Fp 3.12-17
INTRODUÇÃO
Na aula passada, abordamos a que tipo de alegria, os irmãos filipenses,
deveriam buscar; também vimos os significados das expressões: “cães”, “maus
obreiros” e “circuncisão”. Além de definirmos o que é a circuncisão, bem como
mostramos a diferença entre a falsa e a verdadeira circuncisão. Hoje, nesta
lição, estudaremos sobre a verdadeira aspiração que todo crente deve ter.
Explicaremos os significados dos termos “perfeição” no texto em estudo, além de
abordamos o valor da maturidade na vida de todo cristão. Boa aula para todos!!
I. A ASPIRAÇÃO PAULINA
Em
seu discurso no capitulo em estudo (Fp 3), Paulo após exortar os irmãos para se
“regozijarem no Senhor” (v.1), e de
admoestar os tais para terem cuidado com os falsos mestres, a quem Paulo
chamou-os de “cães”, “maus obreiros” e “os da circuncisão” (v.2). Trata, agora, de esclarecer ao segundo
grupo, a quem o Dr. Davison chama de perfeicionistas, que influenciados pelos
mestres do gnosticismo que afirmavam terem alcançado a perfeição. Por isso,
esses presunçosos, diziam que eram iluminados e não necessitavam aprenderem ou
desenvolverem mais nada em suas vidas.
Assim, para refutar tal engano e
presunção dos que procuravam imitar-lhes, Paulo inicia seu ensino dizendo: “Não
que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar
aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus” (v.12). Paulo
inicia, aqui, falando que não é perfeito, tão pouco alcançou a perfeição. Mas,
a que perfeição se refere o Apóstolo? Se observarmos o final do seu último
discurso, em que Paulo refutava os judaizantes com seu próprio testemunho e
experiência no judaísmo, ele disse: “para ver se de alguma maneira posso chegar à
ressurreição dentre os mortos” (v.11). Nota-se que a perfeição de que
trata o Apóstolo, a partir do versículo 12, refere-se à ressurreição dentre os
mortos do versículo 11. Assim, Paulo foi ousado em afirmar, mesmo sendo o
imitador de Cristo que era, que ainda não alcançara a perfeição. Mas, que
prosseguia nesta meta para alcançar “aquilo”;
ou seja, a ressurreição dentre os mortos. Observe que Paulo fala da
ressurreição “dentre” os mortos e não
“dos” mortos. Logo, Paulo não estava
dizendo que não devemos buscar a perfeição, até por que Jesus ensinou: “Sede
vós, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus”
(Mt 5.48). Paulo sabia desta verdade, pois disse aos colossenses: “E,
sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl
3.14). Mas, que tal perfeição é um processo que apenas inicia-se aqui, e que
requer muita disciplina, perseverança, determinação e superação daquele que
deseja tal perfeição. Assim como um atleta que necessita ter essas qualidades
para alcançar seu objetivo, assim também aqueles que desejavam serem perfeitos,
pois diz: “mas prossigo” (perseverança), “mas uma coisa faço”
(disciplina) “esquecendo-me das coisas que para trás ficam” (superação), “avançando
para as que estão diante de mim” (determinação).
No
versículo 14, Paulo mostra o que motiva o atleta em todo o seu esforço e
dedicação para vencer a maratona, diz o apóstolo: “prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Assim como
o atleta tem um alvo a alcançar, assim também o cristão possui seu alvo que é
chegar à perfeição; perfeição essa que será consumada por meio da nossa
ressurreição como inicio da nossa glorificação (Rm 8.17, 30; 1Co 15.51-54). Quanto
ao prêmio, a atleta busca uma coroa corruptível, mas o cristão uma coroa que é incorruptível
(1 Co 9.25), de justiça (2 Tm 4.8), de glória (1 Pe 5.4), de vida (Tg 1.12; Ap 2.10). Portanto, estes são
apenas uma parte do “prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo
Jesus”, pois os textos de Apocalipse 2.7,11,17,26-28; 3.5,12,21 revelam
igualmente prêmios par aqueles que vencerem. Só os vencedores serão premiados!
II. A MATURIDADE
ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3.15,16)
A
partir do versículo 15, o tema perfeição parece ganhar novo sentido, porquanto Paulo
afirma no versículo 13: “Não que já a tenha alcançado ou que seja
perfeito”. Agora, no versículo 15, ele diz: “Todos quantos somos perfeitos
tenham este mesmo sentimento”. Primeiro,
ele afirma não ser perfeito, e agora diz que é perfeito! Será que Paulo está se
contradizendo? Realmente, assim como nós, Paulo ainda não era perfeito (Rm
7.14-21). No entanto, a verdade é que, realmente o termo “perfeição” ganha outro sentido no versículo 15, significando, como
disse o Pr. Elienai, “maturidade
espiritual”. Segundo Aurélio, maturidade é o estado em que há madureza,
amadurecimento; idade madura. O dicionário online assim define o termo: efeito ou circunstância de quem se
encontra numa fase adulta; estado das pessoas ou das coisas que atingiram
completo desenvolvimento: maturidade comportamental, mental etc.
