Lc 7.36-50
INTRODUÇÃO
Veremos nesta
lição que o Salvador veio para salvar todos os homens e que a igreja do século
21 tem um grande trabalho pela frente: evangelizar os grupos desafiadores, pois
tais pessoas não podem ser ignoradas nas ações evangelísticas da igreja.
Pontuaremos que, muitas vezes, Jesus pregou para pessoas em uma cultura onde
elas não eram valorizadas. Notaremos que Jesus acolheu os deficientes morais, e
por isso foi chamado de amigo de pecadores (Mt 11.19). Com isso, Jesus não
aprovou o pecado, mas sempre se mostrou acessível ao pecador e as suas
necessidades, pois, o Salvador não excluiu ninguém. Concluiremos vendo que seu
convite generoso ainda está aberto para todos que se sentem rejeitados,
cansados e oprimidos, a fim de que recebam alívio (Mt 11.28).
I. A AÇÃO INCLUSIVA DO EVANGELHO
DE CRISTO
O Aurélio define
a palavra inclusão como: “ato ou ação de incluir ou de admitir”
(FERREIRA, 2004, p. 1088). É necessário entender que a inclusão da qual a
Bíblia menciona é a do pecador e não a do pecado. Como Igreja do Senhor, precisamos
alcançar com o Evangelho os grupos desafiadores. Jesus, o Filho de Deus, não
excluiu ninguém, pois anunciou a mensagem da inclusão (ARRINGTON, 2009, p.
361). Vejamos:
1.1
Identificando os grupos desafiadores.
Jesus deu uma
atenção especial aos pobres, necessitados e excluídos em seu ministério e nos
exortou a fazer o mesmo. “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o
que se havia perdido” (Lc 19.10). Moradores de rua, usuários de droga,
menores abandonados, presidiários, meretrizes, homossexuais, adúlteros,
mendigos, ladrões, alcoólatras, etc. O evangelho de Jesus deve chegar a
todas as pessoas inclusive aquelas que estão à margem da sociedade. Precisamos
ver com os olhos de Cristo estas pessoas como ovelhas perdidas sem pastor.
1.2 Alcançando
os grupos desafiadores.
Existem muitos
grupos marginalizados e são aqueles colocados à margem da sociedade movidos por
preconceitos e falta de oportunidades. Vivem sem esperança, afeto, carinho,
amor e salvação. São muitos que se tornaram vítimas de situações sociais
opressoras e injustas. Deus deseja que o evangelho alcance todos, sem distinção
(Mt 9.35,36). A vocação da igreja é apascentar gente que assim vive (Jo 4.35). Ide
por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
Jesus declarou dizendo que veio para os pecadores e não para os justos (Mt
9.13). Jesus veio para os doentes e não para os sãos, pois os sãos não precisam
de remédio, mas os doentes (Mt 9.12; Mc 2.17).
1.3 Amando os
grupos desafiadores.
Os
marginalizados neste mundo precisam ser vistos de forma diferente da que nos acostumamos
a vê-los. Essas pessoas são ovelhas, mas sem pastor e devemos atentar a maneira
como Jesus as vê: “Vendo Ele as multidões, tinha grande compaixão
delas...” (Mt 9.36). O mestre não as chama de lobos, mas de ovelhas e
as vê com os olhos de compaixão. Para desenvolvermos uma ação evangelizadora e
missionária com grupos específicos precisamos ter esse olhar. Olhar com os
olhos de Jesus significa um olhar terno, apurado e constante. A igreja tem os
seus olhos diferentes do mundo, pois seus olhos são os de Jesus (Jo 8.10).
1.4 Tratando os
grupos desafiadores.
