Pv 3.9,10; 22.13;
24.30-34
INTRODUÇÃO
Nesta
lição definiremos as palavras “trabalho e prosperidade”. Destacaremos que o
trabalho foi criado por Deus antes do pecado para ser uma benção na vida do
homem e que este imita ao seu Criador quando trabalha, ciente de que Deus o
abençoa. Veremos também exortações bíblicas quanto aqueles que são preguiçosos;
pontuaremos ainda a diferença entre ser rico e ser próspero; e, por fim,
analisaremos quais os obstáculos que impedem o cristão de prosperar.
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA TRABALHO E PROSPERIDADE
O Aurélio
define a palavra “trabalho” como “aplicação das forças e
faculdade humanas para alcançar um determinado fim”; atividade coordenada, de
caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa,
serviço ou empreendimento”. No hebraico a palavra “ãmãl” é
usada para se referir a “trabalho, labuta” (Gn. 41.51;
Sl.105.44). Já a expressão “prosperidade” vem da palavra “prosperar”
que por sua vez significa: “tornar-se próspero; progredir;
desenvolver-se”. No contexto da nossa lição o trabalho é a causa e a
prosperidade é a consequência na vida daquele que trabalha e agradece a Deus
entregando-lhe o dízimo, as primícias da sua renda (Pv 3.9,10).
II – TRABALHO: UMA BENÇÃO DADA POR DEUS AO HOMEM
O
trabalho é uma bênção de Deus e é necessário aos homens “Pois comerás do
trabalho das tuas mãos, FELIZ SERÁS, e te irá bem” (Sl 128.2). “Em
todo trabalho há proveito” (Pv. 14.23-a).
2.1
O trabalho veio antes do pecado do homem. Diferente do que algumas pessoas imaginam, o trabalho não é o julgamento
de Deus por causa do pecado de Adão (Gn 3.17-19). Se examinarmos corretamente
as Escrituras, veremos que Deus colocou o homem no jardim do Éden para o “lavrar
e o guardar”, ou seja, para trabalhar antes mesmo da
desobediência ao Senhor (Gn 2.15). Adão já trabalhava antes de pecar,
cuidando do jardim. Uma das consequências do pecado, além da morte, foi que o
trabalho seria “penoso e suado” (Gn 3.19), e isso
não significa que ele seja amaldiçoado por Deus. “Não é, pois, bom para o
homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma do bem do seu trabalho? Isto
também eu vi que vem da mão de Deus” (Ec. 2.24).
2.2
O trabalho não foi o resultado do pecado. Desde a criação de Deus que o homem foi colocado no jardim para “trabalhá-lo,
“cultivá-lo” (Gn 2.15) do hebraico “âbad”. A maldição (Gn
3.16-17) era apenas “a dor e a fadiga” que haviam de acompanhar o
trabalho, não o trabalho em si. Isso é destacado quando Lameque diz, por
ocasião do nascimento de Noé, que este “nos consolará dos nossos
trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o Senhor amaldiçoou” (Gn
5.29).
2.3
O homem “imita” seu Criador quando trabalha. Ao trabalhar seis dias e descansar ao sétimo, Israel
imitava a Deus ao criar o “kosmos” (Gn 2.1-2). O profeta Isaías
disse que Deus trabalha “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com
ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha
para aquele que nele espera” (Is 64.4). Jesus fez também a seguinte
declaração: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo
5.17).
2.4
Deus honra aquele que trabalha. Temos
vários exemplos na Bíblia, de homens que sempre trabalharam para se manterem e
não serem “pesados aos seus irmãos”, como por exemplo:
Davi era pastor de ovelhas (1Sm 16.19, 2Sm 7.8), Amós ganhava a vida como
boieiro (Am 1.1), Jesus era carpinteiro (Mt. 13.55; Mc. 6.3), Paulo era
fabricante de tendas (At. 18.1-3). “Vós mesmo sabeis que, para o que me
era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram” (At
20.34). “Trabalhando com nossas próprias mãos” (1Co 4.12-b). “Porque
bem vos lembreis, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e
dia, para não sermos pesados a nenhum de vós...” (1Ts 2.9). “...nem,
de graça, comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando
noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós” (2Ts 3.8).
III – EXORTAÇÃO BÍBLICA
AQUELE QUE É PREGUIÇOSO
O livro de Provérbios é o livro bíblico que mais faz alusões
ao defeito da preguiça, ou indolência, descreve o preguiçoso como “indivíduo
que gosta de dormir”. O preguiçoso não cuida de suas propriedades, nem
de suas plantações, pelo que também está sujeito a padecer fome, em contra
partida aquele que trabalha prospera (Pv 6.6,9; 13.4; 15.9; 24.30; 26.13-16). A
condição do preguiçoso é tão lamentável que mesmo tendo alimento para comer,
ele tem preguiça de levá-los a boca (Pv 19.24). Vive criando desculpas
esfarrapadas para nada fazer, como aquele que diz que há um leão solto nas
ruas, o que o impede de ir ao trabalho (Pv 22.13). Ele se dá por sábio ao
evitar trabalhar dizendo que está evitando o desgaste físico, preferindo as
fantasias do que o trabalho, que na sua concepção é cansativo e difícil (Pv
13.4; 21.25). Fazendo assim o preguiçoso não somente cai em desgraça mas também
leva a ruína aquele a quem tiver de prestar algum serviço (Pv 10.26).
IV – A DIFERENÇA ENTRE SER
RICO E SER PRÓSPERO
A verdadeira prosperidade não é sinônimo de riqueza material,
como muitos pensam. Nem sempre um homem rico pode ser considerado como próspero
e, da mesma maneira, não podemos dizer que um homem pobre não possa ser
próspero. A diferença consiste em possuir a benção de Deus sobre
o que se tem (Dt 11.27; 16.17; 28.2,8; Ef 1.3). Nas Sagradas Escrituras, ser
próspero não significa, necessariamente, possuir riqueza e bens materiais.
José, por exemplo, era próspero, mesmo quando estava como escravo, ou até mesmo
na prisão (Gn 39.2,3; 39.23); Daniel e os três jovens hebreus prosperaram em
Babilônia, mesmo na condição de cativos (Dn 3.30; 6.28). A prosperidade
depende, principalmente, da obediência a Deus, e à Sua Palavra (Nm 14.41; Dt
29.9; Js 1.8; I Rs 2.3; II Cr 24.20; Sl 1.1-3)
V – OBSTÁCULOS PARA QUE O
CRENTE NÃO PROSPERE
5.1 A negligência quanto ao dízimo. O Dízimo, é uma oferta entregue
voluntariamente à obra de Deus, constituindo-se da décima parte da renda do
servo de Deus. Antes da Lei, já encontramos alguns exemplos de entrega dos
dízimos: Abraão (Gn 14.18-20; Hb 7.4); e Jacó (Gn 28.18-22). Mas, foi na Lei
que Deus estabeleceu princípios para a entrega dos dízimos. O Senhor Jesus não
apenas reconheceu a importância da prática do dízimo, mas também recomendou (Mt
23.23); e, o apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, fez referência ao dízimo
para extrair o princípio de que o obreiro é digno do seu salário (I Co 9.9-14
cf Lv 6.16,26; Dt 18.1). Eis alguns princípios que estão envolvidos na prática
do dízimo: (1) OBEDIÊNCIA, pois é um mandamento do Senhor (Nm 18.21-32;
Dt 12.1-14; 14.22-29; Ml 3.10); (2) GRATIDÃO reconhecendo que tudo o que
temos é porque Ele tem nos dado (I Cr 29.14; Sl 103.5; Mt 11.6; Rm 11.36); (3)
SERVIÇO, pois entregando o dízimo estamos contribuindo na manutenção da
obra do Senhor (Ml 3.10). Logo, não dizimar é ser desobediente, ingrato e
negligente com a obra de Deus. E sendo assim o crente sofrerá a punição do
Senhor (Ml 3.7-9).
5.2 O desequilíbrio na mordomia dos bens. Muita pessoas não conseguem
prosperar, principalmente na área financeira porque são desequilibradas quanto
a administração daquilo que possuem. Vejamos alguns problemas do mal uso do dinheiro:
5.2.1 Consumismo - De acordo com o Aurélio, consumismo é o “Sistema que
favorece o consumo exagerado” é a “tendência a comprar
exageradamente”. A Bíblia adverte: “O que amar o dinheiro nunca
se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda;
também isto é vaidade” (Ec 5.10). Alcançar todos os bens que se deseja
não dá a ninguém a satisfação plena. Paulo encontrou na pessoa de Cristo, o
equilíbrio no que tange às coisas materiais (Fp 4.11).
5.2.2 Avareza - É o amor ao dinheiro, que causa uma verdadeira escravidão e
dependência (I Tm 6.9,10). Deus não condena o dinheiro em si, mas, a ambição,
cobiça, exploração, e usura. Abraão era homem muito rico; Jó era riquíssimo,
antes e depois de sua provação (Jó 1.3,10); Davi, Salomão e outros reis
acumularam bens e nenhum deles foi condenado por isto. O que a Bíblia condena é
a ambição desenfreada pelos bens (Pv 28.20; Dt 8.11; Pv 11.28; Mc 4.19; Pv
23.4,5; Pv 28.11; Pv 5.10).
5.2.3 Dívidas - Muitas pessoas estão em situação difícil, por causa do uso
irracional de benefícios oferecidos como facilidades pelo comércio, tais como:
cartão de crédito, cheque, crediário, empréstimos, etc. As dívidas podem
provocar muitos males, tais como: desequilíbrio financeiro, inadimplência,
intranquilidade; provocando até certos aparecimentos de doenças, desavenças no
lar; perda de autoridade e o mau testemunho perante os ímpios (Pv 6.1-5; 11.15).
CONCLUSÃO
Certo pensador já disse: “o sucesso só vem antes do
trabalho no dicionário” e como pudemos ver, esta assertiva é
verdadeira, pois o preguiçoso deseja tudo e nada tem (Pv 13.4). No entanto,
biblicamente podemos destacar que além de trabalhar o crente deve ser grato a
Deus entregando-lhe os dízimos, sabedor de que fazendo assim contará com a
benção de Deus sobre a sua vida.
REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
CHAMPLIN, R.
N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Por Rede Brasil de Comunicação
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