O termo “perfeito”
vem do latim “perfectus” e significa “completo”. Estas definições nos
levam a advertência do escritor da Carta aos Hebreus, ele disse: “Com
efeito, devendo já ser mestres, por causa do tempo decorrido, ainda necessitais
de que se vos torne a ensinar os princípios elementares dos oráculos de Deus, e
vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de alimento sólido. Ora,
todo aquele que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da
justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para
aqueles que, pela prática, têm as faculdades experimentadas para discernir
tanto o bem como o mal” (Hb 5.12-14). Observe que, maturidade não se
adquiri da noite para o dia, ela para ser adquirida faz-se necessário tempo e
aprendizado para alcança-la. Porém, muitos ainda hoje cometem o mesmo erro do
texto citado. Além daqueles que não respeitam o devido tempo de tudo no
processo da vida, que ao invés de estarem aprendendo para melhor servir, infelizmente
estão ensinando (Ec 3.1). Tal advertência serve-nos de alerta para que possamos
amadurecer espiritualmente! Este era o desejo de Paulo para com os irmãos
filipenses, assim como foi com os irmãos de Éfeso: “até que todos cheguemos à unidade
da fé do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida
da estatura da plenitude de Cristo, para que não sejamos mais meninos,
inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos
homens que com astúcia induzem ao erro” (Ef 4.13,14).
Nos
versículo 16 e 17, diz Paulo: “Mas, naquilo a que já chegamos, andemos
segundo a mesma regra e sintamos o mesmo. Sede também meus imitadores, irmãos,
e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam”.
Tanto o termo “naquilo” como “regra” refere-se à mesma coisa, que é a
doutrina de Cristo ensinada por Paulo. Por isso, Paulo faz uma admoestação aos
irmãos: “e sintamos o mesmo”. Isto fala da unidade que deve ter o corpo
de Cristo, e para isso, guardar a doutrina é algo essencial. Por essa razão, o
apóstolo incentiva aos irmãos a que “sede também meus imitadores”, pois
assim estarão exercendo o processo de maturação da fé deles. Portanto,
guardemos os ensinos da Palavra de Deus e o bom exemplo de Paulo para que
possamos crescer e desenvolver-nos espiritualmente, não sendo levados por
ventos de doutrinas, mas preservando a unidade da fé em Cristo Jesus.
III. A ASPIRAÇÃO
CRISTÃO HOJE
Nos
dias atuais, muitos vivem uma aspiração bem diferente da ensinada por Paulo aos
filipenses. Talvez, por isso, o comentarista do trimestre tenha abordado o
assunto ‘rejeitando a fantasia da falsa
vida cristã’.
Fantasia? Falsa vida cristã? Isto denota que muitos estão na igreja sim, mas sua aspiração de ali está não é legitima. Paulo exortou um grupo da igreja de Corinto que assim procedia, ele disse: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15.19). Muitos, hoje, buscam a Cristo, porém com o fim meramente materialista. Todavia, a verdadeira aspiração do cristão deve ser a vida eterna (1 Jo 2.25); as mansões celestiais (Jo 14.2,3); o arrebatamento da igreja (1 Ts 4.17). E, para isso, devemos perseverar em sermos perfeitos (Mt 5.45), isto é, buscarmos nossa maturidade espiritual. Portanto, tenhamos o devido cuidado com o que estamos aspirando, e se a motivação desta aspiração é legitima diante de Deus, porquanto somente assim poderemos alcançar nosso alvo, pois é o que diz Paulo: “o atleta não é coroado, se não lutar legitimamente” (2 Tm 2.5).
Fantasia? Falsa vida cristã? Isto denota que muitos estão na igreja sim, mas sua aspiração de ali está não é legitima. Paulo exortou um grupo da igreja de Corinto que assim procedia, ele disse: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15.19). Muitos, hoje, buscam a Cristo, porém com o fim meramente materialista. Todavia, a verdadeira aspiração do cristão deve ser a vida eterna (1 Jo 2.25); as mansões celestiais (Jo 14.2,3); o arrebatamento da igreja (1 Ts 4.17). E, para isso, devemos perseverar em sermos perfeitos (Mt 5.45), isto é, buscarmos nossa maturidade espiritual. Portanto, tenhamos o devido cuidado com o que estamos aspirando, e se a motivação desta aspiração é legitima diante de Deus, porquanto somente assim poderemos alcançar nosso alvo, pois é o que diz Paulo: “o atleta não é coroado, se não lutar legitimamente” (2 Tm 2.5).
CONCLUSÃO
Diante do exposto, resta-nos, assim como os filipenses,
imitarmos o exemplo de Paulo que tudo fazia para agradar o Mestre Jesus.
Devemos buscar a cada momento nosso crescimento e desenvolvimento espiritual,
para que “não sejamos mais
meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pelo engano
dos homens que com astúcia induzem ao erro” e, por fim, alcançamos a vida
eterna. Que seja essa a nossa suprema aspiração! Que Que Deus em Cristo vos abençoe a todos!
REFERÊNCIAS
CABRAL, Elienai. Lições Biblicas (3º trimestre/ 2013) CPAD.
http://origemdapalavra.com.br/
CABRAL, Elienai. Lições Biblicas (3º trimestre/ 2013) CPAD.
http://origemdapalavra.com.br/
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