sábado, 30 de setembro de 2023

LIÇÃO 01 – A GRANDE COMISSÃO: UM ENFOQUE ETNOCÊNTRICO

 
 
 
 
 
Mt 28.19,20; Mc 16.15-18
 
 
 
INTRODUÇÃO
Finalizaremos o ano com um tema extremamente necessário para os dias atuais; a obra missionária. Infelizmente muitos tem esquecido que seu papel enquanto igreja ainda é levar o ide a toda a criatura. Sabemos dos grandes desafios, dificuldades e principalmente do esfriamento em muitas vidas, mas essas barreiras nunca tiveram forças para deter a Igreja. Na aula de hoje conheceremos de forma introdutória a temática deste trimestre abordando a importância das missões transculturais e sua importância nesta última hora da Igreja de Cristo aqui na terra.
 
 
I. DEFINIÇÕES IMPORTANTES
1. Grande Comissão.
Em linhas gerais, a grande comissão é a ordenança dada por Jesus à Sua Igreja com o fim de levar as boas novas de salvação, a todos os povos, em todos os lugares, em todas as línguas a fim de alcançá-los para o reino de Deus (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22; At 1.8). A Grande Comissão tem seu enfoque na vida das pessoas, envolvendo o aspecto espiritual, apontando para uma vida de reconhecimento do pecado e o arrependimento para que possam participar do reino de Deus. “A grande Comissão preocupa-se, principalmente, com a expansão da Igreja no universo dos que ainda não pertencem a Igreja, quem quer que seja, e onde quer que esteja” (GABY, 2023, p. 8).
 
2. Etnocêntrico.
O etnocentrismo é a inclinação a considerar a sua própria raça ou grupo social como o centro da cultura. Tal pensamento constitui-se uma barreira para que muitos possam levar, ou mesmo, receber o Evangelho.
 
 
II. A IGREJA E SUA MISSÃO
Segundo Horton (2006, pp. 299, 300) “a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. Cristo entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do dom do Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus”. Para Pereira (2023, p. 101) “o sermão profético anunciado por Jesus revela o que ocorrerá antes do fim de todas as coisas. Porém, na descrição do caos social e das catástrofes naturais que sobrevirão como sinais deste fim, Jesus visualizou a Igreja cumprindo sua tarefa: “...este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo...” (Mt. 24.14). A diferença está nessa realidade! Pois o mundo continuará descaído, mas a Igreja permanecerá como arauto de Deus”. Sendo assim acreditamos que precisamos relembrar alguns conceitos fundamentais que nos fazem IGREJA, pois Ela representa a responsabilidade da Igreja em promover o reino de Deus em meio à sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a Igreja deve utilizar todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus.

 
1. A Igreja existe para evangelizar.
Acerca de um dos propósitos pelo qual a igreja existe, afirmou o apóstolo Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A Igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente delas é a que justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização. Segundo Horton (2006, p. 300), “na adoração, a Igreja volta-se para Deus; na edificação, atenta (corretamente) para si mesma; e, evangelização, a Igreja focaliza o mundo”.
 
2. A Igreja é ordenada a evangelizar.
A palavra “ordenar” segundo o Aurélio significa: “mandar, decretar”. A tarefa de evangelizar é uma ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt 28.19; Mc 16.15). “A ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja, o direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para crerem no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da vida eterna” (GILBERTO, 2008, p. 418).
 
3. A Igreja se realiza evangelizando.
Pedro não podia deixar de falar daquilo que tinha visto e ouvido, mesmo sofrendo afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20; 5.40-42). Paulo tinha a evangelização como uma obra que lhe foi imposta (I Co 9.16). Ele se realizava em pregar o evangelho ainda que lhe custasse à vida (At 20.24). “O verdadeiro movimento pentecostal, missionário, ora pelas missões; contribui para as missões; promove as missões! É um movimento que vai ao campo missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser evangélica” (GILBERTO, 2008, p. 184).
 
4. A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar.
Como a Igreja poderá crescer em número senão evangelizar? Sua existência depende da prática da evangelização, do contrário não irá perdurar. No livro dos Atos dos apóstolos, percebemos claramente os apóstolos inflamados pelo poder pentecostal, pregando o evangelho e o pequeno grupo de quase cento e vinte discípulos aumentando de forma extraordinária. Na primeira pregação do apóstolo Pedro, por ocasião do Pentecostes, quase três mil almas se decidiram por Cristo (At 2.41). Já na segunda mensagem mais de cinco mil pessoas se converteram (At 4.4). O relato de Lucas disse que a igreja tinha um crescimento extraordinário, porque o evangelismo se tornara uma prática constante (At 5.14,42).
 
 
III. A IMPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO DA GRANDE COMISSÃO
1. Entendendo o propósito da grande comissão.
Para Pereira (2023, p. 154); “A proclamação das Boas Novas visa anunciar o comunicado divino ao coração de toda humanidade através de uma mensagem fundamentada pelas Escrituras Sagradas. Essa pregação Bíblica, que teve Jesus e os apóstolos como paradigma para as demais gerações de mensageiros, revela que o nosso Senhor e Salvador não morreu por alguns, mas por todos os homens (Jo. 3.16), e que, através do seu sacrifício, manifestou a vontade do Pai, que quer a salvação de todas as pessoas” (2Tm. 2.4).
 
2. As barreiras que a grande comissão precisa vencer.
Um olhar atento a esta declaração deve-nos levar a seguintes perspectivas: Existem muitas barreiras que precisam ser transpostas para que possamos alcançar o que Jesus pretendia com a grande comissão: o Pastor Gaby nos lembra (2023, p. 12). Existem barreiras complexas para a evangelização do mundo que a Igreja precisa conhecer e estar preparada para realizar a sua tarefa missional: 
a) Barreiras geográficas novas nações e cultura;
b) Barreiras culturais valores de vida, costumes e hábitos;
c) Barreiras econômicas diferenças de moeda e comercio;
d) Barreiras linguísticas as línguas do coração;
e) Barreiras religiosas islamismo, ateísmo, manteríamos, secularismos etc.
 
3. Esta é a nossa maior tarefa na atualidade.
O Senhor nos ordenou pregar o evangelho, pois Ele quer que a mensagem da salvação alcance a toda criatura (Mc 16.15), todas as nações (Mt 28.19), todo o mundo (Mc 16.15), todas as aldeias (Mt 9.35), todos os lugares (At 17.30). Todos os crentes, sem exceção, receberam esta incumbência do Senhor (Mt 10.8; 1Pe 2.9). Evangelização não é uma tarefa entregue apenas a liderança da Igreja, e nem a um grupo de cristãos, mas, a todos os salvos (Mt 28.19,20; At 1.8). Portanto, todo aquele que foi alcançado por tão grande salvação, deve falar de Cristo aos pecadores. O próprio Jesus disse: “[...] de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8).
 
 
IV. MISSÕES TRANSCULTURAIS
1. O real sentido de missões.
A palavra “missão” vem da expressão latina “missione”, que se originou por sua vez do verbo “mittere,” que significa: “ação”, “tarefa”, “ordem”, “mandado”, “compromisso”, “incumbência”, “encargo” ou “obrigação de enviar missionários”. No grego, corresponde à palavra “apostello” que, em português, é “apóstolo” e significa “alguém enviado por ordem de outrem para realizar uma tarefa” (PAULA, 2006, p. 11).
 
2. O que vem a ser uma missão transcultural?
Para entender melhor a ideia de transculturalindade, precisamos definir primeiro o que é cultura. Paul Hiebert ao conceituar o termo cultura, diz que ela é o: “sistema mais ou menos integrado de ideias, sentimentos, valores e padrões associados do comportamento e de produtos, compartilhados por um grupo de pessoas que organiza e regulamenta o que pensa, sente e faz” (HIEBERT, 1999, p. 30). “Em linhas gerais, portanto, missões transculturais é transpor uma cultura para levar a mensagem do Evangelho. Essa mensagem não pode restringir-se a uma só cultura, mas tem alcance abrangente em todos os quadrantes da erra, onde quer que haja uma etnia que ainda não tenha ouvido” (GABY, 2023, p. 10).
 
3. O propósito divino nas missões.
Desde o início, a proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os homens indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). Mas, o sentimento ultranacionalista dos judeus fechou seus olhos a esta realidade de que, Deus os levantou a fim de serem uma nação evangelizadora para todos os povos (Is 42.6; 49.6; Rm 2.17-20). A vinda do Messias, no entanto, mostrou claramente que, Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9). É necessário entender que: 
a) Deus amou o mundo e não apenas uma classe de pessoas (Jo 3.16);
b) o sacrifício de Jesus não alcança apenas um povo (Jo 1.29; 1Jo 2.2);
c) sua graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6);
d) a ordem de levar as boas novas de salvação é extensiva até aos confins da terra (At 1.8).
 
4. A missão da igreja.
Missões é o trabalho de proclamar o evangelho a quem ainda não conhece. Todo o crente deve ter um desejo ardente por missões, pois o próprio Deus dentro das Escrituras fez isso ao longo do Antigo e do Novo testamento. Enquanto ainda estava aqui na terra, Jesus enviou seus discípulos para pregar o evangelho a todos os povos da terra (Marcos 16:15). Essa é a grande missão da igreja, que continua até hoje.
 
 
CONCLUSÃO
Esta missão que tem por objetivo proclamar o evangelho, seguida da mensagem de fé e arrependimento visando o homem em sua plenitude. Ela representa a responsabilidade da Igreja em promover o reino de Deus em meio à sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a Igreja deve utilizar todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus. Que você e eu sejamos despertados para esta tão grande obra. Jesus está voltando, precisamos anunciar isto ao mundo inteiro. 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  GABY, Wagner. Até os confins da Terra. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.
Ø  HILBERT, Paul. O Evangelho e a diversidade de culturas. VIDA.
Ø  HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  PAULA, Oséas. Manual de missões. CPAD.
Ø  PEREIRA, Shostenes. Fundamentação Bíblica para a Evangelização. BEREIA. 

Por Rede Brasil de Comunicação.



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