I Tm 2.1-5; 9-11
INTRODUÇÃO
No
capítulo de número dois, da primeira epístola a Timóteo, encontramos duas, das
muitíssimas exortações do apóstolo Paulo ao jovem ministro da igreja de Éfeso,
quanto ao comportamento esperado dos crentes quando eles interagem como uma
igreja. Nesta lição, estudaremos a oração como uma proposta intercessora, nos
conscientizando de que devemos interceder por todos os homens para que eles
alcancem o favor de Deus e, isto inclui os líderes governamentais da nossa
nação; e, por fim, veremos as recomendações do apóstolo aos crentes de Éfeso,
aplicando-as aos nossos dias.
I
– ADMOESTAÇÕES PAULINAS QUANTO A ORAÇÃO INTERCESSORA
Embora
Deus seja O Todo Poderoso e conheça tudo, Ele decidiu nos deixar “ajuda-lo” a
mudar o curso do mundo através das nossas orações, ou seja, por meio das nossas
intercessões. “O Verbo 'orar' do grego ‘proseuchomai’ sempre é usado acerca
da 'oração' feita a Deus” (VINE, 2002, p. 835 – acréscimo nosso). Já o verbo
interceder, de acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, é
"pedir, rogar, suplicar (por outrem); intervir (a favor de alguém ou de
algo)". No sentido bíblico do Novo Testamento é orar em favor de outros,
na direção e no poder do Espírito Santo. Na intercessão, o intercessor põe-se
diante de Deus no lugar da outra pessoa.
1.1. Priorizando
a oração (1 Tm 2.1).
Ao introduzir este capítulo, que trata da liturgia do culto público da igreja
de Éfeso, o apóstolo Paulo diz: “Admoesto-te, pois, antes de tudo...”
(1 Tm 2.1); “antes de tudo” é uma linguagem figurada do grego, “prõton”,
que aponta para dignidade ou importância, o primeiro de todos, principalmente,
especialmente (Mt 6.33; Rm 3.2; 1Tm 2.1; 2 Pe 1.20; 3.3)” (ALMEIDA, 2009, p.
2382). Essa expressão frisa a importância de que dentre todas as práticas que
deveriam ser observadas pelos efésios no culto, esta que o apóstolo apresenta
na introdução como “antes de tudo”, deveria ser tomada como primazia.
1.2. A igreja
como sacerdócio real (1 Tm 2.1,2). “A igreja de Éfeso, quando se reunia
para celebrar o seu culto ao Senhor, já não dirigia orações (intercessões) a
Deus em favor da salvação dos perdidos. Alguns embriagados pelos falsos ensinos
dos falsos mestres judaizantes, que pregavam a salvação somente para os judeus
e prosélitos do judaísmo entre os gentios, e gnósticos, que pregavam que os
homens poderiam ser reabsorvidos no próprio ser de Deus, quando ele recolhesse
a si mesmo todas as suas emanações, haviam perdido o propósito intercessor
encontrado na prática da oração; Daí, Paulo, exorta a Timóteo, a resgatar, do
seio da igreja, o seu ofício sacerdotal, o amor e a misericórdia pelas almas
perdidas, o sentimento que deveria os fazer cair de joelhos e clamar em favor
da Salvação do Senhor aos estes perdidos” (MACARTHUR, 2010, p. 1657 – acréscimo
nosso).
1.3. A nobreza
da intercessão.
A Bíblia nos ensina a importância da intercessão da igreja. Vejamos:
a) aplaca o juízo
divino (Gn 18.23-32; Nm 14.13-19; Jl 2.17);
b) restaura o povo
(Ne 1; Dn 9);
c) livra as pessoas do
perigo (At 12.5,12; Rm 15.31);
d) atrai a benção de
Deus para povo (Nm 6.24-26; 1Rs 18.41-45; Sl 122.6-8);
e) invoca o poder do
Espírito Santo sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17);
f) faz com que o
enfermo seja curado (1Rs 17.2023; At 28.8; Tg 5.14-16);
g) leva o pecador a
receber o perdão dos pecados (Ed 9.5-15; Dn 9; At
7.60);
h) beneficia pessoas
investidas de autoridade à governam bem (1 Cr 29.19; 1Tm
1.1,2);
i) faz a vida cristã
ser crescente (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11);
j) guarda os pastores
(2 Tm 1.37);
l) protege a obra
missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20); e
m) invoca salvação do
próximo (Rm 10.1).
II
– A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS
O
texto de 1 Tm 2, apresenta o comportamento esperado dos homens e das mulheres.
Devemos levar em conta o pano de fundo histórico. Lendo o versículo oitavo, “Quero,
pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem
contenda” (1 Tm 2.8), a princípio entendemos que as mulheres eram
excluídas da celebrarão do culto público, pois a expressão “homem” apresentada
no texto, em grego é “aner”, que significa “homem” em
contraste com “mulher”. O significado primário do texto, é que os varões eram
os que deveriam fazer (ler) as orações (CHAMPLIN, 2014, p. 392 acréscimo
nosso); a eles competiam à participação verbal do culto, esta era a herança das
sinagogas (Lc 4.1620). Já as mulheres deveriam permanecer em silêncio, pois as
recentemente convertidas tinham a tendência de interromper o culto com
perguntas, observações impróprias e trajes desonrosos... Paulo não estava se
recusando, de maneira geral, a permitir que as mulheres participassem da oração
pública” (RIBAS, 2009, p. 448). Quando o apóstolo se dirige as mulheres “Que
do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto...” (1 Tm 2.9),
Paulo dá a entender como ponto pacífico que as mulheres também participavam da
adoração pública e das orações, desde que não comprometessem a santidade. Uma
melhor forma de entender este texto seria: “Também desejo que as mulheres que
fizerem parte das orações públicas se vestissem com modéstia...”(CHAMPLIN,
2014, p. 303 – acréscimo nosso).
