At 6.8,9,13,14; 8.1-4
INTRODUÇÃO
Estudaremos
nesta lição sobre os primórdios da perseguição da Igreja; pontuaremos sobre a
perseguição da Igreja ao longo da história; falaremos sobre as causas da perseguição
da igreja implantada por Paulo de Tarso; relataremos sobre as diversas áreas da
perseguição contra a Igreja na atualidade; e por fim, como a Igreja deve
enfrentar as perseguições.
I. OS
PRIMÓRDIOS DA PERSEGUIÇÃO DA IGREJA
1. A perseguição a igreja nos tempos de
Jesus.
Podemos
afirmar que desde o AT os servos de Deus sofreram perseguições (2Cr 36.16; Sl
7.1,2; 31.14-16; 119.157; 142.6,7; Mt 5.12; 23.34,37; Lc 13.34). A prisão,
condenação e morte de Jesus resultaram das perseguições das autoridades
religiosas de Jerusalém. Podemos afirmar que as perseguições a Igreja começaram
muito antes de Paulo: “E os escribas e príncipes dos sacerdotes,
tendo ouvido isso, buscavam ocasião para o matar [...]” (Mc 11.18).
Durante o seu ministério aqui na terra, o Senhor Jesus advertiu seus discípulos
que chegaria a hora em que qualquer pessoa que os perseguissem, e os matassem,
pensariam estar fazendo um serviço à Deus (Jo 16.1,2 ver ainda Mt 10.34;
26.3,4; Jo 5.16; 15.18,19; 1Pe 4.14; Ap 1.9; 2.10). A Bíblia nos afirma que as
autoridades judaicas perseguiam Jesus (Mc 11.18).
2. A perseguição alcançou os discípulos de
Jesus.
Já no
seu primeiro discurso público, o Senhor Jesus exclamou sobre as perseguições
(Mt 5.10-12; 24.9; Mc 10.29,30; Lc 6.22; Jo 15.18-21; 17.14,15). Jesus foi
muito transparente ao afirmar que as perseguições são uma realidade na vida de
quem abraça o seu evangelho: “Acautelai-vos, porém, dos homens; porque
eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; E sereis
até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim [...]”
(Mt 10.17,18,22,23a). Ele fez questão de avisar aos seus discípulos quanto as
grandes perseguições que enfrentariam: “[...] se a mim me perseguiram, também vos
perseguirão a vós [...]” (Jo 15.20). A igreja de Cristo não está imune
às perseguições: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão
perseguições” (2Tm 3.12 ver ainda Mt 5.44; 2Co 4.8,9; 12.10; Hb
11.36-38; 13.3; 1Pe 4.14). Já no seu primeiro discurso público, o Senhor
exclamou: “bem-aventurados os que sofrem perseguições por causa da justiça, porque
deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa”
(Mt 5.10,11). Jesus foi transparente ao afirmar que as perseguições são uma
realidade na vida de quem abraça o evangelho. No entanto, para quem suporta
tais perseguições é o reino dos céus (Mt 10.16,22; Jo 15.19,20; At 1.8).
II. A
IGREJA E A PERSEGUIÇÃO NA HISTÓRIA
As
perseguições à Igreja não ficaram no passado. Este sistema, que jaz no maligno,
tudo faz por sufocar a Noiva do Cordeiro.
- Na era apostólica. A Igreja era perseguida pelo judaísmo (At 4), e pelos romanos (At 8.1).
- Durante o império romano. Diversas foram as perseguições aos cristãos nestes tempos, fato, aliás, descrito em Ap 2.10 na narrativa da carta a Igreja de Esmirna, que falava da perseguição de “dez dias”, interpretados pelos estudiosos da Bíblia como sendo dez períodos, em que os imperadores romanos massacrariam os cristãos que vai desde Nero à Diocleciano.
- Na idade média. Muitos cristãos autênticos foram perseguidos e mortos. A Inquisição levou muitos à forca, ou à fogueira, diante do papa, com o apoio dos imperadores coroados de Roma.
- Na idade moderna. A começar com o Iluminismo, com o avanço das ciências, das letras, das tecnologias, a igreja sofreu outros tipos de perseguição. No último século, foram martirizados mais cristãos do que em todos os séculos anteriores.
