Ap 17.1-6
INTRODUÇÃO
Neste terceiro trimestre do ano, estudaremos sobre A
Igreja de Cristo e o Império do Mal: Como viver neste mundo Dominado Pelo
Espírito da Babilônia. Serão treze lições que tratam sobre os desafios
da Igreja nos dias atuais. E, nesta primeira lição, estudaremos sobre A
igreja Diante do Espírito da Babilônia. Nesta aula introdutória,
traremos as definições dos principais termos descritos no tema da lição;
explicaremos o significado do texto da leitura bíblica em classe; e,
finalmente, explicaremos qual deve ser a nossa atitude diante dos desafios
impostos pelo espírito da Babilônia.
I. DEFINIÇÕES E EXPLICAÇÃO DO TEMA
1. O que é
a Igreja.
“A palavra grega no Novo Testamento para igreja é ‘ekklesia’,
que significa ‘uma assembléia de chamados para fora’. O termo aplica-se a: 1)
Todo o corpo de cristãos em uma cidade (Atos 11:22; 13:1); 2) Uma
congregação (1Cor. 14:19,35; Rom. 16:5); 3) Todo o corpo de crentes na
terra (Efés. 5:32). A Igreja, portanto, é uma reunião de pessoas chamadas do
mundo, as quais professam e provam submissão ao Senhor Jesus Crsito” (PEARLMAN,
2006, p. 342,343). No contexto desta lição, o termo “Igreja” aplica-se ao corpo
de Cristo (Cl 1.24), ou seja, a reunião de todos os salvos espalhados pelo
mundo (Ef 1.22; 3.10,21; 5.23-32; Fp 3.6; Cl 1.18; I Tm 3.5; 3.15; Hb 12.23).
2. O que é
a Babilônia.
“A Babilônia foi uma importante cidade-estado situada na
região da Mesopotâmia. Historicamente, surgiu por volta do século XIX a.C.,
sendo considerada como o berço da civilização nas áreas políticas e culturais,
sociais e econômicas [...] A Bíblia menciona a Babilônia cerca de 200 vezes.
Essas menções, na maioria das vezes, referem-se a “antiga cidade-estado situada
em ambas as margens do rio Eufrates na terra de Sinar, distante cerca de 1.500
quilômetros de Jerusalém, fundada pelos descendentes de Cuxe e do seu filho,
Ninrode (Gn 10.8-10). A Bíblia também identifica esse local como a Terra de
Sinar (Gn 10.10; Gn 11.2; Is 11.11) e também como a Terra dos Caldeus (Jr 24.5;
Jr 25.12; Ez 12.13)” (BAPTISTA, 2023, p. 10). O termo “Babilônia” mencionado nesta lição, não se refere a antiga cidade
que foi o berço da civilização, nem ao grande império babilônico, onde os
judeus foram levados cativos, mas, ao simbolismo que ele representa, como
veremos a seguir.
3. O que
vem a ser o espírito da Babilônia.
O termo “espírito da Babilônia” diz respeito a todo tipo de
crenças e de práticas que vão contra os princípios estabelecidos na Palavra de
Deus, ou seja, perversões, imoralidades, idolatrias, ocultismos, ideologias e
heresias. Ou seja, o “espírito da Babilônia”, encabeçado pelo Diabo (Ef 6.11;
Tg 4.7; I Pe 5.8), que é descrito na Bíblia como o “deus deste século” (II Co
4.4), “príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11); e “príncipe das
potestades do ar” (Ef 2.2) faz uso de todos os meios possíveis: educação,
política, cultura, religião, filosofia, tecnologia e ideologias, para se opor a
Deus e a Sua Palavra (Rm 1.21-25; Ef 6.12; Cl 2.8,18; II Tm 4.3,4). O “espírito
da Babilônia” é, na verdade, um sistema político e ideológico, dominado pelo
reino das trevas, que se opõe diuturnamente a Deus e à Sua Igreja. Trata-se,
portanto, de desafios de proporções mundiais, que todo salvo enfrenta em seu
dia-a-dia.
II. O SIGNIFICADO DE APOCALIPSE 17.1-6
O capítulo 17 do Apocalipse descreve a visão de João acerca
da queda de Babilônia. Trata-se de um evento escatológico, que ocorrerá no
período da Grande Tribulação, mas, que foi escolhido como Leitura Bíblica em
Classe desta Lição, por descrever claramente um sistema político-religioso,
utilizado pelo Diabo, para enganar a humanidade e distanciá-la de Deus, como
veremos a seguir:
1. “...
Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre
muitas águas” (Ap
17.1).
Esta “grande prostituta” mencionada no texto refere-se a uma
falsa religião. “A Bíblia frequentemente usa termos de imagens de adultério e
prostituição para descrever a adoração de deuses pagãos, ou outros tipos de
infidelidade ao Deus verdadeiro, incluindo a rebelião (vide Is 1.21; Jr 3.9; Ez
16.14-18,32; Tg 4.4). Consequentemente, muitos entendem este termo como
figurativo em relação ao aspecto religioso de Babilônia, que inclui todas as
falsas religiões, seitas e igrejas apóstatas” (HORTON, 2016, p. 228). Não se
trata, portanto, de uma prostituta no sentido literal, e sim, a um sistema
religioso cujo objetivo é propagar heresias e conduzir a humanidade a uma falsa
adoração. As “muitas águas” mencionadas no texto refere-se a povos e nações,
conforme (Ap 17.15).
2. “Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que
habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição” (Ap 17.2).
Este texto se refere ao alcance desse falso sistema
religioso, que influenciará, não apenas os reis, ou seja, governadores,
presidentes, ministros, etc., mas, também, os moradores da terra, ou seja,
cidadãos comuns. Significa dizer, então, que este sistema religioso atingirá
todas as classes sociais. Quando o texto diz que os reis e os moradores da
terra: “se embebedaram com o vinho da sua prostituição” refere-se
a propagação das heresias, ou seja, os falsos ensinos e falsas doutrinas
pregadas e ensinadas pelo falso sistema religioso (II Tm 4.3; II Pe 2.1).
Significa dizer então que Satanás, através da falsa religiosidade imposta pelo
“espírito da Babilônia” cegará o entendimento dos incrédulos (II Co 4.4),
afastará muitos cristãos da simplicidade do evangelho (II Co 11.3) e enganará a
muitos através dos espíritos enganadores e das doutrinas de demônios (I Tm
4.1).
3. “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher
assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de
blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres” (Ap 17.3).
Esta mulher assentada sobre a besta é a mesma do versículo 1, sendo que, o primeiro versículo fala de sua ação
entre as nações, e este, aponta para sua influência no futuro governo do
Anticristo. “Essa fera em que a mulher está montada é a besta que saiu do mar
(Ap 13.1). Trata-se do Anticristo, que, pelo poder de Satanás, faz oposição a
Cristo (2 Ts 2.4,9,10). Ele profere blasfêmias em consciente repulsa ao
senhorio de Cristo (Ap 13.6; 17.3b). As suas sete cabeças e dez chifres
simbolizam os poderes do mundo e a sua força política (Ap 17.3c,10,12). A união
entre o cavaleiro (grande prostituta) e a montaria (besta) simbolizam a nefasta
força do sistema religioso, econômico e político do espírito da Babilônia”
(BAPTISTA, 2023, p. 13). E, embora o texto esteja se referindo a um tempo
futuro, podemos dizer que o “espírito da Babilônia” que está presente no mundo,
caminha para uma perfeita harmonia entre o falso sistema religioso e o sistema
político e econômico.
4. “E a mulher
estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras
preciosas, e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e
da imundícia da sua prostituição” (Ap 17.4).
“A grande meretriz
está vestida de púrpura e de escarlata, cores de realeza e de grandeza nos
tempos bíblicos (Jz 8.26; Dn 5.7; Na 2.3). Tais tinturas eram extremamente
caras e somente acessíveis aos ricos. Sua roupa e adornos de ouro, pedras
preciosas e pérolas são indicações da prosperidade que o mundo sempre procura;
simbolizam as riquezas e o poder do presente século. Sua beleza, porém, é apena
superficial. O cálice de ouro da mulher pode ter bela aparência exterior, mas
por dentro acha-se transbordante de abominações e de imundícias, que são sua
corrupção moral e religiosa. Em lugar de oferecer ao mundo o cálice da salvação
e do sofrimento por amor a Cristo, apresenta o cálice de satisfação carnal e de
tudo quanto é abominável a Deus” (HORTON, 2016, p. 231).
