sábado, 23 de novembro de 2019

LIÇÃO 08 – O EXÍLIO DE DAVI (SUBSÍDIO)







1 Sm 22.1-5




INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos as grandes lições que podemos extrair da vida de Davi quando este estava na caverna de Adulão; veremos as características dos homens que ajudaram este monarca de Israel; pontuaremos o que podemos aprender com a liderança de Davi; e por fim, analisaremos as qualidades do filho de Jessé como líder no exílio.


I. LIÇÕES DA CAVERNA DE ADULÃO
Quatro capítulos foram dedicados ao período da vida de Davi em que ele foge da perseguição de Saul (1Sm 21-24). Davi se exilou na caverna de Adulão na planície de Judá, em torno de 26 quilômetros a sudoeste de Jerusalém para preservar sua vida. O termo exílio vem do latim “exilium” e significa: “banimento; degredo; desterro; deportação; ermo; expatriação; isolamento do convívio social; ostracismo; proscrição; solidão” (HOUAISS, 2001. p. 1284). É o estado de estar longe da própria casa (seja cidade ou nação) e pode ser definido como a expatriação voluntária ou forçada de um indivíduo. Notemos algumas lições que aprendemos com Davi na caverna de Adulão:

1. A caverna foi um lugar de refúgio.
Na caverna de Adulão Davi se refugiou: “Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão [...]” (1Sm 22.1a). Davi recorreu à caverna de Adulão que em hebraico significa: “refúgio, abrigo, esconderijo” para se proteger das constantes perseguições, ameaças e afrontas de Saul que procurava a todo custo destruir sua vida e a sua família. A caverna de Adulão foi um lugar de tratamento na vida de Davi e não podemos esquecer que as cavernas, assim como os vales e desertos da vida não são permanentes e sim temporários. Portanto, por mais pedregosos que sejam os vales, por mais extensos que seja os desertos, e por mais sombrios que seja as cavernas, são apenas lugares de passagens, não são e jamais serão o estado definitivo de nossas vidas, mas sim momentos de aprendizados, amadurecimento e crescimento (Hb 11.38). Na caverna Davi procurou refúgio e segurança (Sl 46.1), na caverna ele se escondeu dos inimigos (Sl 91.1). Os Salmos 57 e 142 foram compostos por Davi enquanto ele esteve escondido na caverna de Adulão.

2. A caverna foi um lugar de reconciliação.
Na caverna de Adulão toda sua família juntou-se a Davi no exílio: “Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim” (1Sm 22.3b). A família toda de Davi juntou-se a ele na caverna, o que significa que seus irmãos desertaram do exército de Saul e tornaram-se fugitivos com o Davi. Na caverna de Adulão aconteceram três coisas com Davi e sua família: a) Ele se reencontrou com sua família; b) se reconciliou com sua família; e, c) ele cuidou de sua família (1Sm 22.1). Depois, Davi tratou de levar seus familiares para Moabe e acampou na fortaleza conhecida como Massada (1Sm 22.4). Davi honrou o pai e a mãe e procurou protegê-los, de modo que pediu ao rei de Moabe que lhes desse abrigo até o final do exílio. Os moabitas eram descendentes de Ló (Gn 19.30-38) e nos dias de Moisés os moabitas não eram um povo muito estimado pelos israelitas (Dt 23.3-6), mas Rute, bisavó de Davi, era de Moabe (Rt 4.18- 22), o que pode ter ajudado Davi a conseguir o apoio e abrigo para sua família (1Sm 22.4). Também é possível que Davi estivesse contando com a inimizade entre Moabe e Saul (1Sm 14.47).

3. A caverna foi um lugar de reconhecimento.
Na caverna de Adulão foi onde a família completa de Davi o reconheceu como rei. Davi, que no passado nem havia sido valorizado por sua família agora é procurado por ela: “ quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele” (1Sm 22.1). Antes ele tentava provar sua capacidade, mas não era reconhecido (1Sm 17.28-30). Na caverna, Davi formou um grande exército e passou a ser respeitado, não somente pelo povo, mas também por sua família que o havia desprezado (Sl 27.10).

4. A caverna foi um lugar de restauração.
Davi é o modelo de líder que recebe homens angustiados pela vida, para torná-los capazes para o serviço: “Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito [...]” (1Sm 22.2). Na liderança de Davi homens desprezados se tornaram em um exército de valentes vencedores, oficiais, ministros e governadores o famoso grupo conhecido como os “valentes de Davi”: “São estes os principais valentes de Davi, que o apoiaram valorosamente no seu reino [...]” (1Cr 11.10-12). Na caverna os desamparados foram acolhidos; os enfraquecidos foram fortalecidos e encorajados; e os desanimados foram animados. A grande lição de Davi para esses homens é que os que desejassem reinar com ele deveriam aprender a sofrer com ele. Podemos comparar Davi a Cristo que se dirigiu aos miseráveis, aos cansados, aos oprimidos, aos amargurados, aos publicanos e aos pecadores, e todos foram transformados pelo seu poder e passaram a fazer parte do seu reino (Mt 11.28,29; Lc 15.1; Mt 22.9,10).


II. CARACTERÍSTICAS DOS HOMENS DA CAVERNA DE ADULÃO
Davi enfrentou altos e baixos em sua vida e nessa ocasião, liderou um exército. Vejamos as características desses homens:

1. Homens que estavam em “aperto”.
O primeiro grupo, segundo o texto, era formado por homens que “se achavam em aperto” (1Sm 22.2a). Essa expressão se refere a pessoas perseguidas, assim como Davi. Ou seja, homens que estavam sob pressão e em dificuldade. O conceito de “aperto” aqui é o de pessoas oprimidas ou perseguidas. Essas pessoas certamente se identificaram com Davi por causa do “aperto” que ele também sofria. Eram homens que precisavam de ajuda, e que não tinham muito a oferecer.

2. Homens que estavam “endividados”.
O segundo grupo era formado por homens endividados. Talvez aqui a referência seja a homens que tinham se tornado escravos por causa de enormes dívidas. Assim, a expressão “homens endividados” é sinônima de “homens escravizados” (1Sm 22.2b). O termo hebraico usado neste texto é “nashah” que significa “tomar dinheiro emprestado a juros, ter vários credores” Ou seja, eram pessoas que não tinham condições de pagar suas dívidas.

3. Homens de “espírito amargurados”.
O terceiro grupo era formado por homens “amargurados de espírito” (1Sm 22.2c). No original hebraico, o termo é “maar néphesh” e significa: “estar com a alma atormentada”. Na verdade, estes homens eram desqualificados e despreparados. Mesmo assim, não foram rejeitados por Davi: “[…] se fez chefe deles” (1Sm 22.2). E foi com estes homens que Davi enfrentou e venceu grandes batalhas (1Sm 23.1-5; 27.8-12; 30.7-21). Aqueles homens estavam sendo preparados para se tornarem o exército dos valentes de Davi. Como líder, Davi trabalhou na vida daqueles homens desesperançosos, modificando as suas vidas, encorajando-os e dando-lhes uma nova perspectiva de vida.

4. Homens que eram “valentes”.
Na caverna só ficaram aqueles que realmente eram valentes e fiéis (2Sm 23.8; 1Cr 11.10). Davi ficou com quatrocentos excelentes guerreiros, número que posteriormente subiu para seiscentos (1Sm 22.2; 23.13; 25.13; 27.2; 30.9), e destes valentes trinta eram maiorais, e destes, destacam-se três: a) O primeiro comandante da guarda se chamava Josebe-Bassebete comandante da guarda do exército de Davi era muito experiente com sua lança e em uma determinada guerra matou oitocentos homens com essa arma (2Sm 23.8); b) O segundo comandante da guarda se chamava Eleazar que era mestre no manuseio da espada. Em uma determinada guerra contra os filisteus e não se cansava e lutou tanto que teve uma espécie de câimbra na mão, a ponto de mesmo cansado, não conseguiu largar a espada (2Sm 23.9,10); e, c) O terceiro comandante da guarda se chamava Sama que era mestre em estratégia de guerra (2Sm 23.11,12). Esses três homens eram tão leais ao rei Davi que arriscaram suas vidas em favor do rei. Ao ponto que Davi ansiou por um pouco de água do poço em Belém e estes três fiéis e valentes passaram pelas linhas inimigas a fim de buscá-la para seu líder (2Sm 23.13-17).


III. LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM A LIDERANÇA DE DAVI
O verdadeiro líder é aquele que é chamado por Deus. Nenhum líder do povo de Deus terá êxito, se não for escolhido por Ele. O segredo do sucesso de um líder depende, principalmente, de sua chamada. E Davi foi escolhido pelo próprio Deus (1Sm 16.1-13; 2Sm 12.7). Muitas lições podemos aprender com a liderança de Davi. Vejamos algumas:

1. Davi depositou sua confiança em Deus.
Apesar de contar com aqueles homens para a batalha, Davi sempre depositou a sua confiança em Deus. Antes de sair à peleja, ele costumava consultar ao Senhor (1Sm 23.2; 30.8; 2Sm 2.1). Pois, ele sabia muito bem que a vitória não dependia de seus homens, e sim, do seu Deus (Salmos 55, 57 e 59).

2. Davi não descartou seus liderados.
Liderar não é uma tarefa fácil, principalmente quando se trata de liderar pessoas que estejam em “aperto, endividados e desgostosos”, como aqueles homens liderados por Davi (1Sm 22.2). Na caverna os desamparados foram acolhidos; os enfraquecidos foram fortalecidos e encorajados; e os desanimados foram animados. Na liderança de Davi homens fracassados se tornaram em um exército de valentes e vencedores.

3. Davi ensinou seus liderados.
Davi sempre aproveitava as oportunidades para ensinar seus homens (1Sm 24.7,8; 26.8-10). Enquanto Saul contava com um poderoso exército de homens bem treinados e alimentados, Davi dispunha apenas de um pequeno grupo de homens desqualificados. Mas, o grande e bem preparado exército de Saul não pôde impedir que ele fosse derrotado e morto (1Sm 31.1-13); enquanto que, aqueles fracos homens de Davi, puderam vê-lo sendo constituído rei de todo o Israel (2Sm 5.1-12). Nos vários estágios da vida de Davi, ele demonstrou sabedoria; quer seja quando estava cuidando das ovelhas de seu pai (1Sm 17.15,20); quer seja quando estava no palácio, à serviço do rei (1Sm 18.5,14); quer seja quando estava fugindo da presença de Saul (1Sm caps. 24,26): “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; Pv 9.10).

4. Davi foi humilde.
Humildade significa: “ausência de orgulho e de soberba” e ser humilde é o mesmo que “ser simples”, “modesto”. É uma das principais características de um líder. Davi era um homem humilde e nunca se autoproclamou rei de Israel, nem revelou a ninguém que iria substituir a Saul, mesmo depois de haver sido ungido como rei (1Sm 16.1-13).

5. Davi foi motivador.
Uma das principais características de um líder é a capacidade de motivar seus liderados, principalmente diante dos desafios e das dificuldades. Davi soube motivar, não só os seus liderados (1Sm 22.23; 23.1-5) como também seu próprio líder, Saul (1Sm 17.32).

6. Davi foi paciente.
Davi soube passar pelos muitos estágios em sua vida (Sl 40.1-5), pois foi pastor de ovelhas (1Sm 16.11); músico do rei (1Sm 16.23); pagem de armas (1Sm 16.21); capitão do exército de Israel (1Sm 18.13,30; 2Sm 5.2a;); líder de um exército de quatrocentos homens (1Sm 22.1,2); e, depois, de seiscentos homens (1Sm 30.9). Na verdade, estes estágios em sua vida foi um período de preparação para que ele se tornasse, finalmente, rei de todo o Israel (2Sm 5.1-5).


CONCLUSÃO
Se não foi fácil para Davi liderar sobre aqueles fracos homens, também não foi fácil para eles serem liderados por Davi, pois, naquela ocasião, ele não tinha nada a lhes oferecer. Não tinha emprego, salário, posses, e nem despojos par repartir com eles. No entanto, eles se submeteram à liderança de Davi, mesmo que, aparentemente, nada pudessem receber em troca. Tivessem eles rejeitado à liderança de Davi, não teriam tido o privilégio de, tempos depois, servirem ao rei de Israel. Por isso, aprendemos, não só com Davi, mas também, com sua equipe de liderados a sermos obedientes e submissos a Deus e aos nossos líderes. 



REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. SP: OBJETIVA, 2001.
Ø  JOSEFO, Flávio (Trad. Vicente Pedroso). História dos Hebreus. RJ: CPAD, 2007.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1997.
Ø  WIERSBE Warren W. Comentário Bíblico Claro e Conciso AT – Históricos. SP: GEOGRÁFICA, 2010. 


Por Rede Brasil de Comunicação.


QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2019








   PODER, CURA E SALVAÇÃO –
O Espírito Santo Agindo
na Igreja em Atos.







Lição 07

Hora da Revisão
A respeito do tema “A Conversão de Saulo, responda:


1. O que Saulo estava fazendo no caminho para Damasco?
Ele estava a caminho de Damasco com autorização para prender os crentes e levá-los de volta a Jerusalém.

2. Saulo perseguia os crentes, mas Jesus lhe pergunta por que Ele o perseguia. Quem Saulo realmente perseguia?
Saulo perseguia a Igreja, mas Jesus diz para ele que perseguir os cristãos ou a Igreja é o mesmo que perseguir o próprio Cristo.

3. O que Deus ordenou que Saulo fizesse ainda ali no caminho de Damasco?
“Levanta-te e entra na cidade, e lá será dito o que convém fazer” (At 9.6).

4. Ananias tentou esquivar-se de sua missão ao questionar o Senhor a respeito de Saulo?
Não. Ele não sabia que Saulo já estava sendo transformado, e se utilizou de uma cautela natural para saber como seria seu primeiro contato com Saulo.

5. Por que é necessário estar no centro da vontade de Deus para as nossas vidas?
Porque somente estando no centro da vontade de Deus para as nossas vidas é que Ele cumprirá todos os seus planos para nós e em nós.



QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2019








   O GOVERNO DIVINO EM MÃOS HUMANAS –
Liderança do Povo de Deus
em 1º e 2º Samuel.







Lição 07

Para Refletir
A respeito de “Davi é ungido Rei”, responda:


O que o ato da unção passou a simbolizar?
Como um ato ordenado por Deus, a unção passou a simbolizar o derramamento do Espírito do Senhor (1Sm 10.9; Is 61.1).

Qual a diferença entre a unção do Antigo e do Novo Testamento?
No geral, entendemos a unção no Antigo Testamento como separação de alguém para algum ofício. No Novo Testamento ela está relacionada a Cristo e aos cristãos, no sentido de dotar o cristão de poder para testemunhar as verdades do Evangelho (At 1.8; 1Jo 2.20,27).

O que Davi não abandonou?
Davi, sendo ungido, não abandonou sua posição de servo e fez isso até que chegasse o momento de assumir o trono.

Qual foi o grande desafio de Davi?
Após ungido, Davi tem diante de si um grande desafio, o qual foi temido por todo Israel: lutar contra Golias.

Com que Davi matou o gigante?
Davi lançou a pedra com sua funda, acertando o gigante, o qual caiu atordoado com a espada.



domingo, 17 de novembro de 2019

LIÇÃO 07 – DAVI É UNGIDO REI (SUBSÍDIO)







1 Sm 16.1-13




INTRODUÇÃO
Introduziremos esta lição definindo o verbo “ungir” e explicando que aqueles que eram escolhidos por Deus para serem reis em Israel eram ungidos com azeite; falaremos da rejeição do rei Saul e da escolha divina de outra pessoa para ocupar o trono real; veremos informações detalhadas sobre Davi o escolhido de Deus para substituir Saul; destacaremos três verdades sobre a unção; e, por fim, concluiremos falando sobre o reinado de Davi, o rei segundo o coração de Deus.


I. DEFINIÇÃO DO TERMO UNGIR
O verbo “ungir” significa: “untar ou friccionar com óleo” (HOUAISS, 2001, p. 2804). A expressão hebraica deste verbo “mashah” que significa: “untar, ungir, consagrar”. O AT usa a expressão “mashah” comumente para indicar “ungir” no sentido de uma separação especial para um ofício ou função (VINE, 2002, p. 318). No AT, reis, sacerdotes e profetas recebiam a unção com óleo, literalmente falando, para ocuparem suas respectivas funções (Êx 29.16; 1Sm 9.16; 1 Rs 19.16). A unção do rei era oficializada por um representante divino, geralmente um profeta ou sacerdote (1Sm 10.1; 1 Rs 1.39,45; 19.16; 2Rs 9.6; 11.12). O azeite era derramado sobre a cabeça do rei como símbolo de sua consagração ao ofício. Devido ao costume de se ungir os reis, a frase “ungido do Senhor” tornou-se sinônimo de “rei” (1Sm 12.3,5; 24.6,10; 26.9,11,16,23; 2Sm 1.14,16; 19.21; Sl 20.6; Lm 4.20).


II. A REJEIÇÃO DO REI SAUL E SUA SUBSTITUIÇÃO
Por causa de sua rebeldia (1Sm 15.10,11), Saul foi rejeitado para não mais exercer o reinado sobre a nação de Israel (1Sm 15.26,28; 16.1). Ele ficou ocupando o cargo, mas o Senhor já não era mais com ele, pois o tinha rejeitado (1Sm 16.1,14). O reino de Israel seguia a regra da hereditariedade, ou seja, era de pai para filho. No entanto, quando pecou, Saul perdeu a hereditariedade do seu reino e Deus concedeu o trono a outro, que não era seu parente: “Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o SENHOR, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou” (1Sm 13.14).


III. A ESCOLHA DE UM NOVO REI PARA ISRAEL
O Senhor incumbiu a Samuel a tarefa de ungir um dos filhos de Jessé (1Sm 16.1). Ao chegar na casa de Jessé, os sete filhos foram apresentados ao profeta, mas, nenhum deles foi escolhido pelo Senhor. Samuel, então, perguntou: “Acabaram-se os moços? E ele lhe respondeu: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas” (1Sm 16.11). Jessé, então, mandou chamá-lo, e, ao chegar, Davi foi ungido pelo profeta, e o Espírito do Senhor se apoderou dele (1Sm 16.13). A escolha de Davi contrariou a lógica humana pelos seguintes fatores: a) Davi não era o primogênito (1Sm 16.11); b) Na época, Davi não fazia parte do exército de Israel (1Sm 17.13); e, c) Davi era um simples pastor de ovelhas (1Sm 16.11; 1Cr 17.7). Abaixo destacaremos algumas informações importantes sobre Davi. Notemos:

1. Seu nome.
O nome de Davi significa “amado”. Sua história está registrada em mais de sessenta capítulos da Bíblia; cerca de 60 referências são feitas a ele no Novo Testamento, além de figurar na genealogia do Senhor Jesus (Mt 1.1); até hoje ele é lembrado como o maior rei de Israel e, por duas vezes na Bíblia ele é chamado de “homem segundo o coração de Deus” (1Sm 13.14; At 13.22).

2. Sua família.
As Escrituras trazem a genealogia de Davi várias vezes, sendo a primeira vez em Rute 4.18-22. Ele é descendente direto de Judá, Perez, Esrom, Rão, Aminadabe, Naassom, Salmom, Boaz (o marido de Rute), Obede (filho de Boaz e Rute) e Jessé, seu pai (1Cr 2.5-16; Mt 1.3-6; Lc 3.31-33). Davi era o mais novo dos oito filhos de Jessé, um efrateu de Belém (1Sm 17.12-14).

3. Sua Ocupação.
Davi tinha como principal ocupação pastorear as ovelhas de seu pai (1Sm 16.11). Como pastor aprendeu a cuidar dos animais, bem como a protegê-los dos predadores. Essa experiência o ensinou pelo menos duas coisas: a) depender do Senhor, conforme ele mesmo diz ao rei Saul (1Sm 17.37); e, b) lhe deu chance de aprender a coragem que ele veio a usar em seus anos como guerreiro (1Sm 17.34,35).

4. Suas Habilidades.
Davi possuía muitos talentos e quando Saul estava atormentado por um espírito maligno, seus servos lhe aconselharam que ele mandasse chamar alguém que tocasse harpa. Então, ele mandou que lhe trouxessem alguém que tocasse bem. E, um dos moços lhe disse: “Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença [...]” (1Sm 16.18a). Davi destaca-se por seu talento musical, sua bravura, eloquência, boa aparência, mas, sobretudo pela presença do Senhor em sua vida “o Senhor é com ele” (1Sm 16.18b). Davi possuía um total sete características de alguém muito especial.


IV. DAVI FOI UNGIDO REI DE ISRAEL
Acerca da unção de Davi como rei de Israel devemos destacar três aspectos na sua vida: Vejamos:

1. A unção separou.
A unção separa a pessoa ungida para o seu ofício, falando sobre o caráter sagrado de sua chamada e comissão. Assim foi com Davi. Ele foi ungido no meio dos seus irmãos: “Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos” (1Sm 16.13).

2. A unção marcou.
Davi jamais esquecera o dia em que foi ungido. A expressão bíblica diz: “e desde daquele dia em diante” (1Sm 16.13), mostrando quão marcante foi essa experiência (Sl 23.5).

3. A unção capacitou.
A pessoa ungida ritualmente recebia a virtude divina em nome do Senhor. Era-lhe conferido o Espírito de Deus (1Sm 10.10). Foi o caso de Davi também: “Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi” (1Sm 16.13). A unção indicava a preparação para o serviço (1Sm 10.1,9; 16.13; Is 61.1; Zc 4.1-14).


V. O REINADO DE DAVI APÓS A MORTE DE SAUL
Após a morte de Saul, Israel enfrentou um período de turbulência e o reino foi dividido. Isto porque, comumente, o herdeiro do trono deveria ser um herdeiro de Saul. Mas, o Senhor havia escolhido a Davi, que não era seu descendente. Vejamos alguns incidentes desse período:

1. Isbosete reinou em Israel.
Depois da morte de Saul, Abner, seu general, colocou o quarto filho de Saul, Isbosete (também conhecido como Esbaal), no trono de Israel. Ele reinou sobre Israel, Gileade e sobre as tribos de Efraim e Benjamim (2Sm 2.8-10).

2. Davi reina em Judá.
Embora Davi soubesse que um dia se tornaria rei (1Sm 16.13; 23.17; 24.20), e que Saul já estava morto (2Sm 1.1-16); e, pesar de tudo parecer favorável e oportuno, Davi não partiu em busca do apoio dos israelitas, nem se precipitou em subir a nenhuma cidade de Judá, sem antes consultar ao Senhor: “Subirei a alguma das cidades de Judá? E disse-lhe o Senhor: Sobe. E falou Davi: Para onde subirei? E disse: Para Hebrom” (2Sm 2.1). A cidade de Hebrom ficava na região montanhosa de Judá, cerca de trinta quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Nesta cidade Davi reinou sobre Judá por sete anos e meio antes de se tornar rei sobre todo o Israel (2Sm 5.5).

3. Guerra entre Judá e Israel.
Com a existência de dois reis, Davi reinando em Hebrom sobre Judá; e Isbosete, filho de Saul, reinando sobre Israel, em Maanaim (2Sm 2.8-10), os homens de Davi e Isbosete se enfrentaram em uma batalha sangrenta. O exército de Judá, liderado por Joabe; e o exército de Israel, liderados por Abner saíram à peleja (2Sm 2.12- 3.1). Nessa batalha, Davi saiu vencedor e a Bíblia nos diz que: “Houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi ia se fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (2Sm 3.1). Abner foi morto à traição por Joabe, general de Davi, sem que Davi soubesse do fato (2Sm 3.22-30); e Isbosete, herdeiro do trono de Saul foi assassinado por dois dos seus servos (2Sm 4.1-12).

4. Davi reina sobre todo Israel.
Após a morte de Isbosete, todas as tribos de Israel vieram a Davi e lhe disseram: “Eis-nos aqui, somos teus ossos e tua carne. E também outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel, e tu serás príncipe sobre Israel” (2Sm 5.1,2). A Bíblia diz que Davi reinou por quarenta anos, sendo que, sete anos e meio em Hebrom e trinta e três anos em Jerusalém (2Sm 5.4,5). Era Davi de trinta anos quando começou a reinar sobre Israel (2Sm 5.4), e com a coroação de Davi sobre todo o Israel, o reino estava finalmente unificado mais uma vez. A unificação do reino foi um marco importante para a nação israelita. Vejamos:

· Com a unificação, um único rei, Davi, tornou-se chefe de todo o Israel (2Sm 5.3);
· A unificação pôs fim à batalha entre Judá (no sul) e Israel (no norte) (2Sm 5.1);
· A unificação trouxe crescimento para o reinado de Davi (2Sm 5.10-12);
· Com a unificação, Israel e Judá deixou de ser um grupo de tribos rivais para se tornar uma força política unida e respeitada por todos os povos da região.


CONCLUSÃO
A escolha de Davi para ser o segundo rei de Israel nos mostra que ninguém é insubstituível na obra e que Deus conta até mesmo com o mais humilde dos homens para estabelecer o Seu propósito na terra.




REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. CULTURA CRISTÃ.
Ø  VINE, W. E, et al. Dicionário Vine. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.