sexta-feira, 4 de outubro de 2013

LIÇÃO 01 – O VALOR DOS BONS CONSELHOS



 Pv 1.1-6



INTRODUÇÃO
Neste último trimestre do ano estudaremos sobre a Sabedoria de Deus para uma Vida Vitoriosa, baseada nos livros de Provérbios e Eclesiastes, onde teremos a oportunidade de estudar sobre diversos temas atuais e relevantes para a Igreja do Senhor Jesus, tais como: trabalho e prosperidade, o correto uso do dinheiro, o cuidado com as palavras, humildade, temor a Deus, dentre outros. Nesta primeira lição, que tem por título O Valor dos Bons Conselhos, teremos uma visão panorâmica desses dois livros escritos pelo sábio Salomão; estudaremos sobre a sabedoria do rei Salomão, autor dos dois livros; e o verdadeiro propósito da busca da sabedoria em Provérbios e Eclesiastes.


I – OS LIVROS DE PROVÉRBIOS E ECLESIASTES

 PROVÉRBIOS
 ECLESIASTES

Tema do livro. Sabedoria para uma vida correta.

Título. Deriva-se do hebraico mashal e significa “provérbio”, “comparação” ou “parábola”. O título em português ―provérbios‖ significa máximas que expressam uma verdade de forma sucinta.

Breve resumo. Encontramos no livros dos Provérbios um resumo dos mandamentos divinos através de frases curtas, apresentadas muitas vezes por meio de contrastes. A essência do livro é o ensino da Moral e dos princípios éticos que nos orientam a governar as nossas vidas. O livro possui três divisões principais:
1. A sabedoria para os jovens (Pv 1.1 — 9.18);
2. A sabedoria para todas as pessoas (Pv 10.1 — 24.34);
3. A sabedoria para os líderes (Pv 25.1 — 31.31).

Propósito. O propósito do livro está bem claro em (Pv 1.2-7): dar sabedoria e entendimento quanto ao comportamento sábio, a justiça, o discernimento e a imparcialidade, de maneira que os simples sejam prudentes e os jovens inteligentes (Pv 1.4); e os sábios sejam ainda mais sábios (Pv 1.5,6).

Assuntos do livro.
* Obediência aos pais (1.8,9);
* Tentações dos incrédulos (1.10-19);
* Sabedoria e temor do Senhor (1.20-33);
* Sabedoria e discernimento (2.1-22);
*Características da verdadeira sabedoria (3.1-35);
* A sabedoria como tesouro da família (4.1-13, 20-27);
* A tentação e loucura da impureza sexual (5.1-14);
* Exortação à fidelidade conjugal (5.15-23);
* O perigo de ser fiador, preguiçoso e enganador (6.1-19);
* O Convite da Sabedoria (8.1-36); 
* Contraste entre a sabedoria e a insensatez (9.1-18); 
* Contrastantes sobre o justo e o ímpio (10.1—15.33); 
* Incentivo à vida de retidão (16.1—22.16); 
* Provérbios sobre vários tipos de pessoas (25.1—26.28); 
*Provérbios sobre diversos procedimentos (27.1—29.27); 
* Acerca da esposa sábia (31.10-31).

Dentre outros


Tema do Livro. Anulidade da vida à parte de Deus

Título. Do hebraico Qoheleth significa “pregador, “orador da assembleia” ou “alguém que se dirige a uma assembleia”.

Breve resumo. Eclesiastes aplica a sabedoria no objetivo de entender o significado da vida. Neste livro, Salomão revela quanto é inútil viver sem Deus e considerar os bens materiais e as conquistas pessoais como reais valores da vida. O livro possui duas divisões principais:
1. Futilidade de procurar significado na vida sem Deus (Ec 1-6);
2. A felicidade de achar significado da vida com Deus (Ec 7-12).

Propósito. Demonstrar a futilidade de buscar felicidade nesta vida, à parte de Deus e da sua Palavra. Neste livro, o rei Salomão diz que teve riquezas, poder, honrarias, fama e prazeres sensuais, em grande abundância, mas no fim, o resultado de tudo foi o vazio e a desilusão: “Tudo é vaidade” (Ec 1.2).

Assuntos do livro.
* A inutilidade de uma vida egocêntrica (1.12-2.26); * A insuficiência da sabedoria e filosofia humanas (1.12-18); 
* A banalidade dos prazeres e riquezas (2.1-11); 
* A transitoriedade das grandes realizações (2.12-17); 
* Injustiça associada ao trabalho esforçado (2.18-23); 
* O real prazer em viver está somente em Deus (2.24-26); 
* Reflexões sobre as experiências da vida (3.1—11.6); 
* Há um tempo para tudo (3.1-8);
 * Deus é o juiz de todos (3.15-22); 
* Experiências vãs da vida natural (4.1-16); 
* Reverência na presença do Senhor (5.1-7); 
* O acúmulo de bens (5.8-20); 
* Vida e morte do ser humano (6.1-12); 
* Provérbios diversos a respeito da sabedoria (7.1—8.1); 
* Sobre a justiça (8.2—9.12); 
* Obediência ao rei (8.2-8); 
* Transgressão e castigo (8.9-13); 
 * Justiça verdadeira (8.14-17);
*Provérbios variados sobre a sabedoria (9.13—11.6); * Regozijar-se na juventude (11.7-10); 
* Lembrar-se de Deus na juventude (12.1-8);
* Temer a Deus e guardar Seus mandamentos (12.13,14).