- Na idade contemporânea. A Igreja convive com duas realidades: a de perseguida nos moldes do primeiro século nos países totalitários revestidos do ideal comunista e a perseguição velada verificada em países “democráticos”.
III. CAUSAS
DA PERSEGUIÇÃO DA IGREJA POR PAULO DE TARSO
1. Por causa da sua religiosidade.
Ele
mesmo declara que havia sido: “blasfemo, perseguidor e opressor”
(1Tm 1.13), ele “assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e
mulheres, os encerrava na prisão” (At 8.3). Por ser fariseu (At 23.6;
26.5), amava o judaísmo e odiava tudo que ameaçava sua existência (Fp 3.6). Por
esta razão, via os discípulos de Jesus como inimigos, tornando-se, segundo ele
mesmo, perseguidor da Igreja (Fp 3.6). Em Atos 26 ele confessa ter sido
opositor do nome de Jesus (v. 9), carrasco de muitos santos (v. 10), violento
(v. 11a), furioso (v. 11b) e perseguidor implacável (v. 11c). Vale salientar
que ele perseguia o próprio Jesus, ao hostilizar a Igreja (v. 14). Paulo não
castigava apenas fisicamente, mas ele também empregava a tortura psicológica
para induzir suas vítimas a confessarem o que não queriam (At 26.10,11).
2. por causa do seu radicalismo.
Paulo
se tornou um instrumento nas mãos dos sacerdotes e anciãos para perseguir a Igreja
(At 22.5). Paulo entendia que, cometendo essas barbáries, atos de selvageria e
crueldade, ele estaria defendendo a fé judaica e libertando-a dos hereges. No
texto de 1 Coríntios 15.9, o apóstolo Paulo diz que “perseguiu a igreja de Deus”.
Ele era admirado por sua nação (Gl 1.14), por sua paixão nacionalista e denodo
em combater o cristianismo (At 9.21; 22.5). Paulo era um grande perseguidor da
fé cristã: “sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a devastava” (Gl
1.13), sendo autorizado a arrastar os crentes de onde estivessem para serem
julgados, açoitados e até mortos (At 9.2,14; 22.5; 26.10,11).
3. Por
causa da sua ferocidade.
Paulo era como um animal selvagem em busca de uma
frágil presa. Em suas próprias palavras, em Atos 26.11, ele diz que estava “demasiadamente enfurecido”. Seu
coração estava possuído pelo ódio: “E
Saulo, respirando ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor [...]”
(At 9.1). O temor de Ananias: “eu sei
das terríveis coisas que esse homem vem fazendo aos santos em Jerusalém”
(At 9.13) refletia o temor dos crentes a pessoa de Paulo: “E todos os que o ouviam estavam atônitos
[...]” (At 9.21). Os irmãos sabiam da sua participação na morte de
Estevão: “E, expulsando-o da cidade, o
apedrejaram [...]” (At 7.58), ele mesmo confessou sua participação (At
22.20). A igreja conhecia os males que esse homem violento fazia à fé dos
crentes (At 26.11), das prisões, açoites e mortes decorrentes das suas ações
(At 22.19).
4. Por
causa da sua cegueira espiritual.
Paulo, no auge da sua ignorância espiritual, se
tornou uma bandeira para os perseguidores da Igreja (1Tm 1.12-14). Como um
fariseu fanático, tinha a convicção de que a sua missão era acabar com a fé
cristã (At 7.58), perseguindo, matando e prendendo os crentes (Gl 1.13,14). Sua
postura autoritária e arrogante o fazia ser violento, usando grande força
contra homens e mulheres, sem qualquer compaixão acreditando que estava agindo
corretamente: “Segundo o zelo,
perseguidor da igreja [...]” (Ef 3.6a). Ele imaginava piamente que, com
esse comportamento, estava agradando a Deus (At 26.9-11) e, por isso, não via
problemas algum fazer isso em nome de Deus (At 9.2).
