam para a necessidade que temos, como sacerdotes de Deus
(1Pe 2.9; Ap 1.6), de diariamente, apresentar a nossa vida em total consagração
a Deus (Rm 12.1), se enchendo do Espírito (Ef 5.18), e ainda conservando uma
vida de oração (Ef 6.18; 1Ts 5.17) e leitura da Bíblia (Sl 1.1-3).
3. A
negligência com o Espírito Santo.
Paulo exortou a igreja de Éfeso que não entristecesse o
Espírito Santo no qual eles foram selados (Ef 4.30). E aos crentes de
Tessalônica Paulo diz também: “Não extingais o Espírito” (1Ts
5.19). O verbo “extinguir” no original grego “sbennumi” significa:
“apagar, extinguir” e figuradamente “suprimir”.
Esse verbo era usado para dar a ideia de “apagar fogo” (CHAMPLIN,
2002, p. 219). A vinda e atuação do Espírito Santo com frequência
metaforicamente ao fogo (Mt 3.11; Lc 3.16; At 2.3; Rm 12.11; 2Tm 1.6). Se não
tivermos o devido cuidado, infelizmente, poderemos apagar o Espírito em nossa
vida, pois foi assim com Saul (1Sm 16.14) e Sansão (Jz 16.20).
IV. LAODICÉIA, UMA IGREJA MORNA, POBRE, CEGA
E NUA
Jesus Cristo que está no meio dos castiçais e anda no meio
dos deles, sondou esta igreja e em sua carta deixou claro que a igreja de
Laodicéia estava com a cara da cidade: orgulhosa e autossuficiente, pois, ao
invés de influenciar, tinha sido influenciada, e que apesar de pensarem estar
bem, aos seus próprios olhos: “tu dizes”, não estavam aos olhos
dEle “e não sabes que és”. Eis abaixo o seguinte diagnóstico dado
por Jesus:
1. A igreja que
perdera seu fervor espiritual.
O Cristo
glorificado consegue detectar que aquela comunidade de cristãos o servia sem
fervor, por isso afirmou categoricamente: “Conheço as tuas obras, que nem
és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente” (Ap 3.15). Jesus
diz que a temperatura espiritual daquela igreja se encontrava idêntica à da
água que eles recebiam, e que estava sentindo náuseas “Assim, porque és
morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap
3.16). A água morna nem é quente nem é fria. Assim o crente em estado de
mornidão é aquele que hesita entre dois pensamentos (1Rs 18.21); o coração está
dividido (Os 10.2a); serve ao Senhor parcialmente (2Cr 25.2b) e é um bolo que
não foi virado (Os 7.8b).
2. A igreja tinha
perdido seus valores.
Apesar de igreja
alegar possuir riqueza: “rico sou e estou enriquecido e de nada tenho
falta” (Ap 3.17a), porque a cidade possuía um importante centro
bancário e de troca de moedas, o Senhor a reprova severamente dizendo: “és
pobre” (Ap 3.17b). Chaplin afirma que: “Supõe-se que a igreja
estava desfrutando dessa aparente prosperidade porque ao contrário de Esmirna
que se opunha ao culto ao imperador mesmo lhes custando a pobreza e a morte, os
crentes de Laodicéia, pelo contrário, para evitarem a perseguição e não
perderem seus bens, prestavam homenagem a Domiciano como um deus, alegando ser
apenas por formalidade e não de coração” (2002, p. 432). Como disse
Jesus, não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24).
3. A igreja tinha
perdido sua visão.
A medicina de
Laodicéia estava tão avançada ao ponto de descobrirem o unguento oftálmico que
trouxe muitos benefícios para alguns tipos de enfermidades nos olhos. No
entanto, Jesus lhes confessa abertamente: “és pobre, e cego” (Ap
3.17b). Os cristãos tinham olhos apenas para os bens materiais, perdendo assim
a visão do Reino, que dá primazia aos bens espirituais “Não ajunteis
tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões
minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mt 6.19,20).
4. A igreja tinha
perdido suas vestimentas.
A igreja de
Laodicéia também era famosa por sua indústria de lã e sua produção de excelentes
peças de vestuários. Apesar disso, Cristo diz: “és pobre, cego e nu” (Ap
3.17b). Como podemos ver, as vestes luxuosas dos crentes de Laodicéia não
podiam cobrir sua nudez espiritual, tal qual as folhas de figueira não foram
suficientes para cobrir a nudez do primeiro casal no Éden (Gn 3.7).
V.
RESGATANDO O FERVOR ESPIRITUAL
Quando o crente sente que sua vida
espiritual está perdendo o fervor, que já não tem mais o desejo ávido pelas
coisas de Deus, ele deve imediatamente tomar as seguintes atitudes:
1. Quebrantar-se.
O primeiro passo
para se resgatar o fervor espiritual na caminhada cristã, é quebrantar-se
diante de Deus, rogando-lhe com humildade a Sua misericórdia. Tal como fez Davi
(Sl 51.1). Após reconhecer que não era o mesmo servo de Deus como antes,
diferente de Saul, ele não prometeu dar ao senhor animais para serem
sacrificados, pois prometeu-lhe um coração quebrantado: “Os sacrifícios
para Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó
Deus, não desprezarás” (Sl 51.17). Ele sabia que Deus está perto de
quem procede assim (Sl 34.18).
2. Arrepender-se.
Quando o crente
perde o fervor o pecado começa a se tornar atraente roubando-lhe a santidade.
Para que haja uma renovação espiritual, é necessário que este crente esteja
disposto a quebrantado confessar o seu pecado e abandoná-lo (Pv 28.13). Quando
o povo de Israel veio ao profeta Samuel para se concertar com Deus, o homem de
Deus lhes disse: “Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor,
tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração
ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus” (1 Sm
7.3).
3. Buscar a Deus
em oração.
O cristão deve
entender que a oração, assim como a leitura da Palavra, é algo indispensável ao
seu desenvolvimento espiritual. É como a alimentação de uma criança, que
determinará sua saúde. Se a criança tem uma alimentação deficiente, ela terá
problemas de raquitismo, baixa imunidade, anemia, etc. Além do desenvolvimento
espiritual, devemos orar porque:
a) A oração é um mandamento bíblico (1Cr
16.11; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24).
b) É o meio pelo qual recebemos as bênçãos
de Deus (Lc 11.5,13; At 1.14).
c) Na oração falamos com Deus, e Ele se
faz presente (Dt 4.7).
d) Na oração Deus fala conosco (2Co
12.9,10).
e) Recebemos ajuda divina (Hb 4.16).
f)
Alcançamos o que pedimos (Mt 7.7,8).
CONCLUSÃO
O
comprometimento com a Palavra de Deus é uma característica preservada pelo
verdadeiro pentecostalismo. Deus colocou à disposição dos seus servos a Bíblia:
a Palavra de Deus, inspirada, revelada, inerrante, infalível e completa, a fim
de que, por ela, todos possam conhecê-lo como também a Sua vontade.
REFERÊNCIAS
Ø WILLIAMS,
Dereck. Dicionário Bíblico Vida Nova.
SP: VIDA NOVA, 2000
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal
para Juventude. RJ: CPAD, 2018
Ø LOPES,
Hernandes Dias. Tiago: transformando provas em triunfo. SP:
HAGNOS. 2015
Ø HENRY
Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Jó a Cantares de
Salomão. RJ: CPAD, 2010.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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