Gn 37.1-11
INTRODUÇÃO
O livro do
Gênesis contém cinquenta capítulos, sendo que treze são dedicados a história de
José, igualando-se até mesmo a história do patriarca Abraão. Nessa lição
teremos a oportunidade de aprender informações adicionais sobre José; pontuaremos
algumas injustiças que ele viveu; e acima de tudo e veremos a importância da
sua fé em Deus para superar as injustiças e também pontuaremos que muitos tomam
José como um tipo de Cristo; uma pessoa inocente que sofreu por causa da
maldade dos outros e, através do qual, o povo escolhido foi liberto da morte
certa. O silêncio de José enquanto seus irmãos deliberam seu destino (Gn
37.12-35) prefigura o silêncio de Cristo perante seus juízes (1 Pe 2.23).
I. DEFININDO FÉ E INJUSTIÇA
1.1 Fé.
A palavra fé no
hebraico é “heemim” e no grego é “pisteuõ”. A
Bíblia diz que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a
prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). “É a confiança que
depositamos em todas as providências de Deus. É a crença de que Ele está no
comando de tudo, e que é capaz de manter as leis que estabeleceu. É a convicção
de que a sua Palavra é a verdade. Enfim, é a tranquilidade que depositamos no
plano de salvação por Deus estabelecido, e executado por seu Filho no
Calvário”(ANDRADE, 2006, p. 188). A palavra “Fé” possui diversos significados, que
serão definidos de acordo com o contexto onde está inserida. O dicionário
Houaiss (2010, p.) define a palavra como:“crença religiosa, confiança
absoluta, comprovação e testemunho”. No AT a palavra "emunah"
é traduzida por fidelidade, certeza. De modo geral é aplicada na
relação entre Deus e Israel onde se exige de Israel uma atitude de fidelidade para
com o Senhor (2 Cr 19.9; Dt 32.4; Sl 33.4; 119.30,86; Pv. 28.20). Já no NT a
palavra "pistis" é traduzida primariamente por
persuasão firme, convicção fundamentada no ouvir, sendo sempre usada no NT
acerca da fé em Deus, Jesus ou coisas espirituais, podendo ser utilizada como
confiança (Rm 3.25; 1Co 2.5; 15.14,17; 2 Co 1.24; Gl 3.23); fidedignidade,
fidelidade e lealdade (Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22; Tt 2.10); crença, corpo de
doutrina (At 6.7; 14.22; Gl 1.23; 3.25).
1.2 Injustiça.
O Aurélio diz
que injustiça é: “falta de justiça, ação ou coisa injusta, atitude sem
fundamento” (FERREIRA, 2004, p.1108). Ser injustiçado é uma das coisas mais
dolorosas de se enfrentar. Ao lermos a história desse patriarca, perceberemos
de que ele foi vítima de várias injustiças: a) Invejado e vendido por
seus irmãos (Gn 37.11, 26-28); b) Acusado e preso injustamente (Gn
39.13-20); c) Esquecido por quem lhe devia gratidão (Gn 40.23), etc.
Apesar de tudo, José não nutriu em seu coração, o sentimento de indignação e
revolta que geralmente toma conta de quem é alvo de injustiças, antes, revelou
sua fé em Deus não permitindo que nenhuma raiz de amargura crescesse em seu
coração (Hb 12.15; Ef 4.31).
II. INFORMAÇÕES SOBRE JOSÉ
José com certeza
é um dos grandes exemplos que encontramos na Bíblia, quando pensamos sobre a
necessidade de vencer as injustiças de nossos dias. Seu nome reflete o papel de
sua vida na nação de Israel. Foi o agente de Deus na preservação e na
prosperidade de seu povo no Egito, durante o período de fome na terra de Canaã”
(GARDNER, 1999, p. 377 – acréscimo nosso).Vejamos ainda algumas informações que
devemos considerar sobre ele:
2.1 Seu
nascimento.
José era filho de Raquel, a esposa amada de Jacó (Gn 29.18-20,30). Seu nascimento foi celebrado por sua mãe (Gn 30.22-24). José é descendente de um clã de patriarcas escolhido por Deus para iniciar a linhagem piedosa da qual nasceria o Messias (Gl 3.8,16,18). A primeira referência a José se dá como resposta da oração de Raquel e como consolo divino diante do opróbrio que ela vivia por não gerar filhos (Gn 29.31; 30.22-24); O nome José vem de uma palavra hebraica que significa: “Yahweh acrescentará” ou “Yahweh adicionará”; ele foi o décimo primeiro filho de Jacó e o primeiro de sua esposa favorita, Raquel.
José era filho de Raquel, a esposa amada de Jacó (Gn 29.18-20,30). Seu nascimento foi celebrado por sua mãe (Gn 30.22-24). José é descendente de um clã de patriarcas escolhido por Deus para iniciar a linhagem piedosa da qual nasceria o Messias (Gl 3.8,16,18). A primeira referência a José se dá como resposta da oração de Raquel e como consolo divino diante do opróbrio que ela vivia por não gerar filhos (Gn 29.31; 30.22-24); O nome José vem de uma palavra hebraica que significa: “Yahweh acrescentará” ou “Yahweh adicionará”; ele foi o décimo primeiro filho de Jacó e o primeiro de sua esposa favorita, Raquel.
