quarta-feira, 23 de outubro de 2013

LIÇÃO 04 – LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO



Pv 6.1-5




INTRODUÇÃO
O sábio Salomão tinha propriedade para falar sobre dinheiro, pois ele soube dar continuidade ao florescente reino de seu pai Davi, e o fez prosperar ainda mais. Nesta lição, veremos, principalmente à luz do livro de Provérbios, quais os cuidados que o crente deve ter no seu manuseio com o dinheiro, bem como traremos uma série de recomendações que o ajudará a gastar da forma correta todos os recursos que lhe chegam às mãos.


I – O CUIDADO COM AS FIANÇAS, EMPRÉSTIMOS E SUBORNOS
Para que possamos atentar ainda mais para a seriedade de se tornar um fiador de outrem, vejamos como o texto de Pv 6.1,2 está traduzido na Bíblia Viva: “Meu filho, se você se ofereceu como fiador do seu próximo, por meio de um aperto de mão, dando a sua palavra, você agora está preso nessa armadilha”. Percebemos que o ser fiador de alguém representa uma verdadeira armadilha. É interessante, porém, notar que o próprio fiador é quem se predispõe a sê-lo “...se você se ofereceu...”. Logo, não devemos dá o nosso nome em garantia para pagar a dívida de alguém, salvo raras exceções. Há ainda outros textos que trabalham essa questão.

1.1 Ser Fiador. Em Pv 11.15 está escrito: “Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que aborrece a fiança estará seguro”. 
O fiador é aquele que dá garantias de que o devedor irá cumprir sua palavra e pagar suas dívidas, caso contrário, ele mesmo arcará com esse ônus. O fiador empenha sua palavra, sua honra e seus bens, garantindo ao credor que o devedor saldará seus compromissos a tempo e a hora. O problema é que são muitos os exemplos daqueles que sofreram grandes prejuízos por serem fiadores. Há pessoas que perdem tudo o que adquiriram ao longo da vida para pagar dívidas alheias. Não podemos comprometer o sustento e a estabilidade de nossa família para assegurar os negócios arriscados de outra pessoa. Ser fiador é andar num caminho escorregadio cujo final é o desgosto. A Bíblia nos adverte a fugirmos dele (Pv 22.26,27).

1.2 Empréstimos. Não é pecado emprestar ou tomar emprestado, mas é preciso avaliar bem a situação para que não haja prejuízos de ambas as partes. Quem empresta, não pode fazê-lo com usura, ou seja, cobrando juros exorbitantes (Dt 23.19,20; Sl 15.5). Deus reprova severamente essa prática. Podemos verificar isso em diversas passagens bíblicas (Ex 22.25; Lv 25.37; Ez 18.13). Numa linguagem mais brasileira, a usura é conhecida como agiotagem, que é uma prática criminosa prevista na Constituição Federal e no Código Penal Brasileiro. Na realidade, o ideal para o cristão não é emprestar, e, sim, dar (Sl 37.21b; Lc 6.34); e quem toma emprestado, não pode desonrar o seu compromisso, pois se assim o faz, será tido como desonesto e ainda colocará o seu próximo em apuros. Quem toma emprestado e não paga é considerado ímpio, alguém que tem um desvio de caráter que precisa ser corrigido (Sl 37.1a).

1.3 Suborno. Em Pv 17.23 está escrito: “O perverso aceita o suborno às escondidas para perverter os caminhos da justiça” (Bíblia Viva). Infelizmente, boa parte da sociedade brasileira vive a cultura do suborno. Vemos constantemente autoridades dos três poderes, recebendo vultosas quantias para favorecerem ricos desonestos ou amigos e familiares seus. Vemos também corrupção em menor escala como, por exemplo, no meio policial, no ambiente hospitalar, num estabelecimento comercial que está sendo submetido a uma auditoria, até mesmo dentro de um transporte coletivo na hora de se pagar a passagem. Oferecer e receber suborno é pecado, pois está escrito em Dt 16.19 “Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno, porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e perverte as palavras dos justos”(cf. Ex 23.8; Sl 15.5; 26.9,10; Ec 7.7).


II – O USO CORRETO DO DINHEIRO
É bom lembrarmos que o dinheiro em si não representa pecado algum, pois todas as coisas pertencem a Deus, inclusive as riquezas (Ag 2.8). Ele mesmo pode enriquecer alguém (I Sm 2.7; Pv 10.22). A questão é uso que se faz do dinheiro ou a perspectiva que o crente tem em relação a ele.

2.1 O mau exemplo de Judas. A ambição desse discípulo foi tão grande que ele aceitou suborno contra o mais inocente de todos os seres humanos, Jesus. De fato, como foi visto anteriormente, o suborno cega o indivíduo. O caráter perverso de Judas estava mais voltado para o dinheiro do que para o direito (Dt 16.19; Mt 26.15). O final, porém, daquele homem foi trágico (Mt 27.3-5).


