Ef 6.10-20
INTRODUÇÃO
I. ENTENDENDO O QUE É A JANELA 10/40
1.
Definição do termo.
O
termo Janela 10/40 foi criado pelo argentino Luís Bush, em 1989, na 2ª
Conferência de Lausanne, em Manila, para fazer referência aos países do mundo
menos alcançados pelo evangelho. Nessa janela está a maioria dos países onde a
Igreja de Cristo mais sofre perseguição. É a área do mundo entre as latitudes
(ou paralelos) 10º e 40º ao norte do Equador, um espaço comparado a uma janela
retangular, do oeste da África até o leste da Ásia, incluindo o Oriente Médio e
composto de 68 países. A Janela 10/40 cobre 1/3 da área do planeta com 66% da
população mundial. Anteriormente chamada de “Cinturão da Resistência”,
constitui-se de um número expressivo de povos não alcançados pelo Evangelho. Na
região vive o maior número de povos não-evangelizados da terra e cerca de 4,75
bilhões de pessoas. É ali que estão algumas megalópoles de hoje, ou seja,
cidades com uma grande concentração urbana como Tóquio (Japão), Calcutá
(Índia), Bagdá (Iraque), Bangcoc (Tailândia) entre outras. De cada 10 pobres da
Terra, oito estão nessa região, e somente 8% dos missionários trabalham entre
eles.
2.
Entendendo a dimensão do desafio.
Anteriormente,
a lista original dos países da Janela 10/40 incluía somente aqueles com pelo
menos 50% do seu território dentro das latitudes 10º e 40º ao norte do Equador.
Estamos usando agora a lista revisada e ampliada que inclui outros países, como
a Indonésia, que estão próximos dos graus 10 ou 40 da latitude norte e que têm
uma alta concentração de povos não alcançados. Dos 50 países menos evangelizados
do mundo, 37 estão dentro da Janela 10/40. Estes 37 países compreendem 95% do
total da população destas nações menos evangelizadas. Tudo isso nos leva, sem
dúvida, a ver que a Janela 10/40 é um lugar que centraliza os povos menos
evangelizados do mundo. A janela tem em vista a maior parte das áreas do mundo
com grandes necessidades físicas e espirituais, bem como a maioria dos governos
que se opõem ao Cristianismo. Milhões de pessoas que são vítimas das
enfermidades que ainda nem foram catalogadas pela OMS, e as doenças mais
estranhas do mundo são encontradas nessa região. As grandes catástrofes
mundiais que acarretam grandes misérias e calamidades, se encontram na Janela
10/40. Na janela 10/40 reside 82% das pessoas mais pobres do planeta. Algumas
estimativas apontam que a média nacional bruta é equivalente a menos 1 dólar
por pessoa no dia.
II. PRINCIPAIS DESAFIOS DA JANELA 10/40
1. As leis que
restringem a liberdade religiosa.
No primeiro século, os
discípulos, viram-se diante do desafio de pregar a Palavra de Deus, ante as
leis que lhes foram impostas para inibi-los (At 4.17,18; 5.28). No nosso país,
ainda desfrutamos de liberdade religiosa, mas há igrejas em determinados
lugares, em específico na Janela 10/40 que não possuem mais esse privilégio. Por
que os cristãos consagrados devem se concentrar na Janela 10-40? Porque é uma
fortaleza de Satanás. Pessoas que vivem na janela 10/40 sofreram não só a fome
e a uma menor qualidade de vida comparando com o resto da humanidade, mas
também foi privado do poder do evangelho transformador, doador de vida e que
muda as comunidades.
2. O endurecimento por
parte das pessoas.
Em todo tempo houve
pessoas que se endureceram ao convite do evangelho. Nesta região é comum as
pessoas resistirem por causa de sua ignorância, miséria e principalmente
restrições para a chegada da palavra de Deus. Com a multiplicação da iniquidade
(Mt 24.12), os homens tornar-se-ão ainda mais insensíveis e resistentes a
recepção das Boas Novas. Paulo previu esse árduo tempo (2Tm 3.1-7). As
Escrituras dão uma clara compreensão pelos escritos do Apóstolo Paulo o que
realmente está acontecendo no mundo espiritual na Janela 10/40: o deus
deste século segou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus (2Co
4.4).
3. As perseguições
contra os cristãos.
Desde a sua inauguração
a igreja sofreu represálias para cumprir a sua excelente missão (At 8.1). Jesus
havia predito que seus seguidores sofreriam perseguição por sua causa (Mc
13.13; Jo 15.20,21). Atualmente, todo servo do Senhor também sofre perseguições
por propagar a sua fé, seja no trabalho, na escola, na sociedade. No entanto,
não devemos nos intimidar com tal sofrimento sabendo que nos espera um galardão
(Mt 5.10-12). É nessa faixa que se concentram os adeptos das três maiores
religiões não-cristãs do mundo: islamismo, hinduísmo e budismo. Na maioria dos
países dessa região há falta de receptividade aos cristãos e, em especial, aos
missionários que ali atuam. A liberdade religiosa, quando existe, é frágil.
III. ESTRATEGIAS PARA ALCANÇAR PAÍSES DA JANELA 10/40
Um
fato muito interessante é que encontramos as histórias narradas no Pentateuco
dentro da janela 10/40. Os primeiros povos, os primeiros idiomas, as primeiras
instituições e a formação das primeiras nações. A História Antiga foi demarcada
dentro da Janela 10/40: o berço das civilizações na Mesopotâmia até a Grécia,
com os seus respectivos impérios. A História da redenção da humanidade e o
nascimento da Igreja se deu dentro da Janela 10/40. O ministério de Jesus, as
viagens missionárias, os primeiros povos alcançados pelo Evangelho e o
derramamento do Espírito Santo. Sendo assim, esta região em certo ponto já
recebeu a mensagem, mas o que fazer hoje para que estes possam novamente
crescer na graça e no conhecimento de Cristo:
1.
Orando por estes povos.
Em
Atos 12, o autor conta-nos que, após o rei Herodes matar Tiago, irmão de João,
à espada, também prendeu Pedro. Na noite anterior ao julgamento do apóstolo, o
versículo 5 explica que “Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a
igreja fazia contínua oração por ele a Deus”. O resultado da
intercessão da igreja foi a libertação de Pedro. (...) Há poder em nossas
orações. E libertações ainda hoje ocorrem quando oramos por irmãos e irmãs
presas: “Lembrai-vos dos presos, com o se estivésseis presos com eles, e dos
maltratados, com o sendo-o vós mesmos também no corpo” (Hb 13.3) (GABY,
2023, p. 101 – grifo nosso).
2. A
ação médico-missionária.
A
missão médico-missionária traz à humanidade um evangelho apresentado de forma
prática. Sem dúvida, é um a obra pioneira que apresenta o evangelho com ações
práticas que transformam a vida das pessoas: “[...] Não necessitam de
médico os sãos, mas sim, os doentes” (Mt 9.12). Jesus reconheceu que as
pessoas doentes precisam de médicos. (...) As nações precisam muito de médicos
e de outros profissionais na área de saúde. Essa profissão abre portas, pois há
uma grande necessidade dessa missão, e o mundo está aberto para ela (Mt 10.7,8;
Mc 16.17,18) (GABY, 2023, p. 102 – grifo nosso).
3.
Contribuindo de forma financeira.
Segundo
(PEREIRA, 2023, p.132) “A Palavra de Deus nos informa que Ele aplicou os
recursos inesgotáveis da sua glória, fazendo convergir céus e terra, a fim de
que o ato salvífico operado por intermédio de Jesus alcançasse todos os homens
e, pela proclamação do Evangelho, tornasse-os inescusáveis diante de Deus”.
Esta citação deve nos fazer pensar se realmente estamos investindo em missões
como Deus investi-o.
IV. O QUE EU POSSO FAZER?
Não
podemos esquecer nosso papel como igreja. Segundo Horton (2006, pp. 299,300), “a
Igreja é uma comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. Cristo
entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do dom do
Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus”. Muitos
itens podem ser incluídos tais como: a evangelização, a adoração, a edificação
e a responsabilidade social. Mas, em se tratando especificamente da evangelização,
há cinco textos onde o Senhor Jesus comissiona seus discípulos para esta
sublime tarefa, são eles: (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22;
At 1.8). Esta missão que tem por objetivo proclamar o evangelho, seguida da
mensagem de fé e arrependimento visando o homem em sua plenitude. Ela
representa a responsabilidade da Igreja em promover o reino de Deus em meio à
sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a Igreja deve utilizar
todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus.
CONCLUSÃO
Como
Igreja, devemos estar cônscios da nossa responsabilidade aqui na terra de
proclamar as boas novas de salvação a todos os homens em todos os lugares.
Devemos utilizar dos diversos canais legítimos que dispomos, para que a
mensagem de Cristo possa alcançar o maior número de pessoas. Esta, sem sombra
de dúvida alguma, é a maior contribuição que podemos dar a nossa sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário