sábado, 25 de julho de 2015

LIÇÃO 04 – PASTORES E DIÁCONOS






I Tm 3.14;813



INTRODUÇÃO
A igreja de Éfeso, fundada por Paulo, estava enfrentando ataques de hereges: os judaizantes e os gnósticos. Preocupado com a saúde espiritual do povo de Deus e sua organização, o apóstolo envia o jovem cooperador Timóteo, obreiro de sua alta confiança. Em I Tm 3 o apóstolo dá orientações a Timóteo quanto a separação de obreiros, deixando clara a necessidade que a obra tem destes cooperadores; bem como destaca as qualificações morais que estes devem possuir para exercer liderança na congregação; e, por fim, qual a postura da igreja em relação a estes servos do Senhor.


I. TIMÓTEO: O PASTOR DA IGREJA DE ÉFESO
As cartas de Paulo a Timóteo e a Tito são conhecidas como epístolas pastorais porque tratam especificamente de orientações dadas a dois obreiros acerca da organização e saúde da igreja. Na ocasião em que foram escritas, a igreja já existia há cerca de trinta anos. O apóstolo Paulo escreve estas epístolas no intuito não só de instruir Timóteo e Tito acerca do combate aos falsos ensinos na igreja, mas também a de trazer instruções pessoais quanto a responsabilidade dos cooperadores na igreja, bem como, orientações acerca da vida cristã.

1.1 A igreja na cidade de Éfeso. “Éfeso era uma antiga cidade grega no território da Lídia, na Ásia Menor. Ficava localizada na desembocadura do rio Caister, cerca de cinquenta e seis quilômetros a suleste de Izmir (a antiga Esmirna mencionada no Novo Testamento). Era uma das mais importantes cidades da Ásia Menor, no que atualmente é a Turquia” (CHAMPLIN, 2004, p. 287). O ministério de Paulo em Éfeso foi singularmente eficaz. Ele estava nesta cidade na sua segunda viagem missionária (At 18.1921), porém só obteve maior êxito na terceira viagem (At 19). Durante mais de dois anos (At 19.8,10) pôde pregar sem impedimentos, primeiro na sinagoga e mais tarde na escola de Tirano (At 19.9). Operou milagres especiais (At 19.11) e travou um contato mais direto com a população de Éfeso e da província em geral do que com a de qualquer outro lugar. Lucas nota que “ todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos” (At 19.10), e que “ assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (At 19.20), e que o número dos que creram foi tão grande que a idolatria sofreu perdas econômicas (At 19.26,27). A igreja de Éfeso tornou-se um centro missionário, e durante séculos foi um dos baluartes do cristianismo na Ásia Menor.

1.2 A ação pastoral de Timóteo em Éfeso. A primeira epístola a Timóteo o apresenta dirigindo uma florescente comunidade cristã na cidade de Éfeso (I Tm 1.3a). Era uma igreja mista, composta por anciãos e jovens (I Tm 5.1); mulheres solteiras e viúvas (I Tm 5.2); servos e senhores (I Tm 6.1); ricos e pobres (I Tm 6.1719). Paulo lhe dá diversas orientações quanto ao que deveria ser feito naquela igreja (I Tm 1.1820; 2.13; 3.116). Mas havia uma necessidade urgentíssima. A comunidade de Éfeso estava sendo atacada por ensinos falsos. Dados os desafios, a tarefa de Timóteo não seria fácil (I Tm 1.34). Este nobre cooperador fora enviado pelo apóstolo a Éfeso para solucionar estes problemas (I Tm 1.3)


II. ORIENTAÇÕES PAULINAS QUANTO A SEPARAÇÃO DE PESSOAS PARA A OBRA
A necessidade de cooperadores no desenvolvimento da Obra de Deus, sempre foi uma realidade tanto no AT como no NT. Isso pode ser bem exemplificado em Moisés (Ex. 18.1327). Seguindo o modelo veterotestamentário, o apóstolo Paulo procura deixa claro, nas epístolas pastorais, que na direção das igrejas locais, o pastor seria auxiliado por presbíteros e diáconos, que cooperariam para o bom desenvolvimento da igreja local (1 Tm 1.3; 3.13; 5.17; Tt 1.5).

2.1 A necessidade de líderes para a igreja (I Tm 3.1). O povo de Deus sempre precisou de líderes para orientá-lo. Foi assim no A.T. onde Deus sempre atuou por meio de uma pessoa que liderava o povo na execução de Sua vontade. Podemos citar diversos exemplos: Abraão (Gn 12.13) ; Moisés (Ex 3.1-10); Josué (Nm 27.18-23; Js 1.19), etc. Esses líderes eram instrumentos de Deus, chamados por Deus de “pastores” cuja finalidade era apascentar o povo de Deus com “conhecimento e inteligência” (Jr. 3.15ARA). Por isso, Jesus instituiu líderes para estarem a frente do seu povo. A princípio, os doze apóstolos (Lc 6.13) e Paulo (I Tm 2.7). Estes, por sua vez, orientados por Deus escolheram e prepararam homens para as mais diversas necessidades que surgiram no meio do povo de Deus (At 6.16; Fp 4.3; Cl 4.11; Fm 1.24; Tt 1.5). É por isso que toda Igreja precisa de pastor, e não existe pastor sem Igreja (Jr 3.15; Ef. 4.11,12).

2.2 As qualificações dos líderes para a igreja (I Tm 3.213). Orientando Timóteo, Paulo apontou quais as qualificações morais que o cooperador deve possuir, a fim de auxiliar o pastor nas diversas atividades da igreja. Quando o apóstolo diz: “convém, pois, que o bispo seja [...]” está se enfatizando o caráter, já que a palavra “seja” aponta para virtudes que o indivíduo já tem, antes de ser chamado para algum trabalho especifico. Paulo examina de um jeito ordenado: (a) pessoalmente (I Tm 3.23); (b) quanto à família (I Tm 3.45); (c) quanto à igreja (I Tm 3.56); e, (d) quanto ao mundo pagão (I Tm 3.7). Vale salientar que estas exigências morais são exigidas de todos os crentes e não apenas daqueles que exercem liderança (Ef 1.4; Fp 2.15; Cl 1.22; I Ts 3.13; 5.23; I Tm 5.7; I Pe 1.15,16).

2.3 A postura dos crentes em relação aos líderes (I Tm 5.17). Sabendo da importância que os cooperadores tem para o bom andamento da obra de Deus, Paulo aconselha a igreja a tê-los “(...) e m grande estima, e amá-los (I Ts 5.13); Reconhecê-los ( 1Cor 16.18); imitá-los (Hb 13.7); obedecê-los ( Hb 13.17) C ompreendê-los (Hb 13.17); orar por eles (Hb 13.18) pois “ (...) v elam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas ...”( Hb 13.17b) e por causa “ (...) do trabalho que realizam (...)” (1 Ts 5.13b – ARA).


III. A IMPORTÂNCIA DO PASTOR, DO PRESBÍTERO E DO DIÁCONO PARA A IGREJA
Com o crescimento da igreja, houve a necessidade de se estabelecer mais cooperadores que estivessem cooperando com os apóstolos. Foi assim a instituição do diaconato (At. 6) e demais ofícios na Igreja (At. 13.15; Gl 2.9,10; Tt 1.5). Abaixo definiremos a função de pastor, presbítero e diácono e suas atribuições:

DONS
MINISTERIAIS
DEFINIÇÃO
ATRIBUIÇÕES







PASTOR

Pastor (gr. Poimen) Dom ministerial dado por Cristo, que tem como finalidade o aperfeiçoamento do rebanho para a obra do serviço cristão. São aqueles que “cuidam de rebanhos” (Ef. 4.11). Guiam como também alimentam o rebanho (At. 20.28; 1 Pe 5.1,2). O próprio termo indica a pessoa que dirige.

Sua missão é múltipla e polivalente: (a) cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.911); (b) ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.15); (c) ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8) e (d) esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2). Sua tarefa é assim descrita em At 20.2831: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.1116; I Pe 2.25; 5.24).







PRESBÍTERO


O presbítero (gr. Presbuteros), ancião, supervisor. É um ofício. O presbítero é o obreiro que coopera com o pastor no apascentamento do rebanho, no ensino e orientação da igreja local (At. 15.6; 16.4; 1 Pe 5.13).


De acordo com o NT, os presbíteros são responsáveis por: (a) Administrar e supervisionar uma igreja local, pois são líderes na igreja (1 Tm 5.17; Tt 1.7; 1 Pe 5.12); (b) Ensinar e pregar a Palavra (1Tm 3.2; 5.17; 2 Tm 4.2; Tt 1.9); (c) Proteger a igreja de falsos mestres (At 20.17, 28-31; 1Tm 4.1; Tt 1.9); (d) Exortar e admoestar os santos na sã doutrina (1Tm 4.13; 2Tm 3.1317; Tt 1.9); (e) Visitar e orar pelos doentes ungindo-os com óleo (Tg 5.14; At 20.35); (f) Julgar questões doutrinárias (At 15.16); (g) Dirigir igrejas (1Pe 5.2; 1Tm 5.17); e, (h) Apascentar e cuidar da igreja (1Pe 5.2; Hb 13.17).





DIÁCONO


Diácono (gr. Diakonos) “criado, servo”. Serviço ou encargo específico”. “É aquele que serve” É um ofício. Um cooperador que coopera com o pastor da igreja, nas atividades relacionadas com os serviços de ordem material e social.


O ofício e a função dos diáconos teve começo no tempo dos apóstolos (At 6.15); Há registros que identificam como um grupo de cooperadores específicos nos dias dos apóstolos (Fl. 1.1; I Tm 3.813). A própria palavra diácono é usada de várias maneiras, nas páginas do NT, subentendendo serviço espiritual ou material.



CONCLUSÃO
Vimos nesta lição, quão importante é que a igreja tenha pastores, presbíteros e diáconos para o seu bom funcionamento e para que o rebanho do Senhor possa ser conduzido pelos trilhos da sã doutrina. Como igreja devemos ter grande respeito por estes servos do Senhor, orando sempre por eles para que Deus continue ajudando-os neste importante serviço em prol do Reino de Deus.



REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
KELLY, J.N.D. I, II Timóteo e Tito: Introdução e comentário . CULTURA BÍBLICA.
PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. EDITORA BATISTA REGULAR.
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais. CPAD.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento. Vol. II. GEOGRÁFICA

Por Rede Brasil de Comunicação

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