sábado, 31 de agosto de 2013

LIÇÃO 09 – CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO



Fp 3.17-21




INTRODUÇÃO
Na aula passada, estudamos sobre a verdadeira aspiração que todo crente deve ter. Explicamos os significados dos termos “perfeição” no texto em estudo, que se aplica tanto ao futuro quanto ao presente, além de termos abordado também o valor da maturidade na vida de todo cristão. Hoje, nesta lição, abordaremos a importância de mantermo-nos firmes na fé em Cristo observando os bons exemplos de fé que ainda há entre nós. Também trataremos do devido cuidado que devemos ter com aqueles que ensinam heresias, a quem Paulo chama de “inimigos da cruz de Cristo”. E, por fim, explicaremos o principal perfil dos que servem ao Senhor em contraste com aqueles que são “inimigos da cruz de Cristo”! Boa aula para todos!!


I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)
Em continuidade de seu discurso sobre os falsos mestres, Paulo trata, agora, dos antinomistas. Sua preocupação com a fé daqueles irmãos era mui grande que, ele exorta-os para que lhe imitem o exemplo, pois diz: “Sede também meus imitadores, irmãos” (v.17). O que estava de fato ocorrendo para um apelo desses? Segundo o Dr. F. Davison, eis o que ocorria: “Os antinomistas (lit. "aqueles que são contra a lei ou código moral") pareciam ser de uma espiritualidade tão alta que menosprezavam a carne como sendo mal, entretanto, tal espiritualidade é espúria. Não há necessidade, segundo tal opinião, de se obedecer à lei naquilo que diz respeito à carne, porque o espírito é tudo. Na verdade, ao espírito compete dominar seu contaminado sócio, o corpo. Tal atitude, no entanto, para com esse, ora descamba para o ascetismo, ora resvala para o libertinismo. Aqui em Filipos, evidentemente, a inclinação foi para a última alternativa, ou seja, grosseira sensualidade. Tais ideias usadas como um caminho de vida são absolutamente alheias à verdade cristã”. Assim, ao desejar que os filipenses lhe imitem, Paulo não está sendo presunçoso, tampouco agindo com falsa modéstia, ou falsa humildade. Mas, em um ato de zelo e coragem, dando a igreja um referencial de vida e de fé digno de ser seguido. 
Aliás, onde estão os referenciais de moral e de fé nestes últimos dias? O próprio Pr. Elienai reconhece que “estamos carentes de referencias ministeriais”. Ora, se há escassez de referencias entre aqueles que lideram a igreja, então, o que dizer de seus liderados?  Mas, Deus sempre preserva um remanescente fiel (Mt 24.13; 25.1,2; Ef 5.26,27; 1Pe 2.9), no entanto, é importante atentarmos para a indagação feita pelo Mestre Jesus: “Quando, porém, vier o Filho do homem, achará fé na terra?” (Lc 18.8). Porém, além de exortar aos irmãos que lhe imitem, Paulo ainda acrescenta: “e tende cuidado, seguindo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam” (v.17). O objetivo do Apóstolo era que, se alguém questionasse ser difícil imitar a ele; então, que seguissem um exemplo de fé em Cristo, para que não desviassem da verdadeira fé – a fé no evangelho de Cristo! Percebe-se, então, que a influencia testemunhal é de grande valor para o desenvolvimento e crescimento sadio do corpo de Cristo, foi o que Paulo disse ao escrever para seu filho na fé, Timóteo (1 Tm 4.12-16; 6.11,12), como também para Tito (Tt 2.7,8), e que é tão raro em nosso dias! Todavia, isto não significa que devemos seguir os maus exemplos, pois o nosso modelo de fé e vida é o Mestre Jesus (Mt 5.16,20;1 Pe 2.21; 1 Jo 1.6; 2.29; 3.3).  E ele espera que, de fato, o imitemos (Mt 10.25)!


II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)
Depois de exortar aos filipenses, a que seguissem os exemplos de moral e de fé dentre aqueles que servem ao Senhor, dos quais Paulo é um deles (v.17), o Apóstolo trata de explicar o que O motivou para exortá-los a isto, pois diz: “Porque muitos ” (v.18). Muitos o quê? Muitos falsos mestres! Estes eram, de fato, a causa maior das preocupações do Apóstolo, porquanto lembra aos filipenses dizendo: “dos quais muitas vezes vos disse e agora também vos digo, chorando” (v.18). Percebe-se que não era a primeira vez que Paulo advertia aos filipenses sobre o perigo que representavam aqueles hereges. Só que desta vez, Paulo adverte aos irmãos sobre esta terrível ameaça, asseverando: “agora também vos digo, chorando”. Sem querer especular, tal declaração de Paulo nos faz entender que, por motivo de sua ausência, o pai na fé daqueles irmãos não poderia ali está para defender seus filhos na fé. Sendo este um dos motivos que lhe fez escrever a referida carta aos filipenses para orientar aqueles irmãos, como também enviando a Timóteo para lhe representar (Fp 2.19,23). Por esta razão, Paulo é enfático ao afirmar que aqueles hereges que se diziam “irmãos”, eram na verdade: “inimigos da cruz de Cristo”. Tal nomenclatura dada pelo Apóstolo faz-nos lembrar das palavras do Mestre Jesus: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane... Pois... Surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos” (Mt 24.4,11). Por isso, não nos esqueçamos de averiguar se o fruto corresponde a árvore (Mt 7.16-20), pois o Apóstolo Pedro adverte-nos dizendo: “Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade. Por ganância farão de vós negocio, com palavras fingidas” (2 Pe 2.1-3a). Que triste revelação! Porém, está cumprindo-se! No versículo 19, Paulo narra, em síntese, o perfil que caracterizava estes hereges bem como o fim deles, pois diz: “O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas”. A principal característica desses hereges era o materialismo! Paulo é enfático ao afirmar que eles “só pensam nas coisas terrenas”. 
Ora, o próprio Paulo ao escrever aos colossenses asseverou que: “Portanto, se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus” (Cl 3.1). E acrescentou: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.2). Observe que os falsos mestres da atualidade procedem igualmente como esses mencionados por Paulo, eles até parecem se importarem com o espiritual, mas só parece, pois seu propósito é viver à custa da fé alheia. Prometem riquezas e uma vida sem problemas e sem doenças, contradizendo assim, o verdadeiro ensino da Palavra de Deus (Jo 16.33; Fp 1.29; 1 Pe 2.21; 3.17). Paulo advertiu aos coríntios sobre esse gravíssimo erro ao dizer: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15.19). Por isso, ele diz que “o deus deles é o ventre”, ao fazer esta afirmação o apóstolo está dizendo que eles só pensam em si mesmos (cf Rm 16.18). Assim, “a glória deles” que é terrena, “é para confusão deles mesmos”. E o Mestre Jesus nos adverte sobre isto dizendo: “Ai do mundo, por causa dos escândalos! É necessário que venham escândalos, mas ai do homem por quem vier o escândalo!” (Mt 18.7). O Apóstolo João, ao escrever sua primeira epístola, nos traz uma revelação bombástica dizendo: “Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos. Pois se tivessem sido dos nossos, teriam ficado conosco; mas isto é para que se manifestasse que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19). Eis a razão de Paulo iniciar o versículo 19 dizendo: “O fim deles é a perdição”.


III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO (3.20,21)
Em pleno contraste a aqueles hereges, que só pensavam nas coisas terrenas, Paulo mostra que o verdadeiro cristão não deposita sua fé e esperança nas coisas desta terra, mas deposita nas coisas do porvir, pois afirma: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. Paulo, assim, deixa explicito que o autentico crente é aquele que tem sua fé e esperança na vinda do Filho de Deus, ao dizer: “esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. Por isto, pelo fato de esperarmos em Cristo e aguardarmos o arrebatamento, é que Paulo assevera, dizendo: “a nossa cidade está nos céus”. O Apóstolo deste modo esclarece que o evangelho de Cristo nos proporciona algo de melhor do que as coisas terrenas, o próprio Senhor Jesus falou sobre isto, dizendo: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei par mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também” (Jo 14.2,3). É exatamente por isto que, Paulo trata de abordar o grande milagre da transformação que sofrerá nosso corpo no momento do arrebatamento, pois diz: “que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”. Talvez alguém pergunte: Como ocorrerá isto? 
Ora, o próprio Paulo explica: “Pois convém que isto que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade” (1 Co 15.53). Como disse Paulo aos filipenses, nosso novo corpo será “conforme o seu corpo glorioso”. Ou seja, semelhante ao corpo ressurreto de Cristo! Significa que não será mais um “corpo abatido”, pois não estará sujeito à ação do tempo, das doenças, da morte, etc. E, principalmente, de irmos morar para sempre com o Senhor na “nossa cidade”, que “está nos céus”. Portanto, como disse o apóstolo João: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como ele é, o veremos. E todo aquele que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmos, como ele é puro” (1 Jo 3.2,3). Tem você tem esta esperança? Então, purifique-se!
  

CONCLUSÃO
Diante do exposto, aprendemos que devemos procurar seguir os bons exemplos que ainda existem em nosso meio, para que sejamos também exemplos para outros, e assim, cooperarmos na edificação da fé de nossos irmãos e irmãs. Não se esquecendo de estarmos “sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15b). Desta forma, estaremos prontos para combater os “inimigos da cruz de Cristo”, e toda sorte de heresias por eles ensinadas. Porquanto disse o Senhor dos tais: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15). Tendo, sempre, a nossa fé na esperança de sua vinda, pois  “a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. Que Deus em Cristo abençoe a todos!



REFERÊNCIAS
 CABRAL, Elienai. Lições Biblicas (3º trimestre/ 2013) CPAD.
 DAVISON, Francis. O novo comentário da Bíblia. VIDA NOVA.

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