5. “E, na sua
testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições
e Abominações da Terra” (Ap 17.5).
“Após descrever a
grande prostituta, João desvenda o nome dessa meretriz: MISTÉRIO, A GRANDE
BABILÔNIA (Ap 17.5a). Nesse aspecto, frisa-se que a palavra grega mysterion,
utilizada por João, significa segredo ou doutrina secreta. Esse termo assinala
alguma verdade divina que esteve oculta e passou a ser conhecida. Assim sendo,
o termo ‘mistério’ indica que o nome Babilônia não é meramente um local
geográfico, mas, sim, um simbolismo” (BAPTISTA, 2023, p. 13). “O nome Babilônia
provém de Babel, que simboliza a religião falsa, a feitiçaria, a astrologia, e
a rebelião contra Deus (Gn 10.8-10; 11.4; Is 47.13)” (STAMPS, 1995, p. 2004). A
Babilônia é descrita ainda como a mãe das prostituições e abominações da Terra,
o que significa dizer que este sistema político religioso é o principal
responsável pela propagação de heresias, apostasia, vãs filosofias e todo tipo
de perversões e imoralidades.
6. “E vi que a
mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de
Jesus” (Ap 17.6). Como se não
bastasse as suas prostituições e abominações, a mulher também estava embriagada
com o sangue das testemunhas de Jesus. As testemunhas a que João menciona no
texto, diz respeito aos cristãos que foram mortos desde os primórdios da era
cristã (At 7.59,60; 8.1; 12.2; Hb 11.36,37). Durante o seu ministério, Jesus
preveniu os discípulos acerca das perseguições (Mt 5.10-12; 10.23; Lc 21.12; Jo
15.20). Ele afirmou que chegaria ocasião em que qualquer que perseguisse ou
matasse um dos seus seguidores, pensariam que estariam fazendo uma obra para
Deus (Jo 16.1-3). E, após a sua morte e ressurreição, os discípulos foram
presos (At 4.1-3; 5.17,18; 9.1,2,14; 12.3; 16.19);
foram açoitados (At 5.40; 16.22,23; 22.19-25);
e foram apedrejados e mortos (At 7.58,59;
12.2). Mas, profeticamente falando, o texto de
(Ap 17.6) aponta para os cristãos que sofrerão perseguições no período da
Grande Tribulação, que será marcado por uma grande perseguição contra a fé
cristã (Ap 6.9,10; 7.9-14; 13.7,15).
III. A NOSSA ATITUDE DIANTE DOS DESAFIOS PROMOVIDOS PELO ESPÍRITO
DA BABILÔNIA
- Batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd 3; II Tm 4.7,8; I Jo 5.4);
- Viver em constante oração (Rm 12.12; Ef 6.18; I Ts 5.17);
- Viver em santidade (Hb 12.14; I Pe 1.15,16);
- Ler, meditar e obedecer incondicionalmente a Palavra de Deus (Sl 1.1-3; Js 1.6-9; Jo 17.17; Ef 6.17);
- Pregar e ensinar a Palavra de Deus (Mt 28.19,20; Mc 1.15; At 1.8; I Tm 4.13);
- Aguardar a volta de Jesus em vigilância (Mt 24.36-44; Mc 13.32-37).
CONCLUSÃO
Como
pudemos ver, o “espírito da Babilônia” está presente no mundo em todas as
esferas da sociedade: na política, na economia, na falsa religiosidade, na
filosofia, nas ideologias, além de outras. Assim como Deus preparou o mundo
para receber o Messias, o Diabo está preparando o mundo para receber o
Anticristo. Devemos, então, batalhar pela fé, vivendo em santidade e oração,
lendo e praticando a Palavra de Deus, aguardando Jesus voltar a qualquer
instante.
REFERÊNCIAS
Ø BAPTISTA,
Douglas. A Igreja de Cristo e o
Império do Mal. CPAD.
Ø LADD,
George. Apocalipse: Introdução e
Comentário. VIDA NOVA.
Ø HORTON,
Stanley M. Apocalipse: As coisas que
brevemente devem acontecer. CPAD.
Ø PEARLMAN,
Myer. Conhecendo as Doutrinas da
Bíblia. VIDA.
Ø SILVA,
Severino Pedro da. Apocalipse
versículo por versículo. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação.