quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

LIÇÃO 05 - JESUS É DEUS





Jo 1.1-4; 9-14 
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos o que nos diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus do Brasil sobre os nomes e títulos divinos de Jesus, sobre sua deidade absoluta e sobre o significado da expressão “filho de Deus” aplicado a Jesus; pontuaremos o que a Bíblia diz a respeito da pessoa divina de Jesus; e por fim, analisaremos biblicamente a natureza divina de Jesus.
 
 
I. A DECLARAÇÃO DE FÉ DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL
A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil apresenta o que os assembleianos creem sobre a divindade de Jesus da seguinte forma: “CREMOS, professamos e ensinamos que o Senhor Jesus Cristo é o Filho de Deus (Jo 20.31) e o único mediador entre Deus e os seres humanos (Jo 14.6; 1Tm 2.5), enviado pelo Pai para ser o Salvador do mundo (1Jo 4.14), verdadeiro homem e verdadeiro Deus: “e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9.5)” (Soares [Org.], 2017, p. 49).
 
1. Nomes e títulos divinos de Jesus.
Há dezenas de nomes e títulos de nosso Senhor Jesus Cristo nas Escrituras Sagradas. O nome “Senhor” fala sobre a divindade de Jesus. A Septuaginta, antiga versão grega do AT, traduziu os nomes divinos hebraicos “Adonay” e “Yahweh” pelo nome grego “Kyrios”, que é “Senhor”. Dizer que Jesus é o Senhor significa reconhecer a sua divindade: “e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1Co 12.3). O nome Jesus vem do hebraico “Yehoshua” ou “Yeshua” — “Josué”, que significa “Javé é salvação”. A Septuaginta emprega “Iesous” para ambas as formas. A expressão “Iesous” é o nome do Salvador usado no NT grego, que chegou para nossa língua como “Jesus”. O nome Cristo é a forma grega do hebraico “mashiach” que significa “ungido, messias”. Assim, os nomes ou títulos “Messias” e “Cristo” são a mesma coisa: “Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)” (Jo 1.41) (Soares [Org.], 2017, p. 50).
 
2. A deidade absoluta de Jesus.
A Bíblia afirma com frequência que Jesus é Deus: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Porque nele [em Jesus] habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). As Escrituras Sagradas revelam os atributos divinos na pessoa de Jesus. Ele é eterno: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6); onipotente: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1.8); onipresente: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20); e onisciente: “Agora, conhecemos que sabes tudo” (Jo 16.30). As suas obras revelam também a sua divindade. Ele é o absoluto soberano (Ef 1.21) e criador de todas as coisas (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2). [...] Possui títulos divinos, como “Eu Sou” (Jo 8.58), o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim (Ap 21.6), e o Senhor dos Senhores (Ap 19.16) (Soares [Org.], 2017, p. 51).
 
3. O significado de “Filho de Deus”.
O epíteto “Filho de Deus”, em relação ao Senhor Jesus Cristo, significa que Ele é Deus igual ao Pai (Jo 5.17,18); trata-se de uma questão de substância ou essência (Jo 5.23,26). Isso fica ainda mais claro na expressão “Filho Unigênito”. O significado do termo na língua original revela a divindade de Cristo. O termo usado para “unigênito” no NT grego é “monogenés”, composto por dois vocábulos, “monós”, “único, só, solitário”, e “genós”, “raça, cepo, tipo” [...]. Entendemos que a palavra reflete a ideia de natureza, caráter, tipo. “Unigênito”, pois, significa o “único da espécie”, “único do tipo”. Jesus é singular, o único Filho de Deus que tem a essência do Pai. O adjetivo “unigênito” transmite a ideia de consubstancialidade; Jesus é tudo quanto Deus é. Disse Jesus: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30) (Soares [Org.], 2017, pp. 52,53).
 
 
II. O QUE A BÍBLIA DIZ A RESPEITO DA PESSOA DIVINA DE JESUS
Diversos títulos são dados a pessoa de Jesus nas Escrituras. Vejamos:
 
1. A expressão “Senhor” aplicada a Jesus.
O adjetivo Senhor do hebraico “Yahweh”, do grego “Kyrios” é “um título de reverência, pertencente a Deus, denotando-lhe o poder e a soberania sobre tudo o que existe. No AT este era o título com que os profetas nomeavam ao Deus de Israel (Jr 18.1; Ez 5.5; 5.23; Os 4.1). Já no NT o título foi conferido ao Senhor Jesus Cristo que, através de sua morte vicária, recebeu do Pai toda a autoridade (Mt 28.18; At 16.31; Rm 5.1; 2Pe 1.16)” (Andrade, 2006, p. 329). “O reconhecimento de que “Jesus Cristo é o Senhor” (Rm 10.9), parece ter se tornado uma das primeiras confissões da fé cristã, servindo para distinguir entre os que creem e os que não creem em Jesus” (Mcgrath, 2010, p. 410). Confira também (1Co 12.3; Fp 2.11).
 
2. A expressão “Cristo” aplicada a Jesus.
O adjetivo Cristo do hebraico “messiah”, do grego “christhos” significa: “ungido” (Andrade, 2006, p. 122). As profecias do AT revelaram, com muitos séculos de antecedência, que Deus enviaria um Redentor, o Ungido de Deus (Sl 2.2; 45.7; 89.20; Is 61.1; Dn 9.25,26). O termo Cristo é um título divino de Jesus, que designa-o como Deus e Salvador do mundo, destacando-lhe em especial a divindade (Mt 16.16). É bom destacar que o título de “Messias” ou “Cristo” dado a Jesus não foi uma invenção dos seus discípulos, senão que foi: a) conferido pelo próprio Pai (Mt 16.16,18; At 2.36); b) revelado pelo Espírito (Lc 2.26); c) respeitado pelos anjos e demônios (Lc 4.41; Hb 1.6); d) declarado por Jesus (Lc 4.16-21; Jo 4.25,26); e, e) pelos apóstolos (At 3.6,18,20; 4.10; Rm 1.4; 1Co 1.23). Paulo, em especial, usava também a expressão “Cristo Jesus” (o título primeiro que o nome) para ressaltar a sua messianidade (Rm 6.23; 8.39; 2Tm 1.2). Na Bíblia, há mais de trezentas profecias a respeito do Messias. Abaixo destacaremos algumas e o seu cumprimento em Jesus:
 
PROFECIA
PROFETIZADO EM:
CUMPRIDO EM:
O Messias filho da mulher
Gn 3.15
Gl 4.4
O Messias descendente de Abraão, Isaque e Jacó
Gn 12.3; 17.19; 28.14
At 3.25; Lc 3.23; Mt 1.1-13
O Messias descenderia da tribo de Judá
Gn 49.10; Sl 2.6-9
Lc 3.33,34; Mt 1.2-3
O Messias descendente de Davi e herdeiro do trono
2Sm 7.12-13; Sl 132.11; Jr 23.5
Mt 1.1,6
O Messias nasceria de uma virgem
Is 7.14
Mt 1.18 Lc 1.26-35
O Messias seria chamado do Egito
Os 11.1
Mt 2.15
O Messias nasceria em Belém
Mq 5.2
Mt 2.1-2
 
 
III. A NATUREZA DIVINA DE JESUS
Durante a história da igreja, diversas heresias surgiram em relação a pessoa de Jesus. Umas negavam a natureza humana, outras a natureza divina. Os gnósticos e os docetistas negavam a humanidade, já os ebionitas e os arianos, negavam a divindade. Vale salientar que o arianismo se perpetua até aos nossos dias, principalmente por meio de um segmento religioso denominado de Testemunhas de Jeová, que afirmam que Jesus não é Deus, mas que é um ser criado e menor que o Pai. Para apoiar tal afirmação, eles usam a Bíblia Tradução do Novo Mundo, onde as passagens que contém afirmações sobre a divindade de Jesus, foram adulteradas. Por exemplo: em João 1.1 onde se lê “e o Verbo era Deus” (ARC), eles corromperam o texto traduzindo como “e o Verbo era um deus” (TNM). A Bíblia deixa claro o ensino de que Jesus tem em si mesmo plenamente as duas naturezas: divina e humana.
 
