sábado, 30 de abril de 2022

LIÇÃO 05 – O CASAMENTO É PARA SEMPRE


 
 
 
 
Mt 5.27-32
 
 
 
INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, estudaremos sobre o casamento, a primeira instituição criada por Deus. Traremos as definições etimológica e teológica do termo, abordaremos sobre sua indissolubilidade. Refletiremos sobre o discurso de Jesus em Mt 5.27-32, abordaremos sobre o princípio da santidade do matrimônio, e por fim, refletindo sobre os perigos da cobiça e adultério.
 
 
I. DEFINIÇÃO DE CASAMENTO
1. Definição etimológica.
Ato ou efeito de casar; vínculo conjugal entre um homem e uma mulher; união voluntária de um homem e uma mulher, nas condições sancionadas pelo direito, de modo que se estabeleça uma família legítima” (HOUAISS, 2001, p. 641 – grifo nosso). O artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal diz que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Como podemos ver, tanto o dicionário como a Constituição Federal, conceituam o casamento como “união entre duas pessoas de sexos diferentes”, o que deixa claro que a união homossexual não pode ser caracterizada como casamento. É importante ressaltar aqui que a união estável não é casamento, mas, poderá ser transformada em casamento. O código civil no Artigo 1514 diz que: “O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados”.
 
2. Definição teológica.
“Instituição que tem por objetivo legalizar a união entre um homem e uma mulher” (CLAUDIONOR, 2006, p. 91). Ainda pode-se dizer que o casamento é uma instituição social de origem divina, fundada no princípio da raça humana, para dar origem e sustentação à família (Gn 2.22-24; Mt 19.4-6). O casamento é um concerto, ou aliança entre pessoas de sexos opostos diante de Deus, da família, da igreja, de serem marido e mulher enquanto viverem (Mt 19.6; Mc 10.9; Rm 7.2; 1Co 7.39).
 
3. Definição da Declaração de fé das Assembleias de Deus.
Casamento ou união matrimonial - Instituição criada por Deus, que tem por princípios reguladores e estruturantes a monogamia: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24) e a heterossexualidade: “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea” (Mt 19.4). Pelo casamento, um homem e uma mulher, por livre consentimento, decidem unir-se mediante um pacto solene, do qual o Senhor Deus é a principal testemunha (Ml 2.14,15), e, na condição de cônjuges sob os aspectos legal, formal, moral e espiritual, prometem viver em fidelidade mútua, até que a morte os separe (Mt 19.6) (SOARES, 2017, p. 204).
 
 
II. CASAMENTO: UMA UNIÃO INDISSOLÚVEL À LUZ DA BÍBLIA
1. O casamento é indissolúvel à luz do AT.
A Bíblia nos revela que Deus, ao criar o casamento, o fez para que fosse indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos atestam a indissolubilidade do casamento. Deus diz: “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24- b); Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); e, Paulo diz: “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2).
 
2. O casamento é indissolúvel à luz do NT.
Está claro em toda a Escritura que o casamento deve ser para toda a vida. No Antigo Testamento, por exemplo, o profeta Malaquias repreende os judeus por tratarem de forma leviana o matrimônio. O Senhor deixa claro que DETESTA o divórcio (Ml 2.16), pois do marido e da mulher fez um só (Ml 2.15). No Novo Testamento, o Senhor Jesus, falou explicitamente contra o divórcio (Mt 19.6). A perspectiva paulina segue o mesmo padrão (Rm 7.2,3; 1Co 7.10,11,39). Portanto, a vontade de Deus para o casamento é que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mc 10.7-9). A única exceção se dá em caso de traição (Mt 19.9), entretanto, ainda assim, tal situação não se constitui em um mandamento. Haverá sempre um espaço para o perdão e a reconciliação.
 
 
III. COMPREENDENDO MATEUS 5.27-32
1. Cobiça: um ato interior (Mt. 5.27-30).
Os mestres religiosos da época de Jesus, acreditavam que evitando o adultério formal, estariam cumprindo perfeitamente o mandamento de “Não adulterarás”. Com isso, estavam limitando o alcance da aplicação do mandamento, que deveria ser interpretado a luz do décimo mandamento: “[...] não cobiçarás a mulher de teu próximo[...]” (Êx. 20.17; Dt 5.18). Para os fariseus e escribas, enquanto o homem não cometia adultério, estava cumprindo o mandamento. Não obstante, Jesus esclarecia: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou”, pois do coração do homem é que provém os maus desígnios (Mt 15.19-20). A concupiscência começa do lado de dentro (Rm 3.10-18; 7.7), entendimento contrário ao que pensava os mestres religiosos que defendiam uma interpretação mecanicista (STOTT, 2018, p. 43).
 
A) Como evitar a cobiça.
Como súditos do reino, agora em Cristo podemos evitar a cobiça: a) possuímos uma nova natureza (2Co 5.17); b) tendo uma nova mente (1Co 2.16); c) permitindo que a Palavra domine nosso entendimento (2Co 10.5); d) renovando continuamente (Rm 12.2); e) priorizando os valores do Reino de Deus (Fl 4.8); f) permitindo que o Espirito domine nossa vida por inteiro (Gl 5.16); e, g) revestindo-nos do novo homem, para ser semelhante a Deus (Ef 4.24-32).
 
2. Adultério: um ato exterior (Mt 5.31-32).
Enquanto os fariseus e escribas estavam preocupados com as razões do divórcio, o Senhor Jesus se concentrava em estabelecer a natureza permanente do casamento (Mt 19.4-6) (STOTT, 2018, p. 48). O adultério ocorre quando um dos cônjuges se torna infiel ao outro (Mt 19.9; Mc 10.11). Esta ação é chamada de adultério, e este por sua vez, é a “relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é o seu cônjuge” (WYCLIFFE, 2012, p. 35). No AT o adultério é estritamente proibido: “Não adulterarás” é o sétimo mandamento do Decálogo (Êx 20.14; Dt 5.18). Esta prática era punível sob a Lei com morte por apedrejamento (Lv 20.10; Dt 22.22). No NT Os ensinamentos seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto a reprovação da prática do adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo até o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). O adultério é uma obra da carne e os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o Reino dos céus (Rm 1.29-32; Gl 5.21).
 
A) Como evitar o adultério.
Vigilância, oração e meditação na Palavra de Deus são os recursos mais importantes para quem deseja vencer toda e qualquer tentação (Mt 26.41; Sl 119.9,11). Mas, no que diz respeito a sedução do adultério, existe outros cuidados que o casal deve tomar. Como: a) evitando as más conversações (1Co 15.33); b) guardando o coração e mente (Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 4.8; Cl 3.1-3); c) afastando dos olhos aquilo que pode levar a pessoa ao pecado (Jó 31.1; Sl 101.3; Mt 6.22,23); d) mantendo-se longe do conselho dos ímpios (Sl 1.1-3; 1Co 5.11); e) mortificando a carne e andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18); f) abstendo-se do ato sexual com o cônjuge apenas por consentimento mútuo e por tempo determinado (1Co 7.5); g) mantendo o cônjuge satisfeito (Pv 5.15; 1Co 7.3); h) observando a Palavra de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20); e, i) orando e vigiando (Mt 26.41).
 
 
IV. O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA
1. O casamento é uma instituição divina.
Ele antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação. A história do primeiro casal, Adão e Eva, é apresentada no AT como a gênese do casamento (Gn 2.18-25). O texto bíblico deixa claro que Deus “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22b). Logo, o casamento é uma instituição divina (Mt 19.5,6).
 
2. O casamento é um dom de Deus.
A palavra “dom” no grego “charisma” significa: “presente” dando a entender que o homem é presenteado por Deus com o matrimônio (Pv 18.22; 19.14). Paulo diz: “mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra” (1Co 7.7). O apóstolo Paulo não coloca o celibato como regra, mas como exceção, pois, esta abstinência deve ser voluntária (1Co 7.8,9). Logo, quem casa não é menos santo que o que não deseja casar (1Tm 4.2,3). Afinal de contas, tanto é dom de Deus desejar permanecer solteiro tanto quanto estar casado.
 
3. O casamento é um estado honroso.
Está explícito que o casamento é uma condição de honra, pois nele o sexo é desfrutado de forma legal. O escritor aos hebreus nos diz: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula” (Hb 13.4a). O dicionário Houaiss define a palavra veneração como: “reverência, respeito, admiração, consideração”.
 
4. O casamento é uma complementariedade.
O relato bíblico nos mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora para cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do casamento.
 
5. O casamento é uma identificação entre os gêneros.
Deus criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse: “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira com a mulher que expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).
 
6. O casamento é um estado de relacionamento.
Outro propósito pelo qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se relacionar plenamente (Pv 5.18). O texto sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: a) física: “e apegar-se-á à sua mulher”; b) sexual: “e serão ambos uma carne”; e c) emocional: o homem queestava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).
 
 
CONCLUSÃO
Como observamos, o casamento é uma instituição de origem divina. Seu padrão se encontra revelado nas Escrituras Sagradas, sendo indissolúvel. Como súditos do reino, precisamos viver a cada dia, sua ética, evitando que a cobiça e a prostituição e demais obras da carne, venham fazer parte de nossa vida. Que sejamos sempre um louvor para Sua glória.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS.
Ø  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
Ø  GOMES. Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  STOTT, Jonh. Lendo o Sermão do Monte com Jonh Stott. ULTIMATO.
Ø  REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA. 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.



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