Rm 8.1-17
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
destacaremos a luz de Romanos oito, que embora estivéssemos condenados por
causa do pecado, Deus mudou a nossa sorte, quando nos justificou; veremos
também que o nosso comportamento depois de salvos, deve ser totalmente
diferente da vida anterior; e, por fim, pontuaremos qual o papel do Espírito
Santo na vida do pecador redimido, destacando as suas ministrações em seu
favor.
I.
A SITUAÇÃO DO HOMEM QUE FOI JUSTIFICADO
Por causa do
pecado de Adão, além da culpa ter-nos sido imputada (Rm 3.23), herdamos a
natureza pecaminosa, ou seja, a inclinação para o mal (Rm 7.18). A nossa
situação espiritual parecia irremediável, mas não era (Rm 7.24,25). Principalmente,
no capítulo oito da epístola aos Romanos, o apóstolo faz a seguinte declaração:
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus[...]” (Rm 8.1). Analisemos este versículo mais detalhadamente:
1.1 O tempo (Rm
8.1a).
A expressão
utilizada por Paulo no presente texto mostra-nos uma mudança no tempo. Antes estávamos
em pecado (Rm 5.12); destituídos da glória de Deus
(Rm 3.23); condenados (Rm 5.16); e, mortos (Rm 6.23a).
Mas, “agora” a situação é totalmente diferente. Nossos pecados
foram perdoados (I Jo 2.12); temos a esperança da glória (Rm
5.2b); somos salvos (Rm 5.9,10; 8.24; I Co 1.18; Ef 2.5); e,
temos vida (Jo 10.10; 5.24; Rm 6.4).
1.2 A remoção da
sentença (Rm 8.1b).
Paulo diz que
antes estávamos sentenciados a condenação por causa do pecado (Rm 5.16,18).
Mas, agora já que os nossos pecados foram perdoados “nenhuma condenação
há”. Confira também (Jo 5.24). Aqueles que estão em Cristo não são
condenados, porque Cristo foi condenado em lugar deles (Is 53.4-6; I Co 1.30).
“A condenação do pecado, salvou os pecadores da condenação. Cristo foi feito
pecado por nós (2 Co 5.21), e, assim, quando Ele foi condenado, o pecado foi
condenado na carne de Cristo, condenado na natureza humana. Dessa forma, foi feita
satisfação em relação a justiça divina e aberto um caminho para a salvação do
pecador” (HENRY, 2008, p. 351).
1.3 O único meio
de salvação (Rm 8.1c; 8.3).
Nenhum homem
poderá desfrutar da salvação e das bênçãos que acompanham, senão for por
intermédio de Cristo Jesus. Paulo nos diz que era impossível a Lei salvar o
homem, visto que ela veio para revelar o pecado humano; e o homem por causa da
sua natureza pecaminosa não podia atingir o padrão de justiça da Lei. Cristo,
quando veio ao mundo, cumpriu toda a Lei e ainda sofreu a sentença do nosso
pecado, em seu próprio corpo, tornando possível a nossa salvação. Portanto, Ele
é o nosso Salvador (At 4.12; Fp 3.20; II Tm 1.10; Tt 1.4); Justificador
(Rm 5.1; I Co 1.30); e, Santificador (I Co 1.30; I Co 6.11). Só em
Cristo somos abençoados (Ef 1.3); eleitos (Ef 1.4);
predestinados (Ef 1.5); nos tornamos agradáveis (Ef
1.6); e, fomos redimidos (Ef 1.7).
II.
O COMPORTAMENTO DAQUELE QUE FOI JUSTIFICADO
“Portanto, agora
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo
a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1). Neste capítulo, o Espírito é
contrastado com a carne. Nessa nova vida, os homens precisam viver de forma
diferente do que viviam na antiga. Se antes costumavam praticar as obras da
carne, agora, devem agir na vontade do Espírito de Deus. A expressão “andar”
fala de procedimento, modo de vida, práticas, obras. Para o apóstolo,
não basta dizer que está em Cristo, é preciso evidenciar isto, andando no
Espírito. Vejamos na tabela abaixo, quais as consequências na vida daquele que
anda na carne e daquele que anda no Espírito:
A
INCLINAÇÃO DA CARNE
|
A
INCLINAÇÃO DO ESPÍRITO
|
Gera
morte (Rm 8.6a)
|
Gera
vida (Rm 8.6b)
|
Inimizade
contra Deus (Rm 8.7)
|
Gera
paz (Rm 8.6c)
|
Não
agrada a Deus (Rm 8.8)
|
Não
há condenação (Rm 8.1)
|
III.
O PAPEL DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO HOMEM JUSTIFICADO
3.1 O Espírito
Santo habita (Rm 8.9).
No AT, o
Espírito agia entre o povo de Deus (Ag 2.5; Is 63.11-b), mas com o advento de
Cristo, e por sua mediação, o Espirito habita no crente conforme profetizou nas
Escrituras (Jr 31.31-34; cf. Hb 10.14-17; Ez 36.26-27). Este privilégio é
também reafirmado em (I Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; e Gl 4.6). A palavra “habitar”
no grego “oikeõ” que significa: “ocupar uma casa”,
isto é, no sentido figurado, “habitar”, “residir”, “permanecer”
(PALAVRA-CHAVE, 2009, p. 2316 – acréscimo e negrito nosso). “É o
Espírito quem aplica a obra da redenção em nós. Sem sua presença e ação, nenhum
homem pode tornar-se um cristão. Passamos a pertencer a Cristo quando o
Espírito habita e opera em nós” (LOPES, 2010, p. 286).
3.2 O Espírito
Santo liberta (Rm 8.2).
3.3 O Espírito
Santo inclina (Rm 8.5).
Segundo o
Aurélio (2004, p. 285) a palavra “inclinação” significa: “disposição,
tendência, propensão, pendor”. O apóstolo Paulo nos diz que, antes
éramos inclinados para as coisas da carne, e a consequência deste pendor é a
morte (Rm 8.6a). No entanto, depois de justificados, nos tornamos habitação do
Espírito e passamos a ser inclinados para as coisas do Espírito, à medida que
nos submetemos diariamente a Sua vontade.
3.4 O Espírito
Santo vivifica (Rm 8.11).
3.5 O Espírito
Santo mortifica (Rm 8.13).
O homem mesmo
justificado, ainda conta a presença do pecado em sua natureza humana. Ele não
conseguirá vencê-la por suas próprias forças, senão pelo Espírito Santo “mas,
se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. A velha
natureza não irá prevalecer se andarmos no Espírito “Digo, porém: Andai
em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Isso exige um trabalho em parceria do homem com o Espírito (Cl 3.5). A nova
maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito
dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder
do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm
8.5-14; 8.14; 2 Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2 Pe 1.4-9).
3.6 O Espírito
Santo guia (Rm 8.14).
3.7 O Espírito
Santo testifica (Rm 8.16).
No presente
versículo, Paulo nos diz que o Espírito Santo “testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus”. A palavra “testificar” segundo
Aurélio (2004, p. 1943) significa: “afirmar, assegurar, comprovar,
atestar”. “Esse testemunho é uma plena convicção produzida no crente
pelo Espírito Santo de que Deus é o nosso Pai celeste e de que somos filhos de
Deus. É, pois, um testemunho objetivo e subjetivo, da parte do Espírito Santo, concernente
a nossa salvação em Cristo” (GILBERTO, 2008, p. 187). O apóstolo acrescenta
ainda a informação de que “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros
também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo” (Rm 8.17a).
3.8 O Espírito
intercede (Rm 8.26,27).
CONCLUSÃO
A nossa condição
de pecado parecia ser irremediável, todavia, Deus, por meio de Cristo assumiu a
nossa culpa, e, assim, de condenados agora somos salvos. Deus também nos fez
habitação do Seu Espírito, a fim de que fôssemos libertos do poder do pecado e
pudéssemos viver segundo a Sua vontade.
REFERÊNCIAS
BERGSTÉN, Eurico. Teologia
Sistemática. CPAD.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia
Sistemática. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia,
Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática
Pentecostal. CPAD.
GREGO E HEBRAICO. Bíblia de Estudo
Palavras-Chave: Hebraico e Grego. CPAD.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de
Atos a Apocalipse. CPAD.
LOPES, Hernandes dias. Comentário
Exegético de Romanos. HAGNOS.
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário
Bíblico: Novo Testamento. CENTRAL GOSPEL.
STAMPS, Donald C.
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
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