2.2 A predileção
de seu pai.
Em
função de ser José filho de sua amada esposa Raquel (Gn 29.20, 30); bem como
ser filho de sua velhice, Jacó destina um amor diferenciado a José em relação
aos demais filhos (Gn 37.3); e declara-o ao lhe presentear como uma “túnica
de várias cores”. A túnica chegava aos calcanhares e tinha mangas
longas. Era a vestimenta usada por governantes ricos, e nem o pastor mais
bem-vestido, precisaria de algo do gênero para trabalhar nos campos. É provável
que fosse a forma de dizer que havia escolhido José para ser seu herdeiro
(WIERSBE, 2006, p.181).
2.3 Sua conduta
em contraste a de seus irmãos.
Ainda jovem José se destaca no ambiente
familiar em razão de sua conduta exemplar como filho, já que seus irmãos não
tinham uma boa reputação (Gn 37.2). Essa má “fama” que se divulgava de seus irmãos,
por certo eram baixas qualidades morais, pelas quais seus irmãos eram
conhecidos; fato que pode ser visto na conduta de Judá, que casou-se com uma
cananeia e todo o seu procedimento é descrito no capítulo 38. A integridade de
José pode ser vista em várias fases de sua vida, e em função disso vemos Deus
revelando desde cedo, o grande projeto para com ele (Gn 37.2, 5-11).
2.4 Sua comunhão
com Deus.
Além
de ser alvo da promessa divina, vemos José experimentando uma comunhão estreita
com Deus. Em meio às dificuldades que marcaram a sua trajetória, notamos a
companhia de Deus em cada momento mostrando a sua pessoalidade (Gn
39.2,3,21,23; At 7.9). Deus não impede as lutas na vida de José, mas garante
sua presença fazendo-o prosperar. Quem serve a Deus prospera até mesmo na
servidão. Não sabemos o preço que Potifar ofereceu por José. Mas logo
descobriria ter adquirido um bem mui valioso, pois tudo o que o jovem hebreu
punha-se a fazer prosperava (Gn 39.6,7). Quem serve a Deus prospera em qualquer
circunstância (Sl 1.3).
III. A FÉ COMO MEIO DE SUPERAR AS
INJUSTIÇAS
José era bisneto
de Abraão, amigo de Deus. À semelhança de seu pai, Jacó, e do avô, Isaque, era
um homem de profundas experiências com o Senhor. A seu modo, era um profeta e
um especialista em sonhos. Por causa da sua Fé em Deus, José triunfou em meio
as injustiças das quais foi alvo. Seu nome foi elencado na galeria dos “Heróis
da Fé” da epístola aos Hebreus (Hb 11.22). Notemos atitudes que tornam evidente
a sua fé:
3.1 Fé tendo
integridade na casa dos pais.
A família de Jacó passou por diversas crises: a) rixas entre as irmãs, Léia e Raquel (Gn 29.33; 30.1,8); b) injustiças (Gn 31.41) e intrigas financeiras (Gn 31.1); c) propensão à idolatria (Gn 31.34); e d) traição, violência, imoralidade e invejas (Gn 34.25-30; 35.22; 37.11). Diante desse contexto, que tipo de caráter José poderia ter? Entretanto, ele é um exemplo de que é possível, com a graça divina, manter-se puro e íntegro, mesmo convivendo com pessoas de comportamento reprovável (Fp 2.15).
A família de Jacó passou por diversas crises: a) rixas entre as irmãs, Léia e Raquel (Gn 29.33; 30.1,8); b) injustiças (Gn 31.41) e intrigas financeiras (Gn 31.1); c) propensão à idolatria (Gn 31.34); e d) traição, violência, imoralidade e invejas (Gn 34.25-30; 35.22; 37.11). Diante desse contexto, que tipo de caráter José poderia ter? Entretanto, ele é um exemplo de que é possível, com a graça divina, manter-se puro e íntegro, mesmo convivendo com pessoas de comportamento reprovável (Fp 2.15).
3.2 Fé para se
manter fiel (Gn 39.7-12).
Sua fidelidade a Deus e ao seu patrão eram o
suficiente para ele não ceder a tentação (Gn 39.8,9). A esposa de Potifar
insistiu em convidá-lo a pecar, mas ele resistiu “[…] falando ela cada
dia a José, e não lhe dando ele ouvido”[...] (Gn 39.10). Não se dando
por satisfeita, a mulher de Potifar tramou ficar sozinha com ele em determinada
ocasião; foi ao seu encontro para forçá-lo a coabitar com ela, mas a resolução
de José o fez fugir daquela investida (Gn 39.12-b). A mulher ardendo em ira
acusou-o diante de seu marido e funcionários dizendo que José havia tentado
molestá-la. Ele foi sentenciado a cadeia por este tão grande mal (Gn 39.14-20).