2.2 Uma advertência paulina. O apóstolo Paulo é muito enfático no que diz respeito à questão financeira. Os que desejam ardentemente ser ricos naufragam na fé e se tornam escravos deste sentimento (I Tm 6.9; cf. Mt 6.19-24). O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males e torna tais pessoas avarentas, isto é, adoradoras das riquezas (Cl 3.5). O coração do crente não deve estar nas coisas desta vida, mas nas coisas espirituais. O bem maior do cristão deve ser a presença de Deus (Sl 51.10-12; Sl 73; II Co 4.18; I Tm 6.10,17-19).

2.3 Recomendações quanto ao uso do dinheiro. Podemos enumerar algumas recomendações que o crente deve levar em consideração quando estiver utilizando o seu dinheiro. Vejamos:
·      Reconhecer que tudo é de Deus, e devolver-Lhe principalmente o dízimo (Gn 14.18-20; Ag 1; Ml 3.8-11). As primícias da nossa fazenda devem ser trazidas ao Senhor (Pv 3.9);
·         O dinheiro serve, em segundo lugar, para prover o sustento familiar (I Tm 5.8);
·         O dinheiro deve ser adquirido mediante trabalho e ganho honestos (Pv 6.6-11, 2 Ts 3.10-12);
·         Não entrar em dívidas (Pv 22.7; Rm 13.8);
·        Não colocar o coração no dinheiro ou nas coisas materiais (Pv 23.1-5; 28.22, Mt 6.19-21; I Tm 6.9,10);
·          Não viver ansioso ou preocupado com questões financeiras (Mt 6.25-33; Fl 4.6-7, 1 Pe 5.7);
·           Não ser avarento (Ec 5.10; Lc 12.15; Cl 3.5);
·    Planeje os gastos. Faça um orçamento e evite gastar desnecessariamente. Cuidado com financiamentos, cartões de crédito, cheque especial e ofertas de agiotas, que cobram juros muito maiores do que os das próprias instituições financeiras (Pv 24.27; Lc 14.28-30);
·      Economizar é preciso. Evite desperdícios (Pv 18.9; 21.20). Devemos guardar dinheiro para eventuais emergências (Pv 27.18);
·        Ser sensível em relação às necessidades dos outros (Lc 3.11, Rm 12.13; II Co 8; I Tm 6.17,18; Tg 2.14-17). Mas é bom sondar antes de ajudar, para não corrermos o risco de alimentarmos o preguiçoso (Pv 6.6-11; 2 Ts 3.6-16).


III – A BÍBLIA NÃO CONDENA A RIQUEZA, MAS, ADVERTE QUANTO AO SEU PERIGO
Como já estudamos em lições anteriores, a verdadeira prosperidade não consiste em riqueza ou posse de bens terrenos. A prosperidade, à luz da Bíblia, está baseada, principalmente na comunhão com Deus. No entanto, a Bíblia descreve diversos servos de Deus que foram prósperos, tanto espiritual como materialmente, tais como: Abraão (Gn 13.2); Jó (Jó 1.1-3); Salomão (I Rs 10.14-29); José de Arimateia (Mt 27.57); e outros. Isto demonstra claramente que não é pecado ser rico, nem possuir muitos bens. Mas, a Palavra de Deus adverte quanto ao perigo das riquezas e do amor ao dinheiro. Vejamos:

3.1. Advertências sobre os perigos que envolvem as riquezas
·         Jesus disse que dificilmente um rico entrará no céu (Lc 18.24);
·         A riqueza pode conduzir a avareza, excluindo-o do reino dos céus (I Co 5.11; 6.10; Ef 5.5; Cl 3.5);
·         Não devemos colocar a nossa confiança nas riquezas (Sl 49.6,7; 52.7; 62.10; Pv 11.28; I Tm 6.17).

3.2. Os males do amor ao dinheiro
·         Leva o homem a esquecer-se de Deus (Dt 8.10,11; Pv 30.9);
·         Sufoca a Palavra de Deus no coração (Mt 13.22; Mc 4.19);
·         O apóstolo Paulo disse os que querem ser ricos, caem em tentação e em muitas concupiscências; e que o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males (I Tm 6.9,10).

Devemos entender que tudo quanto possuímos pertence a Deus, pois, todas as coisas são dEle (Sl 24; Rm 11.36), inclusive a prata e o ouro (Ag 2.8). Por isso, devemos servir a Deus, e não ao dinheiro (Mt 6.19-24); não devemos amar ao dinheiro (I Tm 6.9,10), nem dar lugar a avareza, que é idolatria (Cl 3.5).


CONCLUSÃO
Concluímos, portanto, afirmando que o dinheiro em si não representa pecado algum. Deus, porém, observa a intenção com que nós lidamos com ele. Se priorizarmos o Senhor com nossas finanças, depois sustentarmos nossa família e por fim ajudarmos os necessitados, estaremos observando as prioridades bíblicas acerca do usufruto do dinheiro e experimentaremos a bênção de Deus em nossas vidas.



REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
MEARS, Henrieta. Estudo Panorâmico da Bíblia. VIDA.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia

Por Rede Brasil de Comunicação


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