2Ts 2.1-12
INTRODUÇÃO
Nossa
base é fundamental para suportarmos os ataques diuturnos a nossa fé. E quanto
mais o tempo passa, a operação das forças da “Babilônia” tentam a todo o custo
destruir nossas convicções para que fiquemos a mercê das ideologias propostas
por eles. Hoje estudaremos a importância de não apenas ter tais convicções, mas
antes cultivá-las, para assim continuar crescendo na graça e no conhecimento de
Cristo Jesus.
I. DEFINIÇÕES IMPORTANTES
1. Cultivar
- tratar a terra, revirando-a, regando-a, etc; lavrar, amanhar,
plantar com cuidados especiais, promover o desenvolvimento de (sementes,
espécies vegetais, suas flores ou frutos. (HOUAISS, 2001, p. 887);
2.
Convicção - Crença ou opinião firme a respeito de algo, com base em provas
ou razões íntimas, ou como resultado da influência ou persuasão de outrem;
convencimento. (HOUAISS, 2001, p. 826).
II. POR QUE É NECESSÁRIO REAFIRMAMOS NOSSAS CONVICÇÕES?
Os
padrões humanos mudam conforme as tendências dos valores morais da sociedade.
Com o passar do tempo tem havido uma verdadeira “involução” no
que diz respeito a ética, a moral e os bons costumes. Segundo Grenz (2016, p.
12) “há um consenso entre muitos observadores sociais de que o mundo ocidental
está em meio às transformações. Na verdade, tudo indica que estamos fazendo a
travessia da era moderna para a pós-moderna”. Paulo previu isso quando falou
sobre o fim dos tempos, asseverando que as coisas se tornarão piores à medida
que o fim se aproximasse: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
sobrevirão tempos trabalhosos” (2Tm 3.1). “Da expressão 'tempos
trabalhosos', no grego, temos o adjetivo 'chapelos', que
significa 'difícil', 'árduo', dando a entender um
período de 'tensão', de 'maldade'; serão tempos
difíceis de suportar, perigosos e problemáticos para a igreja em geral”
(CHAMPLIN, 2014, p 502 – acréscimo nosso). Vejamos algumas características da
pós-modernidade e o posicionamento bíblico quanto a elas:
1. A
negação dos absolutos.
Segundo
Grenz (2016, p. 28), “os pós-modernos questionam o conceito de verdade
universal. Eles olham para além da razão e dão guarida a meios não racionais de
conhecimento, dando às emoções […] uma posição privilegiada”. Nancy (2000, p.
44) acrescenta que “pós-modernistas, são céticos, senão ressentidos, com
relação a valores morais absolutos”. Eis por que a Bíblia Sagrada se faz tão
necessária à raça humana, pois é um livro que trata com valores absolutos, pois
absoluto Ele é (Dt 32.4; Sl 31.5; Jo 14.6; 17.17; Jo 16.13).
2. A
relativização dos valores.
Há
quem defenda que valores éticos e morais sejam relativos ao tempo, lugar,
cultura ou há um grupo. Ensinam que nada é certo e nada pode ser considerado
errado. Tudo depende da subjetividade do momento. Andrade (2006, p. 318) diz
que o relativismo “é uma concepção filosófica segundo a qual nada é
definitivamente certo nem absoluto”. No relativismo não há uma fonte
transcendente de verdade moral, e podemos construir nossa própria ética e
moralidade. Todo princípio é reduzido a uma preferência pessoal. Em contraste,
os cristãos acreditam em um Deus que tem falado, que revelou um padrão absoluto
e imutável de certo e errado, na Sua Palavra (Êx 20.1-17), baseado, em última
instância, em Seu próprio caráter santo (Lv 11.45; 20.26; 1Pe 1.16).
3. A
inversão de valores.
Entende-se
por inversão de valores, a negação ou substituição dos valores absolutos
conforme descritos na Palavra de chamados para fazer a diferença, como sal da
terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Nosso formador de opinião é o Espírito da
Verdade que nos guia em toda a verdade, que é a Sua Palavra (Jo 16.13; 17.15).
III. NOSSAS CONVICÇÕES ESPIRITUAIS
Em
meio a tanto barulho no mundo, o Cristão precisa estar consciente de que sua
vida é regida por Deus, tal convicção lhe fará enfrentar as adversidades com um
olhar diferente do “homem natural”. Paulo escreveu ao
Tessalonicenses neste contexto de dor e sofrimento advindo das perseguições. O
que a Bíblia tem a nos dizer sobre como devemos usar nossa confiança em Deus em
momento como estes? Vejamos:
1.
Perseverando.
Muitos
sofrimentos que enfrentamos aqui nesta vida, têm como finalidade a manifestação
do poder da glória de Deus. O Senhor nunca falou que “nos livraria DA
fornalha, mas sim NA fornalha”. Existem alguns exemplos na
Bíblia de justos que sofreram por permissão de Deus para um propósito
determinado: José (Gn 37-45); Daniel (Dn 6.1-28); os
jovens na fornalha de fogo (Dn 3.28-30); Jó (Jó 42.117); Estêvão
(At 7.55-60; 1Pe 4.14; 2Co 12.9; Tg 4.6; 1Pe 2.20); Paulo (2Co
4.8-9; 11.16-33; Fp 3.7-11); Pedro (1Pe 2.20); e o próprio
Jesus (Is 53.1-12; Jo 15.18-21; Mc 15.3-5; At 8.32-33; 1Pe 2.20-24; Ap 5.6).
2.
Tendo esperança.
A
fidelidade a Deus não é garantia de que o crente não passará por aflições,
dores e sofrimentos nesta vida (Jo 16.33; 2Tm 3.12; Sl 34.19). Lembremo-nos do
profeta messiânico: “Quando passares pelas águas estarei contigo
[...]” (Is 43.2). O profeta ainda diz: “Não sabes, não ouviste
que o eterno Deus, o SENHOR […] dá força ao cansado, e multiplica as
forças ao que não tem nenhum vigor [...]” (Is 40. 28-31). E do salmista
quando falou: “DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem
presente na angústia” (Sl 46.1).
3.
Permanecendo firmes.
Definitivamente,
é praticamente impossível viver sem passar por crises, pois a vida é composta
inevitavelmente de dias maus: “Porém, se o homem viver muitos anos, e em
todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque
hão de ser muitos [...]” (Ec 11.8). Logo, o justo pode até vir a
abalar-se diante das crises, porém, deve permanecer firme no Senhor (Ef 6.13).
Portanto, imitemos a conduta do patriarca Jó diante das perdas que sofreu: “Em
tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1.22).
IV. NOSSAS CONVICÇÕES MORAIS
Considera-se
portador de reputação ilibada o que tem reconhecida idoneidade moral (At. 6.3).
(BAPTISTA, 2023, p.126). O conceito de idoneidade moral relaciona-se
diretamente às virtudes de respeitabilidade, de honra, de dignidade, de
seriedade e de bons costumes. (ALANO, 2019 apud BAPTISTA, 2023, p.126).
1. Uma
moral que glorifique a Deus.
Para
um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e
“sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao
viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve
ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a
vossa maneira de viver” (1Pe 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum
aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo
atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de
Deus, como afirma o apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais,
ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de
Deus” (1Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos
manter puros no corpo e no espírito (2Co 7.1; ver 1Co 7.34). Sendo assim, nosso
procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos
chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (LOPES, 2012, p. 50 –
acréscimo nosso).
2. Uma
moral que suporte o sofrimento.
Não
obstante, em Tessalônica, em meio às perseguições e lutas, Paulo e os seus
companheiros anunciaram o evangelho de Cristo com ousada confiança no Deus
Todo-poderoso (1 Ts 2.2c). Desse modo, somos igualmente encorajados a não
desfalecer na pregação do evangelho, mas, confiados em Deus, jamais recuar e
nem mesmo se atemorizar diante das ameaças de prisões ou de morte (Ap 2.10).
(BAPTISTA, p.136, 2023). Este deve ser o nosso objetivo, permanecer firmes em
um mundo de frequentes mudanças.
V. NOSSAS CONVICÇÕES SOCIAIS
Escrevendo
aos Romanos o Apostolo Paulo apresenta uma lista de ações que compõe um estilo
de vida aprovada por Deus em sociedade, e diferentemente do modelo egoísta
apresentado nos dias dele e nossos, o modelo Cristão é semelhante ao que Cristo
faria. Notemos então o que Deus espera de nós, no convivo social mantendo as
nossas convicções cristãs:
1.
Manter relações interpessoais sadias (Rm 13.9).
O
crente precisa obedecer a princípios morais estabelecidos por Deus, e isso fez
o apóstolo ter interesse em falar das relações interpessoais quando ele nos
exorta a viver de forma Ética e Moral ao dizer; “Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás
falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta
palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. O nosso
próximo dever ser o alvo de nossa real comunhão com Deus (Lc. 10. 25-37).
2.
Andarmos como filhos da luz (Rm 13.13,14).
Paulo
lista aqui seis pecados, em três pares, tratando da falta de controle nas áreas
da bebida, do sexo e dos relacionamentos. Paulo passa da vestimenta adequada ao
comportamento apropriado. A falta de controle próprio contradiz totalmente um
comportamento cristão decente (Gl 5.22; 1Tm 3.3; Tt 1.8).
3.
Amar o próximo (Rm 13.10).
Paulo
reforça o seu argumento sobre a lei do amor citando Levítico 19.18. Ele conclui
dizendo que “o cumprimento da lei é o amor". O mandamento do
amor sintetiza todos os outros preceitos que promovem as relações (Rm 13.9). O
mandamento do amor suplanta todos os 613 mandamentos da Torá. “Amarás o
teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.,30). “Um novo mandamento vos
dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós...” (Jo
15.34). “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E
nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16; ver ainda 1Jo
4.20,21).
CONCLUSÃO
A
Palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, descreve os princípios
divinos que direcionam e guiam a vida do verdadeiro servo de Deus,
independentemente de sua cultura, status social e época. Para os que desejam
agradar a Deus, devem entender a necessidade de ter como estilo de vida, a
santidade.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Claudionor de. Dicionário
Teológico. CPAD. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
Ø HAGNOS. LOPES, Hernandes dias. Comentário Expositivo 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.
Ø WYCLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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