Rm 15.20-29
INTRODUÇÃO
Nesta lição
veremos a definição da palavra cosmovisão, estudaremos como o apóstolo Paulo
encarava a obra missionária, pontuaremos o pioneirismo missionário do apóstolo
na igreja primitiva, falaremos sobre a estratégia missionária de Paulo e suas
motivações missionárias.
I. DEFINIÇÃO DE
COSMOVISÃO MISSIONÁRIA
A palavra “cosmovisão”
vem da junção de duas palavras, uma do grego “kosmos” que significa “mundo”
e a outra do latim “visio” que é significa “visão”. Cosmovisão é aquilo que cada
pessoa é, o que defende, o que vive, é resultado da cosmovisão que permeia sua
vida, ou seja, é o modo pelo qual a pessoa vê ou interpreta a realidade em sua
volta (ANDRADE, 2006, p. 118). Em nosso caso, quando evangelizamos, cumprimos
com a cosmovisão cristã missionária.
II. PAULO E A OBRA
MISSIONÁRIA
2.1 O apóstolo
Paulo e a missão (Rm 15.16).
Paulo expõe o
que estava em seu coração que era o desejo de levar o evangelho da graça de
Deus a terras ainda não alcançadas (Rm 15.14-22). O apóstolo usa termos
técnicos para apresentar seu “ministério sacerdotal”. Ele se autodenomina de um
liturgo do grego “leitourgos” (aquele que exerce a função de sacerdote).
“Paulo considera sua obra missionária como sendo um ministério sacerdotal
quando oferece os seus convertidos gentios como um sacrifício vivo a Deus”
(STOTT apud LOPES, 2010, pp. 471,472). “Cada alma que ganhamos para Cristo é
uma oferta de sacrifício que oferecemos a Deus para a sua glória” (WIERSBE apud
LOPES, 2010, pp. 471,472).
2.2 O apóstolo
Paulo e o agente capacitador da missão (1 Co 2.1-4).
O ministério
missionário de Paulo foi marcado pela atuação do Espírito Santo. A obra não é
feita pela capacidade humana, pois, não há movimento missionário que se sustente
sem a participação efetiva do Espírito do Senhor. A obra é de Cristo, o poder
vem de Cristo; Paulo foi apenas o instrumento, e não o agente. As credenciais
de um ministério autêntico são dadas pelo Espírito Santo.
2.3 O apóstolo
Paulo e o território da missão (Rm 15.20-22).
2.4 O apóstolo
Paulo e a cobertura espiritual da missão (Rm 15.30-32).
Paulo contava
com o apoio da Trindade no seu projeto missionário. Ele via com muita seriedade
a obra missionária e por isso rogou que os crentes que “lutassem em oração com ele”.
A palavra “combatais” significa: “lutar
junto com alguém”, trazendo um sentido de uma luta espiritual na
oração. Missões envolvem conflito espiritual e muitas vezes lágrimas. Todavia,
missões são marcadas também por satisfação espiritual e alegria (Sl 126.5,6).
III. PAULO E O
PIONEIRISMO MISSIONÁRIO DA IGREJA PRIMITIVA
Paulo foi, sem
sombra de dúvidas, o maior missionário da igreja de todos os tempos. Ele
plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Em
toda a parte, seu objetivo era pregar o evangelho (Rm 15.20). Destacaremos a
seguir aqui alguns pontos importantes de seu pioneirismo. Vejamos:
3.1 Paulo e os
limites de sua ação missionária (Rm 15.19b).
Paulo vai desde
o extremo Oriente, em Jerusalém, até ao Ocidente, ao Ilírico. Seguindo a rota
do sol, seu caminho o conduziu do leste para o oeste, até a costa do mar
Adriático. A indicação deve sugerir a marcha triunfal do evangelho do Oriente
ao Ocidente e o sentimento de que tudo o que jaz a leste de Roma já havia sido
atingido. Essa região da Ilíria se situava na costa ocidental do mar Adriático,
na Macedônia, e corresponde aproximadamente à Albânia e à parte sul do que era
a antiga Iugoslávia (LOPES, 2010, pp. 477,478).
3.2 Paulo e a
filosofia de sua ação missionária (Rm 15.20,21).
Paulo se
considerava um desbravador de trilhas para o evangelho, um missionário
pioneiro, um plantador de igrejas e seu chamado era para lançar os fundamentos
(1 Co 3.10), sua vocação era semear (1 Co 3.6). Paulo como um plantador de
igrejas, sua prioridade era não passar onde outros haviam já trabalhado,
entendendo assim, a necessidade de levar a mensagem aos não alcançados.
3.3 Paulo e a
abrangência do seu ministério (Rm 15.16).
O ministério de
Paulo era voltado aos gentios. O próprio Deus o capacitou e o conduziu nessa
direção (2 Tm 4.17). Seu chamado de conduzir os gentios à obediência
realizou-se por palavras e obras, pois ele pregava e fazia (Rm 15.18). Foi
assim o próprio ministério de Cristo: ele fazia e ensinava (At 1.1).
IV. PAULO E A
ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA
4.1 Paulo
mantinha bases de apoio (At 14.26 28; 18.22, 23).
4.2 Paulo
pregava em lugares específicos (Rm 15.18,19).
Quando
examinamos estes textos podemos notar dois elementos que resumem o trabalho
missionário de Paulo. Primeiro, ele direcionou seu esforço particularmente ao
mundo não judaico (v. 18). Segundo, ele limitou seu trabalho principalmente à
área geográfica do mundo Romano onde outros ainda não haviam atuado (v. 19),
sua missão se concentra nas quatro províncias mais populosas e próspera da sua
época, a saber: Galácia, Ásia, Macedônia e Acaia. Em sua ótica Paulo não se via
pregando em todos os lugares, o que seria humanamente impossível, mas
estabelecendo Igrejas em lugares estratégicos, de modo que o evangelho se
espalharia pelas principais cidades e vilarejos.
4.3 Paulo e sua
pregação nas sinagogas (At 13.5,14; 14.1; 17.1 2, 10; 18.4, 19).
Paulo seguia o
princípio de “primeiro ao judeu...” (Rm. 1.16), assim sua estratégia era
frequentar as sinagogas nas cidades por onde passava. Havia um costume de se
convidar um rabino que estivesse de visita para dar uma “palavra de exortação” (At
13.15). Assim, Paulo aproveitava essa cortesia e a plateia presente de judeus,
prosélitos e gentios para pregar o evangelho de Cristo.
4.4 Paulo
mantinha intercâmbio entre as igrejas (Rm 15.26).
Para que a obra
missionária seja realizada com excelência é necessário que haja planejamento.
Paulo já havia estabelecido parcerias entre as igrejas. Aqui o intercâmbio é
feito entre as igrejas da Macedônia, Acaia e a igreja de Jerusalém. Paulo
enfatiza que as igrejas gentílicas são devedoras para com a igreja em Jerusalém
a “igreja
mãe”, visto que a bênção do evangelho de Cristo partiu de Jerusalém (Rm
15.27) (CABRAL, 2005, p.146).
4.5 Paulo
trabalhava sempre em equipe (At 12.25; 13.13; 15.40).
Paulo em todas
as suas viagens missionárias teve companheiros. Barnabé e João Marcos na
primeira viagem, e Silas, depois Lucas e Timóteo na segunda. Para ele a
pregação do evangelho exigia um esforço conjugado (1 Ts 1.1). Paulo sempre se
associou ao maior número de pessoas possíveis, basta observarmos quantos nomes
aparecem em suas epístolas (2 Co 1.19; 8.23; Cl. 4.14; At 19.22; Cl 4.7,10; At
20.4; Fl 2.20 22,25; Cl 2.7; At 18.2,3; Rm 16). Como vimos, Paulo deseja se
associar aos crentes em Roma para poder alcançar a Espanha (Rm. 1.11,12) ele
sabia que sozinho não conseguiria fazer quase nada.
V. PAULO E SUAS
MOTIVAÇÕES MISSIONÁRIAS
5.1 Paulo e os
“últimos dias” (1 Co 10.11).
5.2 Paulo e a
Igreja como “comunidade escatológica” (Ef 1.23).
A segunda
convicção do apóstolo Paulo era que as antigas promessas de Deus encontravam
concretização histórica na Igreja de Cristo. Era na Igreja que a restauração de
Israel, profetizada nas Escrituras do AT se consumava, era na Igreja que a
plenitude dos gentios estava entrando. É por isso que ele fala da Igreja como
sendo uma nova criação, feita de judeus e gentios (Ef 2.15; 4.24; Cl 3.10).
Esse entendimento de Paulo sobre a Igreja como comunidade escatológica o levava
a sair plantando igrejas locais no mundo de sua época.
5.3 Paulo e a
consciência do chamado divino para “edificar a igreja” (1 Tm 3.15).
CONCLUSÃO
Nessa lição,
vimos uma das razões que levou o apóstolo a visitar a igreja de Roma. Não era
apenas uma visita fortuita, mas algo planejado. O seu alvo era o
estabelecimento de um ponto de apoio para seu empreendimento missionário. Para
isso, Paulo usa esse espaço de sua Epístola para informar aos crentes em Roma
das diretrizes tomadas para essa viagem. A igreja de Roma, que não tinha Paulo
como seu fundador, teria a oportunidade de ver como trabalhava e apoiar aquele
que foi, sem dúvida, o maior missionário da história.
REFERÊNCIAS
CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. CPAD.
PETERS, G. W. Teologia Bíblica de Missões. CPAD.
STAMPS, Donald C.
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
LOPES, Hernandes
Dias. Comentário Exegético de Romanos.
HAGNOS.
ANDRADE,
Claudionor C. de. Dicionário Teológico.
CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário