At 2.1,2,37,38
INTRODUÇÃO
Nesta lição
traremos a definição da palavra “Igreja”; discorreremos sobre sua origem,
edificação e inauguração. Elencaremos as bases teológica e bíblica de sua origem,
refletindo sobre uma das mais belas doutrinas das Escrituras, a doutrina da
igreja.
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA IGREJA
Eclesiologia é a
disciplina da Teologia que estuda a igreja, sua fundação, símbolos e missão,
conforme as Escrituras. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus (2017, p.
120) define que: “A palavra ‘igreja’ significa, literalmente, ‘chamados
para fora’ e era usada para designar ‘assembleia’ ou ‘ajuntamento’ dos cidadãos
de uma localidade na antiguidade grega”. O vocábulo igreja é formado
por duas palavras gregas: pelo prefixo “ek”, “a partir de, dentro
de” ou “para fora de”; e, “klesis”, que significa “chamada,
convocação, convite”. Literalmente quer dizer “chamados para fora”. O termo
ainda é usado para designar um “grupo local de cristãos” (Mt 18.17; At 5.11; Rm
16.1,5); ou a Igreja universal à qual todos os servos de Cristo em todos os
tempos estão ligados (At 9.31; 1Co 12.28; Ef 1.22). Podemos dizer que a Igreja
do Senhor Jesus foi fundada durante o seu ministério (Mt 16.18),
e inaugurada no dia de Pentecostes (At 2) (BERGSTÉN, 2005, p.
214).
II. A IGREJA: SUA ORIGEM,
EDIFICAÇÃO E INAUGURAÇÃO
1. Deus Pai, o
projetista da Igreja (Ef 3.1-12).
Quanto a Igreja o apóstolo diz que era um
mistério que estava oculto em Deus na eternidade, mas que foi revelado pelo
Espírito na dispensação da graça (Ef 3.3,4). “A Igreja foi, desde a eternidade,
concebida na mente de Deus. Isso, por si só, explica a sua peculiar natureza
como povo adquirido, que não se verga diante das pressões do mundo. Deus a
projetou em toda a sua dimensão divina e histórica, prevendo cada detalhe desde
a sua concepção até ser inaugurada no dia de Pentecostes, para daí seguir a sua
trajetória através dos tempos” (GILBERTO, 2008, p. 382).
2. Deus Filho, o
edificador e o fundamento da Igreja (Mt 16.18).
Quando Jesus disse
“[...] edificarei a minha igreja [...]” estava afirmando que Ele
era o edificador da igreja. A palavra “edificar” segundo o
Aurélio significa: “construir, levantar; fundar, instituir, criar” (FERREIRA,
2004, p. 714). Cristo iniciou essa obra amando a Igreja e se entregando por ela
(Ef 5.25). Ela tornou-se propriedade exclusiva do Senhor, pois Ele cumpriu
todas as exigências quanto à forma de resgatá-la (1 Co 6.20). A Igreja,
portanto, é um povo adquirido (1 Pe 2.9), cujo preço pago não pode ser avaliado
em ouro ou prata (1 Pe 1.18). Mas, além de edificá-la, a Igreja encontra-se
também alicerçada em Cristo (I Co 3.11; Ef 2.20).
3. Deus Espírito
Santo, o inaugurador e mantenedor da Igreja (At 2.1-4).
Com a ascensão
de Cristo, inicia-se o processo de inauguração da Igreja, que culminou no dia
de Pentecostes. Existem diversas opiniões sobre a inauguração da Igreja,
todavia, segundo Horton (2006, pp. 538,539), “a maioria dos estudiosos,
acreditam que as evidências bíblicas são favoráveis ao dia de Pentecostes, em
Atos 2, para a inauguração da Igreja. É fato que Lucas não emprega o termo ekklesia
no seu evangelho, mas a palavra aparece 24 vezes em Atos dos Apóstolos.
Este fato sugere que Lucas não tinha nenhum conceito da presença da Igreja
antes do período abrangido em Atos. No entanto, imediatamente após àquele
grande dia em que o Espírito Santo foi derramado sobre os crentes reunidos, Ele
desceu para inaugurar a igreja e permanecer com ela (Jo 14.17; Ap 22.17).
III. A BASE TEOLÓGICA PARA A ORIGEM
DA IGREJA
Segundo Geisler
(2010), a origem da igreja, como todas as outras doutrinas, está enraizada na
natureza de Deus e em diversos atributos de Deus:
1. A Eternidade de
Deus como base para a origem da Igreja.
Uma vez que a igreja estava
pré-determinada desde toda eternidade, sendo escolhida “antes da fundação do
mundo” (Ef.1.4), a eternidade de Deus é a âncora desta doutrina. Tendo criado o
tempo, Deus está além do tempo; consequentemente, todas as suas decisões,
incluindo a de edificar sua igreja, são eternas (Ap. 13.8; 1 Pe 1.2; Rm 828,29;
Ef 1.11).
