Fp 3.17-21
INTRODUÇÃO
Na aula passada, estudamos sobre a verdadeira aspiração que todo
crente deve ter. Explicamos os significados dos termos “perfeição” no texto em
estudo, que se aplica tanto ao futuro quanto ao presente, além de termos abordado
também o valor da maturidade na vida de todo cristão. Hoje, nesta lição, abordaremos
a importância de mantermo-nos firmes na fé em Cristo observando os bons exemplos
de fé que ainda há entre nós. Também trataremos do devido cuidado que devemos
ter com aqueles que ensinam heresias, a quem Paulo chama de “inimigos da cruz de Cristo”. E, por fim,
explicaremos o principal perfil dos que servem ao Senhor em contraste com aqueles
que são “inimigos da cruz de Cristo”!
Boa aula para todos!!
I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA
EM CRISTO (3.17)
Em
continuidade de seu discurso sobre os falsos mestres, Paulo trata, agora, dos
antinomistas. Sua preocupação com a fé daqueles irmãos era mui grande que, ele
exorta-os para que lhe imitem o exemplo, pois diz: “Sede também meus imitadores,
irmãos” (v.17). O que estava de fato ocorrendo para um apelo desses?
Segundo o Dr. F. Davison, eis o que ocorria: “Os antinomistas (lit. "aqueles que são contra a
lei ou código moral") pareciam ser de uma espiritualidade tão alta que
menosprezavam a carne como sendo mal, entretanto, tal espiritualidade é espúria.
Não há necessidade, segundo tal opinião, de se obedecer à lei naquilo que diz
respeito à carne, porque o espírito é tudo. Na verdade, ao espírito compete
dominar seu contaminado sócio, o corpo. Tal atitude, no entanto, para com esse,
ora descamba para o ascetismo, ora resvala para o libertinismo. Aqui em
Filipos, evidentemente, a inclinação foi para a última alternativa, ou seja,
grosseira sensualidade. Tais ideias usadas como um caminho de vida são absolutamente
alheias à verdade cristã”. Assim, ao desejar que os filipenses
lhe imitem, Paulo não está sendo presunçoso, tampouco agindo com falsa
modéstia, ou falsa humildade. Mas, em um ato de zelo e coragem, dando a igreja
um referencial de vida e de fé digno de ser seguido.
Aliás, onde estão os
referenciais de moral e de fé nestes últimos dias? O próprio Pr. Elienai
reconhece que “estamos carentes de
referencias ministeriais”. Ora, se há escassez de referencias entre aqueles
que lideram a igreja, então, o que dizer de seus liderados? Mas, Deus sempre preserva um remanescente
fiel (Mt 24.13; 25.1,2; Ef 5.26,27; 1Pe 2.9), no entanto, é importante atentarmos
para a indagação feita pelo Mestre Jesus: “Quando, porém, vier o Filho do homem, achará
fé na terra?” (Lc 18.8). Porém, além de exortar aos irmãos que lhe
imitem, Paulo ainda acrescenta: “e tende cuidado, seguindo o exemplo que
tendes em nós, pelos que assim andam” (v.17). O objetivo do Apóstolo
era que, se alguém questionasse ser difícil imitar a ele; então, que seguissem
um exemplo de fé em Cristo, para que não desviassem da verdadeira fé – a fé no
evangelho de Cristo! Percebe-se, então, que a influencia testemunhal é de
grande valor para o desenvolvimento e crescimento sadio do corpo de Cristo, foi
o que Paulo disse ao escrever para seu filho na fé, Timóteo (1 Tm 4.12-16;
6.11,12), como também para Tito (Tt 2.7,8), e que é tão raro em nosso dias!
Todavia, isto não significa que devemos seguir os maus exemplos, pois o nosso
modelo de fé e vida é o Mestre Jesus (Mt 5.16,20;1 Pe 2.21; 1 Jo 1.6; 2.29;
3.3). E ele espera que, de fato, o
imitemos (Mt 10.25)!
II. OS INIMIGOS DA CRUZ
DE CRISTO (3.18,19)
Depois
de exortar aos filipenses, a que seguissem os exemplos de moral e de fé dentre
aqueles que servem ao Senhor, dos quais Paulo é um deles (v.17), o Apóstolo
trata de explicar o que O motivou para exortá-los a isto, pois diz: “Porque
muitos há” (v.18). Muitos o quê? Muitos falsos mestres! Estes eram, de
fato, a causa maior das preocupações do Apóstolo, porquanto lembra aos
filipenses dizendo: “dos quais muitas vezes vos disse e agora
também vos digo, chorando” (v.18). Percebe-se que não era a primeira
vez que Paulo advertia aos filipenses sobre o perigo que representavam aqueles
hereges. Só que desta vez, Paulo adverte aos irmãos sobre esta terrível ameaça,
asseverando: “agora também vos digo, chorando”. Sem querer especular, tal
declaração de Paulo nos faz entender que, por motivo de sua ausência, o pai na
fé daqueles irmãos não poderia ali está para defender seus filhos na fé. Sendo este
um dos motivos que lhe fez escrever a referida carta aos filipenses para orientar
aqueles irmãos, como também enviando a Timóteo para lhe representar (Fp
2.19,23). Por esta razão, Paulo é enfático ao afirmar que aqueles hereges que
se diziam “irmãos”, eram na verdade:
“inimigos
da cruz de Cristo”. Tal nomenclatura dada pelo Apóstolo faz-nos lembrar
das palavras do Mestre Jesus: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane...
Pois... Surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos” (Mt
24.4,11). Por isso, não nos esqueçamos de averiguar se o fruto corresponde a
árvore (Mt 7.16-20), pois o Apóstolo Pedro adverte-nos dizendo: “Mas
houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos
mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando
até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E
muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o
caminho da verdade. Por ganância farão de vós negocio, com palavras fingidas”
(2 Pe 2.1-3a). Que triste revelação! Porém, está cumprindo-se! No
versículo 19, Paulo narra, em síntese, o perfil que caracterizava estes hereges
bem como o fim deles, pois diz: “O fim deles é a perdição, o deus deles é o
ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas
terrenas”. A principal
característica desses hereges era o materialismo! Paulo é enfático ao afirmar que
eles “só pensam nas coisas terrenas”.
Ora, o próprio Paulo ao
escrever aos colossenses asseverou que: “Portanto, se fostes ressuscitados com
Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra
de Deus” (Cl 3.1). E acrescentou: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas
que são da terra” (Cl 3.2). Observe que os falsos mestres da atualidade
procedem igualmente como esses mencionados por Paulo, eles até parecem se
importarem com o espiritual, mas só parece, pois seu propósito é viver à custa
da fé alheia. Prometem riquezas e uma vida sem problemas e sem doenças,
contradizendo assim, o verdadeiro ensino da Palavra de Deus (Jo 16.33; Fp 1.29;
1 Pe 2.21; 3.17). Paulo advertiu aos coríntios sobre esse gravíssimo erro ao
dizer: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais infelizes de todos
os homens” (1 Co 15.19). Por isso, ele diz que “o deus deles é o ventre”,
ao fazer esta afirmação o apóstolo está dizendo que eles só pensam em si mesmos
(cf Rm 16.18). Assim, “a glória deles” que é terrena, “é
para confusão deles mesmos”. E o Mestre Jesus nos adverte sobre isto
dizendo: “Ai do mundo, por causa dos escândalos! É necessário que venham
escândalos, mas ai do homem por quem vier o escândalo!” (Mt 18.7). O
Apóstolo João, ao escrever sua primeira epístola, nos traz uma revelação
bombástica dizendo: “Saíram do nosso meio, mas não eram dos
nossos. Pois se tivessem sido dos nossos, teriam ficado conosco; mas isto é
para que se manifestasse que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19). Eis
a razão de Paulo iniciar o versículo 19 dizendo: “O fim deles é a perdição”.
III. O FUTURO GLORIOSO
DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO (3.20,21)
Em
pleno contraste a aqueles hereges, que só pensavam nas coisas terrenas, Paulo
mostra que o verdadeiro cristão não deposita sua fé e esperança nas coisas desta
terra, mas deposita nas coisas do porvir, pois afirma: “Mas a nossa cidade está nos céus,
donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. Paulo,
assim, deixa explicito que o autentico crente é aquele que tem sua fé e
esperança na vinda do Filho de Deus, ao dizer: “esperamos o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo”. Por isto, pelo fato de esperarmos em Cristo e
aguardarmos o arrebatamento, é que Paulo assevera, dizendo: “a
nossa cidade está nos céus”. O Apóstolo deste modo esclarece que o
evangelho de Cristo nos proporciona algo de melhor do que as coisas terrenas, o
próprio Senhor Jesus falou sobre isto, dizendo: “Na casa de meu Pai há muitas
moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E, se
eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei par mim mesmo, para
que onde eu estou estejais vós também” (Jo 14.2,3). É exatamente por
isto que, Paulo trata de abordar o grande milagre da transformação que sofrerá
nosso corpo no momento do arrebatamento, pois diz: “que transformará o nosso corpo
abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de
sujeitar também a si todas as coisas”. Talvez alguém pergunte: Como
ocorrerá isto?
Ora, o próprio Paulo explica: “Pois convém que isto que é
corruptível se revista de incorruptibilidade, e que isto que é mortal se
revista da imortalidade” (1 Co 15.53). Como disse Paulo aos filipenses,
nosso novo corpo será “conforme o seu corpo glorioso”. Ou
seja, semelhante ao corpo ressurreto de Cristo! Significa que não será mais um
“corpo
abatido”, pois não estará sujeito à ação do tempo, das doenças, da
morte, etc. E, principalmente, de irmos morar para sempre com o Senhor na “nossa
cidade”, que “está nos céus”. Portanto, como disse
o apóstolo João: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que
havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes
a ele, porque assim como ele é, o veremos. E todo aquele que nele tem esta
esperança, purifica-se a si mesmos, como ele é puro” (1 Jo 3.2,3). Tem
você tem esta esperança? Então, purifique-se!
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, aprendemos que devemos procurar seguir os bons exemplos que ainda
existem em nosso meio, para que sejamos também exemplos para outros, e assim, cooperarmos
na edificação da fé de nossos irmãos e irmãs. Não se esquecendo de estarmos “sempre
preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a
razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15b). Desta forma, estaremos
prontos para combater os “inimigos da cruz de Cristo”, e toda
sorte de heresias por eles ensinadas. Porquanto disse o Senhor dos tais: “Acautelai-vos,
porém, dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas
interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15). Tendo, sempre, a nossa
fé na esperança de sua vinda, pois “a
nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus
Cristo”. Que Deus em Cristo abençoe a todos!
REFERÊNCIAS
CABRAL, Elienai. Lições Biblicas (3º trimestre/ 2013) CPAD.
DAVISON,
Francis. O novo comentário da Bíblia. VIDA NOVA.