É preciso
reconhecer que essas pessoas precisam da ação terapêutica da igreja. “E percorria
Jesus todas as cidades […] curando todas as enfermidades e moléstias do povo” (Jo
9.3). Cura é o que muita gente precisa, seja ela física, emocional ou
espiritual. A igreja exerce esta função terapêutica neste tempo de tanta
carência. Jesus nunca se preocupou com o que uma pessoa era ou deixava de
ser. O alvo de Jesus era resgatar todas. Jesus via nesses as oportunidades de
salvação e restauração. Os de grupos específicos são seres humanos
criados à imagem e semelhança de Deus e que precisam dessa semelhança e imagem
restauradas pelo poder do Evangelho (Rm 1.16; 2 Co 5.17). Eles precisam de cura
da alma, de seus traumas. Essa ação terapêutica envolve também a restauração da
dignidade humana, que um dia perderam por causa dos vícios e de suas atitudes
não éticas e morais.
II. PORQUE DEVEMOS EVANGELIZAR
GRUPOS DESAFIADORES
Quando no
coração do cristão, não há nenhum desejo pela salvação dos perdidos, é porque
talvez este cristão não experimentou a verdadeira salvação ainda. Uma das
evidências da nossa salvação é o forte desejo e o amor que temos de levar pessoas
a Cristo: Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido”
(At 4.20). Notemos então porque devemos evangelizar os grupos
desafiadores:
2.1 Porque Jesus
nos deu esta ordem.
Quem não se
dispõe a ir, está cometendo pecado de omissão: “... ai de mim se não anunciar
o evangelho.” Foi Jesus quem disse: “Dai-lhe vós de comer [...]” (Mc
14.16) “Vai trabalhar na minha vinha [...]” (Mt 21.28). “De
graça recebeste, de graça dai [...]” (Mt 10.8). Temos uma dívida (Rm
1.14,15; Mt 28.10-20).
2.2 Porque
devemos manifestar a glória de Deus até aos confins da terra.
O “ide” de Jesus
para irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de
salvos, mas a todos, indistintamente: “Louvem-te os povos, ó Deus;
louvem-te os povos todos. Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o
temerão” (Sl 67.5,7).
2.3 Porque é
nossa responsabilidade e dever.
Quando a igreja
se propõe a ganhar almas para Jesus, ela cresce em todas as direções. Mesmo
porque, igreja só é Igreja quando sua prioridade é ganhar os perdidos para
Deus: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre
mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho” (1
Co 9.16).
2.4 Porque o
homem sem o Evangelho está perdido.
A importância do
evangelismo pessoal vê-se no fato de que a evangelização dos pecadores foi o
último assunto de Jesus aos discípulos antes de ascender ao céu. Nessa ocasião,
Ele ordenou à Igreja o encargo da evangelização do mundo (Mc 16.15). O alvo do
evangelismo é tríplice: salvar os perdidos, restaurar os desviados e edificar
os crentes.
2.5 Por gratidão
a Deus pela alegria da nossa própria salvação e em amor ao próximo.
Ganhar alma foi a
suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra (Lc 19.10), e dos apóstolos: “Nisto
conhecemos o amor: que Cristo deu sua vida por nós; e devemos dar nossa vida
pelos irmãos.” (1 Jo 3.16). Paulo, o grande homem de Deus, do NT tinha
o mesmo alvo e visão (1 Co 9.20).
III. JESUS E A EVANGELIZAÇÃO DOS
GRUPOS DESAFIADORES
Diferente dos
grupos religiosos da época, Jesus procurava dar preferência aos que eram
marginalizados por sua vida explícita de devassidão e pecado (Mt 9.11; 11.19;
Mc 2.15,16; Lc 5.30; 15.1). O Evangelho sempre foi à força vencedora e sempre
venceu barreiras geográficas, sociais e étnicas. Podemos definir como grupos
específicos: viciados em drogas, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, marginais
e etc. Notemos a ação de Jesus para com esse grupo de pessoas:
3.1 Ele veio
sarar os que estavam moralmente doentes. “Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes:
Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes” (Mt 9.12).
O amor de Jesus
Cristo para com os grupos alienados da sociedade incomodava os líderes
religiosos (Mt 21.31,32; Lc 7.36-50; Jo 4.1-42). Jesus, durante o seu
ministério terreno, sempre se preocupou com a situação espiritual das pessoas
(Lc 4.17-19). O seu olhar era diferente, pois Ele não via as pessoas pela sua
posição social, mas via o seu estado espiritual (Mc 2.17), ele as via como
ovelhas sem pastor (Mt 9.35-38). A recuperação dessas pessoas e a integração
delas na sociedade em geral, e na igreja em particular, é muito difícil, pois
elas precisam de um acompanhamento todo especial. É preciso paciência,
perseverança, insistência, muita oração e solidariedade.
