Mt 28.16-20; At
2.42,47
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos a definição das palavras “discípulo” e “discipulado”; notaremos a
grande comissão e o que é o verdadeiro discipulado cristão; pontuaremos quais
as características de um discípulo de Cristo; e por fim, relataremos quais os
pilares de um verdadeiro discipulado cristão.
I. DEFINIÇÕES
1. Discípulo.
A
palavra “discípulo” no latim significa: “aluno”, “aprendiz”.
A palavra grega correspondente é “mathetes”, de onde se deriva a
palavra que significa: “aprender”. O termo hebraico: “talmid”
vem de “talmad”, que também significa: “aprender” (1Rs
20.35: 2Rs 2.3,5,7,15; 2R 4.1,38; 2Rs 5.22; 1Cr 25.8; Is 8.16; 19.11; 50.4).
Embora o grupo dos doze apóstolos seja denominado de discípulos, biblicamente
todo aquele que segue a Jesus é também um discípulo (Mt 5.1; Jo 2.12). O
apóstolo Paulo chega a dizer que o verdadeiro discípulo tem a ‘mente de Cristo’
(1Co 2.16). O discípulo, portanto, deve agir e reagir como se fora o Senhor
mesmo” (CIDACO, 1996, pp.104,105). A palavra “discípulo” está
relacionada a ideia de “disciplina” e isso é muito instrutivo,
porque acima de tudo, dos verdadeiros discípulos requer-se disciplina (MERRILL,
2010, vol. 1. p. 189).
2.
Discipulado.
A
palavra “discipulado” tem origem na palavra latina “discipulatus”.
É o trabalho cristão efetuado pelos membros da igreja, a fim de fazer dos novos
crentes - crianças, jovens e adultos, autênticos cristãos, cujas vidas se
assemelham em palavras e obras do ideal apresentado pelo Senhor Jesus Cristo,
conforme lemos em Mateus 28.18-20; Colossenses 1.28,29; Efésios 4.13-16. A
igreja precisa, no discipulado cristão, de uma visão celestial multiplicadora,
selecionando e treinando homens e mulheres para que, por suas vidas santas e,
pelo ensino das verdades cristãs, possam educar os novos discípulos e torná-los
aptos para fazer outros.
II.
CARACTERÍSTICAS DE UM DISCÍPULO DE CRISTO
CARACTERÍSTICAS
|
REFERÊNCIAS
|
• Um discípulo creu na doutrina de Cristo
|
Jo 3.7; At 11.26
|
• Ele passou pela experiência do novo nascimento
|
Jo 3.3-5
|
• Ele renunciou a si mesmo e tomou a sua cruz
|
Mc 8.34
|
• Ele vive uma vida de sacrifício
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Lc 14.26
|
• Ele dedica-se à vida disciplinada
|
1 Jo 2.6
|
• Ele é aprendiz de Cristo Jesus
|
Mt 11.29; 1Co 11.1
|
• Ele se empenha a fazer outros discípulos
|
Mt 28.19
|
III. A GRANDE COMISSÃO E O
DISCIPULADO
A
grande comissão pressupõe um discipulado permanente na Igreja de Cristo. Aliás,
a Igreja é uma comunidade de discípulos que tem a Cristo como o Mestre Supremo;
e, a Bíblia como a única regra de fé e prática.
1.
O discipulado é um imperativo.
A
expressão: “Portanto, ide e fazei discípulos” (Mt 28.19) nos
mostra que, as palavras de Jesus são uma ordem para a igreja, tanto quanto a
evangelização como a formação de novos discípulos. A evangelização é um ato e o
discipulado (integração do novo crente), é um processo contínuo. Além disso,
demanda oração, esforço, paciência, fé e perseverança para alcançar os
resultados desejados. A maturidade espiritual do cristão não ocorre de modo
rápido e instantâneo, mas progressivamente em Cristo (Cl 1.28,29). Para que
conservemos em nossas igrejas os novos convertidos em Cristo, precisamos
trabalhar com amor, dedicação e objetividade. Muito da imaturidade espiritual
dos membros da igreja local é resultado da ignorância destes em relação às
doutrinas básicas da Bíblia (Hb 5.12-14).
2. O discipulado é
cultural e transcultural.
Desde o início, a
proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os homens
indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). Mas, o sentimento ultranacionalista dos
judeus fechou seus olhos a esta realidade de que, Deus os levantou a fim de
serem uma nação evangelizadora para todos os povos (Is 42.6; 49.6; Rm 2.17-20).
A vinda do Messias, no entanto, mostrou claramente que, Deus não faz acepção de
pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9). É necessário entender que: a) Deus
amou o mundo e não apenas uma classe de pessoas (Jo 3.16); b) o
sacrifício de Jesus não alcança apenas um povo (Jo 1.29; 1Jo 2.2); c) sua
graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef
3.6); d) a ordem de levar as boas novas de salvação é extensiva até aos
confins da terra (At 1.8).
3. O
discipulado inclui a observação das ordenanças de Cristo.
Jesus
disse aos apóstolos que aqueles que cressem na mensagem do evangelho deveriam
confirmar a sua fé, descendo as águas do batismo (Mt 28.19). Evidenciando assim
o total compromisso do discípulo com o Seu Mestre.
4. O
discipulado exige comprometimento com a doutrina de Cristo.
“O
discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno baseado no modelo de
Cristo e seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a
plenitude da vida que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros para
que ensinem outros” (PHILLIPS, 2010, p. 20).
IV. PILARES DO
DISCIPULADO CRISTÃO
O
discipulado funciona através de instrução, imitação, amor e amizade.
Notemos então:
1. O
discipulado pela instrução.
O
ensino bíblico mostra que é necessário que haja alguém experiente e idôneo que
ensine e pessoas dispostas a aprenderem com o objetivo de atingir a estatura de
varão perfeito (Ef 4.11-14). A Bíblia chama líderes e pais para instruírem
aqueles que foram confiados aos seus cuidados (Gl 6.6; Ef 6.4; 1Ts 4.8; 1Tm
1.18; 6.3; 2Tm 2.25; 4.2). Ela também chama todos os crentes a instruírem uns
aos outros (Rm 15.14).
2. O
discipulado pela imitação.
Discípulos
são imitadores, primeiro de Deus, depois uns dos outros: “Porque eu vos
dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vos também” (Jo
13.15); “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co
11.1); “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de
Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” (Hb
13.7); “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em
mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco” (Fp 4.9); “Tu,
porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé,
longanimidade, amor, perseverança” (2Tm 3.10); “Amado, não imites
o que é mau, senão o que é bom” (3Jo 11).
3. O
discipulado pelo amor.
As
pessoas imitarão nossa vida mesmo quando não as amamos. Mas um líder que lidera
com amor apresenta a melhor imagem de Cristo, e as pessoas irão segui-lo melhor
quando você as amas: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus” (Fp 2.5).
V. CARACTERÍSTICAS DO
DISCÍPULO DE CRISTO
De
acordo com a Escritura, ser um discípulo cristão envolve um crescimento pessoal
caracterizado pelo seguinte:
1. O
discípulo de Cristo precisa ser separado do mundo (Mc 8.34-38).
Colocar
Jesus em primeiro lugar em todas as coisas é uma característica do discípulo de
Jesus. Nosso foco deve estar no nosso Senhor e agradá-Lo em todas as áreas da
nossa vida.
2. O
discípulo de Cristo precisa seguir os ensinamentos de Jesus (Jo 8.31-32).
Jesus
é o exemplo perfeito da obediência, pois Ele viveu uma vida na Terra de
completa obediência ao Pai até o ponto da morte (Fp 2.8). Jesus nos deu o
exemplo: “ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado” (Mt 28.20 ver ainda Fp 2.6-8). O livro de Atos mostra os
apóstolos no cumprimento dessa palavra (At 2.42; 4.1,2:5.21,28).
3. O
discípulo de Cristo precisa ter amor por outros discípulos (Jo 13.34-35).
A
Bíblia ensina que o amor por outros crentes é a prova de que somos membros da
família de Deus (1Jo 3.10). O amor é definido (1Co 13.1-13). Somos instruídos a
pensar mais nos outros do que em nós mesmos e a cuidar dos seus interesses (Fp
2.3-4).
4. O
discípulo de Cristo precisa fazer outros discípulos (Mt 28.19-20).
A
expressão: “Ide, portanto, fazei discípulo”. Em algumas traduções
dizem: “ensinai todas as nações”. O fazer discípulos envolve, em
primeiro lugar, a necessidade do evangelismo ou da pregação do evangelho; mas
também subentende um exercício de treinamento e orientação: “Admoestando
a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que
apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo” (Cl 1.28).
CONCLUSÃO
Deus
tem interesse no bem-estar social e espiritual do ser humano. Isso vale para
igreja e para a sociedade. A educação com base nos princípios cristãos é
importante porque, além dos valores espirituais, contribui na construção de uma
sociedade civilizada. A base dos valores morais e espirituais é a Bíblia
REFERÊNCIAS
Ø CIDACO, J. A. Um grito
pela vida da igreja. RJ: CPAD, 1996.
Ø MELLO, C. Manual do
discipulador cristão. RJ: CPAD, 2004.
Ø PHILLIPS, Keith. A
formação de um discípulo. VIDA. 2010.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal para Juventude. RJ: CPAD, 2018.
Ø MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia
da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1.2010.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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