quarta-feira, 11 de maio de 2016

LIÇÃO 04 – OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO





  
Rm 5.1-12




INTRODUÇÃO
Nesta lição, destacaremos que o ato da justificação concedida por Deus ao homem por meio de Cristo Jesus, trás consigo muitos benefícios, tais como: paz com Deus, acesso a graça, esperança, reconciliação e glorificação. Veremos ainda que por causa de um homem, Adão, todos se fizeram pecadores; todavia, por causa também de um homem, Cristo Jesus, todos poderão ser salvos. Por fim, pontuaremos que a motivação que impulsionou Deus a declarar justo o pecador foi o seu grande e incomparável amor revelado na Pessoa de Seu Bendito Filho.


I. O QUE SIGNIFICA A PALAVRA BENEFÍCIO
Segundo o Aurélio (2004, p. 285) a palavra “benefício” significa: “serviço ou bem que se faz gratuitamente; favor; mercê, graça”. A Bíblia nos mostra que Deus graciosamente dispensa benefícios aos seres humanos, no sentido de prover os meios de subsistência a todos, sem distinção (Mt 5.45; At 17.25). Todavia, dispensa também de forma especial, favores espirituais e eternos, exigindo-lhes fé em seu Bendito Filho Jesus Cristo (Jo 3.16 Rm 5.20).


II. QUAIS OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO
Depois de falar sobre a necessidade da justificação (Rm 1.18; 3.20) e do meio pelo qual fomos justificados (Rm 3.21; 4.25), o apóstolo Paulo descreve os frutos da justificação (Rm 5.1-12), como veremos a seguir:

2.1 Paz com Deus (Rm 5.1).
O termo grego para paz é “eirene” que nos dá a ideia de “harmonia”, “acordo”, “descanso” e “quietude”. A paz com Deus só é possível mediante a justificação pela fé. Pois o pecador, em seu estado de pecado, encontra-se em inimizade com Deus, visto que o pecado é uma violação da vontade de Deus (Os 4.1; Tg 4.4). “Ter paz com Deus significa que não há mais hostilidade entre nós e Deus e que o pecado não bloqueia o nosso relacionamento com Ele. Mais do que isso, um novo relacionamento foi estabelecido e assim não mais tememos o resultado do julgamento, mas vivemos sob a proteção estabelecida por Deus” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 40).

2.2 Acesso a graça (Rm 5.2).
Além da paz, Paulo nos diz que em Cristo pela fé temos “acesso a graça”. “No grego a expressão usada por Paulo é “ten prosagogen” que significa “nossa entrada”. A ideia é a entrada na câmera de audiências de um monarca. É bom destacar que não vamos até ali por nossos próprios esforços, mas precisamos de um ‘introdutor’ -que é Cristo” (BEACON, 2006, p. 80 – acréscimo nosso). Diversos textos da Bíblia, nos mostram que a nossa entrada a presença de Deus encontrava-se bloqueada por causa do pecado (Gn 3.22-24; Is 59.2; Rm 3.23). Todavia, justificados por Jesus Cristo, as barreiras foram tiradas, para que tivéssemos acesso a graça de Deus (Ef 2.13; I Pe 2.10). Portanto, “Jesus nos abre as portas à presença do Rei dos reis; e quando essas portas se abrem o que achamos é graça; não condenação, nem juízo, nem vingança, mas a pura, imerecida, incrível bondade de Deus” (BARCLAY, sd, p. 81 – acréscimo nosso).

2.3 Esperança da glória (Rm 5.2b).
No estado de pecado o homem vive sem paz, sem esperança e sem Deus no mundo (Ef 2.12). A Bíblia diz que “a humanidade foi criada para a glória de Deus, mas por causa do pecado, “todos foram destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23). É o propósito de Deus recriar a sua imagem e a sua glória de forma completa em nós, de modo que possamos estar firmes; e nos gloriarmos na esperança da glória de Deus” (APLICAÇÃO PESSOAL,
2010, vol. 02, p. 40).

2.4 Salvo da ira (Rm 5.9). 
A expressão “ira” segundo Vine (2002, p. 723) que dizer: “raiva ardente”, “indignação” e “furor”. Na condição de pecador o homem está sobre a ira de Deus, já no presente (Jo 3.36; Rm 1.18), e irá experimentar desta ira plenamente no futuro, quando todos os pecadores serão julgados e sentenciados a condenação eterna (Rm 2.5,16; Ap 20.11-15). Mas, quando justificado, este pecador remido é salvo desta ira presente e futura, pois para ele já não há mais condenação, visto que este creu que Cristo assumiu a sua culpa quando morreu na cruz (Jo 5.24; I Ts 1.10; Ap 3.10).

2.5 Reconciliação (Rm 5.10,11). 
No grego a expressão reconciliar “katallage” significa: “restauração à benevolência divina, conciliação” (PALAVRA- CHAVE, 2009, p. 2257). Segundo Champlin (2004, p. 574), a reconciliação “consiste da mudança da relação de hostilidade que existiu entre dois indivíduos, passando eles a serem amigos entre si. Essa relação de hostilidade é alterada para a relação de paz”. Por causa do pecado, o homem quebrou a sua comunhão com Deus (Gn 3.23-24; Rm 3.23). Porém, apesar de o primeiro Adão ter criado o abismo, o segundo Adão, Cristo, construiu a ponte, nos reconciliando com Deus (II Co 5.18,19; Cl 1.20,21).

2.6 Glorificação (Rm 5.10a).
Paulo ainda diz que uma das bençãos subsequentes a justificação é a glorificação. No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma. A glória de Cristo será partilhada plenamente com seus santos no arrebatamento da igreja (I Co 15.53,54; Cl 3.4; I Jo 3.2).


III. AS DIFERENÇAS ENTRE ADÃO E CRISTO
“O contraste entre Adão e Jesus Cristo é que um único ato de Adão determinou a natureza do mundo; um único ato de Cristo determinou a natureza da eternidade. Em terminologia moderna, podemos dizer que Adão foi um protótipo imperfeito, mas Cristo é o original perfeito. Assim como Adão era um representante da humanidade original. Cristo é o representante da nova humanidade espiritual” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 42). Na tabela abaixo veremos qual o estado ou condição do homem que está em Adão e do que está em Cristo:

ADÃO
CRISTO
Seu nome significa: homem ou humanidade
Seu nome significa: Deus salva
Pecou contra Deus (Gn 3.6; Os 6.7; Rm 5.12a)
Obedeceu a Deus (Mt 5.17; Fp 2.8; Hb 5.8)
Nos fez pecadores (Rm 5.19a)
Nos faz justos (Rm 5.19b)
Prejudicou toda a humanidade (Rm 5.12)
Beneficiou toda a humanidade (Rm 5.12-b; 17b)
Fomos afastados de Deus (Gn 3.24; Rm 3.23)
Fomos reconciliados com Deus (Rm 5.10-11; II Co 5.18)
Nele morremos (Rm 5.12,15-a; 17-a; 6.23a)
Nele vivemos (Rm 5.17-b; 6.23b)
Trouxe a condenação (Rm 5.16-a; 18a)
Trouxe a salvação (Rm 5.16-b; 18b)


IV. A GRANDEZA DO AMOR DE DEUS
Após falar da justificação como um ato divino de declarar inocente o culpado, o apóstolo Paulo nos fala sobre o incomparável amor divino, pois este foi a motivação que impulsionou Deus a graciosamente nos conceder graciosamente a salvação. “O amor pode ser definido como o “sentimento que constrange a buscar, desinteressadamente e sacrificialmente, o bem de outrem. O amor é o mais alto e sublime atributo comunicável de Deus. João diz que Deus é amor (I Jo 4.8). Somente o amor seria capaz de predispor a Deus a buscar o bem de uma humanidade corrompida, e que só se ocupava em quebrantar-lhe as leis” (ANDRADE, 2006, p. 42 – acréscimo nosso). Vejamos o que nos diz Paulo sobre isso:

4.1 O amor de Deus foi aplicado (Rm 5.5).
O apóstolo Paulo nos ensina que a razão da confiança por parte dos que tem fé é que o amor de Deus esta derramado em nosso coração. Quando a pessoa confia em Cristo e o recebe, ela recebe o Espirito Santo (Rm 8.9), que constantemente a encoraja a manter sua esperança em Deus. “A presença do Espirito Santo em nossa vida nos torna cientes do amor de Deus, e esse amor nos dá esperança inabalável no porvir. Logo, o cristão nunca deve desistir diante do sofrimento, pois Deus certamente cumprira suas promessas” (TOKUMBOH, 2010, p. 1394)

4.2 O amor de Deus foi imerecido (Rm 5.6,7).
Paulo nos diz que Deus nos amou quando éramos “fracos” (Rm 5.6-a); “ímpios” (Rm 5.6-b); “pecadores” (Rm 5.8-b); e, “inimigos de Deus” (Rm 5.10), ou seja, não merecíamos tão grande e excelente amor. Paulo diz que é possível que alguém se encoraje a morrer por um justo, ou seja, por um homem íntegro e honesto, um cidadão respeitável e bom, uma pessoa útil ou benevolente. Porém, Cristo morreu por nós, sendo nos ainda pecadores. “Essa é uma demonstração clara do amor de Deus. Ele nos recebe do jeito que estamos e, a partir daí, começa a fazer algo novo e belo” (RADMACHER, 2010, p. 373).

4.3 O amor de Deus foi provado (Rm 5.7,8).
Sem sombra de dúvida, a maior revelação do amor Deus para com a humanidade está na Pessoa de Cristo Jesus. Em João 3.16, o Senhor Jesus afirmou isso: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito[...]”. Confira também: (Is 9.6; Mt 20.28; Jo 15.13; Rm 8.32). Jesus veio ao mundo para mostrar qual é e sempre foi a atitude de Deus para com os homens. Ele veio para provar aos homens incontestavelmente que Deus é amor. “A morte de Cristo é a mais alta manifestação do amor de Deus por nós. Embora fôssemos rebeldes e desprezíveis. Cristo morreu por nós para que assim pudéssemos chegar a Deus, ter paz com Ele e nos tornarmos herdeiros de suas promessas. Cristo não morreu para que nos tornássemos pessoas amadas; Cristo morreu porque Deus já nos amava e queria nos levar para junto de si” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 41).


CONCLUSÃO
Por causa do seu grande amor pela humanidade, Deus enviou Jesus Cristo ao mundo para que, por meio dele, o pecador pudesse ser justificado. Essa justificação trás consigo grandes benefícios espirituais, e sem dúvida, o maior deles é a possibilidade que o homem tem de reatar a sua comunhão com Deus outrora perdida no Éden.



REFERÊNCIAS
Ø  ADEYEMO, Tokumboh. Comentário Bíblico Africano. CPAD.
Ø  APLICAÇÃO PESSOAL, Comentário do Novo Testamento. Vol. 02. CPAD.
Ø  BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. PDF.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  CLAUDIONOR, Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. Vol 08. CPAD.
Ø  LOPES, Hernandes dias. Comentário Exegético de Romanos. HAGNOS.
Ø  RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico: Novo Testamento. CENTRAL GOSPEL.



Por Rede Brasil de Comunicação.


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