3.2 Ele veio
buscar e salvar o perdido. “Pois o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se
havia perdido” (Lc 19.10). O Senhor acolhia os pecadores sem acepção, e comia
com eles assentando-se na mesma mesa, fora recriminado pelos príncipes dos sacerdotes
e os anciãos do povo, por causa da sua bondade e misericórdia, e disse-lhes: “Em
verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no
Reino de Deus” (Mt 21.31). A carta aos Romanos revela o verdadeiro amor
do Senhor Deus pelo homem, mesmo depois do pecado (Rm 5.6,8). O cristão ao
evangelizar um alcoólatra, homossexual, prostituta ou marginal, não deve
discriminá-lo, tratá-lo como se fosse sujo, indigno ou inferior, pois são
pessoas, são gente e devem ser tratados com dignidade e amor.
IV. A MENSAGEM DO EVANGELHO
4.1 Condena o
pecado, mas ama o pecador. “[…] Não necessitam de médicos os sãos, mas, os
doentes [...] (Mt 9.10-13).
Embora Deus ame
a essas pessoas, Ele reprova o comportamento delas (Jo 8.11; 1 Co 6.9,10). O
fato de Jesus estar constantemente cercado por pessoas de má fama, e
considerado grandes pecadores, sempre escandalizou os líderes religiosos da época,
como os fariseus. Entretanto Deus, apesar de detestar o pecado, ama imensamente
cada pecador, e deseja ardentemente libertá-lo do domínio do pecado (Jo
8.10,11). E o fato de Cristo estar sempre cercado por pessoas assim, prova
isso, pois Deus não olha o tamanho do pecado (Rm 3.21-24), mas sim, o coração
humilde que clamar pela misericórdia de Deus (1 Jo 1.7-9).
4.2 Ressocializa
os perdidos e marginalizados.
Não há como
negar a atualidade e relevância de temas como estes: a evangelização de grupos
desafiadores. São pessoas alienadas de nossa sociedade e, infelizmente, pouco
ou quase nada, as pessoas fazem para alcançá-las. Para alguns, o esforço para a
evangelização deste grupo é inútil, é como lançar pérolas aos porcos. Nós
pensamos diferente e cremos que, pessoa alguma, por pior que seja, jamais está
fora do alcance da graça (2 Pe 3.9),do amor e do poder de Deus “[…] ainda
que os vossos pecados sejam como a escarlate, eles se tornarão brancos como a
neve [...]” (Is 1.18). O exemplo de oração intercessória de Abraão é
digno de imitação (Gn 18.23-33).
2.3 Leva o
pecador a abandonar o pecado.
O arrependimento
para o qual Jesus chama e o qual Deus ordena a todos os homens é em relação a
Deus (At 17.30; 20.21; 11.18); ao pecado (Ap 9.21; 22.17); às obras mortas (Lc
13.3,5; Hb 6.1); à descrença no evangelho de Jesus Cristo. “[…]
arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15). Se quisermos ganhar
essas pessoas para Jesus, precisamos estar cheios de um profundo amor por elas.
Aquele amor de Jesus que não se envergonhava, mas que se identificava sem dar
apoio ao mal.
CONCLUSÃO
Deus não limitou
seu evangelho: ele é proclamado em todos os lugares, apesar de nem sempre
encontrar ouvidos receptivos. Então, Deus realmente está colocando a salvação à
disposição de todos. Em 1 Timóteo 2.4, Paulo escreve: “Deus quer que
todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”. Pedro
diz: “O Senhor é paciente para conosco, não querendo que alguns se
percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9).
REFERÊNCIAS
Ø BÍCEGO,
Valdir. Manual de Evangelismo. CPAD.
Ø GILBERTO,
Antonio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
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