“A punição menor, dada a José, de acordo com os intérpretes judeus, significou
que Potifar acreditou em José, mas, a fim de poupar sua esposa de maior embaraço,
sacrificou-o, embora por meio de um castigo mais brando do que seria de se
esperar” (CHAMPLIN, 2001, p. 246). Sejamos fiéis a Deus custe o que custar (Pv
3.3; Dn 3.17,18; 6.3,4,22; Ap 2.10).
3.3 Fé para
testemunhar (Gn 41.33-36).
Após dois anos na cadeia, José foi chamado por Faraó para interpretar o sonho que este monarca teve. José, quando interpelado por Faraó se tinha a habilidade de interpretar sonhos ele respondeu: “Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó” (Gn 41.16). Deus é proclamado diante do temido Faraó, por aquele que tinha tudo para se omitir em virtude do que havia passado. O Soberano do universo é quem domina sobre tudo e sobre todos, foi a mensagem de José: […]“porque esta coisa é determinada de Deus, e Deus se apressa a fazê-la” (Gn 41.32).
Após dois anos na cadeia, José foi chamado por Faraó para interpretar o sonho que este monarca teve. José, quando interpelado por Faraó se tinha a habilidade de interpretar sonhos ele respondeu: “Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó” (Gn 41.16). Deus é proclamado diante do temido Faraó, por aquele que tinha tudo para se omitir em virtude do que havia passado. O Soberano do universo é quem domina sobre tudo e sobre todos, foi a mensagem de José: […]“porque esta coisa é determinada de Deus, e Deus se apressa a fazê-la” (Gn 41.32).
3.4 Fé para
perdoar (Gn 45.1-5).
Os
sete anos de abundância sobrevieram a terra do Egito como fora predito, e
agora, os sete anos de fome começavam a chegar. Segundo o que estava previsto,
a fome foi tão grave que superou os anos de prosperidade. Ela atingiu não
somente o Egito, como também todas as terras (Gn 41.57). Segundo o Dr. Norman
Champlin (2001, p. 257): “Não foi o
globo terrestre inteiro, mas a terra conhecida pelo autor do livro de Gênesis,
ou seja, o Egito, a Arábia, a Palestina e a Etiópia, as nações que pediriam
socorro ao Egito”. É nesse momento que a descendência de Jacó vem ao Egito a
fim de pedir socorro a Faraó, sem saber que José era o seu administrador. José
reconhece os seus irmãos, beneficia-os e
depois de prová-los revela-se como irmão deles e os perdoa por sua maldade (Gn
45.1-5). O perdão é uma característica
presente na vida daquele que tem o amor de Deus em seu coração (Mc 11.25; Ef
4.32; Cl 3.13).
3.5 Fé para crer
nas promessas.
Apesar de ter abrigado Jacó e seus descentes confortavelmente em Gósen no Egito, José sabia que o seu povo não ficaria ali para sempre. Já próximo da sua morte, José deu duas declarações que merecem ser destacadas: 1) a profecia de José (Gn 50.25a). Este servo do Senhor conscientizou os hebreus que no tempo certo Deus interviria tirando-os do Egito, para conduzi-los de fato a uma terra permanente; e, 2) a esperança de José (Gn 50.25-b). José deixou o mundo dando testemunho de sua fé na promessa de que Israel voltaria a Canaã, pois ordenou que seu corpo fosse embalsamado a fim de ser levado para a Palestina. Isto foi realizado anos mais tarde por Moisés e Josué (Êx 13.19; Js 24.32).
Apesar de ter abrigado Jacó e seus descentes confortavelmente em Gósen no Egito, José sabia que o seu povo não ficaria ali para sempre. Já próximo da sua morte, José deu duas declarações que merecem ser destacadas: 1) a profecia de José (Gn 50.25a). Este servo do Senhor conscientizou os hebreus que no tempo certo Deus interviria tirando-os do Egito, para conduzi-los de fato a uma terra permanente; e, 2) a esperança de José (Gn 50.25-b). José deixou o mundo dando testemunho de sua fé na promessa de que Israel voltaria a Canaã, pois ordenou que seu corpo fosse embalsamado a fim de ser levado para a Palestina. Isto foi realizado anos mais tarde por Moisés e Josué (Êx 13.19; Js 24.32).
CONCLUSÃO
A biografia do
patriarca José é uma das mais belas e inspiradoras. “A sua história é tão
notavelmente dividida entre a sua humilhação e a sua exaltação, que podemos ver
nela alguma semelhança com Cristo, que primeiro foi humilhado e depois exaltado.
Em muitos casos, José tipificou o Senhor Jesus” (HENRY, 2010, p. 178). “A
história de José nos revela como os descendentes de Jacó vieram a ser uma nação
dentro do Egito. Esta seção de Gênesis não somente nos prepara para a narrativa
do êxodo do Egito, como também revela a fidelidade que José sempre teve para
com Deus, e as muitas maneiras como Deus protegeu e dirigiu a sua vida para o
bem doutras pessoas. Ressalta a verdade de que os justos podem sofrer num mundo
mau e iníquo, mas que, por fim, triunfará o propósito de Deus reservado para
eles” (STAMPS, 2006, p. 90).
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
GARDNER, Paul. Quem
é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS
STAMPS, Donald C.
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
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