segunda-feira, 29 de março de 2021

LIÇÃO 13 – VOLTADOS OS OLHOS PARA A BENDITA ESPERANÇA (SUBSÍDIO)



 
 
 
At 1.6-11  

 
 
INTRODUÇÃO

Nesta lição aprenderemos sobre uma das mais importantes doutrinas pregadas pelo movimento pentecostal, que é o arrebatamento da Igreja; definiremos algumas palavras que estão relacionadas a esta gloriosa promessa; também destacaremos características do arrebatamento, como a bendita esperança da Igreja; e por fim, enfatizaremos da necessidade de estarmos prontos para esse momento tão importante para os salvos em Cristo Jesus.
 
 
I. DEFININDO ALGUNS TERMOS
1. Definição da palavra bendita.
No grego temos o vocábulo: “makarios”, que significa: “bendito, feliz”, indicando que o cristão é espiritualmente bem-aventurado. A expectativa da volta de Cristo nos confere bem-estar e felicidade espirituais (CHAMPLIN, 2002, p. 433).
 
2. Definição da palavra esperança.
Houaiss define esperança como: “o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; expectativa, espera” (2001, p. 1228). Esperança é uma das virtudes cristãs, através da qual o crente é motivado a crer no impossível. É a certeza de receber as promessas feitas por Deus através de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1), é uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa: “expectativa favorável e confiante” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar à espera de; aguardar, contar com a realização de uma coisa desejada ou prometida”.
 
3. Definição do termo arrebatamento.
A palavra “arrebatar” aparece nas Escrituras de forma variada. No hebraico a palavra: “laqah” significa: “tomar, receber”. No grego: “harpazo” significa: “pegar ou arrancar com violência” (VINE, 2002, pp. 309, 862). Das muitas vezes que o verbo “harpazo” é utilizado, um deles diz respeito ao arrebatamento dos santos, ou seja, à primeira fase, da segunda vinda de Cristo (1Ts 4.17). Teologicamente o arrebatamento é definido como: “a retirada brusca, inesperada e sobrenatural da Igreja deste mundo, afim de que se encontre como Senhor Jesus nos ares, por ocasião de Sua segunda vinda” (ANDRADE, 2006, pp. 62,63).
 
 
II. ARREBATAMENTO, A BENDITA ESPERANÇA DA IGREJA
Paulo fala do retorno de Cristo como a bendita esperança da Igreja (Tt 2.13). Ao contrário de uma expectativa escapista, a esperança cristã quanto à volta de Jesus, é o testemunho altaneiro (que permanece nas alturas), de que o nosso porvir jaz além dos limites das expectativas e possibilidades deste mundo distanciado de Deus. Vejamos então porque essa esperança é bendita:
 
1. Esperança consoladora.
Segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 811), consolar é: “aliviar a dor, o sofrimento, a aflição (de outrem ou a própria), com palavras, recompensas, promessas”. Podemos notar, que na maioria das vezes em que a doutrina do Arrebatamento aparece nas páginas do NT, vem com o propósito dentre outras coisas, trazer consolo para a Igreja. No cenáculo momentos antes da sua crucificação, face a tensão em que os apóstolos estavam (Jo 14.1), Jesus de forma enfática declara trazendo alento para seus servos: “[…] virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo […], “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”, “[…] Vou, e venho para vós […]” (Jo 14.3,18,28; ver At 1.6-12). Ao tratar sobre o Arrebatamento da Igreja e os eventos relacionados a ele, o apóstolo Paulo exortou que os irmãos deveriam mutuamente se consolarem, com a bendita esperança da vinda de Cristo: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras(1Ts 4.18; ver At 1.11).
 
2. Esperança motivadora.
Diante da tentação de se afastarem da verdade do evangelho, o escritor aos hebreus motiva aos destinatários de sua carta, a prosseguirem na caminha cristã, exortando que eles deveriam continuar perseverantes apesar de todo sofrimento vivido (Hb 10.36), para tanto cita uma das maiores promessas, a segunda vinda de Cristo: “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10.37 – ARA), e que por ocasião desse esperado advento, os crentes fiéis estarão livres de: a) todas as aflições perseguições (2Co 5.2,4; Fp 3.21; Ap 3.10); b) da presença do pecado e da morte (1Co 15.51-56); e, c) da ira futura por ocasião da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9).
 
3. Esperança segura.
O Arrebatamento é uma promessa garantida pelo próprio Deus; e ainda que escarnecedores tenham surgido ao longo da história com o objetivo de negar essa verdade (2Pe 3.3,4,8,9; Jd v.18), sabemos que o Arrebatamento é um advento iminente. Jesus em seu sermão profético deixou certa a sua segunda vinda ao compará-la ao fato histórico, vivido por Noé e sua família: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.37). Assim sendo, os cristãos nunca devem abrir mão de sua expectativa mantida em oração de que ainda hoje a trombeta poderá soar e o Senhor voltará.
 
