A exemplo dos
jovens Jeremias, Habacuque e Miquéias, nosso profeta também ministrara em Judá,
durante o reino de Josias. O surgimento de tantos e poderosos durante o seu
reinado sugere a importância do momento.
Enquanto Josias, que assumira o trono aos oito anos, ia amadurecendo, o
poder assírio entrava em declínio. A nação gozava de um breve período de alivio
da intervenção estrangeira e a atenção passou a se concentrar nas questões
internas. A primeira preocupação do jovem rei, cada vez mais evidente, era de
promover a reforma moral e espiritual do seu povo. Podemos dividir o reino de
Josias em três estágios: a pré-reforma, de 640 a 628 a.C., um período intenso
de reforma, de 629 a 622 a.C., e o período pós-reforma, de 622 até sua morte em
609 a.C.
Autoria:
Sofonias (1.1)
Data: 639 a.C.
Tema:
O Dia do Senhor.
Contexto Histórico:
O
nome “Sofonias” significa “O Senhor esconde ou esconde-se”,
foi um profeta de Judá. Ele se identificou melhor do que qualquer outro dos profetas
menores, remontando sua linhagem quatro gerações até Ezequias (era
tataraneto do rei Ezequias). Aproximadamente 100 anos antes dessa
profecia (livro do profeta Sofonias), o Reino do Norte (Israel) havia sido
derrotado pela Assíria. A referência feita por Sofonias a Jerusalém como
“este lugar” (1.4), bem como a descrição minuciosa de sua
topografia e de seus pecados, indicam que residia na cidade. Como parente do
rei Josias, tinha imediato acesso ao palácio real. Conforme era de se esperar,
suas profecias focalizavam a palavra do Senhor dirigidas a Judá e às nações. Os
pecados dos quais Sofonias acusava Jerusalém e Judá (1.4-13; 3.1-7) indicam que
ele profetizou antes do reavivamento e reformas promovidas por Josias.
Período
este marcado pela iniquidade dos reis que antecederam a Josias (Manassés e
Amom). Sob o governo desses reis, foi dada proteção oficial em Judá para as artes mágicas e
adivinhados e encantadores. A religião astral se tornou tão popular, que o rei
Manassés, construiu altares para adoração do sol, lua, estrelas, signos do
zodíaco e todos os astros do céu, à entrada da Casa do Senhor (2 Rs 23.11). Foi
somente no décimo segundo ano do reinado de Josias (i.e., 627 a.C.) que o rei
empreendeu a purificação do povo com o banimento da idolatria e a restauração
do verdadeiro culto ao Senhor. Oito anos mais tarde, ordenaria o conserto e a
purificação do templo. Nesta ocasião, foi descoberta uma cópia da Lei do Senhor
(cf. 2 Rs 22.1-10). De acordo
com o arranjo das Escrituras hebraicas, Sofonias foi o último profeta a
escrever antes do cativeiro.
Mensagem:
Sua mensagem era que a apóstata Judá receberia a
justa retribuição por sua iniquidade. O mesmo acontecendo com as nações pagãs
em derredor, mencionadas nominalmente pelo profeta. Sofonias escreveu, também,
para encorajar os fiéis com a mensagem de que Deus um dia haveria de restaurar
o seu povo. Ele predisse a condenação de Nínive e denunciou as várias formas de
idolatria – cultos a Baal e Milcom, ou Moloque. Esse culto aos ídolos foi
destruído durante o reinado de Josias. Sem dúvida Sofonias foi o principal
responsável pelo avivamento promovido por esse rei. Ele foi pioneiro nesse
movimento de reformas.
Conteúdo:
Sofonias considerava o desenvolvimento
político de Israel, de Judá e todas as nações circunvizinhas da perspectiva de
que o povo devia aprender que Deus estava envolvido em todos os assuntos da
história. Falando como um oráculo de Deus, ele entende que Deus usa governos
estrangeiros pra levar julgamento sobre seu rebelde povo escolhido. Sofonias
está apavorado com o fato de que, após a catástrofe das tribos do Norte, o povo
de Judá ainda mantinha a absurda noção de que Deus fosse incapaz de fazer bem
ou mal (1.12). Os escritos de Sofonias têm três componentes: 1) o pronunciamento de um julgamento
específico e, frequentemente, o julgamento universal do pecado; 2) um apelo ao arrependimento, porque
Deus é justo e deseja perdoar; 3)
uma promessa segundo a qual o restante que fez de Deus seu refúgio será salvo.
Propósito
O objetivo de
Sofonias foi advertir Judá e Jerusalém quanto ao juízo divino iminente e
ameaçador. O juízo divino é aqui chamado de “o grande dia do Senhor”
(1.14). A aplicação imediata da palavra profética era que a apóstata Judá
receberia a justa retribuição por sua iniquidade, o mesmo acontecendo com as
nações pagãs em derredor, alistadas nominalmente pelo profeta. O alcance
imediato da profecia aplica-se à igreja e ao mundo na conclusão da história.
Sofonias escreveu, também, para encorajar os fiéis com a mensagem de que Deus
um dia haveria de restaurar o seu povo. Judá, então, cantaria louvores ao Deus
justo que habita no meio do seu povo.
Esboços:
Teológico de Sofonias
I.
JUIZO, cap.1-2
II.
JERUSALÉM, cap.3
Geral
de Sofonias
I. Apresentação
(1.1)
II. O Dia do
Juizo (1.2-2.15)
A. Contra Judá
(1.2-2.3)
1.
Ameaças (1.2-3)
2.
O castigo à frente (1.4-13)
3.
A descrição do castigo (1.14-2.3)
B. Contra as
nações (2.4-15)
1.
Filístia (2.4-7)
2.
Moabe e Amom (2.8-11)
3.
Cusi (2.12)
4.
Assíria (2.13-15)
III. O futuro de
Jerusalém (3.1-20)
A. O juízo é
para breve (3.1-8)
B. Finalmente, a
paz (3.9-20)
Referências:
Ø
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
CPAD.
Ø
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø
GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos.
CPAD.
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