"Zacarias, que profetizou perto do fim
de outono de 520 a.C., também aguardava ansiosamente pela libertação da nação
do domínio estrangeiro, e com confiança esperava que um povo renovado fosse
governado por um descendente da casa de Davi. Ele deu continuidade ao trabalho
de Ageu ao apressar a conclusão do segundo Templo; e em 515 a.C, cerca de
setenta anos após a destruição da primeira construção, o seu sucessor foi
consagrado. Embora os persas tivessem designado Tatenai como o governador
militar de Judá (Ed 6.13), incentivaram o estado a funcionar como uma
comunidade religiosa em vez de política, com o sumo-sacerdote Josias em seu
comando. Quanto a Zorobabel, não se sabe se morreu ou se foi destituído do
cargo pelos persas, como medida preventiva. Em todo caso, a situação política
em Judá parece ter sido estabilizada pelo estabelecimento de um sistema
teocrático apoiado pelo governo persa" (HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um
Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010,
p.285).
Subsídio Teológico
"Zacarias teve uma visão escatológica
muito mais detalhada e completa que os outros profetas menores dos séculos VI e
V. [...] Embora o tom global permaneça otimista, o profeta previu que a
liderança do Senhor seria rejeitada, o que necessitaria julgamento purificador.
O Senhor, porém, intervirá a favor do povo em uma batalha culminante. Isto
levará ao arrependimento o povo e à concessão das bênçãos divinas.
A restauração de Jerusalém é central aos
capítulos 1 a 8. Ao declarar a profunda ligação emocional com a cidade, o
Senhor promete restaurar-lhe a prosperidade (Zc 2.10,11; 8.1-5). Tomará
residência uma vez mais em Sião (Zc 2.10,11;8.3) e sobrenaturalmente a
protegerá (Zc 2.5). O foco da cidade restaurada será a habitação de Deus,
o Templo reconstruído (Zc 1.17). Esses residentes da cidade que ainda estão no
exílio voltarão em grandes levas (Zc 2.4,6,7; 8.7,8). Sinais das bênçãos
divinas serão visíveis nas ruas da cidade, onde os que chegarem a uma idade
madura verão crianças brincando contentemente (Zc 8.4,5). Embora muitos se
maravilhem com esta reversão na situação de Sião, o Senhor todo Todo-Poderoso
não compartilhará desse assombro, pois nada está acima do seu poder (v.6).
[...] Os capítulos de 1 a 8 de Zacarias
também foca a liderança da Jerusalém restaurada. Sacerdotes e rei desempenham
papéis proeminentes nestes capítulos. Na quarta visão noturna do profeta (Zc
3.1-10), ele testemunhou a purificação de Josué, o sumo sacerdote na comunidade
pós-exílica daquela época. As 'vestes sujas' de Josué, símbolo do pecado, foram
trocadas por 'vestes novas' e uma mitra limpa lhe foi colocada na cabeça (Zc
3.3-5). O Senhor encarregou Josué de obedecer aos mandamentos e prometeu
recompensar-lhe a obediência, dando-lhe autoridade sobre o serviço do Templo e
acesso ao conselho de DEUS (vv. 6,7). Claro que a mensagem se aplica à nação
inteira, porque Josué, como sumo sacerdote, representava o povo. O fato de ter
sido limpo simbolizava o restabelecimento da nação como um todo e, mais
particularmente, dos sacerdotes que faziam mediação entre DEUS e o povo"
(ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD.
2009, pp.457-58).
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