II – A SABEDORIA DE SALOMÃO
Sem dúvida, uma das grandes virtudes do rei Salomão foi sua sabedoria. Quando o Senhor lhe apareceu em Gibeão e lhe disse: “pede-me o que queres” ele respondeu: “A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?”. Esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, e Ele lhe deu não apenas sabedoria, mas, também, riqueza e glória (I Rs 3.1-12). O rei Salomão compôs três mil provérbios e mil e cinco cânticos (I Rs 4.31,32) e é autor de três livros: Provérbios, Eclesiastes e Cantares. As Escrituras afirmam que pessoas de todas as nações vinham a Jerusalém para ouvir suas palavras (I Rs 4.34; 10.6,7).


III – O PROPÓSITO DA BUSCA PELA SABEDORIA EM PROVÉRBIOS E ECLESIASTES
A sabedoria, de acordo com o livro de Provérbios e Eclesiastes, significa viver e pensar de conformidade com a verdade de Deus, com seus caminhos e seus desígnios. Importa em considerar a totalidade da vida do ponto de vista de Deus, crendo que tudo quanto Ele diz é verdadeiro, sendo este o único padrão digno para orientar nossa vida. Vejamos, então, o propósito da busca pela sabedoria em Provérbios e Eclesiastes:

3.1 Para se conhecer a sabedoria (Pv 1.2). O livro dos Provérbios de Salomão constantemente nos exorta a buscar a sabedoria (Pv 3.21; 4.5,7; 5.1; 7.4; 10.13,14,23; 16.16; 24.14), pois, obtê-la é muito melhor do que possuir prata e outro (Pv 3.13,14). 
Mas, que tipo de sabedoria o sábio se refere? O termo hebraico para sabedoria em (Pv 1.2) é hokhmah e significa “inteligência moral e religiosa”, ou seja, “conhecimento da Lei moral de Deus, no que diz respeito as questões práticas da vida”. Não se trata, portanto, da sabedoria humana ou filosófica, e sim, do discernimento moral entre o bem e o mal, entre o certo e o errado (I Rs 3.9; Is 5.20). 

3.2 Para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade (Pv 1.3). A sabedoria, do ponto de vista bíblico, não consiste apenas em palavras (I Co 2.4,13), como a dos gregos; mas, principalmente, na prática das virtudes cristãs, tais como: praticar a justiça e viver de forma honesta e equilibrada (Gn 18.19; Lv 19.15; Sl 15.2; Is 1.17; 56.1; Fp 4.5; Cl 4.1; I Jo 2.29). Logo, o verdadeiro sentido da busca pela sabedoria é andar conforme os padrões estabelecidos por Deus em Sua Palavra (Sl 111.10; Pv 9.10).

3.3 Para dar aos simples prudência (Pv 1.4). O termo hebraico para simples, neste texto é petî, e significa ―ingênuo‖ e refere-se a pessoas imaturas e inexperientes, que podem ser facilmente seduzidas e enganadas (Pv 1.32; 14.15; 22.3). Assim, através da sabedoria adquirida nos Provérbios, ele pode tornar-se prudente, ou seja, alguém capaz de prever e evitar faltas e perigos (Pv 4.1; 7.4; 8.5,12; 9.10; 12.16,23).

3.4 Para o sábio ouvir e crescer em sabedoria (Pv 1.5). Os Provérbios não servem apenas para aqueles que são simples, tolos e insensatos, mas, também, para aquele que já obteve algum grau de sabedoria, e poderá continuar progredindo em conhecimento (Pv 9.9). Como disse certo teólogo francês: ―Ninguém é tão sábio que não tenha algo pra aprender e nem tão tolo que não tenha algo pra ensinar‖.


3.5 Para entender Provérbios e sua interpretação (Pv 1.6). Encontramos neste texto uma via de mão dupla: devemos ler os provérbios para ser sábio; mas, também, buscar sabedoria para entender os provérbios, pois, interpretar significa ―compreender‖ ou ―descobrir o verdadeiro sentido‖, pois, só é possível pôr em prática os mandamentos e princípios desse livro, se nós o compreendermos. 

3.6 Para temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Ec 12.13). Todo o livro de Eclesiastes deve ser interpretado à luz dos últimos versículos: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12.13,14). A mensagem final deste livro nos ensina sobre duas grandes verdades: (1) O verdadeiro sentido da vida consiste em temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Dt 6.2; 10.12); e (2) Deus trará a juízo toda obra, até mesmo o que está encoberto (Ec 11.9; Mt 12.36; At 17.31). 


CONCLUSÃO
Provérbios e Eclesiastes são dois, dos três livros escritos pelo sábio Salomão. No primeiro, ele reuniu em curtas frases, um breve resumo dos mandamentos divinos, que dizem respeito, principalmente, aos princípios éticos e morais. No segundo, ele descreve suas próprias experiências, demonstrando que o verdadeiro sentido da vida não consiste em realizações pessoais, e sim, em viver de acordo com os padrões estabelecidos por Deus. Embora escritos por volta de 3.000 anos atras, estes livros contém conselhos, mandamentos e ordenanças eternas e imutáveis, que servem também para nós, que vivemos no século XXI. Por isso, não devemos ler os Provérbios, como simples ditos populares; nem o livro de Eclesiastes, como uma mera biografia ou relato das experiências de um rei; mas, como conselhos divinos para nós!



REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA.
MEARS, Henrieta. Estudo Panorâmico da Bíblia. VIDA.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

Por Rede Brasil de Comunicação


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