 
III. COMO ESPERAR O ARREBATAMENTO DA IGREJA
A esperança de todos os que obedecem a Deus, que acreditam sem reservas na Sua existência e no Seu poder, está na vinda do Senhor Jesus (1Ts 4.16,17). As Escrituras descrevem, não apenas a promessa, mas também nos ensina que devemos esperá-la (Fp 3.20; Hb 9.28), e como deve ser essa espera. Vejamos:
 
1. Devemos esperar com anelo.
Assim como em nossos dias toda noiva possui uma grande expectativa em relação ao dia de seu casamento, semelhantemente, a Igreja como noiva preparada (2Co 11.2; Ap 19.7), demonstra seu desejo de encontrar-se com o noivo que é Cristo: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem […](Ap 22.17), aos que amam a vinda do Senhor, o apóstolo Paulo afirma que está garantida a coroa da justiça: “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda(2Tm 4.8).
 
2. Devemos esperar em oração.
A Bíblia nos exorta a aguardarmos o Senhor vigiando em oração (Mc 13.33; 1Pe 4.7). É por meio desta prática constante (1Ts 5.17), que o cristão mantém contato com Deus (Jr 33.3; Tg 4.8). Ela expressa uma atitude de sujeição e inteira dependência da sua graça, ou seja, quem ora reconhece que precisa da ajuda divina para vencer as batalhas e dificuldades da vida (Is 38.1-5; 2Cr 20.3,4). Faz-se necessário entender que, os últimos dias da Igreja de Cristo aqui na terra, serão dias de esfriamento espiritual na vida de alguns cristãos (Mt 24.12; Ap 3.15,16). Portanto, devemos ter cuidado para não sermos cristãos superficiais, mas de profunda comunhão com Deus. “O mundo está se movendo em direção ao seu objetivo final. Diante dessa realidade, os cristãos devem manter um relacionamento próximo com Deus em oração” (ADEYEMO, 2010, p. 1561).
 
3. Devemos esperar com prudência.
Diversas parábolas foram proferidas pelo Senhor Jesus, com o intuito de nos ensinar acerca da vigilância (Mt 24.32,33; Mt 25.1-13; Mt 24.45-47; Mt 24.37-39; Mt 24.43,44; Lc 12.39,40; 1Ts 5.2,3; 2Pe 3.10; Ap 3.3). O ladrão não avisa a hora da noite em que vai arrombar a nossa porta e roubar a nossa casa, do mesmo modo o Senhor Jesus não vai avisar a hora em que virá buscar Seu povo. Então, Ele pede que vigiemos para não sermos pegos de surpresa: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.27). Isto significa que ninguém terá tempo extra para se preparar; por isso, devemos vigiar. Jesus falou que este episódio seria semelhante aos dias de Noé (Mt 24.36-44), como também, contou algumas parábolas sobre sua volta e a necessidade de se está vigilante (Mt 24.45-51; Mt 25.1-13; ver Ef 4.30).
 
4. Devemos esperar em santidade.
Jesus anunciou antecipadamente que os dias que antecedem a sua vinda, serão de extrema corrupção moral, comparando com o período antediluviano e a geração de Sodoma e Gomorra (Mt 24.37; Lc 17.28). Os apóstolos também fizeram a mesma afirmação (2Tm 3.1-5; 2Pe 3.3). Sabedores disto, nós cristãos, devemos no meio desta geração pervertida, vigiar em santidade, a fim de não contaminarmos com o pecado (Fp 2.15). A santidade é tipificada na Bíblia como vestes (Ap 19.8,14), por sua vez, a falta de santidade pode ser retratada como vestes sujas ou a nudez (Zc 3.3,4; Ap 3.18; 16.15). A exortação bíblica é que devemos estar vestidos e com vestes limpas em todo tempo (Ec 9.8; Ap 3.4). Somente aqueles que estiverem vigilantes e em santidade poderão desfrutar das bênçãos advindas do Arrebatamento da Igreja: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor(Hb 12.14; ver 1Ts 5.23; 1Jo 3.3).
 
5. Devemos esperar servindo.
Uma outra atitude não menos importante que deve caracterizar a conduta dos que estão à espera da vinda de nosso Salvador, é o serviço; foi uma das recomendações do próprio Senhor Jesus: “Bem-aventurado aquele servo a quem o Senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Lc 12.43), a exortação do apóstolo Paulo é que pela motivação da vinda do Senhor os crentes devem ser abundante na obra: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1Co 15.58), e ainda pelo fato de que, todo serviço a Deus será recompensado na vinda do Senhor: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).
 
6. Devemos esperar com perseverança.
Paulo ao referir-se a bendita esperança, aponta também que devemos esperá-la com perseverança: aguardando a bem-aventurada esperança […]” (Tt 2.13), o termo aguardando é a tradução do particípio presente, da palavra: “prosdechomai”, que significa: “dar boas-vindas, esperar”. E nessa forma verbal fica apontada uma contínua atitude de expectação, que a cada dia nos motiva a vivermos melhor. Ao ter essa esperança gloriosa em vista, somos fortalecidos para continuarmos sendo pacientes, ou seja, perseverantes como advertiu o apóstolo Tiago: “Sede pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor […]”; “Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.7,8).
 
 
CONCLUSÃO
Diante dessa gloriosa promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando este dia em que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal para Juventude. RJ: CPAD, 2018
Ø  TOKUMBOH, Adeyemo. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
Ø  VANGEMEREN, Willem A. Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese. SP: CULTURA CRISTÃ, 2011
 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 


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