2. A Imutabilidade
de Deus como base para a origem da Igreja.
A origem da Igreja também está
enraizada na imutabilidade de Deus, pois se ele pudesse mudar de ideia, não
haveria segurança de que a igreja que Ele escolheu antes dos tempos não seria
descartada mais tarde. Ele não pode mudar (2 Tm 2.13). A vontade eterna de Deus
também é a sua vontade imutável (Hb 6.13-15;17,18).
3. A Onisciência
de Deus como base para a origem da Igreja.
As Escrituras declaram que seu
conhecimento é infinito (Sl 139.2-4; 147.4,5; Is 40.10; Mt 6.8; 10.29,30; Hb
4.13), portanto, Ele tinha a presciência de todos os atos espontâneos futuros,
incluindo os atos espontâneos daqueles que mais tarde escolheriam (de acordo
com a sua presciência) ser parte do corpo de Cristo.
4. A
Onibenevolência de Deus como base para a origem da Igreja.
A raiz da
existência da igreja está no amor de Deus, pelo qual nós fomos eleitos em
Cristo antes da fundação do mundo, para que “fôssemos santos e irrepreensíveis
diante dele em caridade (Ef. 1.4; 5.25; Jo 10.15; 3.16).
5. A Onissapiência
de Deus como base para a origem da Igreja.
A igreja, um dos grandes mistérios
de Deus, depende da infinita sabedoria de Deus; sem ela, o grande mistério
antes oculto e agora revelado (Ef. 3.3-5; Cl 1.26,27), não teria sido possível.
Sua onissapiência se manifestou no plano redentor de Deus pelo qual Ele, sem
romper as suas promessas incondicionais a Israel, foi capaz de permitir que a
cegueira sobreviesse a Israel para que a luz do evangelho pudesse brilhar para
os gentios (Rm 11.15; 20-25; Cl 1.26,27).
6. A Soberania de
Deus como base para a origem da Igreja.
Assim como a onissapiência de Deus
planejou o grande mistério da igreja, em conformidade com a sua vontade eterna
e imutável, a sua soberania e providência serão capazes de realizá-lo. A Soberania
é o governo universal de Deus, e a providência é a maneira como ele realiza (Is
14.24,27; 55.11; Mt 16.18).
IV. A BASE BÍBLICA PARA A ORIGEM DA
IGREJA
01. O Fundamento
do AT para a igreja – Embora que, terrenamente, a igreja tenha iniciado no
dia de Pentecostes, o AT fez preparativos para ela (Gl 4.4,5).
02. O AT prediz um
tempo vindouro de bênçãos para os Gentios – A igreja envolve um mistério que
não foi compreendido no AT (Ef 3.1-5; Cl 1.26) Deus haveria de abençoar a todas
as famílias da terra através da nação de Israel (Gn 12.1-3; Is 11.10; 62.2).
03. O AT prediz a
semente espiritual de Abraão (Gn 12.1-3; Rm 4.13-16; Gl 3.7-14).
04. O AT prediz um
Novo Conserto (Jr
31.31-33; Hb 8.3; 2 Tm 1.14; Is 42.6,7; 49.28).
05. A igreja
envolveu um mistério não conhecido nos tempos do AT (Ef. 3.1-6);
06. Cristo
predisse que sua igreja seria uma instituição futura em relação ao seu tempo (Mt 16.17,18;
conf. At. 1.5; 2.1-5);
07. A Igreja
começou depois da morte e ressurreição de Cristo (At 20.28; Ef.
4.8-11; 1.22,23).
08. A igreja
começou no Pentecostes (At. 1.5; 2.1; Jo 7.39; 1Co 12.13, 27; Rm 12.5).
09. Referências
posteriores ao crescimento da igreja indicam que o Pentecostes foi sua origem (At. 5.14; 4.44;
2.470.
10. Pedro aponta o
Pentecostes como o início da Igreja (At. 11.15; 10.46).
11. Os Dons não
forma dados a Igreja antes do Pentecostes ( Ef. 4.11,12; 1 Co 12.4ss; At.
1.5,10,11).
CONCLUSÃO
Concluímos que a
igreja é uma instituição de origem divina, criada com o propósito de glorificar
a Deus, e fazer o seu reino conhecido em toda a Terra. Sua origem evidencia o
grande amor de Deus para com a humanidade Perdida, que apesar de distante de
Deus, Ele tomou a iniciativa ao enviar seu filho ao mundo, morrendo por nós,
para que mediante o mérito de Seu Filho, pudéssemos ser reconciliados por Deus.
REFERÊNCIAS
Ø
BARBOSA,
José Roberto Alves. O Cremos da Assembleia de Deus. Reflexão Editora.
Ø
BERGSTÉN,
E. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø
COSTA,
Paulo R. F. da. Manual de Doutrina das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD.
Ø
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática vol. 2, CPAD.
Ø
SILVA,
Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
Ø
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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