IV. DIVERSAS ÁREAS DA
PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA NA ATUALIDADE
Na maioria dos países do mundo, a Igreja não sofre
mais com a fogueira, forca, entretanto, há outros tipos sutis de perseguição,
que de igual modo tenta impedir o avanço da igreja, são elas:
1. A
perseguição jurídica e institucional.
Autoridades, jornalistas, intelectuais, professores
e artistas muitas vezes exigem que os cristãos não tenham o direito de
expressar os seus valores, opiniões, princípios e doutrinas em qualquer espaço
da sociedade, e há muitas vezes uma violação aos direitos mais básicos do ser
humano quando é cerceado o direito de expressão. Na esfera institucional têm
sido criadas leis e outros métodos para impedir o avanço da igreja, sendo
proibida em vários aspectos a liberdade de expressão por parte dos cristãos (At
4.18).
2. A
perseguição ideológica e moral.
A perseguição a partir dos valores morais se
caracteriza sobretudo pela rejeição dos princípios cristãos (Rm 1.18-32; Ef
5.8,15); pela legalização dos comportamentos imorais (2Tm 3.1-7; 1Co 6.9-10);
e, pela demolição dos valores absolutos (Rm 1.18-32; 1Tm 4.1-4).
3. A
perseguição cultural e acadêmica.
Além da perseguição tradicional aos cristãos, há a
perseguição mais sofisticada, que se dá no campo cultural na: a) música: quando
há um estímulo ao consumo de drogas, ao amor livre, à prostituição e ao escarnecimento
do Cristianismo; b) na literatura: através de livros que tentam minar o
cristianismo buscando destruir o avanço da Igreja; c) na teledramaturgia: por
meio das novelas, filmes e desenhos animados que procuram destruir os valores e
a doutrina cristã; d) pela cultura popular: por meio das festas como o
carnaval, o folclore, crendices populares etc; e) pela ciência: com a teoria da
evolução, ateísmo, racionalismo, humanismo; e, f) pela arte: com sua
subjetividade abrindo espaço para as mais diversas manifestações religiosas
sincréticas, bem como o culto ao corpo.
4. A
perseguição física.
Muitos são os relatos das grandes perseguições que a
Igreja passa em países por causa de sua fé. Cristãos são martirizados, igrejas
são devastadas, missionários são forçados aos trabalhos forçados. Entretanto,
apesar da violência empregada com açoites, prisões, tortura psicológica,
apedrejamento e mortes, muitos dos discípulos fiéis a Cristo não negaram o nome
de Jesus. Nenhuma perseguição vai calar a Igreja (Mt 16.18; At 4.19,20). Apesar
de toda a violência empregada com açoites, prisões, apedrejamentos e morte,
muitos fiéis a Cristo não negaram o nome de Jesus (At 26.10).
V. COMO A IGREJA
ENFRENTA A PERSEGUIÇÃO
Assim devemos, portanto, enfrentar a perseguição:
- Evangelizando e fazendo missões. A Igreja só começou a evangelizar e a fazer missões depois da perseguição que lhe moveram as autoridades judaicas após a morte de Estêvão (At 8.4,5; 13.1-3).
- Defendendo a sua fé. Contra a perseguição cultural e institucional, a recomendação de Pedro é clara e urgente: “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15).
- Conservando sua identidade de povo de Deus. Somos perseguidos, porque somos um povo especial, zeloso e de boas obras (Tt 2.14). Enfim, representamos tudo o que o mundo odeia. Nós, luz; eles, ainda em trevas.
CONCLUSÃO
Concluímos que caso a Igreja fosse uma mera
organização humana, já teria se destruído pelas grandes perseguições. Mas, por
ser uma instituição divina, edificada pelo próprio Cristo é, por isso, que a
Igreja subsiste ao longo dos séculos e continuará a subsistir até a vinda
gloriosa de Jesus.
REFERÊNCIAS
Ø CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios.
CPAD.
Ø BALL, Charles Ferguson. A vida e os tempos do apóstolo Paulo. CPAD.
Ø BRUCE, F. F. Paulo,
o apóstolo da graça. VIDA NOVA.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø REILLY, A. J. Os
Mártires do Coliseu. O Sofrimento
dos Cristãos no Grande Anfiteatro Romano. CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação.
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