1. Natureza divina de Jesus.
O Novo Testamento deixa claro que Jesus é o “Filho de Deus”. Isto foi atestado pelo próprio Pai “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). No monte da transfiguração houve igual declaração (Mt 17.5). Jesus mesmo declarou ser o Filho de Deus (Jo 9.35-38); o anjo Gabriel disse a Maria: “[...] o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35); os apóstolos também asseveraram isso (At 3.13,26; 8.37; 9,20; Rm 1.4,9; 1Co 1.9; 2Co 1.19; Gl 2.20; 4.4; 2Pe 1.17; 1Jo 4.9; Ap 2.18). É bom destacar que “Paulo usa o termo “Filho de Deus” tanto em relação a Jesus como aos cristãos. Entretanto, traça uma distinção entre a filiação dos cristãos, que tem origem na adoção, e a de Jesus, que se origina do fato de ele ser “o Filho do Deus” (Rm 8.32)” (Macgrath, 2010, p. 408). A Bíblia nos mostra que Jesus tem todos os atributos divinos. As Escrituras provam, incontestavelmente, a divindade de Cristo. Vamos mencionar apenas algumas evidências:
 
2. Jesus é chamado Deus.
Ele foi chamado de Emanuel, que significa: “Deus conosco” (Mt 1.23). Pedro testificou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16), e chamou-O de “o Santo” (At 3.14) e de “nosso Deus e salvador Jesus Cristo” (2Pe 1.1). Paulo disse que Jesus era o próprio Filho de Deus (Rm 8.32) e falou da glória do “grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13). João escreveu que Jesus era o Verbo eterno (Jo 1.1), o Unigênito do Pai (Jo 1.14) e verdadeiro Deus (I Jo 5.20).
 
3. Ele mesmo disse que era Deus.
Ele mesmo disse: “Quem me vê a mim vê o Pai...” (Jo 14.9). Quando Ele foi tentado, disse a Satanás: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4.10). No entanto, Ele recebeu adoração (Mt 28.9-17; 14.33; 15.25; Lc 24.52). Seria uma blasfêmia aceitar adoração, se Ele não fosse verdadeiramente Deus.
 
4. Jesus possui atributos divinos. Ele possui atributos exclusivos da divindade, pois Ele é: Onipotente: (Mt 28.18; Lc 4.35,36,41); Onisciente: (Jo 2.24; 4.16-19; 6.64; Mc 2.8; Lc 22.10.12; 5.4-6); Onipresente: (Mt 28.20; 18.20; 2Co 13.4; Ef 1.23); Imutável: (Hb 1.12; 13.8); e, Eterno: (Mq 5.2; Is 9.6; Mq 5.2; Is 9.6; Cl 1.17; Jo 1.1; Ap 1.11). Deve destacar-se ainda que Jesus tinha também as prerrogativas divinas, tais como: poder para perdoar pecados (Mt 9.2; Lc 7.48); receber adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Mc 5.6; 9.38; Ap 5.8; 5.13); autoexistência (Jo 5.26).
 
5. As suas obras provam a sua deidade.
Jesus é descrito nas Escrituras como criador de todas as coisas (Jo 1.3; Cl 1.16; 1Co 8.6; Hb 1.2,10), e por Ele, todas as coisas subsistem (At 17.28; Cl 1.17). Ele mesmo é a ressurreição e a vida (Jo 11.25; 5.25); também perdoou e perdoa pecados (Mt 9.5; Lc 5.20; 7.47-50; At 10.38). Aquele que nega a deidade de Cristo, rejeita o próprio testemunho de Jesus, e mostra, assim, que é inspirado pelo espírito do anticristo (I Jo 2.22,23).
 
 
CONCLUSÃO
As promessas messiânicas feitas no AT tiveram seu cumprimento cabal na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele é o Filho de Deus, o Senhor e o Salvador do mundo. Ele é a imagem do Deus invisível, pois tem em si mesmo a natureza divina e humana. Portanto, qualquer outro ensinamento contrário ao que a Bíblia ensina deve ser considerado espúrio.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
Ø  GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  MCGRATH, Alister E. Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  SOARES, Esequias [Org.]. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.

 




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