sábado, 13 de março de 2021

LIÇÃO 11 – COMPROMISSADOS COM A EVANGELIZAÇÃO


 
 
 
 
Mc 16.14-20 
 
 

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre uma das principais tarefas da Igreja que é a evangelização; veremos como a Bíblia descreve esta importante missão; destacaremos o porquê a Igreja precisa estar comprometida com a proclamação do evangelho; e, por fim, quais as principais características de um ganhador de almas comprometido com a evangelização.


I. DEFINIÇÕES DOS TERMOS EVANGELHO E EVANGELIZAÇÃO 
1.Evangelho.
“O termo deriva-se do grego ‘euangelion’ e significa literalmente: “boa notícia” ou “boas novas” (ANDRADE, 2016, p. 176). O Evangelho são boas novas de perdão dos pecados, de salvação para a alma e de vida eterna em Cristo Jesus (Mt 11.5; Mc 1.15; Lc 9.6; At 8.1; Rm 1.15). O apóstolo Paulo definiu o Evangelho como: “[...] o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16).
 
2. Evangelização.
Do grego ‘evangelion’+ ‘ismo’, indica a exposição sistemática da doutrina e dos métodos da proclamação do Evangelho de Cristo, de conformidade com a urgência da Grande Comissão (ANDRADE, 2016, p. 177). Pode ser definida também como a comunicação do Evangelho a alguém, de tal maneira, que este possa tomar uma decisão consciente de aceitação ou rejeição à pessoa de Jesus Cristo como Senhor e Salvador (Mt 26.13; 28.19,20; Mc 14.9; Lc 4.43; At 8.25).
 
 
II. COMO A BÍBLIA DESCREVE A EVANGELIZAÇÃO
Em seu livro “Manual de Evangelismo”, o pastor Valdir Bícego (1990, pp. 12-14) menciona como a Bíblia descreve a tarefa da evangelização. Vejamos:
 
1. Como um mandamento.
O Senhor nos ordenou pregar o evangelho, pois Ele quer que a mensagem da salvação alcance a toda criatura (Mc 16.15), todas as nações (Mt 28.19), todo o mundo (Mc 16.15), todas as aldeias (Mt 9.35), todos os lugares (At 17.30). Todos os crentes, sem exceção, receberam esta incumbência do Senhor (Mt 10.8; 1Pe 2.9).
 
2. Como uma obrigação.
O apóstolo Paulo via esta tarefa como uma obrigação: “[...] pois me é imposta esta obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho” (1Co 9.16). Não significa dizer que o crente deva pregar a Palavra constrangido ou forçado, e sim, que devemos sentir no nosso coração um profundo desejo de falar de Cristo aos pecadores, como o apóstolo Pedro, que disse: “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
 
3. Como um dever de todo crente.
A evangelização não é uma tarefa entregue apenas a liderança da Igreja, e nem a um grupo de cristãos, mas, a todos os salvos (Mt 28.19,20; At 1.8). Portanto, todo aquele que foi alcançado por tão grande salvação, deve falar de Cristo aos pecadores. O próprio Jesus disse: “[...] de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8).
 
4. Como um desafio.
Pregar o evangelho não é uma tarefa fácil. Todo aquele que se dispõe a anunciar a mensagem da salvação deve estar consciente que sobrevirão dificuldades. Os apóstolos, por exemplo, foram açoitados, ameaçados e até presos por pregar a Cristo (At 4.17,21,29; 16.22,23; 22.19,24,25). Paulo também enfrentou oposição por parte de Elimas, o encantador (At 13.8-12); no Areópago, por parte dos escarnecedores (At 17.32-34); e, nas suas viagens missionárias, por parte das autoridades religiosas de Israel (At 9.23; 13.45,50; 14.1-5).
 
5. Como um privilégio.
Um dos maiores privilégios do crente é poder cooperar com Deus. Paulo diz que nós somos “cooperadores de Deus” (1Co 3.9). E, quando estamos pregando a Palavra, o Senhor coopera conosco (Mc 16.20). Como é gratificante saber que, através de nós, muitas vidas poderão ser salvas (2Tm 4.16). Paulo tinha esta experiência com os irmãos de Tessalônica (1Ts 2.7-11,19,20), e como alguns dos seus filhos na fé, como Tito (Tt 1.4) e Onésimo (Fm 10).
 
 
III. A IGREJA E SEU COMPROMISSO COM A EVANGELIZAÇÃO
1. A Igreja existe para evangelizar.
Acerca de um dos propósitos pelo qual a igreja existe, afirmou o apóstolo Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A Igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente delas é a que justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização. Segundo Horton (2006, p. 300), “na adoração, a Igreja volta-se para Deus; na edificação, atenta (corretamente) para si mesma; e, evangelização, a Igreja focaliza o mundo”.
 
2. A Igreja é ordenada a evangelizar.
A palavra “ordenar”, significa: “mandar, decretar”. A tarefa de evangelizar é uma ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt 28.19; Mc 16.15). “A ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja, o direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para crerem no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da vida eterna” (GILBERTO, 2008, p. 418).
 
3. A Igreja se realiza evangelizando.
Pedro não podia deixar de falar daquilo que tinha visto e ouvido, mesmo sofrendo afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20; 5.40-42). Paulo tinha a evangelização como uma obra que lhe foi imposta (1Co 9.16). Ele se realizava em pregar o evangelho ainda que lhe custasse à vida (At 20.24). “O verdadeiro movimento pentecostal, missionário, ora pelas missões; contribui para as missões; promove as missões! É um movimento que vai ao campo missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser evangélica” (ibidem, 2008, p. 184).
 
4. A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar.
Como a Igreja poderá crescer em número senão evangelizar? Sua existência depende da prática da evangelização, do contrário não irá perdurar. No livro dos Atos dos apóstolos, percebemos claramente os apóstolos inflamados pelo poder pentecostal, pregando o evangelho e o pequeno grupo de quase cento e vinte discípulos aumentando de forma extraordinária. Na primeira pregação do apóstolo Pedro, por ocasião do Pentecostes, quase três mil almas se decidiram por Cristo (At 2.41). Já na segunda mensagem mais de cinco mil pessoas se converteram (At 4.4). O relato de Lucas disse que a igreja tinha um crescimento extraordinário, porque o evangelismo se tornara uma prática constante (At 5.14,42).
 
 
IV. REQUISITOS PARA SER UM GANHADOR DE ALMAS
O desejo de Deus é que todo crente seja um “pescador de homens” (Mt 4.18-20). Mas, para isso, é necessário observar alguns pré-requisitos. Vejamos:
 
1. Ter convicção da salvação.
Ninguém pode se tornar um autêntico ganhador de almas se não tiver a certeza da salvação. Por isso, o pregador deve saber em quem tem crido (2Tm 1.12); reconhecer que é filho de Deus (1Jo 3.2); que já passou da morte para a vida (1Jo 3.14); que será arrebatado e que estará para sempre com o Senhor nos céus (1Ts 4.13-17). Somente quem tem esta certeza é que poderá pregar a mensagem da salvação para as almas perdidas.
 
2. Ter amor pelas almas.
O sentimento do evangelizador deve ser o mesmo de Cristo: amor e compaixão pelas almas (Mt 9.36; 14.14; Mc 6.34; 8.2; Lc 7.13; Jo 10.11). Por isso, todo o seu ministério foi dedicado à conquista dos pecadores (Jo 4.34), pois Ele as via como ovelhas que não tem pastor (Mt 9.36) e como doentes que necessitavam de médicos (Mt 9.12). O amor pelas almas é o resultado de uma comunhão íntima com Deus (1Jo 4.19,20), bem como do conhecimento da perdição do pecador (Rm 6.23). O amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5.9), nos impulsiona poderosamente a levar as Boas Novas aos perdidos (2Co 5.14). Assim, o ganhador de almas, como o apóstolo Paulo, não deve temer prisões, tribulações e nem mesmo a morte (At 21.13), mas, seu desejo é cumprir com alegria a sua carreira de testificar do evangelho da graça de Deus (At 20.23,24).
 
3. Ser cheio do Espírito Santo.
O Espírito Santo é quem direciona os crentes (At 8.29; 10.19; 16.6-10) e lhes dá ousadia para testemunhar de Cristo (At 1.8; 4.31; 6.10). O apóstolo Pedro, por exemplo, antes do revestimento de poder, negou a Jesus e jurou que não o conhecia (Mt 26.69-75; Mc 14.66-72). Mas, depois que foi revestido de poder, pregou a Palavra, e quase três mil almas foram salvas (At 2.37-41). Não significa dizer que o crente só pode pregar após o batismo com o Espírito Santo, pois, os apóstolos já pregavam antes mesmo de serem batizados (Mt 10.1-4; Mc 3.13,14; Lc 6.12-16). Mas, sem dúvida, o batismo com o Espírito Santo dá ao crente mais ousadia para pregar a Palavra de Deus (At 4.13,29).
 
4. Ter conhecimento da Palavra de Deus.
A Bíblia é a principal “ferramenta de trabalho” do pregador do evangelho. Por isso, todo aquele que deseja ser um ganhador de almas comprometido com a evangelização, deve ler e estudar a Palavra de Deus com afinco e dedicação. Ele deve ser instruído na Palavra (1Tm 4.6); conhecer as Sagradas Escrituras (2Tm 3.16); e guardá-las no coração (Sl 119.11). Como disse o apóstolo Paulo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15).
 
 
CONCLUSÃO
Como Igreja, devemos estar cônscios da nossa responsabilidade aqui na terra de proclamar as boas novas de salvação a todos os homens. Devemos utilizar dos diversos canais legítimos que dispomos, para que a mensagem de Cristo possa alcançar o maior número de pessoas. Esta, sem sombra de dúvida alguma, é a maior contribuição que podemos dar a nossa sociedade. 
 
 

 REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  BÍCEGO, Valdir. Manual de Evangelismo. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Esforça-te para Ganhar Almas. VIDA.
Ø  COLEMAN, Robert E. Plano Mestre de Evangelismo Pessoal. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal para Juventude. CPAD
 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.


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