2.1. Por quem
orar? (1 Tm 2.1,2).
“Acertadamente e diferentes dos judaizantes e gnósticos, Paulo admoesta o
ministro daquela igreja, dizendo, que todos os homens necessitam das nossas
intercessões, já que todos estão ao alcance do poder da cruz. O versículo
quatro frisa muito bem a comissão e missão evangelizadora da igreja de buscar
ativamente a Deus em oração pela salvação de todos os homens” (CHAMPLIN, 2014,
p. 383 acréscimo nosso).
2.1.1 Orando
pelos líderes governamentais e autoridades constituídas. “As orações em
favor dos governantes, isto é, presidência da república, senadores,
governadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores,
etc. Devem visar três coisas. (1) A salvação
deles (1 Tm 2.4,5); (2) um “bom
governo”, pois devemos enquanto cidadãos obedecer autoridades civis,
desde que não infira o princípios da moral (Rm 13.17; At 5.29), e (3) que não se tornem perseguidores da fé
religiosa, conforme com frequência tem sucedido. Os judeus
reconhecendo a importância de um tranquilo relacionamento com os governantes
seculares, para o benefício da fé e da inquirição espiritual, oravam e
sacrificavam por seus governantes” (Ed 6.10; Jr 36.7) (CHAMPLIN, 2014, p. 383
acréscimo nosso).
2.2. A quem
orar? (1 Tm 2.5).
“Os gnósticos traziam em suas doutrinas, raízes deístas (doutrina que,
apesar de admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar Ele interessado
no curso que a história toma, ou venha a tomar), a respeito de Deus. Eles
imaginavam que a matéria (os homens) é má por si mesma, e, assim sendo, Deus
nunca poderia aproximar-se dela, pois, em tal caso, ficaria contaminado, bem
como, a necessidade de muitos mediadores na criação. A declaração monoteísta
(do grego “monós, “um”, “Theos” “Deus” Crença na existência
de um único Deus) de Paulo “Porque há um só Deus um só mediador entre
Deus e os homens, Jesus Cristo, homem...” (1 Tm 2.5), tinha por escopo
contradizer tais noções, além de asseverar a existência do Deus teísta,
ou seja, o Deus que está interessado pelo homem que criara, que mantém o
contato com ele, e que tanto o castiga quanto o recompensa, conforme o caso;
Paulo também tinha a intensão de revelar Cristo como o único mediador.
Existe apenas um Deus, existe apenas um mediador, a este Deus por meio de
Cristo deve ser dirigidas as orações pela salvação de todos os homens”
(CHAMPLIN, 2014, p. 388 – acréscimo nosso).
2.3. Os frutos
da intercessão (1 Tm 2.2). “Quando Paulo escreveu esta carta, a perseguição
era uma ameaça crescente para os crentes. Mais tarde, quando Nero, o imperador
(aproximadamente 54-68 d.C), precisou atribuir a alguém a culpa pelo grande
incêndio que destruiu a maior parte de Roma em aproximadamente em 64 d.C.
acusou os cristãos romanos para eliminar a suspeita em relação à sua própria
pessoa. Então houve grande perseguição aos cristãos por todo o Império Romano.
Aos cristãos, não somente eram negados certos privilégios na sociedade; alguns
chegaram até a ser publicamente assassinados, queimados, ou lançados como
alimento aos animais” (ALMEIDA, 2003, p. 1702). Paulo recomenda o jovem obreiro
para que orassem pelo bem de Nero, a fim de, terem “ ... uma vida quieta e sossegada,
em toda piedade e honestidade” (1Tm 2.2). Jesus já
havida dito que devemos orar por nossos inimigos (Mt 5.43-48). Intercedamos por nossa nação, por nossos
governantes, para que possamos desfrutar dos frutos da intercessão.
III
– RECOMENDAÇÕES PAULINAS AS MULHERES
3.1. “... se
ataviem”.
“No grego, “kosmeo”, que significa “pôr em ordem”, “adornar”, “decorar”,
“tornar atrativo”. O termo “kosmos” vem do verbo “Kosmos”
de onde vem a palavra “cosmético”. É indiscutível que o ser humano procura
tornar-se atrativo, isto faz parte da natureza humana. Todavia, Paulo admoesta
que os valores cristãos devem ser diferentes dos do mundo” (CHAMPLIN, 2014, p.
393 – acréscimo nosso).
CONCLUSÃO
No
demais, precisamos nos conscientizar de duas coisas: de que fomos chamados por
Deus para levar o seu evangelho a toda criatura. Portanto homens e mulheres
devem diuturnamente clamarem a Deus para as que vidas perdidas possam receber a
Salvação de Jesus Cristo, como também, devemos elevar a santidade em nossas
vidas.
REFERÊNCIAS
Ø ALMEIDA.
Bíblia de Estudo MacArthur. CPAD.
Ø ALMEIDA.
Bíblia de Estudo Palavras Chaves
Hebraico e Grego. CPAD.
Ø RIBAS,
Degmar. Comentário do novo Testamento
Aplicação Pessoal. CPAD.
Ø CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo, Vol 5. HAGNOS.
Ø ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico.
CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário