I Tm 3.14;813
INTRODUÇÃO
A igreja de
Éfeso, fundada por Paulo, estava enfrentando ataques de hereges: os judaizantes
e os gnósticos. Preocupado com a saúde espiritual do povo de Deus e sua
organização, o apóstolo envia o jovem cooperador Timóteo, obreiro de sua alta
confiança. Em I Tm 3 o apóstolo dá orientações a Timóteo quanto a separação de
obreiros, deixando clara a necessidade que a obra tem destes cooperadores; bem
como destaca as qualificações morais que estes devem possuir para exercer
liderança na congregação; e, por fim, qual a postura da igreja em relação a
estes servos do Senhor.
I. TIMÓTEO: O PASTOR DA IGREJA DE
ÉFESO
1.1 A igreja na
cidade de Éfeso. “Éfeso
era uma antiga cidade grega no território da Lídia, na Ásia Menor. Ficava localizada
na desembocadura do rio Caister, cerca de cinquenta e seis quilômetros a
suleste de Izmir (a antiga Esmirna mencionada no Novo Testamento). Era uma das
mais importantes cidades da Ásia Menor, no que atualmente é a Turquia” (CHAMPLIN,
2004, p. 287). O ministério de Paulo em Éfeso foi singularmente eficaz. Ele
estava nesta cidade na sua segunda viagem missionária (At 18.1921), porém só
obteve maior êxito na terceira viagem (At 19). Durante mais de dois anos (At
19.8,10) pôde pregar sem impedimentos, primeiro na sinagoga e mais tarde na
escola de Tirano (At 19.9). Operou milagres especiais (At 19.11) e travou um
contato mais direto com a população de Éfeso e da província em geral do que com
a de qualquer outro lugar. Lucas nota que “ todos os
que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como
gregos” (At
19.10), e que “ assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e
prevalecia” (At
19.20), e que o número dos que creram foi tão grande que a idolatria sofreu
perdas econômicas (At 19.26,27). A igreja de Éfeso tornou-se um centro
missionário, e durante séculos foi um dos baluartes do cristianismo na Ásia
Menor.
1.2 A ação
pastoral de Timóteo em Éfeso. A primeira epístola a Timóteo o
apresenta dirigindo uma florescente comunidade cristã na cidade de Éfeso (I Tm
1.3a). Era uma igreja mista, composta por anciãos e jovens (I Tm 5.1); mulheres
solteiras e viúvas (I Tm 5.2); servos e senhores (I Tm 6.1); ricos e pobres (I
Tm 6.1719). Paulo lhe dá diversas orientações quanto ao que deveria ser feito
naquela igreja (I Tm 1.1820; 2.13; 3.116). Mas havia uma necessidade urgentíssima.
A comunidade de Éfeso estava sendo atacada por ensinos falsos. Dados os
desafios, a tarefa de Timóteo não seria fácil (I Tm 1.34). Este nobre
cooperador fora enviado pelo apóstolo a Éfeso para solucionar estes problemas
(I Tm 1.3)
II.
ORIENTAÇÕES PAULINAS QUANTO A SEPARAÇÃO DE PESSOAS PARA A OBRA
2.1 A
necessidade de líderes para a igreja (I Tm 3.1). O povo de Deus
sempre precisou de líderes para orientá-lo. Foi assim no A.T. onde Deus sempre
atuou por meio de uma pessoa que liderava o povo na execução de Sua vontade. Podemos
citar diversos exemplos: Abraão (Gn 12.13) ; Moisés (Ex 3.1-10); Josué (Nm
27.18-23; Js 1.19), etc. Esses líderes eram instrumentos de Deus, chamados por
Deus de “pastores” cuja finalidade era apascentar o povo de Deus com “conhecimento
e inteligência” (Jr. 3.15ARA). Por isso, Jesus instituiu líderes para estarem a
frente do seu povo. A princípio, os doze apóstolos (Lc 6.13) e Paulo (I Tm
2.7). Estes, por sua vez, orientados por Deus escolheram e prepararam homens
para as mais diversas necessidades que surgiram no meio do povo de Deus (At
6.16; Fp 4.3; Cl 4.11; Fm 1.24; Tt 1.5). É por isso que toda Igreja precisa de
pastor, e não existe pastor sem Igreja (Jr 3.15; Ef. 4.11,12).
2.2 As
qualificações dos líderes para a igreja (I Tm 3.213). Orientando
Timóteo, Paulo apontou quais as qualificações morais que o cooperador deve
possuir, a fim de auxiliar o pastor nas diversas atividades da igreja. Quando o
apóstolo diz: “convém, pois, que o bispo seja [...]” está se
enfatizando o caráter, já que a palavra “seja” aponta para
virtudes que o indivíduo já tem, antes de ser chamado para algum trabalho
especifico. Paulo examina de um jeito ordenado: (a) pessoalmente (I Tm
3.23); (b) quanto à família (I Tm 3.45); (c) quanto à igreja (I
Tm 3.56); e, (d) quanto ao mundo pagão (I Tm 3.7). Vale salientar que estas exigências morais são exigidas de todos os crentes
e não apenas daqueles que exercem liderança (Ef 1.4; Fp
2.15; Cl 1.22; I Ts 3.13; 5.23; I Tm 5.7; I Pe 1.15,16).
2.3 A postura
dos crentes em relação aos líderes (I Tm 5.17). Sabendo da
importância que os cooperadores tem para o bom andamento da obra de Deus, Paulo
aconselha a igreja a tê-los “(...) e m grande estima, e amá-los (I Ts
5.13); Reconhecê-los ( 1Cor 16.18); imitá-los (Hb 13.7); obedecê-los
( Hb 13.17) C ompreendê-los (Hb 13.17); orar por eles (Hb
13.18) pois “ (...) v elam por vossa
alma, como aqueles que hão de dar conta delas ...”( Hb 13.17b) e
por causa “ (...) do trabalho que realizam (...)” (1 Ts 5.13b –
ARA).
III.
A IMPORTÂNCIA DO PASTOR, DO PRESBÍTERO E DO DIÁCONO PARA A IGREJA
Com o
crescimento da igreja, houve a necessidade de se estabelecer mais cooperadores
que estivessem cooperando com os apóstolos. Foi assim a instituição do
diaconato (At. 6) e demais ofícios na Igreja (At. 13.15; Gl 2.9,10; Tt 1.5).
Abaixo definiremos a função de pastor, presbítero e diácono e suas atribuições:
DONS
MINISTERIAIS
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DEFINIÇÃO
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ATRIBUIÇÕES
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PASTOR
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Pastor (gr. Poimen)
Dom ministerial dado por Cristo, que tem como finalidade o aperfeiçoamento do
rebanho para a obra do serviço cristão. São aqueles que “cuidam de rebanhos”
(Ef. 4.11). Guiam como também alimentam o rebanho (At. 20.28; 1 Pe 5.1,2). O
próprio termo indica a pessoa que dirige.
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Sua missão é
múltipla e polivalente: (a) cuidar da sã doutrina, refutar a heresia
(Tt 1.911); (b) ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da
igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.15); (c) ser um exemplo da pureza e da
sã doutrina (Tt 2.7,8) e (d) esforçar-se no sentido de que todos os
crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2). Sua tarefa é
assim descrita em At 20.2831: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho
de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da
igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo
Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.1116; I Pe 2.25; 5.24).
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PRESBÍTERO
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O presbítero
(gr. Presbuteros), ancião, supervisor. É
um ofício. O presbítero é o obreiro que coopera com o pastor no
apascentamento do rebanho, no ensino e orientação da igreja local (At. 15.6;
16.4; 1 Pe 5.13).
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De acordo com
o NT, os presbíteros são responsáveis por: (a) Administrar e
supervisionar uma igreja local, pois são
líderes na igreja (1 Tm 5.17; Tt 1.7; 1 Pe 5.12); (b) Ensinar e pregar
a Palavra (1Tm 3.2; 5.17; 2 Tm 4.2; Tt 1.9); (c) Proteger a igreja de
falsos mestres (At 20.17, 28-31; 1Tm 4.1; Tt 1.9); (d) Exortar e
admoestar os santos na sã doutrina (1Tm 4.13; 2Tm 3.1317; Tt 1.9); (e) Visitar
e orar pelos doentes ungindo-os com óleo (Tg 5.14; At 20.35); (f) Julgar
questões doutrinárias (At 15.16); (g) Dirigir igrejas (1Pe 5.2; 1Tm
5.17); e, (h) Apascentar e cuidar da igreja (1Pe 5.2; Hb 13.17).
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DIÁCONO
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Diácono (gr. Diakonos)
“criado, servo”. Serviço ou encargo específico”. “É aquele que serve” É um
ofício. Um cooperador que coopera com o pastor da igreja, nas atividades
relacionadas com os serviços de ordem material e social.
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O ofício e a
função dos diáconos teve começo no tempo dos apóstolos (At 6.15); Há
registros que identificam como um grupo de cooperadores específicos nos dias
dos apóstolos (Fl. 1.1; I Tm 3.813). A própria palavra diácono é usada de
várias maneiras, nas páginas do NT, subentendendo serviço espiritual ou
material.
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CONCLUSÃO
Vimos nesta lição, quão importante é que a igreja tenha pastores, presbíteros e diáconos para o seu bom funcionamento e
para que o rebanho do Senhor possa ser conduzido pelos trilhos da sã doutrina. Como igreja devemos ter
grande respeito por estes servos do Senhor, orando sempre por eles para que
Deus continue ajudando-os neste importante serviço em prol do Reino de Deus.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
KELLY, J.N.D. I,
II Timóteo e Tito: Introdução e comentário . CULTURA BÍBLICA.
PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. EDITORA BATISTA REGULAR.
RENOVATO, Elinaldo. Dons
espirituais e ministeriais.
CPAD.
WIERSBE,
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento. Vol. II. GEOGRÁFICA
Por
Rede Brasil de Comunicação
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